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Os pólipos são mais comuns na região colorretal, mas podem ocorrer no esôfago, estômago ou intestino delgado. A maioria dos pólipos, senão todos, começa como pequenas elevações da mucosa. Estes são conhecidos com sésseis, um termo emprestado dos botânicos que o utilizam para descrever flores e folhas que crescem diretamente do caule sem uma haste Conforme os pólipos sésseis aumentam, a proliferação de células adjacentes à massa e os efeitos da tração, na protrusão luminal, podem se combinar para criar um pedículo. Os pólipos com pedículos são chamados de pedunculados (ou pediculados). Os pólipos intestinais podem ser classificados como não neoplásicos ou neoplásicos. O pólipo neoplásico mais comum é o adenoma, o qual tem o potencial de evoluir para o câncer. Os pólipos não neoplásicos podem ser adicionalmente classificados como inflamatórios, hamartomatosos ou hiperplásicos. Os pólipos hiperplásicos colônicos são proliferações epiteliais benignas, tipicamente descobertas na 6ª ou 7ª década de vida. A patogenia dos pólipos hiperplásicos não é completamente entendida, mas sabe-se que eles resultam da reposição diminuída de células epiteliais e do atraso na descamação das células epiteliais superficiais, levando ao empilhamento das células caliciformes e das células absortivas. Estima-se agora que essas lesões não apresentam potencial maligno. Sua principal importância é que elas devem ser distinguidas dos adenomas serrilhados sésseis, os quais são histologicamente similares, mas que têm potencial maligno, como descrito adiante. Também é importante lembrar que a hiperplasia epitelial pode ocorrer como uma reação não específica, adjacente ou sobrejacente a qualquer massa ou lesão inflamatória e, portanto, pode ser uma pista da presença de uma lesão próxima, clinicamente importante. Os pólipos hiperplásicos são mais comumente encontrados no cólon esquerdo e costumam ter menos de 5 mm de diâmetro. Eles são protrusões nodulares lisas da mucosa, frequentemente nas cristas das pregas mucosas. Podem ocorrer singularmente, porém com mais frequência múltiplos, particularmente no cólon sigmoide e no reto. Histologicamente, os pólipos hiperplásicos são compostos de células caliciformes e absortivas maduras. A descamação atrasada dessas células leva a uma superpopulação que cria a superfície arquitetônica serrilhada, o marco morfológico dessas lesões.O serrilhado é tipicamente restrito ao terço superior da cripta, ou menos. Os pólipos que se formam como parte da síndrome da úlcera retal solitária são exemplos de lesões puramente inflamatórias. Os pacientes se apresentam com uma tríade clínica de sangramento retal, descarga de muco e lesão inflamatória da parede retal anterior. A causa subjacente é o relaxamento prejudicado do esfíncter anorretal, que cria um ângulo agudo na protuberância retal anterior e leva à abrasão (RASPAGEM) recorrente e à ulceração da mucosa retal sobrejacente. Um pólipo inflamatório pode, por fim, se formar como consequência de ciclos crônicos de lesão e cura. O aprisionamento do pólipo no fluxo fecal leva ao prolapso da mucosa. As características histológicas distintivas de um pólipo inflamatório típico incluem infiltrado inflamatório misto, erosão e hiperplasia epitelial com hiperplasia fibromuscular da lâmina própria Pólipos Hiperplásicos Pólipos Inflamatórios Pólipos Pólipos Hemartomatosos Os pólipos hamartomatosos ocorrem esporadicamente (ALEATORIAMENTE) ou como componentes de várias síndromes geneticamente determinadas ou adquiridas. Apesar de se pensar originalmente que eles eram causados por anormalidades no desenvolvimento, agora sabe-se que muitas das síndromes de pólipos harmatomatosos são causadas por mutações da linhagem germinativa nos genes supressores de tumores ou proto-oncogenes. Algumas dessas síndromes estão associadas ao risco de câncer, tanto dentro dos pólipos quanto em qualquer outro lugar intra ou extraintestinal. Dessa forma, em algumas síndromes do pólipo harmatomatoso, os pólipos podem ser considerados lesões neoplásicas prémalignas, parecidas com adenomas. Além disso, é