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Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 Neoplasia de Pulmão 1. Conhecer as neoplasias de pulmão -Câncer de pulmão/carcinoma broncogênico,trata-se de neoplasia maligna com origem no epitélio do trato respiratório inferior. Classificação/Tipos Histológicos -Uma variedade de tumores benignos e malignos pode surgir no pulmão, porém 90% a 95% são carcinomas, aproximadamente 5% são carcinoides brônquicos e 2% a 5% são neoplasias mesenquimais e outros tipos diversos. Tumor Benigno -O tumor benigno mais comum é um discreto “hamartoma”, esférico e pequeno (1 a 4 cm), que aparece frequentemente como “lesão em moeda” em radiografias torácicas.Consiste, principalmente, em cartilagem madura misturada com gordura,tecido fibroso e vasos sanguíneos, em proporções variadas. - Carcinoma Bronquíolo-Alveolar: é um subtipo de adenocarcinoma, representando apenas 3% do total dos carcinomas broncogênicos. É derivado das células alveolares e se apresenta como massa, lesão difusa multinodular ou infiltrados alveolares (assemelhando-se a uma pneumonia). - Caracteriza-se por se espalhar pelos espaços alveolares, sem invadir os septos alveolares -crescimento lepídico. Carcinomas 1. Carcinoma Não Pequenas Células (CNPC) 1.1 Carcinoma Epidermoide (escamoso ou espinocelular) -Escamosa devido a metaplasia que sofreu(escamoso-forma camada de queratina) - Mais comum em nosso meio, responsável por até 2/3 dos casos, principalmente em homens.25 a 35% dos casos -Se origina do epitélio brônquico e mostra,localização mais central ou proximal. - Se apresenta como tumoração brônquica exofítica (que se desenvolve do lado externo do órgão) facilmente visualizada à broncoscopia.É o tipo com maior chance de ser diagnosticado pela citologia do escarro. - É também a causa mais comum de hipercalcemia paraneoplásica e cavita em 10 a 20% dos casos. -Via linfática,hematogênica forma tardia -p53,p63,p40,C ? 1.2 Adenocarcinoma - Representa o tipo histológico mais comum em países desenvolvidos. - É o tipo predominante no sexo feminino, nos jovens (< 45 anos) e nos não fumantes. - Tem maior chance de ser encontrado na citologia do líquido pleural e no aspirado nodular transtorácico. -Pode ocorre perto do hilo -EGFR ;KRAS; -Origina-se das glândulas mucosas e, tipicamente,localiza-se perifericamente; - É a causa mais comum de osteoartropatia hipertrófica paraneoplásica, e possui pior prognóstico que o escamoso, quando comparado no mesmo estágio. Existem dois tipos histológicos: ● Mucinoso-derivado das células caliciformes ● Não mucinoso-derivado dos pneumócitos tipo II. 1 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 1.3 Carcinoma de Grandes Células Anaplásico -Grupo heterogêneo dos tumores anaplásicos que não apresenta aspectos de adenocarcinoma nem carcinoma escamoso. - Perfaz < 10% dos casos, sendo o subtipo menos frequente. -Apresenta o pior prognóstico dentre os carcinomas não pequenas células. - De localização mais periférica(pode aparecer em qualquer partes),comumente cavita. -Diagnóstico de exclusão não tem um marcador típico. 2. Carcinoma de Pequenas Células/ Avenocelular(CPPC) -Responsável por 15-20% dos casos. -É de origem brônquica e, de modo peculiar, se inicia como uma lesão central que pode, com freqüência, estreitar ou obstruir os brônquios. As linfoadenomegalias hilares e mediastinais, bem como a presença de doença metastática, estão comumente presentes no momento do diagnóstico. -Apresenta o pior prognóstico e maior agressividade entre os carcinomas broncogênicos (tempo de duplicação em torno de 30 dias versus 200 dias para os carcinomas não pequenas células). - Geralmente de localização central, possui 70% de chance de metástase à distância no momento do diagnóstico. Na maioria das vezes, cursa com invasão do mediastino. - O nome avenocelular ou oat cell vem do fato de suas células se parecem com grãos de aveia... Essas células têm origem no tecido neuroendócrino (tal como o tumor carcinoide).liberando assim marcadores que são os hormônios… - Responde pela maioria das síndromes paraneoplásicas neuroendócrinas associadas ao câncer de pulmão. - É o subtipo mais fortemente associado ao tabagismo, sendo raríssimo em não fumantes. marcador:cromoganina,cinapofisina e KI-63,CD56,P53 e LB,3p Epidemiologia -Câncer de pulmão atualmente é o câncer diagnosticado com maior frequência no mundo entre os tipos principais e a causa de mortalidade por câncer mais comum mundialmente. -90% das neoplasias malignas pulmonares são classificadas como CA de pulmão. -A incidência em homens vem diminuindo devido às campanhas contra o tabagismo,todavia vem aumentando em mulheres.A década de 60 foi marcada pela revolução feminista, quando mulheres passaram a assumir condições que até então eram características dos homens. O hábito do tabagismo entre a população feminina começou a crescer e, em consequência disso,as taxas de incidência e de mortalidade por câncer de pulmão aumentaram. -As mulheres têm maior suscetibilidade aos carcinógenos da fumaça do tabaco que os homens.Genes mais expostos.Estrogênio protege contra o carcinogênicos. -A mortalidade em cinco anos dos pacientes com essa neoplasia varia de 87 a 90%, e a sobrevivência em cinco anos se mantêm em torno de 15%.Esses dados demonstram a agressividade da doença,pois se apresenta nas suas formas mais avançadas no momento do diagnóstico e à pouca eficácia do tratamento disponível atualmente, com respostas aceitáveis apenas em um número reduzido de pacientes. -De cada 100 novos casos de câncer do pulmão, 80 são inoperáveis . -Fumantes têm 20 vezes mais chances de desenvolver o CA de pulmão do que um não fumante. Etiologia -Principal causa é o tabagismo.Por isso,antes da epidemia mundial do tabagismo no início do século XX, o câncer de pulmão era considerado raro. -Cerca de 90% dos homens e 80% das mulheres que têm a doença são(ou foram) tabagistas. 2 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 -Fora a nicotina, já foram identificadas mais de 4.700 substâncias diferentes na composição do cigarro.Entre elas: acetona (removedor de esmalte),amônia(desinfetante para pisos e privadas),terebintina (diluente para tinta a óleo),naftalina (mata-baratas), formol (conservante de cadáver), fósforo P4/P6 (usado em venenos de ratos), monóxido de carbono presente na fumaça do cigarro (o mesmo que sai do escapamento dos carros) e alcatrão (causador de câncer na boca, garganta, pulmão). -Os inúmeros carcinógenos contidos na fumaça inalada diretamente pelo fumante e na fumaça do ambiente, liberada do tabaco queimado entre as tragadas e somada à fumaça exalada pelo fumante. -Fumar cachimbo e charutos também aumenta o risco de desenvolver o CA de pulmão, mas de maneira mais modesta.Isso porque trata-se de fumaças menos tragáveis, ou seja,o indivíduo aspira uma menor quantidade de fumaça para satisfazer a sua necessidade pela nicotina,de forma que a fumaça é absorvida pela mucosa oral,assim a pessoa fica mais