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80 a 85% dos cânceres de pulmão são do tipo câncer de pulmão de não pequenas células. 10 a 15% dos cânceres de pulmão são do tipo câncer de pulmão de pequenas células. As neoplasias pulmonares são clasificadas em benignas e malignas (cânceres). O câncer de pulmão se divide em dois tipos principais, que são tratados de maneira muito diferente: Câncer de PulmãoCâncer de PulmãoCâncer de Pulmão Tipos de Câncer C Â N C E R D E P U L M Ã O D E P E Q U E N A S C É L U L A S Pela classificação OMS/IASLC de 1999, o CPPC é dividido em dois subtipos: CPPC “puro” e o CPPC combinado com outra histologia, sendo que este último consiste de elementos de CPNPC e CPPC conjuntos. Histologicamente, o tumor é caracterizado por células de citoplasma escasso, cromatina nuclear finamente granular e nucléolo ausente ou imperceptível. Clinicamente, estes se apresentam como lesões centrais, frequentemente na submucosa do brônquio e mais comumente associados a síndromes paraneoplásicas. Por conta do seu rápido crescimento e proliferação, o seu curso clínico usualmente é mais rápido. CPPC é composto por células neoplásicas tipicamente dispostas em grupos, cordões ou trabéculas separadas por um estroma fibrovascular delicado. A tumoração, geralmente, se origina nas vias aéreas centrais, inicialmente infiltrando a submucosa e gradualmente obstruindo a luz brônquica. As células geralmente possuem 1,5 a 2,5 vezes o diâmetro de linfócitos e apresentam citoplasma escasso e cromatina nuclear granulada. Índices mitóticos são altos e necrose celular é frequente. o segundo subtipo reconhecido pela classificação da OMS é o CPPC combinado, no qual coexistem carcinoma epidermoide e, mais raramente, adenocarcinoma ou outras histologias de carcinoma de pulmão não pequenas células menos frequentes. Em relação ao prognóstico e resposta aos tratamentos, não existe consenso sobre a influência dos diferentes subtipos histológicos. O CPPC é mais responsivo à quimioterapia e à radioterapia, contudo a resistência à terapêutica também é mais frequente. Neoplasia de crescimento rápido e desenvolvimento precoce de metástases. Apesar de se tratar de uma neoplasia extremamente sensível à quimioterapia e radioterapia, recidivas tendem a ocorrer, a despeito do tratamento, em um período de 2 anos. Sobrevida a longo prazo é reduzida, com taxas de sobrevida em 5 anos em torno de 3 a 8%. Tipo de câncer mais comumente associado a síndromes paraneoplásicas. C Â N C E R D E P U L M Ã O D E N Ã O P E Q U E N A S C É L U L A S O câncer de pulmão de não pequenas células dependendo da célula daqual se originou está dividido em subtipos: Adenocarcinoma Os adenocarcinomas começam nas células que revestem os alvéolos e produzem substâncias como muco. Esse tipo de câncer de pulmão ocorre principalmente em fumantes e ex-fumantes, mas também é o tipo mais comum em não fumantes. É mais frequente em mulheres do que em homens. é o tipo histológico mais comum da atualidade e tem origem nas partes mais distais da árvore respiratória, com localização periférica. O diagnóstico histológico se faz pelo arranjo medular que as células neoplásicas formam, ou pela presença de mucina intracitoplasmática. O perfil imunohistoquímico se dá pela positividade de CK7 e TTF1 e pela negatividade de CK20. O adenocarcinoma é normalmente encontrado nas áreas externas do pulmão. Ele tende a crescer mais lentamente do que os outros tipos de câncer de pulmão, e tem mais chance de ser diagnosticado antes de se disseminar. Os pacientes com adenocarcinoma in situ têm um melhor prognóstico do que aqueles com outros tipos de câncer de pulmão. Carcinoma Espinocelular Esses tumores começam nas células epidermoides, que se caracterizam por serem planas, e revestem o interior das vias aéreas. Esse tipo de câncer de pulmão está relacionado com o tabagismo e tende a ser encontrado na região central dos pulmões, próximo aos brônquios. Representam cerca de um quarto dos casos de CPNPC. Mostram-se frequentemente como lesões centrais, broncogênicas, e com uma maior incidência de imagens com cavitações quando comparados às outras histologias. Os carcinomas epidermóides originam-se nos brônquios e envolvem os lobos pulmonares e o brônquio fonte por extensão, sendo reconhecidos histologicamente pelas pontes intercelulares, formação perolácea e pelo processo de queratinização celular. Carcinoma de Grandes Células Esse tipo de tumor pode aparecer em qualquer parte do pulmão e tende a crescer e se disseminar rapidamente, o que pode tornar o tratamento mais difícil. Um subtipo do carcinoma de grandes células, conhecido como carcinoma neuroendócrino de grandes células, é um tumor de crescimento rápido, muito semelhante ao câncer de pulmão de pequenas células. O carcinoma de grandes células representa cerca de 10% de todas as neoplasias pulmonares e sua incidência vem caindo ao longo dos anos. São tumores pobremente diferenciados e compostos por grandes células com citoplasma abundante e grandes nucléolos. caracteriza-se pela ausência de diferenciação glandular ou escamosa, além da ausência de achados citológicos compatíveis com carcinoma de pequenas células, e por isso é um diagnóstico de exclusão. Se apresenta por uma massa pulmonar periférica com extensas áreas de necrose. presentes os carcinoides típicos e atípicos, e carcinoma de grandes células neuroendócrino. Carcinoides típicos acometem indivíduos mais jovens com lesões mais centrais e ausência de envolvimento linfonodal. Células de formato poligonal, com núcleos ovais ou arredondados. Não é encontrado necrose e menos de duas mitoses por campo de grande aumento, considerado assim um tumor de baixo grau Carcinoides atípicos são semelhantes aos típicos, porém com mitoses de 2 a 10 por campo de grande aumento, e podem apresentar necrose. Carcinoma de grandes