importante reconhecer esses pólipos, devido às manifestações extraintestinais associadas e à possibilidade de que outros membros da família sejam afetados. PÓLIPOS JUVENISPÓLIPOS JUVENIS Os pólipos juvenis são malformações focais do epitélio e da lâmina própria. Estes podem ser esporádicos ou sindrômicos, mas a morfologia das duas formas é frequentemente indistinguível. A grande maioria dos pólipos juvenis ocorre em crianças com menos de 5 anos de idade, mas também pode se apresentar em pacientes mais velhos. Grande parte dos pólipos juvenis está localizada no reto e se apresenta tipicamente com sangramento retal. Em alguns casos, podem ocorrer intussuscepção, obstrução intestinal ou prolapso do pólipo (através do esfíncter anal). Os pólipos juvenis esporádicos são geralmente lesões solitárias e também podem ser chamados de pólipos de retenção. Em contraste, indivíduos com a síndrome autossômica dominante da polipose juvenil têm de três a 100 pólipos hamartomatosos e podem requerer uma colectomia para limitar a hemorragia crônica, e ocasionalmente grave, associada à ulceração do pólipo. Uma minoria dos pacientes também tem pólipos no estômago e intestino delgado, que podem sofrer transformações malignas. Malformações arteriovenosas pulmonares e outras malformações congênitas são manifestações extraintestinais reconhecidas da polipose juvenil. A maioria dos pólipos juvenis tem menos de 3 cm de diâmetro. Eles são tipicamente lesões avermelhadas, pedunculadas, com superfície lisa e com espaços císticos característicos, aparentes após a clivagem. O exame microscópico mostra que estes cistos são glândulas dilatadas, repletas de mucina e de detritos inflamatórios . O restante do pólipo é composto de lâmina própria expandida por infiltrado inflamatório misto. A muscular da mucosa pode estar normal ou adelgaçada. Embora a morfogênese dos pólipos juvenis não seja completamente compreendida, tem sido proposto que a hiperplasia da mucosa é o evento iniciante. Essa hipótese é consistente com a descoberta de que as mutações nas vias que regulam o crescimento celular causam a polipose juvenil autossômica dominante. A mutação mais comum identificada é a do SMAD4, o qual codifica um intermediário citoplasmático na via de sinalização do TGF-β. A BMPR1A, uma cinase que é membro da superfamília do TGF-β, pode estar mutada em outros casos. No entanto, essas mutações representam menos da metade dos pacientes, sugerindo que outros genes responsáveis pela polipose J. Autossom. dominante continuam desconhecidos. SÍNDROME DE PEUTZ-JEGHERSSÍNDROME DE PEUTZ-JEGHERS Esta síndrome autossômica dominante rara se apresenta em uma idade média de 11 anos com múltiplos pólipos GI hamartomatosos e hiperpigmentação mucocutânea. Os pólipos de Peutz-Jeghers podem iniciar uma intussucepção, que ocasionalmente é fatal. A síndrome de Peutz-Jeghers possui grande importância e está associada a um alto risco de desenvolvimento de diversos tumores malignos. Mutações germinativas heterozigóticas de perda defunção no gene STK11 estão presentes em aproximadamente metade dos indivíduos com síndrome de Peutz-Jeghers familiar, assim como em um subgrupo de pacientes com síndrome de Peutz- Jeghers esporádica. o gene supressor de tumores STK11 codifica uma cinase que regula a polarização da célula e age como um freio para o metabolismo do crescimento e anabolizante. Da mesma forma que é comum em outros genes supressores de tumores, a função da segunda cópia “normal” do STK11 é frequentemente perdida através de mutações somáticas em cânceres que ocorrem na síndrome de Peutz- Jeghers, fornecendo uma explicação para o alto risco de neoplasia em pacientes afetados. É importante notar que cânceres do cólon também podem desenvolver-se em locais sem pólipos de Peutz-Jeghers. Os pólipos da síndrome de Peutz-Jeghers são mais comuns no intestino delgado, embora eles possam ocorrer no estômago e no cólon, e, com muito menosfrequência, na bexiga e nos pulmões. Macroscopicamente, os pólipos são grandes e pedunculados, com um contorno lobulado. O exame histológico demonstra uma rede arborizante característica de tecido