suscetível a desenvolver,por exemplo carcinomas da mucosa exposta,como CA de boca,lábios … Mutações -Um subgrupo de adenocarcinomas (cerca de 10% em brancos e 30% em asiáticos),especialmente os que surgem em mulheres não tabagistas, apresentam mutações que ativam o receptor do fator de crescimento epidérmico(epidermal growth factor receptor – EGFR), que é um receptor tirosina cinase que estimula as vias pró-crescimento envolvendo RAS, PI3K e outras moléculas de sinalização. -Outras mutações que podem ser alvos em potencial foram descritas em uma pequena proporção dos adenocarcinomas (4%-6%, ao todo), e incluemmutações que ativam outras tirosina cinases, como ALK, ROS1, HER2 ou c-MET. -Estudos de modelos murinos de lesões pulmonares identificaram uma população de células multipotentes na junção do ducto broncoalveolar, denominadas células-tronco bronquioalveolares (BASCs). Após o dano ao pulmão, as BASCs multipotentes proliferam e renovam os tipos celulares normais (células de Clara bronquiolares e células alveolares) encontrados no local, facilitando, assim, a regeneração epitelial. -Postula-se que as BASCs sofrem um evento desencadeador (p. ex., uma mutação somática do KRAS) que permite que estas células escapem dos mecanismos de pontos de verificação, resultando em adenocarcinomas pulmonares. Predisposição genética ao CA de pulmão- portadores de mutações herdadas nos genes relacionados ao reparo do DNA e ao metabolismo/ativação de carcinógenos seriam mais propensos ao desenvolvimento de câncer de pulmão quando expostos aos fatores de risco. - Determinados polimorfismos genéticos do sistema da enzima P450 ou fragilidade cromossômica são associados ao desenvolvimento de câncer de pulmão. ------------------------------------------------------------- Produtos químicos (pró-carcinógenos) são convertidos em carcinógenos através da ativação pelo sistema de enzimas mono-oxigenases P-450 altamente polimórficas. Os polimorfismos específicos do P-450 tem capacidade aumentada para ativar pró-carcinogênicos na fumaça do tabaco. ------------------------------------------------------------- -Parentes de primeiro grau com câncer de pulmão têm duas a três vezes mais risco de câncer de pulmão.Estes dados sugerem que genes específicos e/ou variantes genéticas podem contribuir para a suscetibilidade ao câncer de pulmão. No entanto, muito poucos desses genes já foram identificados. -Os indivíduos com mutações hereditárias em RB (pacientes com retinoblastoma que vivem até a idade adulta) e genes p53 (síndrome de Li-Fraumeni) podem desenvolver câncer de pulmão. -Três locus genéticos para risco de câncer de pulmão foram identificados por estudos de associação do genoma, incluindo 5p15 (TERT-CLPTM1L), 15q25(subunidades do receptor 3 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 de acetilcolina nicotínico CHRNA5-CHRNA-3) e 6p21(BAT3-MSH5). Outras etiologias: 2.Doenças pulmonar obstrutiva crônica e pneumopatias fibrosantes 3.Agentes ambientais(naturais ou ocupacionais): Os principais agentes exógeno: Radônio- é um gás que emana do solo, oriundo do decaimento radioativo do urânio. Há regiões da crosta terrestre que são ricas em urânio, o que explicaria maiores taxas de CA broncogênico em não fumantes naquelas áreas. A exposição ao radônio também justifica um maior risco da doença em mineiros. Asbesto/Amianto- por si só aumenta o risco, mas tal efeito é potencializado na coexistência de tabagismo(aumento de > 50x – há sinergismo entre os dois fatores). Poluição do ar-nas grandes cidades também aumenta o risco (principalmente pela queima de combustíveis fósseis, que libera hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e metais,como arsênio, níquel e cromo). -O risco relativo para câncer de pulmão é 15 vezes maior para as pessoas expostas aos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos do que para as não expostas. Radiação-a radiação ionizante é também um cancerígeno pulmonar estabelecido, mais convincentemente demonstrada a partir de estudos que mostram aumento das taxas de câncer de pulmão entre os sobreviventes das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki e os grandes excessos entre os trabalhadores expostos a radiação alfa de radônio na mineração subterrânea de urânio. Dieta- Um elevado consumo de frutas e vegetais parece ser protetor, o motivo seriam os altos níveis de antioxidantes, que reduzem a chance de transformação neoplásica celular (pois reduzem a chance de lesões no DNA). No entanto,NÃO há evidências de que a quimioprevenção contra o câncer de pulmão seja eficaz (através da suplementação da dieta com vitaminas e antioxidantes industrializados). Vitamina A em excesso pode aumentar o risco em tabagista . Fat�es de risco ● Tabagismo (risco 20x maior de desenvolver).Inclusive o passivo. -Fumar passivamente aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de pulmão em aproximadamente duas vezes, quando comparado com não fumantes. ● Ocupacional (exposição a carcinogênicos, o asbesto,sílica, rondônio,metal…) ● Ambientais (locais muito poluídos) água potável contendo arsênico ● Genéticos (familiar que teve câncer de pulmão) ● Idade avançada (maiores de 70 anos têm maior risco) ● Doenças de base (HIV, FIP fibrose pulmonar idiopática e DPOC) -Pacientes com enfisema pulmonar têm seis vezes maior probabilidade de apresentar câncer do pulmão do que os fumantes sem enfisema. -Lesões fibróticas cicatriciais da tuberculose também coexistem com maior probabilidade de ocorrência de câncer do pulmão, no local da infecção primária. ● Infecções Pulmonares de repetição ● Radioterapia:Ex: câncer de mama Fisiopatologia -Câncer desenvolve-se em múltiplas etapas, nas quais as células se tornam malignas por várias alterações genéticas que afetam seu crescimento, sua diferenciação e sua sobrevida, incluindo a mutação dos genes supressores tumorais, a ativação dos oncogenes e a transformação dos genes apoptóticos e aumento dos fatores de crescimento.Isso parece se dever à inflamação crônica que acompanha a exposição contínua e prolongada ao fumo. 4 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 Oncogenes que desempenham um papel na patogênese do câncer de pulmão incluem o RAS, a família myc, HER-2/11eu (c-crB) e o Bcl-2. - A familia ras de oncogenes tem três membros primários (H-ras, K-ras e N-ras), um dos quais, o K-ras, é ativado por mutações no códon 12 das células do câncer de pulmão. -A mutação ocorre em 30% dos adenocarcinomas de pulmão, mais frequentemente nos pacientes com histórico de tabagismo, mas não é observada nos CPCP. -A amplificação e expressão aumentada dos oncogenes da família myc (ti-myc, L-myc, N-myc) são observadas com 10% a 40% dos CPCP e com 10% dos CPCNP. -O gene frequentemente alterado, contudo, é o c-myc, cuja amplicação nos tumores CPCP que recidivam está associada a menor sobrevida. Genes supressores de tumor -Os de tumor incluem p53, Rb, 3p. -A mutação do p53 está correlacionada ao tabagismo e tem sido detectada com lesões pulmonares pré-neoplásicas. -As mutações do p53 são comuns tanto no CPCNP (aprox. 