células neuroendócrino caracterizam-se pela presença de uma arquitetura com arranjo celular organoides, trabeculares ou paliçada. Subtipos Neuroendocrinos de Nsclc N E O P L A S I A S P U L M O N A R E S B E N I G N A S O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil (sem contar o câncer de pele não melanoma). É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão. A última estimativa mundial (2012) apontou incidência de 1,8 milhão de casos novos, sendo 1,24 milhão em homens e 583 mil em mulheres. taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos 2000 entre as mulheres. Essa diferença deve-se aos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados nos diferentes sexos. na traqueia ou tubos bronquiais: hamartomas (tumores pulmonares não cancerosos mais comuns), cistoadenomas brônquicos, os quais crescem nos brônquios principais ou secundários, mioblastomas e papilomas no tecido pulmonar: fibromas, hamartomas, leiomiomas, lipomas, neurofibromas, schawannomas e hemangiomas esclerosantes Os tumores pulmonares não cancerosos podem ser divididos entre aqueles que ocorrem Tumores não cancerosos podem ser identificados com base nos tipos celulares que compõem o tumor (como músculos lisos, gordura e células nervosas). Hamartomas são únicos no fato de serem compostos por partes desorganizadas de tecidos maduros como cartilagem, gordura e músculo. Algumas massas não cancerosas nos pulmões são causadas não por um novo crescimento de células pulmonares (neoplasia), mas pela inflamação devido a uma infecção ou doença imunológica, como a sarcoidose. Com frequência tumores não cancerosos não causam sintomas além de sibilos, tosse ou falta de ar, particularmente se comprimirem ou bloquearem as vias aéreas ou se tornarem grandes. Mais frequentemente, os médicos diagnosticam um tumor de pulmão não canceroso quando uma radiografia torácica ou outro teste de imagem é feito por outro motivo. A maioria dos tumores não cancerosos não é tratada, mas pode ser necessário remover alguns cirurgicamente paraque não obstruam as vias respiratórias. Além dos dois tipos principais de câncer de pulmão, outros tumores podem acometer os pulmões: Tumores carcinoides do pulmão. Correspondem a menos de 5% dos cânceres pulmonares. A maioria destes tumores tem crescimento lento. Outros tumores pulmonares. Outros tipos de câncer de pulmão, como carcinomas adenoides císticos, linfomas e sarcomas, bem como tumores benignos de pulmão, como hamartomas, são raros. Esses são tratados de forma diferente dos cânceres de pulmão mais comuns e não são discutidos aqui. Metástases pulmonares. Os cânceres que começam em outros órgãos, como pâncreas, mama, rim ou pele, às vezes podem se disseminar para os pulmões, mas estes não são cânceres de pulmão. Por exemplo, o câncer que começa na mama e se dissemina para os pulmões ainda é câncer de mama, e não câncer de pulmão. O tratamento para o câncer metastático localizado nos pulmões é baseado no local onde se iniciou (local do câncer primário). Assim se o tumor primário é de mama e a metástase se encontra nos pulmões, será tratada como câncer de mama. Epidemiologia do Câncer de Pulmão N E O P L A S I A S P U L M O N A R E S B E N I G N A S No Brasil, a doença foi responsável por 26.498 mortes em 2015. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis. O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão. A maioria das estatísticas sobre câncer de pulmão inclui dois tipos o câncer de pulmão de pequenas células e o câncer de Pulmão de não pequenas células. Em geral, cerca de 15% de todos os cânceres de pulmão são de pequenas células e 85% são de não pequenas células. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 30.200 novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquio (17.760 em homens e 12.440 em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 16,99 casos novos a cada 100 mil homens e 11,56 para cada 100 mil mulheres (Instituto Nacional de Câncer, 10/05/2020). O câncer de pulmão ocorre principalmente em pessoas mais velhas. A maioria dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão tem 65 anos ou mais, enquanto um pequeno percentual de casos é diagnosticado em pessoas com menos de 45 anos. A idade média no momento do diagnóstico é de 70 anos. O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer entre homens e mulheres, representando aproximadamente 25% de todas as mortes por câncer. Anualmente, morrem mais pessoas de câncer de pulmão do que de câncer colorretal, câncer de mama e câncer de próstata combinados. O número de novos casos de câncer de pulmão continua diminuindo, em parte porque as pessoas estão parando de fumar. Além disso, o número de mortes por câncer de pulmão também continua caindo porque as pessoas, como mencionado, estão parando de fumar e também devido aos avanços no diagnóstico precoce da doença e das opções terapêuticas atualmente disponíveis. Em geral, a chance de um homem desenvolver câncer de pulmão em sua vida é de cerca de 1 em 15, enquanto para uma mulher, esse risco é de 1 em 17. Esses números incluem tanto os fumantes, como os não fumantes. Para os fumantes, o risco é muito maior, enquanto que para os não fumantes, esse risco é obviamente menor. Os homens da raça negra têm 15% mais chances de desenvolver câncer de pulmão do que os brancos. A incidência do câncer de pulmão é 14% mais baixa em mulheres negras do que em brancas. As mulheres de ambas as raças têm taxas mais baixas do que os homens, mas essa diferença está diminuindo. A incidência do câncer de pulmão vem caindo entre os homens ao longo das últimas décadas e recentemente começou a cair também entre as mulheres. As estatísticas de sobrevida em pacientes com câncer de pulmão variam de acordo com o estadiamento da doença no momento do diagnóstico. Apesar do prognóstico do câncer de pulmão não ser otimista, alguns pacientes com a doença diagnosticados em estágio inicial são curados. Quadro Clínico Os cânceres de pulmão crescem a partir de uma única célula anormal, ou um pequeno grupo de células anormais, para desenvolver‑se em grandes massas macroscópicas que podem possuir vários centímetros de diâmetro. A maioria dos cânceres de pulmão origina‑se a partir do epitélio brônquico e é denominada carcinoma. Cânceres pulmonares primários não carcinomas são menos comuns e incluem carcinoide, blastomas pulmonares (mais comuns em pacientes mais jovens) e sarcomas. O câncer pulmonar inicial frequentemente se manifesta como nódulos pulmonares, definidos como uma “opacidade arredondada, bem ou mal definida, medindo até 3 cm de diametro. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/sarcoidose/sarcoidose https://www.inca.gov.br/ Tosse. Tosse com expectoração mucosa. Tosse com expectoração com sangue. Dor no peito. Rouquidão. Perda de apetite. Perda de peso inexplicada. Falta de ar. Fadiga. Infecções de repetição. Dor óssea. Alterações no sistema nervoso. Icterícia (cor amarelada de mucosas e pele). Nódulos próximos à superfície do corpo. Os tecidos pulmonares anormais variam em grau histológico de células levemente atípicas até cânceres agressivos. Lesões, tais como hiperplasia adenomatosa atípica, são consideradas lesões pré‑invasivas, com um contínuo de atipia celular até adenocarcinoma. Atualmente, apenas 15% dos pacientes com câncer de pulmão são assintomáticos quando diagnosticados. O diagnóstico nesses pacientes é muitas vezes feito incidentalmente na radiografia torácica obtida por outras razões (p. ex., um estudo pré‑operatório). A abordagem de suspeitas de câncer de pulmão depende de a probabilidade de a lesão em questão ser maligna ou do estágio da doença na apresentação. Os nódulos pulmonares resultam com frequência de uma infecção atual ou anterior, embora possam ser a manifestação precoce de câncer. Os resultados do National Lung Screening Trial (NLST) mostraram que, de todos os nódulos detectados, mais de 95% eram falso‑positivos e eram não cancerosos. No entanto, a maioria dos pacientes apresenta sintomas e sinais que são causados pela lesão pulmonar em si — estes incluem o crescimento local do tumor, invasão e obstrução; (2) disseminação tumoral intratorácica regional para os nódulos linfáticos e estruturas adjacentes; (3) disseminação extratorácica distante da doença; ou (4) síndromes paraneoplásicas. os sinais e sintomas mais comuns do câncer de pulmão são: Quando a doença já se disseminou para outros órgãos pode provocar: Alguns cânceres de pulmão podem causar um grupo de sintomas muito específicos, que são descritos como síndromes: Síndrome de Horner, sindrome da veia cava superior e síndromes paraneoplásicas. Os locais mais comuns de disseminação metastática são o fígado, adrenais, ossos e encéfalo. hiperplasia das células mucosa de modo que gera uma metaplasia de epitélio estratificado escamoso, há um desenvolvimento de atipia nuclear originando então o carcinoma in situ tendo a invasão da membrana basal e ocorrendo a infiltração linfonodal e podendo gerar a disseminação hematogênica. Diversas alterações genéticas são conhecidas durante o surgimento do câncer de pulmão, a literatura traz como mutações ativadoras ou amplificação de proto-oncogênese como BRAF, EGFR, ERBB, KRAS, NRAS, PIK3CA e família MYC. Além disso, as mutações inativadoras podem afetar os genes supressores tumorais prejudicando seu funcionamento e as alterações em cada gene está relacionada com os subtipos histológicos do câncer de pulmão, como LKB1, BRG1, MYC, PTEN, P16, RB e TP53. O desenvolvimento de vasos é um passo fundamental na passagem do estágio de câncer sem metástase para a formação de metástase, a angiogênese tem como fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), como também o CPCNP quanto CPCP, são encontrados em altos níveis e se correlacionam com um prognóstico ruim. Fisiopatologia do Câncer de Pulmão O câncer temseu desenvolvimento devido a ativação e a inativação de genes que são essenciais no controle regulatório do ciclo celular como a transdução de sinais, reparo de DNA e de apoptose. No câncer de pulmão as funções dos genes supressores tumorais e proto- oncogenese são alteradas, alguns autores defendem que é necessário um somatório de 20 a 30 eventos para o surgimento do câncer. O câncer pulmonar possui origem no epitélio respiratório e PE dividido em grupos histológicos: câncer pulmonar de célula não pequena (CCNP) – adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas, carcinoma de célula grande) e câncer pulmonar de células pequenas. Tudo começa com a proliferação da camada basal celular seguindo para T I P O S H I S T O L Ó G I C O S M A I S F R E Q U E N T E S D E C Â N C E R : Adenocarcinoma, é o tipo histológico mais comum atualmente, tem origem nas porções mais distais da árvore respiratória (a partir de células claviformes club-cell ou pneumócitos tipo II), e é associado a lesões mais periféricas em comparação ao carcinoma espinocelular e ao câncer de pulmão de pequena célula. Histologicamente se visualiza um arranjo glandular de células neoplásicas e/ou uma presença de mucina intracitoplasmática. Carcinoma espinocelular ou epidermoide, esse tipo de carcinoma apresenta normalmente lesão central, nas porções traqueobrônquicas, (de origem brônquica). O diagnóstico é comumente realizado por meio histológico, sendo dado pela produção de queratina e/ou desmossomos intercelulares (pontes intercelulares). Carcinoma de grande células, esse tipo de câncer, é caracterizado pela ausência de diferenciação glandular ou escamosa (histologicamente), apresenta também a ausência de achados citológicos compatíveis com carcinoma de pequenas células. Apresenta apenas 10% de todas as neoplasias