50%) como CPCP (aprox. 80%). -O gene do retinoblastoma (Rb) no CPCP está frequentemente mutado ou deletado,logo a proteína Rb não é expressa em 90% dos casos. -No CPCNP, Rb é normalmente expressa, mas, quando Rb está fosforilada, a divisão celular descontrolada pode ocorrer no CPCNP. -Uma das anormalidades mais precoces no CA de pulmão ocorre com a deleção de material genético no braço curto do cromossomo 3(3p)(p14-p23).A deleção acontece em aproximadamente 50% dos CPCNP e 90% dos CPCP. Fatores de crescimento -Os fatores de crescimento secretados pelas células do câncer de pulmão podem refletir nas células adjacentes ou regionais (estimulação parácrina) ou produzirem proliferação autônoma das células que os secretaram (estimulação autócrina). -As células que são afetadas por estimulação autócrina secretam um fator de crescimento biologicamente ativo. Os anticorpos que se ligam a fator de crescimento inibirão o crescimento celular. -Os fatores de crescimento (peptídeos) autócrinos que são importantes no crescimento do câncer de pulmão, particularmente CPCP, incluem o peptídeo liberador de gastrina(GRP), o fator de crescimento insulin-símile tipo 1(IGF-1) e o fator de crescimento de hepatócito. -O GRP ocorre em aproximadamente 20% a 60% dos CPCP e menos frequentemente nosCPCNP. O fator de crescimento do hepatócito é expresso, principalmente, nos CPCNP. Quadro clínico Perda ponderal e inapetência:tumores de alto metabolismo,leptina aumentada(saciedade), grelina inibida(apetite) -Mais de 90% dos pacientes com câncer do pulmão são sintomáticos no momento do diagnóstico.Os sinais e sintomas dessa neoplasia são secundários: 1) ao crescimento do tumor primário; 2) ao comprometimento loco-regional; 3) à disseminação a distância;ou 4) às síndromes paraneoplásicas -O câncer , do pulmão se origina mais comumente nos lobos superiores do que nos lobos inferiores e mais no pulmão direito do que no pulmão esquerdo.A localização mais comum das neoplasias dos pulmões é o segmento anterior do lobo superior direito. -O crescimento do tumor primário do pulmão pode ser central ou periférico, e essas formas de apresentação estão relacionadas com os diferentes sintomas apresentados pelos pacientes.Os tumores centrais se originam nos brônquios principais ou nos brônquios segmentares proximais e lobares/secundários, e os sintomas mais comumente associados com essa forma de apresentação são: tosse seca e não-produtiva; hemoptise; dispnéia obstrutiva; sibilos localizados; febre, secundária a pneumonite obstrutiva, e dor torácica vaga, persistente e de localização imprecisa. 5 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 -Os tumores periféricos se localizam nas vias aéreas distais, e os sintomas mais comumente relacionados são: tosse, dispnéia e dor torácica do tipo pleurítica e bem-localizada.Os adenocarcinomas e os carcinomas indiferenciados de grandes células se apresen- tam mais comumente como lesões nodulares e localizadas na periferia dos pulmões.Nesses casos, a linfoadenomegalia hilar ou mediastinal é rara e, ocasionalmente, a manifestação inicial da doença é o derrame pleural. Tosse:seca ou produtiva, é o sintoma mais comum em todos os pacientes com CA de pulmão.No entretanto, ela é mais comumente observada nos portadores de tumores centrais. -A maioria dos pacientes com suspeita de câncer do pulmão é fumante de longa data e freqüentemente portador de bronquite crônica. Por isso, a tosse e a expectoração, habitualmente presentes nesses pacientes, com frequência não são devidamente valorizadas. -Portanto, qualquer modificação no padrão da tosse já existente ou alteração na quantidade de expectoração são consideradas suspeitas e merecem investigação. -A tosse pode ser causada por um pequeno tumor agindo como um corpo estranho dentro do brônquio ou pode ser secundária à ulceração da mucosa. Hemoptise está presente em um terço dos casos das neoplasias pulmonares.Por isso, toda hemoptise, em indivíduos com mais de 40 anos, deve ser investigada com raio X do tórax e broncofibroscopia. -Aproximadamente 20% de todos os casos de hemoptise resultam do câncer do pulmão. -A quantidade de sangue expelida na tosse pode variar desde as pequenas quantidades capazes de salpicar ou raiar o escarro, até as volumosas hemoptises secundárias à rotura das veias brônquicas resultantes da invasão tumoral.Nas metástases pulmonares oriundas de neoplasias extrapulmonares, a hemoptise é rara. Infecções recorrentes Dispnéia, sibilo e estridor -A dispnéia geralmente é causada pela obstrução tumoral de um brônquio principal ou da traquéia. -Os tumores periféricos somente causam dispnéia quando são suficientemente grandes para interferir na função pulmonar, quando associados aos derrames pleurais volumosos ou como conseqüência de extensa linfangite carcinomatosa. -O sibilo é causado pelo estreitamento de um grande brônquio, pela obstrução tumoral ou pela compressão extrínseca, e tem significado quando é unilateral, localizado e de origem recente. -O estridor é produzido pela obstrução quase total do brônquio principal ou da traquéia, em sua porção inferior, e geralmente é pouco valorizado pelo paciente. -Febre e os calafrios podem estar presentes como manifestações secundárias à pneumonite obstrutiva ou à atelectasia. -Todos os pacientes, especialmente aqueles com mais de 40 anos e fumantes, e que tenham pneumonias recorrentes, com a mesma localização ou de resolução prolongada, devem ser investigados com o objetivo de se afastar a possibilidade de uma neoplasia pulmonar. -O abscesso do pulmão como consequência da necrose de uma massa tumoral também pode ser o responsável pela febre e, nesses casos, a hemoptise e a expectoração purulenta e fétida são comuns. Sinais e sintomas devidos à disseminação locorregional do câncer do pulmão -A disseminação intratorácica do câncer do pulmão, tanto por extensão direta quanto pela linfangite carcinomatosa, pode produzir uma variedade de sinais e sintomas. -Eles são secundários ao envolvimento de nervos (frênico e laríngeo recorrente, plexo braquial, troncos e plexos simpáticos),dos grandes vasos (veia cava superior),de vísceras (esôfago, pericárdio e coração), do diafragma e da parede torácica. 