pulmonares. Câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC): Subtipos neuroendócrinos, podem ser classificados em carcinomas típicos e atípicos e carcinoma de grande células neuroendócrino. Usualmente acometem pacientes mais jovens, prejudicam com lesões centrais (obs.: não há envolvimento linfonodal). Histologicamente esse carcinoma possui a presença de células de formato poligonal com núcleos redondos ou ovais e nucléolos pequenos. No mesmo segmento, os carcinomas de grandes células neuroendócrinas caracterizam por uma arquitetura celular com arranjo celular em padrões organoide, trabecular ou em paliçada. Esse tipo de carcinoma, representa apenas 1 a 3% dos casos; apresenta uma clínica semelhante as outras histologias e câncer de pulmão, com poucos pacientes assintomáticos no momento do diagnóstico, porém os assintomáticos geralmente relatam dor no local do tumor, tosse, dispneia e dor torácica 30 a 40% dos pacientes, 10% apresentam obstrução da veia cava superior no momento do diagnóstico. Histologicamente o tumor é caracterizado por células com pouco citoplasma aparente, cromatina nuclear granular (pouco espessa), nucléolo ausente. Fatores de Risco Fumar é o principal fator de risco para câncer de pulmão. Cerca de 80% das mortes por cânceres de pulmão são consequência do tabagismo e esse número é provavelmente maior para o câncer de pulmão de pequenas células. O risco de câncer de pulmão entre fumantes é muitas vezes maior do que entre os não fumantes. Os cigarros com baixos teores de alcatrão ou light aumentam o risco de câncer de pulmão tanto quanto os cigarros regulares. Existe, também, uma preocupação de que os cigarros mentolados possam aumentar o risco, uma vez que o mentol faz com que os fumantes inalem mais profundamente. F A T O R E S D E R I S C O Q U E P O D E M S E R A L T E R A D O S O fumante passivo tem um risco aumentado de desenvolver câncer de pulmão. O fumo passivo pode provocar mais de 7.000 mortes por câncer de pulmão por ano. Recentemente, tem-se dado atenção a uma “nova” forma de exposição passiva ao cigarro, chamada de Thirdhand smoke (THS). Na THS a nicotina residual e outros produtos químicos são deixados nas superfícies internas das casas, apartamentos ou outros locais fechados, pela fumaça do tabaco. As pessoas são expostas a esses produtos químicos quando tocam em superfícies contaminadas ou respiram os gases provenientes dessas superfícies. Acredita-se que este resíduo reaja com poluentes comuns em ambientes fechados para criar uma mistura tóxica, incluindo compostos causadores de câncer, apresentando um risco potencial à saúde de não fumantes. THS afeta principalmente crianças. Câncer de pulmão pequenas células (CPPC): Tabagismo Fumante Passivo Exposição a Radônio Radônio é um gás radioativo resultante da decomposição do urânio no solo e rochas. Quando respirado, ele entra nos pulmões, expondo-os a pequenas quantidades de radiação, o que pode aumentar o risco de uma pessoa ter câncer de pulmão. Fxposição ao Asbesto Exposição às fibras de amianto no local de trabalho é um importante fator de risco para câncer de pulmão. Trabalhadores fumantes expostos ao amianto tem um risco maior de desenvolver câncer de pulmão. Exposição a a Alguns agentes cancerígenos encontrados em locais de trabalho podem aumentar o risco de câncer de pulmão, como: urânio, berílio, cádmio, sílica, cloreto de vinil, níquel, cromo, produtos de carvão, gás mostarda, éteres clorometilados e escapamento de diesel. Suplementos dietéticos. Fumantes que fazem uso de suplementos de betacaroteno podem ter um risco aumentado de desenvolver câncer de pulmão. Altos níveis de arsênico na água potável podem aumentar o risco de câncer de pulmão. Exposição a Agentes Ocupacionais Suplementos Dietéticos Arsênico F A T O R E S D E R I S C O Q U E N Ã O P O D E M S E R A L T E R A D O S Radioterapia dos Pulmões Pacientes que fizeram tratamento radioterápico na região torácica para outros tipos de câncer têm um risco maior para câncer de pulmão, particularmente se forem fumantes. especialmente nas ruas e estradas com tráfego intenso, pode aumentar o risco de desenvolver câncer de pulmão. Estima-se que cerca de 5% das mortes causadas pelo câncer de pulmão podem ser devidos à poluição do ar. Pessoas que já tiveram diagnóstico de câncer de pulmão têm um maior risco de desenvolver outro câncer de pulmão. Parentes de primeiro grau de um paciente diagnosticado com câncer de pulmão podem ter um risco ligeiramente maior de câncer de pulmão. Não está claro se esse risco pode ser devido à genética ou se está relacionado a exposições domésticas compartilhadas, como fumo ou radônio. Poluição Atmosférica Histórico Familiar ou Pessoal F A T O R E S D E R I S C O A I N D A N Ã O C O M P R O V A D O S O fumo de maconha contém alcatrão e muitas das mesmas substâncias cancerígenas que estão no fumo do tabaco. Os cigarros de maconha são normalmente fumados até o final, onde o teor de alcatrão é mais alto. A maconha também é inalada mais profundamente e a fumaça é mantida nos pulmões por um tempo maior, o que proporciona um maior tempo de exposição e para o depósito das substâncias nos pulmões. Como os cigarros eletrônicos são relativamente novos, são necessárias mais pesquisas para conhecer seus efeitos a longo prazo. No entanto, fumar cigarros eletrônicos provoca doenças graves como a doença respiratória associada ao seu uso e potencialmente câncer de pulmão devido principalmente à inalação de formaldeído em concentrações até 15 vezes maiores do que um cigarro normal. Cigarros Eletrônicos Maconha Nem todos os cânceres de pulmão podem ser evitados, mas existem algumas maneiras de reduzir o risco de contrair a doença, como a modificação da exposição a fatores de risco: Não fumar. A melhor maneira de reduzir o risco de câncer de pulmão é não fumar e evitar a exposição passiva à fumaça do cigarro. Se você parar de fumar antes de desenvolver um câncer, seu tecido pulmonar danificado gradualmente se repara. Independente de sua idade ou do tempo em que fumou, parar pode reduzir o riscoda doença. Evitar a exposição ao radônio. O radônio é uma importante causa do câncer de pulmão. Você pode diminuir e melhor, evitar a exposição ao radônio verificando a sua presença em sua casa. Limitar a exposição a substâncias químicas cancerígenas. Evitar a exposição a produtos químicos cancerígenos conhecidos, no local de trabalho e em outros lugares, também é importante. As pessoas que trabalham em locais onde estão expostas a esses produtos são acompanhadas de perto para que a exposição seja a menor possível. Manter uma dieta saudável. Uma dieta saudável, com frutas e vegetais também pode ajudar a reduzir o risco de câncer de pulmão. Algumas evidências sugerem que uma dieta rica em frutas e vegetais ajuda a proteger da doença em fumantes e não fumantes. Mas qualquer efeito positivo das frutas e vegetais no risco de câncer de pulmão seria muito menor do que o aumento do risco ao fumar. As tentativas de reduzir o risco de câncer de pulmão em fumantes por meio de altas doses de vitaminas ou similares não foram bem sucedidas até o momento. De fato, alguns estudos mostraram que o betacaroteno, nutriente relacionado com a vitamina A, parece aumentar a taxa de incidência da doença nessas pessoas. Alguns pacientes com câncer de pulmão não apresentam fatores de risco claros. Embora se saiba como evitar a maioria dos tipos de câncer de pulmão, ainda não se sabe como evitar todos os tipos. Ser fumante ou não ter fumado nos últimos 15 anos. Ter pelo menos histórico de tabagismo de 30 maços/ano (1 maço por dia por 30 anos). Ter recebido aconselhamento para deixar de fumar se for fumante. Ter recebido informações sobre os possíveis benefícios e malefícios, bem como suas limitações. Ter um local onde poder fazer o rastreamento e o tratamento do câncer de pulmão Embora alguns cânceres de pulmão sejam diagnosticados por rastreamento ou em exames para doenças cardíacas, pneumonias ou outros problemas pulmonares, a maioria é detectada quando provoca sintomas. Isso significa que a doença está em um estágio avançado, já que em geral não há sintomas na fase inicial. O médico faz o levantamento do histórico clínico do paciente, que inclui informações sobre sintomas, fatores de risco, histórico familiar e outras condições, e depois realiza o exame físico. Em caso de suspeita de câncer, são realizados exames de laboratório, de imagem (raio-X do tórax e tomografia computadorizada) e a biópsia do tecido pulmonar, para confirmar o diagnóstico. O rastreamento do câncer de pulmão é a realização de exames para diagnosticar uma doença em pessoas assintomáticas. As recomendações para o rastreamento do câncer de pulmão são para pessoas com idade entre 55 e 74 anos, com bom estado geral de saúde e que também atendam os seguintes critérios: O principal benefício do rastreamento é a diminuição da chance de morte por câncer de pulmão que é a causa de muitos decessos de fumantes e ex-fumantes. Ainda assim, é importante estar ciente de que, como com qualquer tipo de exame, nem todos os pacientes que preenchem os critérios de seleção serão beneficiados. Esse tipo de rastreamento não diagnostica todos os tipos de câncer de pulmão e nem todos os tipos de câncer detectados serão diagnosticados precocemente. O rastreamento por imagem do pulmão consistiu em um grande estudo clínico para detecção do câncer de pulmão utilizando tomografia computadorizada com doses baixas de radiação. A tomografia computadorizada do tórax fornece imagens mais detalhadas do que radiografias de tórax e permitem observar pequenas anormalidades nos pulmões. A tomografia de baixa dose utiliza uma menor quantidade de radiação quando comparada a uma tomografia padrão e não requer a utilização de contraste intravenoso. Prevenção Diagnóstico Estadiamento O principal objetivo dos esquemas de classificação, que foram chamados de modo geral de métodos de estadiamento, é estabelecer um modo de determinar a extensão anatômica das neoplasias, permitindo uniformização do tratamento e a comparação dos resultados. Em 1946, Denoix idealizou o sistema que seria conhecido como sistema TNM. Esse tipo de estadiamento é utilizado em diferentes tipos de câncer, incluindo o câncer pulmonar. Ele se baseia em critérios lógicos simples, adaptáveis a quase todos os tumores sólidos. Os critérios de classificação estão ligados ao tamanho e posição do tumor primário (T), à presença e localização de linfonodos comprometidos (N) e à presença de metástases a distância. O estadiamento não inclui outros fatores prognósticos como a condição cardiorrespiratória, idade, tipo histológico e invasão extracapsular. O estadiamento reflete a possibilidade de remover cirurgicamente toda a neoplasia. Por outro lado, a operabilidade é dada pelo estadiamento e por outros fatores. Tx...........Tumor provado pela presença de células neoplásicas nas secreções broncopulmonares ou em lavados broncoalveolares, porém não identificado pela radiografia ou broncoscopia, ou qualquer tumor que não possa ser localizado. T0...........Nenhuma evidência de tumor primário. T1s..........Carcinoma in situ. T-1..........Tumor com menos de 3cm no seu maior diâmetro, circundado por pleura ou tecido pulmonar em toda a sua extensão, sem evidência de invasão proximal a um brônquio lobar ao exame endoscópico. T-2..........Tumor com qualquer das seguintes características: Mais de 3cm no maior diâmetro; Invade a pleura visceral; Provoca atelectasia ou pneumonite crônica obstrutiva; Estende-se à região hilar, porém, à broncoscopia, o tumor deve estar a pelo menos 2cm distal à carina principal. T-3..........Tumor de qualquer dimensão, com: Invasão direta da parede torácica (incluindo