6 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 -A linfonodomegalia mediastinal raramente causa sintomas, a menos que seja volumosa. Os locais mais comuns de encontrarmos linfonodos visíveis ou palpáveis são as fossas supraclaviculares. Síndrome de Pancoast-Tobias-O tumor localiza-se posteriormente no ápice dos lobos superiores, junto ao plexo braquial. -A maioria dos tumores é do tipo escamoso, de crescimento lento e raramente produz metástases à distância. O tumor pode invadir a pleura e a parede torácica, causando a destruição da 1a e 2a costelas causando intensa dor.Pode também invadir e destruir o corpo vertebral. - Caracterizada por dor no ombro e/ou escápula ipsilateral e dor na distribuição do nervo ulnar (com atrofia muscular e paresia distal). O envolvimento das raízes C8,T1 e T2, pela extensão tumoral no ápice pulmonar, justifica as manifestações. Síndrome de Horner é comum no tumor de Pancoast-Tobias. Ela é secundária ao envolvimento da cadeia simpática e do gânglio estrelado,causando enoftalmia unilateral, ptose palpebral, miose e anidrose ipsilateral da face e do membro superior. Síndrome da Veia Cava Superior (SVCS)-relacionada ao carcinoma broncogênico originário do lobo superior do pulmão direito. -A obstrução da veia cava superior é um processo subagudo ou agudo,na maioria das vezes causada por uma neoplasia maligna intratorácica. -O câncer do pulmão é o responsável por 46 a 75% de todos os casos da SVCS.Esta é secundária à compressão, à invasão e, ocasionalmente,à formação de um trombo endoluminal. -Suas manifestações incluem edema e congestão da face e extremidades superiores, circulação colateral proeminente, visível na região superior do tórax, e turgência jugular. -Outros sintomas incluem tosse, síncope (que pode ser precipitada pela tosse),cefaléia, ortopneia, cianose dos membros superiores e da face é comum, cefaléia,dispnéia, dor torácica, e disfagia. -O carcinoma de pequenas células é o subtipo mais comumente encontrado. Paralisia do nervo laríngeo recorrente e do nervo frênico - Rouquidão e paralisia de um hemidiafragma são achados incomuns no momento do diagnóstico, mas são observados, com frequência, nas fases tardias da doença. - A rouquidão é secundária à compressão ou à invasão do nervo laríngeo recorrente pelo tumor, e é encontrada associada, mais comumente,aos tumores do lobo superior do pulmão esquerdo. - Paralisia diafragmática (envolvimento do nervo frênico) Parede torácica-dor torácica é comum nos pacientes com neoplasias pulmonares. -Geralmente é intermitente, podendo durar alguns minutos ou horas, e em geral é do mesmo lado do tumor, sem relação com a respiração ou com a tosse. -Quando a dor é intensa, persistente, bem localizada, do tipo pleurítica, e piora com a tosse, ela está comumente relacionadacom a invasão neoplásica da pleura parietal e/ou da parede torácica, com erosão dos arcos costais. -A dor torácica, geralmente associada à tosse e à dispnéia, pode ser associada à compressão neoplásica da artéria pulmonar. Pleura e diafragma- A presença de derrame pleural pode ou não significar comprometimento pleural pelo tumor. Ele pode ser secundário à obstrução linfática, pneumonite pós-obstrutiva, ou até a presença de outra desordem não relacionada ao carcinoma broncogênico (insuficiência cardíaca congestiva, a infecção pulmonar, a tuberculose, etc. -Independentemente do seu mecanismo de formação, a presença de derrame pleural está associada com um mau prognóstico, mesmo quando a citologia está negativa. -O comprometimento pleural ocorre em 8 a 15% dos pacientes com câncer do pulmão e é 7 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 assintomático em 25% deles.Quando sintomáticos, as principais queixas são a dispnéia, a dor torácica e a tosse. Coração-as metástases para o coração e para o pericárdio ocorrem por migração linfática retrógrada(corre contra algumas células) das células tumorais, disseminação hematogênica e a invasão tumoral direta. -O envolvimento metastático do coração ocorre em aproximadamente 15% dos pacientes com câncer do pulmão. -Na neoplasia primária do pulmão, o pericárdio é mais frequentemente acometido do que o coração. As duas manifestações mais comuns do envolvimento do pericárdio nos portadores de neoplasias pulmonares são o início súbito de arritmia cardíaca (taquicardia sinusal ou fibrilação atrial) e o aumento da área cardíaca na radiografia do tórax, com ou sem sintomas da insuficiência cardíaca direita. -Os efeitos hemodinâmicos do acúmulo de líquido pericárdico e diminuição do débito cardíaco. Em alguns casos, existe uma evolução rápida para choque, parada cardíaca e óbito. IPC! Insuficiência cardíaca no lado direito ou cor pulmonale -Isso deve-se:baixos níveis de oxigênio causam um aumento da pressão arterial nas artérias dos pulmões, uma condição conhecida como hipertensão pulmonar. Esôfago-a disfagia é um sintoma incomum nos pacientes com carcinoma broncogênico (2%), o usual é que os linfonodos aumentados de tamanho desviem o esôfago, produzindo uma deformidade que não é capaz de comprometer sua função. -Somente quando a parede do esôfago é invadida pela neoplasia é que existe a possibilidade de obstrução do órgão, e ela acontece mais frequentemente quando o tumor primário do pulmão tem origem no brônquio principal esquerdo. -A presença de disfagia geralmente está relacionada com a presença de doença avançada e inoperável. Sinais e Sintomas devidos à disseminação extratorácica do câncer de pulmão - O grande volume de sangue que flui pelos pulmões por meio dos vasos pulmonares é o responsável pela precoce e frequente disseminação hematogênica do câncer do pulmão. - A frequência das metástases extratorácicas varia de acordo com o tipo celular e a diferenciação histológica do tumor: é maior no CPPC e nos tumores pouco diferenciados. No grupo dos CPCNP, as metástases a distância predominam no adenocarcinoma, seguido pelo carcinoma indiferenciado de grandes células e pelo carcinoma escamoso. -As metástases extratorácicas do câncer de pulmão são mais frequentemente encontradas no sistema nervoso central, nos ossos, no fígado e nas adrenais,nessa ordem. – lembrar do mnemônico “FOCA” - Os locais mais frequentemente envolvidos por metástases são: adrenais (50% dos casos); fígado (30-50%); ossos (20%) e cérebro (20%) MEDCURSO Sistema Nervoso Central (SNC) -O CPPC e o adenocarcinoma são os mais comumente envolvidos. - Os compartimentos anatômicos do cérebro mais comumente envolvidos pelas metástases são a calvária, as leptomeninges e o parênquima cerebral. - O câncer do pulmão é a neoplasia que mais comumente produz metástases para o cérebro, sendo o responsável por 40 a 60% de todas as metástases para o SNC. 8 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 -Aproximadamente 80 a 85% das metástases para o parênquima cerebral comprometem os lobos frontais, enquanto 10 a 15% delas acometem o cerebelo. -Os sinais e sintomas são cefaléia, náusea, vômito,alteração mental, fraqueza, crises convulsivas e depressão; os menos comuns são sinais neurológicos focais, hemiparesia unilateral, crises convulsivas focais,anormalidades nos pares cranianos, alteração na função cerebelar e afasia. - Outra complicação das metástases para o SNC diz respeito ao acometimento da medula ao longo de seu eixo.Deve-se geralmente a metástases ósseas vertebrais, e pode levar à síndrome de compressão medular(emergência oncológica),a qual ocorre em 3% dos pacientes com câncer do pulmão, sendo mais comum nos portadores do CPPC.Seus sinais e sintomas mais comuns são: dor lombar ou radicular, fraqueza, distúrbio da sensibilidade, diminuição da força muscular e disfunção esfincteriana. Ossos-os pacientes com câncer do pulmão desenvolvem metástases ósseas em 25% dos casos, e 80% delas se localizam no esqueleto axial(crânio,caixa torácica e coluna vertebral). -A principal causa de metástase óssea em mulheres é o câncer de mama, e em homens o câncer de próstata, estando o câncer de pulmão em segundo lugar para ambos os sexos. - Os sinais e sintomas mais comuns associados às metástases ósseas são dor localizada,fraturas patológicas,hipercalcemia, déficit neurológico e imobilidade. Fígado-as metástases hepáticas ocorrem em 1 a 35% dos pacientes com câncer do pulmão,mais comumente nas fases avançadas da doença. Os sintomas e sinais mais características são anorexia, dor epigástrica e hepatomegalia multinodular. A icterícia e a ascite são incomuns. Adrenais-sua incidência varia de 1,9 a 21,4% e na maioria das vezes é assintomática. Síndromes Paraneoplásicas - O termo é utilizado para identificar um grupo de sinais e sintomas secundários às neoplasias que ocorrem em locais distantes do tumor primitivo e de suas metástases. -Com frequência se manifestam meses antes da detecção do câncer, dessa forma,pode levar a um diagnóstico precoce da lesão, mas também podem surgir nas fases tardias da doença. - Dentre os tumores de pulmão, o CPPC é o subtipo mais frequentemente responsabilizado. -Elas são causadas pela produção sistêmica pelo tumor de diversas substâncias,como polipeptídeos, hormônios, anticorpos, complexos imunes, prostaglandinas,citocinas e ocorrem em pelo menos 10% dos pacientes com câncer do pulmão. -Mais comumente associadas ao câncer do pulmão são: ● 1-as endócrinas (síndrome de Cushing) -Ocasionada pela produção tumoral de ACTH ou CRH. - Costuma se relacionar ao CPPC. - O paciente costuma apresentar hipertensão arterial, hiperglicemia e alcalose metabólica hipocalêmica, sendo menos frequente o aspecto cushingóide (fácies de lua cheia, giba, obesidade etc). ● 2- hipercalcemia; -Comumente associada ao carcinoma epidermóide. - Tem como causa a produção tumoral de PTH-rp (peptídeo relacionado ao paratormônio), substância que tem exatamente o mesmo efeito do PTH – induz atividade osteoclástica e inibe a excreção renal de cálcio. ● 3-as neurológicas -Síndrome Miastênica de Eaton-Lambert - É encontrada em 1-3% dos pacientes com CPPC. - O mecanismo é a produção de autoanticorpos contra os canais de cálcio sensíveis à voltagem presentes nos neurônios pré-sinápticos da placa motora (terminação neuromuscular). -Tais anticorpos bloqueiam a liberação de acetilcolina na fenda sináptica,impedindo a transmissão do impulso. -As manifestações incluem fraqueza muscular proximal, hiporreflexia e disfunção autonômica. 9 Maria Brito-MedicinaOncologia-P4 ● 4-a osteoartropatia pulmonar hipertrófica -(OPH) apresenta-se com baqueteamento digital por aumento dos tecidos moles nas extremidades (periostite de ossos longos) e sinovite de grandes articulações periféricas, geralmente simétricas. -O adenocarcinoma é o subtipo usualmente encontrado; o carcinoma epidermóide é responsável por até 38% dos casos. 2. Compr�nder o diagnóstico e estadiamento das neoplasias de pulmão (explicar PET-CT) -Quase sempre o diagnóstico só é feito quando o tumor se encontra em estágios avançados. -Somente 15% das pessoas possuem doença localizada(potencialmente curável) ao diagnóstico. -Não se deve rastrear doença em pacientes assintomáticos. -Diagnóstico precoce é algo por acaso. Anamnese: Carga-tabágica: número de maços por dia X o tempo que fuma (anos). -ALTO RISCO um valor > 20 anos-maços e idade >45 anos. IPC! Não existe uma faixa de segurança para pacientes fumantes,em qualquer grau,tem o risco proporcional de desenvolver o CA de pulmão. -O diagnóstico do câncer do pulmão depende por completo da amostra cito ou histopatológica na qual se possa confirmar a neoplasia e definir seu tipo. Métodos não invasivos 1. Radiografia do tórax (raio X)-desempenha papel fundamental no diagnóstico do câncer do pulmão nos pacientes assintomáticos.Investigação incial. -Infelizmente, por causa da superposição das imagens das clavículas e dos primeiros arcos costais, os lobos superiores são regiões de difícil avaliação radiológica. -No entanto, 10 a 30% dos casos de câncer de pulmão não são detectados na radiografia, pois é de valor limitado principalmente na detecção de nódulos com menos de 2cm de diâmetro e não é de confiança na avaliação de pacientes com câncer de pulmão potencialmente ressecável.Logo,apresenta baixa sensibilidade(não detecta lesões pequenas e lesões escondidas na silhueta cardíaca). - Os tumores que se apresentam como nódulos periféricos geralmente só são observados na radiografia do tórax quando seu diâmetro alcança 2 cm. -A maioria dos carcinomas escamosos e dos CPPCs apresenta-se, ao estudo radiológico do tórax, como massas hilares. O aumento hilar é, provavelmente, o achado radiológico mais comum nos pacientes com câncer do pulmão. Esse aumento pode ser devido ao próprio tumor, ao aumento dos linfonodos do hilo ou a ambos. As grandes massas hilares e mediastinais estão mais comumente associadas ao CPPC.ou até mesmo atelectasia/derrame pleural 3.Tomografia computadorizada -Todo paciente com raio X normal com forte suspeita clínica ou raio X sugestivo deve-se realizar TC.Pois define melhor que o raio X simples características anatômicas da lesão,além de permitir uma análise mais detalhada do mediastino e das suprarrenais. -Pode ir direto para TC em casos se tiver subsídio(história familiar,nódulo…) -Nos pacientes com tumores periféricos, permite definir as margens da lesão e a presença de cavitações ou calcificações.É excelente para demonstrar invasão de corpo vertebral. -A TC também é útil na detecção de pequenos derrames pleurais não evidenciados no estudo radiográfico padrão do tórax. A TC e a ressonância magnética podem detectar uma lesão lítica(ocorre diminuição do tecido)do osso que ainda não tenha sido notada na radiografia convencional. 3.Citologia do escarro -Sensibilidade de 60 a 70% para tumores de localização centrais. -O exame citológico consiste de amostras acumuladas de escarro em três dias consecutivos.Quando se analisam quatro 10 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 amostras consegue-se 85% de resultados positivos nos pacientes portadores de carcinoma brônquico. -Seu rendimento depende da existência de expectoração,do tamanho e localização do tumor e da experiência do citopatologista. -O tipo histológico mais comumente detectado pela citologia do escarro é o carcinoma de células escamosas (CCE). 4.Ressonância Nuclear Magnética(RNM)-seu uso limita-se ao estudo de tumores com invasão do canal medular e a à avaliação dos tumores de sulco superior (tumor de Pancoast ou tumores pancostóides).Podendo demonstrar a infiltração dos vasos subclávios ou plexo braquial. - É indicada nos casos de contraindicação ao uso de contraste iodado endovenoso,ou quando o exame de TC não é esclarecedor. 5.Cintilografia óssea-o mapeamento ósseo com tecnécio radioativo é útil ao diagnóstico de metástase óssea de câncer pulmonar para estadiamento do tumor.