tumores do sulco superior), do diafragma, do pericárdio ou pleura mediastinal, sem invadir estruturas viscerais, grandes vasos ou corpo vertebral; Tumores de qualquer tamanho localizados a menos de 2cm da carina principal. T-4..........Tumor de qualquer tamanho invadindo mediastino, comprometendo coração, grandes vasos, traquéia, esôfago, corpo vertebral ou carina, ou tumores de qualquer dimensão, acompanhados de derrame pleural com citologia positiva. Tumor Primário (T) Os locais em que mais ocorrem metástases pulmonares são as adrenais com 50% dos casos, o fígado com 30-50%, ossos com 20% e cérebro com 20%. As metástases adrenais são caracterizadas com o aumento de umas das adrenais, caráter assintomático visualizado geralmente na tomográfica computadorizada, sendo sua que sua insuficiência raramente acontece. No caso das metástases para o fígado, são mais frequentemente encontradas no carcinoma de pequenas células. Outro importante sítio metastático do câncer de pulmão, é o sistema nervoso central, no qual pode atingir o cérebro, cerebelo e meninges, sendo o adenocarcinoma e o carcinoma de pequenas células os mais frequentes envolvidos, levando a quadros de convulsão e cefaléia. Quando as metástases atingem as vertebras, pode haver comprometimento da medula espinhal, levando a síndrome de compressão medular. Metástase Nx..........Metástases linfonodais não demonstráveis. N-0..........Ausência de metástases linfonodais. N-1..........Metástases linfonodais para a região peribrônquica, linfonodos hilares ipsilaterais ou ambos, incluindo extensão direta (Cadeias 10 e 11) N-2..........Metástases para linfonodos mediastinais ipsilaterais ou subcarinais (cadeias 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 homolaterais). N-3..........Metástases para linfonodos contralaterais, mediastinais ou hilares ou linfonodos cervicais ou préescalênicos, ipsi ou contralaterais. MX – Metástase a distância não estudada M0 – Sem evidência de metástase a distância M1 – Metástase a distância: M1a – Nódulo (s) tumoral (ais) em lobo contralateral; tumor com nódulo pleural ou derrame pleural ou pericárdico maligno. M1b – Metástase a distância (fora do tórax) Carcinomaoculto:..........Tx No Mo Estádio 0:.................T1s No Mo Estádio IA:................T1 No Mo Estádio IB:............... T2 No Mo Estádio IIA:...............T1 N1 Mo Estádio IIB:...............T2 N1 Mo ou T3 No Mo Estádio IIIA:..............T3 N1 Mo ou T1/3 N2 Mo Estádio IIIB:..............T1-4 N3 Mo ou T4 N1/3 Mo Estádio IV:................T1/4 N1/3 M1 Já os tumores de pequenas células o TNM é pouco utilizado nesse tipo. Portanto, o estadiamento é feito da seguinte maneira: - Paciente com doença limitada: Geralmente significa que o câncer está apenas em um dos lados do tórax, o que pode incluir um pulmão e os linfonodos desse lado. Isso quer dizer que a doença está confinada a uma pequena área. - Paciente com doença extensa: Nessa condição a doença disseminou para o outro pulmão, linfonodos e outros órgãos, incluindo a medula óssea. Dois em cada 3 pacientes com câncer de pulmão de pequenas células apresentam doença extensa no momento do diagnóstico. Linfonodos (N) Metástases a Distância (M) Estadiamento Fincal Por outro lado, o pulmão também é alvo de metástase de câncer em outros órgãos, que na maioria das vezes ocorre por disseminação via hematogênica. Quando o tipo de metástase pulmonar é micronodular (miliar), as principais hipóteses de origem são o ovário, rim, melanoma e tireoide. Quanto as metástases solitárias, podem ser originarias de tumores colorretal, rim, colo uterino e melanoma. No caso das linfangiomatosas, podem ser originárias do carcinoma broncogênico, mama, pâncreas, estômago e próstata. Síndrome de Pancoast A síndrome de Pancoat ocorre quando tumores apicais, geralmente CPCNP (tumor de Pancoast), invadem o plexo braquial, a pleura ou arcos costais, desencadeando dor no ombro ou nos membros superiores e fraqueza ou atrofia da mão ipsolateral. A síndrome de Pancoast também pode incluir a síndrome de Horner. Os tumores de Pancoast, também denominados tumores do sulco pulmonar superior, são aqueles localizados no sulco formado pela passagem dos vasos subclávios pela cúpula da pleura e ápices pulmonares . Compreendem geralmente neoplasias pulmonares não- - pequenas células, em especial o carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma, sendo aquele o de maior prevalência. Devido à sua localização peculiar, esses tumores podem comprimir os ramos inferiores do plexo braquial, causando dor ipsilateral em ombro e membro superior na distribuição das raízes nervosas C8, T1 e T2 (Síndrome de Déjerine-Klumpke); fraqueza e atrofia dos músculos intrínsecos da mão; compressão do gânglio simpático estrelado (Síndrome de Claude-BernardHorner - ptose, miose e anidrose ipsilaterais). Essa constelação de sinais e sintomas constitui a Síndrome de Pancoast, descrita pela primeira vez em 1838. A Síndrome de Pancoast é a forma de apresentação de cerca de 4% dos cânceres de pulmão, os quais representam a primeira causa de morte por câncer em homens e a segunda em mulheres no Brasil. O diagnóstico é realizado através da apresentação clínica, exames de imagem como radiografia e tomografia computadorizada de tórax ou ressonância nuclear magnética, necessitando de confirmação histopatológica. Os principais sítios de metástases são fígado, cérebro, ossos e supra- renais. De acordo com a Classificação TNM, o tumor de Pancoast apresenta-se tipicamente como T3 ou T4,ao diagnóstico. Dessa forma, tem-se que o diagnóstico da Síndrome de Pancoast é relativamente fácil quando a doença já está avançada e as manifestações clínicas são exuberantes, entretanto, deve-se suspeitar sempre que pacientes tabagistas apresentem dores crônicas em ombros e braços, sem melhora com antiinflamatórios, oportunizando