É importante na presença de sintomas de dores ósseas ou de fraturas patológicas. 6.PET-CET ou PET scan:a tomografia por emissão de pósitrons com fluordeoxiglicose (F-18 FDG-radioativo), é o método não invasivo mais recente para avaliar lesões pulmonares indeterminadas.Que combina a análise anatômica e funcional da estrutura,refinando a análise da extensão da doença. -Não diferencia lesões malignas(com atividade proliferativa aumentada) de lesões inflamatórias, na verdade, o PET é mais útil para excluir malignidade do que para confirmá-la. -Precisa ficar em jejum,quando tem suspeita de metástase -A PET fornece imagens sem definição anatômica. -Atualmente tem sido acoplada à TC (PET-TC) para localizar anatomicamente a lesão. Pode ser útil no estadiamento para a detecção de metástases em linfonodos.Possui os benefícios da PET e TC associados, apresentando como uma de suas principais vantagens a possibilidade de distinção entre atelectasia e tumor. Técnica: -FDG é um análogo a glicose,de forma que é captado por células que estão metabolicamente ativas,todavia como não é metabolizada ,acaba se acomulando no citoplasma.Detectores de prótons delimitam as áreas onde a doença provavelmente se localiza.Ex:hipercaptação no mediastino sugere implantes linfonodais. Invasivos-o estadiamento do câncer não deve se basear somente em métodos não invasivos. 1.Biópsia Biópsia brônquica ou transbrônquica,através da broncofibroscopia BF (sensibilidade 70 a 80% para nódulo central > 2 cm) -É o principal método diagnóstico ou “padrão ouro” do câncer de pulmão, é comumente utilizada para o diagnóstico e o estadiamento do câncer do pulmão. -Com a finalidade do estadiamento da neoplasia pulmonar, a BF pode, ocasionalmente, identificar a presença de lesões sincrônicas, avaliar a extensão proximal do tumor. -A BF fornece o diagnóstico acima de 5% dos casos de carcinoma broncogênico por meio da visibilização direta do tumor e pela biópsia positiva. -Permite ainda medir a extensão de brônquio normal proximal ao tumor e o estado da carina (bifurcação traqueal)principal, pontos importantes na determinação do nível de ressecção cirúrgica. -Avalia também eventual paralisia de cordas vocais, indicativo de invasão do nervo laríngeo recorrente pelo tumor. Biópsia transtorácica por agulha guiada por TC (sensibilidade de 95% para nódulos periféricos > 2 cm). -Utilizada na abordagem diagnóstica das lesões pulmonares periféricas, nas lesões pleurais e nas da parede torácica. -A punção aspirativa por agulha, guiada pela fluoroscopia,também é útil no diagnóstico das metástases hepáticas, ósseas e adrenais) -Maior complicação, como:pneumotórax. Biópsia guiada por videotoracoscopia(VATS) Biópsia a céu aberto 11 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 Mediastinoscopia cervical e mediastinotomia anterior -O estadiamento segue o TNM, e a principal função é descartar a doença localmente avançada e a doença metastática assintomática. -A mediastinoscopia sempre foi a indicação para essa avaliação, no que diz respeito à identificação de linfonodos mediastinais comprometidos. -É um procedimento feito por meio de uma incisão cervical, dissecando-se a fáscia anterior da traqueia.Dessa maneira, consegue-se biopsiar os linfonodos paratraqueais altos e baixos, pré-traqueais e, em alguns casos, os hilarese carinais. -Têm sido utilizadas no CA de pulmão para o estadiamento mediastinal. -A mediastinoscopia está indicada para os pacientes portadores de CPNPC,candidatos à cirurgia, nos quais a TC do tórax identificou, no mediastino,linfonodos maiores que 1 cm no seu menor diâmetro. 3. Toracotomia -Mais de 95% dos tumores podem ser apropriadamente diagnosticados e estadiados sem a toracotomia. Em alguns casos, porém, somente durante o ato operatório é possível estabelecer o diagnóstico e o estádio de uma lesão. São casos de pequenas lesões, próximas a vasos do mediastino, inacessíveis a broncoscopia ou punções transtorácicas. -Dissecção e retirada de todos os linfonodos mediastinais ipsilaterais durante a ressecção do tumor-- esvaziamento linfonodal radical do mediastino. ESTADIAMENTO-é a avaliação da extensão da doença neoplásica de um paciente,permitindo seu agrupamento com outros pacientes com extensão de doença semelhante e objetivando uniformizar os tratamentos e facilitar a análise de dados epidemiológicos. -O estadiamento baseia-se na avaliação do tamanho, da localização e do grau de invasão do tumor primário, bem como na identificação da possível presença de doença loco-regional ou metastática. -São avaliados o tumor (T), os linfonodos (N) e a presença ou não de metástases a distância (M). 3. Elucidar as condutas terapêuticas das neoplasias de pulmão 1. Carcinoma de células não-pequenas do pulmão (CNCNP) Estágio I - Não há metástase linfonodal nem à distância. - O que varia é o tamanho do tumor -Tratamento primariamente cirúrgico.O procedimento de escolha é a lobectomia ou pneumonectomia + ressecção linfonodal do mediastino. 12 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 -Tanto a quimio quanto a radioterapia adjuvantes (pós-cirúrgicas) não mostraram benefícios no estágio I. -A sobrevida no estágio IA ressecado gira em torno de 73%, e no estágio IB, 58%. -Quando o paciente é inoperável,pode tentar retirar menos tecidos(segmentectomia ou ressecção em cunha de lesão).De modo que, a recidiva será mais alta. -Quando não consegue-se realizar o procedimento anterior o indicado é ablação por radiofrequência(ainda experimental),caso não esteja disponível realiza-se radioterapia curativa. Estágio II - Existe acometimento linfonodal. - Tratamento também é primariamente cirúrgico (lobectomia ou pneumectomia + ressecção linfonodal do mediastino) devendo ser complementado com quimioterapia pós-operatória. -No caso específico de invasão da parede torácica (T3N0M0 = tumor de Pancoast-acomete o ápice do pulmão) emprega-se quimiorradioterapia neoadjuvante (pré-operatória) + ressecção “em bloco” da lesão. Estágio III Estágio IIIA - Os pacientes dentro desse grupo são bastante heterogêneos, e o tratamento varia um pouco conforme o TNM de cada caso. Para piorar ainda mais a situação,existem controvérsias na literatura. - T3N1M0: cirurgia + quimioterapia pós operatória - Doença N2: quimiorradioterapia isolada seguida de cirurgia.Porém, se a doença N2 for constatada somente durante o ato operatório (através da biópsia de congelação) a recomendação é completar a ressecção linfonodal do mediastino e realizar quimioterapia adjuvante; -T4N0-1M0:quimiorradioterapia neoadjuvante + cirurgia. -Se o envolvimento for restrito à carina, é possível a ressecção da carina com ou sem pneumectomia. Estágio IIIB -Apesar deste grupo também ser heterogêneo (portadores de “doença N2” e “doença N3”), o tratamento é basicamente o mesmo: quimiorradioterapia isolada. -Caso o diagnóstico de estágio IIIB só seja feito durante a cirurgia, recomenda-se completar a ressecção