assim o diagnóstico precoce. Síndrome da Veia Cava Superior Síndrome da veia cava superior é um grupo de sintomas causados pelo bloqueio parcial da veia cava superior, uma veia grande que transporta o sangue da cabeça, pescoço, peito e braços para o coração. Na maioria dos casos, a síndrome é causada pelo câncer. A veia cava superior, que drena para o átrio direito do coração, pode ser comprimida quando um tumor cresce dentro do tórax. Os tipos de câncer que podem causar a síndrome são o de pulmão e o linfoma Não- Hodgkin, além das metástases. Às vezes, um tumor que inicialmente se desenvolveu fora da veia cava superior pode invadi-la causando uma obstrução. Como a veia cava superior situa-se perto de uma série de gânglios linfáticos, qualquer tipo de câncer que se dissemina para os linfonodos, aumentando seu tamanho, também pode causar a síndrome. Os gânglios linfáticos aumentados comprimem a veia, retardando o fluxo do sangue e resultando no bloqueio total da veia. Uma causa menos comum da síndrome é a trombose na veia causada por um cateter intravenoso. O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social. Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos em outros órgãos. Para os pacientes com doença localizada, e, particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) no mediastino (região entre os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia. Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo. Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo. Portanto, o tratamento do câncer de pulmão depende do tipo histológico e do estágio da doença, podendo ser tratado com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, e/ou modalidades combinadas. Os sintomas da síndrome, normalmente, se desenvolvem lentamente e incluem dificuldade para respirar ou falta de ar, tosse e inchaço da face, pescoço, tronco, braços e dor no peito. Em casos graves, a pele pode ficar escura (azulada) devido à cianose. A síndrome da veia cava superior pode evoluir rapidamente bloqueando completamente a traqueia o que necessita de ações imediatas. Comumente, se o bloqueio se desenvolve lentamente, outras veias podem ajudar a circular o sangue, com isso os sintomas podem tornar-se menos intensos. Os sinais da síndrome da veia cava superior podem ser vistos numa radiografia de tórax, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. No entanto, estes exames não diagnosticam a síndrome. Se os sintomas forem leves, a traquéia não é bloqueada, e há um fluxo sanguíneo bom pelas veias colaterais do tórax, assim o início do tratamento pode aguardar até que se tenha um diagnóstico claro. Na maioria dos casos, a síndrome da veia cava é manejada com o tratamento do próprio câncer. Outros tratamentos, a curto prazo, para reduzir os sintomas incluem a elevação da cabeça do paciente, administração de corticosteróides para reduzir o inchaço ou utilização de diuréticos para eliminar o excesso de líquido do corpo. Menos frequentemente, a síndrome da veia cava pode ser tratada com dissolução do coágulo, colocação de stent ou cirurgia. A síndrome da veia cava superior pode ser fatal em crianças. A traquéia da criança é menor e mais frágil que no adulto, podendo rapidamente inchar ou ser contraída, levando a problemas respiratórios. Os sintomas mais comuns da síndrome em crianças são semelhantes aos dos adultos e podem incluir tosse, rouquidão, dificuldade respiratória e dor torácica. Felizmente, a síndrome da veia cava superior é rara em crianças A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizadosno mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença. Cerca de 20% dos casos são passiveis de tratamento cirúrgico. Porém, na grande maioria (80-90% dos casos) a cirurgia não é possível na ocasião do diagnóstico, devido à extensão da doença (estágio avançado) ou à condição clínica debilitada do paciente. Tratamento C I R U R G I A Segmentectomia e ressecção em cunha quando se retira uma parte pequena do pulmão (somente o segmento ou parte do segmento que envolve o tumor), reservada para pacientes com tumores pequenos e que não suportam cirurgias maiores por apresentarem idade ou condições clínicas e/ou respiratórias limitadas. É a cirurgia de escolha para o tratamento do câncer de pulmão. Retira-se todo o lobo pulmonar (grupo de segmentos), onde o tumor está situado. É o mais adequado por remover toda a doença de forma anatômica. É a retirada de um pulmão inteiro (suas indicações são limitadas e restritas). Procedimento com morbidade maior e não tolerado por alguns pacientes. Lobectomia Pneumectomia Q U I M I O T E R A P I A O tratamento quimioterápico visa a destruir as células cancerígenas, assim como reduzir o crescimento do tumor ou amenizar os sintomas da doença. Pode apresentar efeitos colaterais indesejáveis, não sendo tolerada por todos os pacientes. Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser utilizada antes ou após a cirurgia. Também pode ocasionar uma série de efeitos colaterais (como pneumonite e esofagite). Trata-se de uma nova forma de tratamento de câncer, frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha determinadas características moleculares (genéticas). Essas medicações têm sido reservadas para o tratamento de doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento para selecionar o grupo de pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento. R A D I O T E R A P I A T E R A P I A - A L V O Políticas Públicas PORTARIA Nº 957, DE 26 DE SETEMBRO DE 2014 - Aprova as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Câncer de Pulmão. Art. 1º Ficam aprovadas, na forma do Anexo desta Portaria, as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas – Carcinoma de Pulmão. § 1º As Diretrizes, objeto deste Artigo, que contêm o conceito geral do carcinoma de pulm ão, critérios de