e associar quimioterapia adjuvante no pós-operatório se o estado geral do paciente permitir. Estágio IV - O tratamento se baseia na quimioterapia. - A quimioterapia deve ser feita em quatro ciclos (ou menos, caso haja progressão da doença a despeito do tratamento). -Se o paciente apresentar um bom status de performance quando a doença progredir, recomenda-se lançar mão de esquemas quimioterápicos de segunda linha (ex.: docetaxel isolado). -A radioterapia pode ser empregada no tratamento paliativo (ex.: irradiação de metástases ósseas, visando controle de dor e diminuição do risco de fratura). -Recentemente, foi introduzido na prática médica um anticorpo monoclonal contra o VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular).Esta medicação, chamada bevacizumabe, mostrou aumentar discretamente a sobrevida dos portadores de Ca de pulmão não escamoso estágio IV quando associada à quimioterapia convencional. A explicação é que esses tumores possuem elevado grau de neoangiogênese, processo bloqueado pelo fármaco. ------------------------------------------------------------- Uma parcela dos carcinomas broncogênicos NÃO ESCAMOSOS possui uma mutação ativadora no EGFR(receptor do fator de crescimento epitelial) que responde a drogas 13 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 como o erlotinibe e o geftinibe (inibidores de tirosina-quinase de uso oral). Nos pacientes positivos (geralmente mulheres, não fumantes e asiáticos) a taxa de resposta é muito superior a da quimioterapia convencional, prolongando a sobrevida, em média, para até 30 meses! LOGO, PORTADORES DE Ca DE PULMÃO “NÃO ESCAMOSO” EM ESTÁGIO IV QUE POSSUEM TAIS MUTAÇÕES DEVEM RECEBER ERLOTINIBE OU GEFITINIBE COMO PRIMEIRA LINHA DE TRATAMENTO! -Cerca de 5% dos Ca de pulmão não pequenas células e de histologia igualmente não escamosa possuem ainda outra mutação peculiar: o gene de fusão EML4-ALK. O produto deste gene pode ser inibido por um medicamento chamado crizotinibe, o que também prolonga a sobrevida do paciente em comparação com a QT convencional… -Vale dizer que as mutações no gene do EGFR e a EML4-ALK são mutuamente exclusivas! O fato é que a pesquisa dessas mutações agora deve ser feita de rotina na prática médica, pois elas modificam a conduta e o prognóstico, permitindo – nos pacientes positivos – a instituição da “terapia molecularmente direcionada”, que é melhor do que a QT convencional (tanto em termos de sobrevida quanto em termos de toxicidade).O emprego de tais medicamentos na terapia do Ca de pulmão não escamoso em estágios menos avançados ainda está sendo estudado. 2. Carcinoma de Pequenas Células -Possui apenas dois estágios: doença limitada (1/3 dos casos) e doença avançada (2/3 restantes). -Na doença limitada, o tumor está confinado a um hemitórax e aos linfonodos mediastinais e/ou supraclaviculares ipsilaterais. - A terapia da doença limitada consiste em 4-6 ciclos de quimiorradioterapia.O esquema de primeira linha é feito com cisplatina (ou carboplatina) e etoposídeo,com as sessões de irradiação torácica começando precocemente, no primeiro ou segundo ciclo da QT. - Na doença avançada temos extensão do tumor para além dos marcos citados. - Raramente é diagnosticado numa fase precoce de doença localizada e ressecável (nódulo pulmonar solitário, sem linfonodos acometidos), e a cirurgia passa a ser o tratamento primário nesses casos, devendo ser complementada com quimioterapia adjuvante. - A doença no estágio avançado é manejada somente com quimioterapia (no mesmo esquema citado anteriormente).Quando a doença progredir, esquemas de segunda linha poderão ser empregados na dependência do estado geral do paciente,porém, até hoje nunca foi documentada a cura nesse contexto. IPC! Em relação a cirurgia não é só analisar o estadiamento,mas também a capacidade cardiorrespiratória. Quimioterapia-utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, atinge não somente as células cancerosas como também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora algunsquimioterápicos possam ser administrados por via oral e pode ser feita aplicando um ou mais quimioterápicos. -A quimio de acordo com seu objetivo, pode ser curativa (quando usada com o objetivo de obter o controle completo do tumor), adjuvante (quando realizada após a cirurgia, com objetivo de eliminar as células cancerígenas remanescentes, diminuindo a incidência de recidiva e metástases à distância),neoadjuvante (quando realizada para reduzir o tamanho do tumor, visando que o tratamento cirúrgico possa ter maior sucesso) e paliativa (sem finalidade curativa,é utilizada para melhorar a qualidade da sobrevida do paciente). Radioterapia-é o uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor.Existem vários tipos de radiação, porém as mais utilizadas são as eletromagnéticas (Raios X ou Raios gama) e os elétrons (disponíveis em aceleradores lineares de alta energia). -Embora as células normais também possam ser danificadas pela radioterapia, geralmente elas podem se reparar, o que não acontece com as células cancerígenas. A radioterapia é sempre cuidadosamente planejada de modo a preservar o tecido saudável, tanto quanto possível. 14 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 -A radioterapia pode ser utilizada como o tratamento principal do câncer, como tratamento adjuvante, como tratamento neoadjuvante, como tratamento paliativo e para o tratamento de metástases. Terapia Alvo- É um tipo de tratamento sistêmico que utiliza medicamentos alvo moleculares que atacam especificamente ou ao menos preferencialmente determinados elementos encontrados na superfície ou no interior das células cancerosas.Os medicamentos alvo moleculares podem ser utilizados de forma isolada ou em combinação com outras formas terapêuticas. -Tirosina cinases, como ALK, ROS1, HER2 ou c-MET.Cada uma destas cinases é alvo de diferentes medicamentos, o que acelerou uma nova era de tratamento “personalizado” do câncer de pulmão, onde as características genéticas do tumor guiam a terapia. Imunoterapia- É um tratamento biológico cujo objetivo é potencializar o sistema imunológico,utilizando anticorpos produzidos pelo próprio paciente ou em laboratório. Medicina Personalizada- É um conceito que visa tratar a saúde do paciente de maneira exclusiva, analisando cada caso individualmente, levando em conta informações individualizadas em relação à história e dados clínicos, genéticos (genes),genômicos (DNA) e ambientais do paciente. NAO PRRCISA SABER OS FÁRMACOS 4. Analisar as medidas de cessação do tabagismo Abordagem do fumante - A abordagem mínima (PAAP) consiste: ● Perguntar sobre o consumo de cigarros, ● Avaliar o grau de dependência à nicotina, ● Aconselhar o fumante sobre as vantagens de parar de fumar e ● Prepará-lo para a ação definitiva do abandono do tabagismo. -Apesar de não haver acompanhamento do paciente em todo o processo de cessação, essa abordagem tem boa relação custo-efetividade, pois demora cerca de 3 a 5 minutos e tem grande poder de motivação para o fumante deixar o cigarro. A abordagem intensiva (PAAPA) é aquela em que o profissional, além da abordagem mínima, também acompanha o fumante, orientando-o nas fases críticas da síndrome de abstinência, e oferece ajuda farmacológica para evitar as recaídas. -Nessa forma de abordagem,são realizadas sessões semanais de apoio, nas quais se utiliza terapia cognitivo-comportamental, além da ajuda farmacológica necessária. 