diagnóstico, tratamento e mecanismos de regulação, controle e avaliação, são de caráter nacional e devem ser utilizadas pelas Secretarias de Saúde dos Estados e dos Municípios na regulação do acesso as sistencial, autorização, registro e ressarcimento dos procedimentos correspondentes. § 2º É obrigatória a cientificação ao paciente, ou ao seu responsável l egal, dos potenciais riscos e efeitos colaterais relacionados ao uso de procedimento ou medicamento pr econizado para o tr atamento do carcinoma de pulmão. § 3º Os gestores estaduais e municipais do S US, c onforme a sua competência e pactuações, deverão estruturar a rede assistencial, de finir os serviços referenciais e estabelecer os fluxos para o atendimento dos indivíduos com a doença em todas as etapas descritas no Anexo desta Portaria. A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença. Cerca de 20% dos casos são passiveis de tratamento cirúrgico. Porém, na grande maioria (80-90% dos casos) a cirurgia não é possível na ocasião do diagnóstico, devido à extensão da doença (estágio avançado) ou à condição clínica debilitada do paciente. REFERÊNCIA: Ministério da Saúde - Secretaria de At enção à Saúde desde 1989, o INCA desenvolve ações voltadas para o tratamento do tabagismo. Atualmente, nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal, as secretarias estaduais de saúde possuem coordenações do Programa de Controle do Tabagismo que, por sua vez, descentralizam as ações para seus respectivos municípios atuando de forma integrada. Assim, o tratamento de tabagismo no Brasil é desenvolvido com base nas diretrizes do PNCT que está sob a coordenação e gerencia mento da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco (Ditab), do iNCA. As ações educativas, legislativas e econômi cas desenvolvidas no Br asil vêm gerando uma dim inuição da aceitação social do tabagismo, fazendo com que um número cada vez maior de pessoas queira parar de fumar,evidenciando a importâ ncia de priorizar o tr atamento do fumante como uma estratégia fundamen tal no controle do tabagismo. Cabe destacar ainda que desde 2002, o Ministério da Saúde vem publicando e atualizando portarias que incluem o tratamento do tabagismo na rede SUS – tanto na atenção básica quanto na méd ia e alta complexidade. Tais portarias definem form as de a bordagem e tratamento do tabagismo, aprovam o plano para implantação, p rotocolo clínico e diretrizes ter apêuticas, determinam a disponibilização pelo Ministério da Saúde aos muni cípios com unidades de saúde que realizam o tratamento para o tabagismo, dos materiais de apoio e medicamentos utilizados para esse fim, formas de adesão ao tratamento do tabagismo pelos municípios, além de definir o financiamento dos procedimentos a serem utilizados. É importante destacar que ao ingressar no programa de tratamento do tabagismo as gestões das diferentes instâncias assumem o compromisso de organização e implantação das ações para o cuidado da pessoa tabagista. O tratamento inclui avaliação clínica, abordagem mínima ou intensiva, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa juntamente com a abordagem intensiva. O PCDT é um documento oficial do Sistema Único de Saúde (SUS) que estabelece os critérios para o diagnóstico do tabagismo, o tratamento, o uso de medicamentos e outros insumos apropriados, o acompanhamento e também trata dos resultados terapêuticos. REFERÊNCIA: Programa Nacional de Controle do Tabagismo – INCA Segundo a últim a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados, no Brasil, mais de 30 mil novos casos de câncer d e pulm ão, p ara cada ano do tri ênio 2020-202 2. A doença ocupa, atualmente, a terceira colocação no ranking dos tipos de câncer mais incidentes no país , exceto pel e não melanoma, mas ainda é o p rimeiro quando se fala em taxa de mortalidade. Isso o corre, principalmente, por cont a de seu desenvolvimento silencioso, que, quando chama a atenção por meio de sinais e sint omas, geralmente, já está em fase avançada e sem ou com poucas chances de cura. Apesar dos diversos fato res que favorecem a o corrência do câncer d e pulmão, como exposição a agentes cancerígenos químicos ou físicos, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e fatores genéticos, o tabagismo ainda é o principal fat or de risco. Com o intuito de reduzir tais taxas, o HA lançou, em 2019, um program a de rastreamento ativo de câncer de pulmão como parte de uma iniciativa mais ampla da instituição, que se destaca por incluir também atividades de prevenção primária e pesquisa científica de ponta com marcadores biomoleculares. Para que isso fosse possível, o Hospital de Amor contou com a colaboração da Secretaria Municipal de Saúde de Barretos, facilitando o treinamento e a constituição de grupos de cessação de tabagismo em suas unidades básicas de saúde (UBSs), que posteriormente passaram a enviar indivíduoselegíveis. Em um formato pionei ro na América Latina, uma unidade móvel foi equipada com um to mógrafo computadorizado de baixa dose e direcionada a fazer o acompanhamento da população de risco. O programa é o único no Brasil que integra dados de diversas esferas da área da saúde e oferece gratuitamente esse exame aos usuários do Sistema Único de Saúde. Inicialmente, o projeto atendeu com exclusividade os encaminhamentos dos participantes dos grup os de cessação de tabagismo, mas, desde janeiro deste ano, o rastreamento está dispo nível para todos os indivíduos que fazem parte do grup o de risco e que residem em um dos 18 municípios que compõem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V). para o desenvolvimento d a doença, com até 85% dos casos diagnosticados a ssociados ao cons umo e exposição passiva aos derivados do tabaco. REFERÊNCIA: Ho spital de Amo r em Barretos Programa de rastreamento de câncer de pulmão do HA expande sua atuação em 2020