1. Terapia Cognitivo-Comportamental - A motivação individual é um dos fatores mais importantes na cessação do tabagismo e está inter-relacionada com uma gama de variáveis hereditárias,fisiológicas, ambientais e psicológicas. Para que essa motivação seja suficiente e o fumante decida e enfrente o seu problema, há necessidade que ele mude radicalmente seu comportamento quanto ao cigarro. Esse é um processo complexo, e existe um modelo teórico baseado nos aspectos cognitivo e motivacional do dependente, desenvolvido por Prochaska e Di Clemente, e que sofreu modificações com o passar do tempo. São os seguintes os estágios de mudança comportamental: - Fase pré-contemplativa: nessa fase, o fumante, ao ser questionado, nega a intenção de parar de fumar nos próximos 6 meses. Para esses fumantes, deve-se fazer um reforço motivacional, falar mais das vantagens de parar de fumar (p. ex.,perder o medo, qualidade de vida, exemplo para os filhos, gastar menos dinheiro)do que propriamente nas desvantagens, pois ele já conhece todas elas. - Fase contemplativa: o fumante, nessa fase, ao ser questionado, responde que gostaria de estar sem fumar nos próximos 6 meses. Contudo, tem enorme dificuldade em tomar alguma atitude nesse sentido, uma vez que se encontra 15 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 ambivalente entre o desejo/necessidade de parar e o medo de não conseguir. Para esse fumante deve-se reforçar ainda mais a motivação e orientá-lo sobre a existência de tratamento específico para a doença, dando destaque para a terapia cognitivo-comportamental e a ajuda farmacológica. - Preparação para a ação: nessa fase, o fumante passa a tomar atitude para tentar parar de fumar. Geralmente, já reduziu o número de cigarros fumados/dia e procura algum tipo de ajuda. Deve-se estimular ainda mais esse paciente, encorajando-o a enfrentar o tratamento. Ação: é a fase em que o fumante enfrenta a abstinência, está decidido a parar totalmente com o consumo de cigarros. -Deve-se ajudá-lo com a terapia cognitivo comportamental e com a utilização de fármacos que ajudam no enfrentamento da síndrome de abstinência e a superar a dependência nicotínica. Essa fase costuma durar 4 semanas ou mais. - Manutenção: passado o período de abstinência, ainda durante muito tempo há o risco de recaídas. -O fumante ainda está em processo de adaptação comportamental, aprendendo a viver sem fumar. - Recaída: é a fase na qual o fumante volta a fumar regularmente, não conseguindo ficar em abstinência. Deve-se diferenciar do lapso, que é aquele fumante que não resistiu às pressões e fumou um ou dois cigarros, todavia não deu continuidade ao ato.Para esses, deve-se compreender o fenômeno ocorrido, sem culpá-lo, dar todo o apoio necessário e tentar fazê-lo voltar a ficar sem fumar. 2. Abordagem Farmacológica- Devemos oferecer a todo paciente realmente motivado a parar de fumar algum agente farmacológico, desde que não exista contra-indicação. - Três fármacos estão hoje disponíveis no mercado para o tratamento do tabagismo,que são: a própria nicotina, para terapia de reposição da nicotina (TRN), a bupropiona e o tartarato de vareniclina. - As drogas como a clonidina e nortriptilina são recomendadas apenas em condições especiais, como falta de sucesso prévio ou contra-indicação do uso dos agentes anteriores. Sua restrição se deve principalmente a seus efeitos colaterais potenciais. - Destaca-se que as intervenções farmacológicas devem sempre ser utilizadas em concomitância com a terapia cognitivo-comportamental, a qual é parte fundamental do processo de cessação do tabagismo. TERAPIA EM GRUPO a) Terapia de Reposição de nicotina (TRN) - No Brasil, a TRN pode ser feita com adesivos e goma de mascar de nicotina. - Os adesivos transdérmicos liberam nicotina de forma contínua e lenta, devendo ser colocados em uma região da pele sem pêlos e livre da luz solar. - Os adesivos podem ser encontrados nas doses de 7, 14 e 21 mg por unidade. Considerando a avaliação clínica do paciente, o tratamento deve ser iniciado com a dose máxima, 21 mg/dia, com redução progressiva e/ou dependente de possíveis efeitos colaterais. - Em média, a duração da reposição é de 8 semanas, podendo ser estendida para vários meses, se necessário.- Quanto às gomas de mascar,deve-se mascar lentamente, ficando a goma mais tempo parada entre a gengiva e a mucosa da bochecha para evitar absorção muito rápida da nicotina e também porque cerca de 25% da nicotina liberada pode ser deglutida. De forma geral,inicia-se a reposição utilizando uma goma a cada 1 a 2 horas até um máximo de 20 por dia; deve-se evitar ingerir qualquer alimento até 15 minutos após seu uso. - É recomendado que se use TRN por 8 a 12 semanas. O seu uso não deve ser interrompido precocemente, pois aumentará o risco de recaída. b) Bupropiona-um antidepressivo atípico, é liberada para uso no tratamento do tabagismo. Apesar de o mecanismo de ação exato da bupropiona na cessação do tabagismo seja desconhecido, acredita-se que ela atua facilitando a inibição da recaptação neural da dopamina e da noradrenalina, ambas 16 Maria Brito-Medicina Oncologia-P4 importantes no desenvolvimento e no abandono da dependência de nicotina.Fica a dopamina livre Cafeína e doce (por isso não pode fazer uso pois estimula a recepção dopamina ) c) Tartarato de Vareniclina- A vareniclina é a mais nova droga liberada para tratamento do tabagismo, atuando como agonista parcial do receptor nicotínico α4β2, o que bloqueia a ação da nicotina nesse receptor, diminuindo, assim, a vontade de consumir a droga, bem como alivia os sintomas da síndrome de abstinência. - Além disso, diminui o efeito de recompensa da nicotina. - Seus mecanismos de ação ocorrem por duas vias: como agonista parcial do receptor α4β2, causa nível leve a moderado de estimulação dopaminérgica, o que explica a redução dos sintomas da abstinência; e, ao ocupar o receptor nicotínico,impede que outros agonistas, como a nicotina, se unam a ele. - Os estudos de metanálise demonstraram que a vareniclina é mais eficaz na cessação do tabagismo quando comparada com bupropiona e com reposição de nicotina, atingindo 44% a taxa de abstinência. - O tartarato de vareniclina é efetivo no tratamento da cessação do tabagismo,devendo ser usado por 12 semanas. O seu uso prolongado por até 24 semanas aumenta o índice de cessação definitiva. Outros tratamentos: outros mecanismos de tratamento alternativos são: Canais telefônicos (163) e materiais impressos de autoajuda 17
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