conjuntivo, músculo liso, lâmina própria, e glândulas delimitadas por um epitélio intestinal aparentemente normal. A arborização e a presença do músculo liso, entremeado com a lâmina própria, são úteis na distinção entre os pólipos da síndrome de Peutz-Jeghers e os pólipos juvenis. Qualquer lesão de massa neoplásica no trato GI pode produzir uma protrusão mucosa, ou pólipo. Isto inclui os adenocarcinomas, tumores neuroendócrinos (carcinoides), tumores estromais, linfomas e até cânceres metastáticos de locais distantes. Os pólipos neoplásicos mais comuns são os adenomas colônicos, os quais são os precursores da maioria dos adenocarcinomas colorretais. Os adenomas são neoplasias epiteliais que variam de pequenos pólipos frequentemente pedunculados a grandes lesões sésseis. Há uma pequena predominância masculina, e eles estão presentes em cerca de 30% dos adultos que vivem no Ocidente, até os 60 anos. Como os pólipos são precursores do adenocarcinoma colorretal, é recomendado que todos os adultos nos Estados Unidos passem por vigilância aos 50 anos. Pacientes com risco aumentado, incluindo os que possuem familiares com histórico de adenocarcinoma colorretal, são tipicamente examinados, através de colonoscopia, pelo menos 10 anos antes da idade na qual o familiar foi diagnosticado. A abordagem preferida para a vigilância varia, mas a colonoscopia é a mais comum. Os adenomas colorretais são caracterizados pela presença de displasia epitelial. De forma consistente, sendo lesões precursoras, a prevalência do adenoma colorretal se correlaciona com a do adenocarcinoma colorretal, e as distribuições dos adenomas e dos adenocarcinomas no cólon são similares. Grandes estudos demonstraram que a colonoscopia de vigilância regular e a remoção dos pólipos reduzem a incidência de adenocarcinoma colorretal. A despeito da forte relação, deve-se enfatizar que a maioria dos adenomas não progride para tornar-se adenocarcinomas. Não há ferramentas atualmente disponíveis para distinguir entre adenomas que irão ou não irão passar por transformação maligna, e, de fato, essa transformação pode ser ao acaso, dependendo da aquisição das mutações oncogênicas, que podem ser aleatórias. A maioria dos adenomas é clinicamente silenciosa, com exceção dos pólipos grandes que produzem sangramento oculto e anemia, além de raros adenomas vilosos que causam hipocalemia hipoproteinêmica, pela secreção de grandes quantidades de proteína e potássio. Os adenomas típicos variam de 0,3 a 10 cm de diâmetro e podem ser pedunculados ou sésseis. A superfície de ambos tem textura semelhante ao veludo ou à framboesa. Histologicamente, a característica da displasia epitelial é a hipercromasia, o alongamento e a estratificação nuclear . Essas alterações são mais facilmente percebidas na superfície do adenoma e, frequentemente, acompanhadas por nucléolos grandes, citoplasma eosinofílico e uma redução no número de células caliciformes. Notavelmente, as células epiteliais não conseguem amadurecer enquanto migram da cripta para a superfície. Os adenomas pedunculados possuem pedículos fibromusculares delgados, contendo vasos sanguíneos proeminentes derivados da submucosa. O pedículo é geralmente recoberto por epitélio não neoplásico, mas o epitélio displásico pode estar presente. Os adenomas podem ser classificados como tubulares, tubulovilosos ou vilosos com base em suas arquiteturas. Essas categorias, no entanto, possuem pouca importância clínica isoladamente. Os adenomas tubulares tendem a ser pólipos pequenos e pedunculados, compostos de glândulas arredondadas ou tubulares. Em contraste, os adenomas vilosos, que são frequentemente maiores e sésseis, são cobertos por vilosidades delgadas. Os adenomas tubulovilosos têm uma mistura de elementos tubulares e vilosos. Embora os adenomas vilosos contenham focos de invasão mais frequentemente do que os adenomas tubulares, a arquitetura vilosa por si só não aumenta o risco de câncer, quando o tamanho do pólipo é considerado. Adenomas serrilhados sésseis sobrepõem-se histologicamente aos pólipos hiperplásicos, mas são mais comumente encontrados no cólon direito. Apesar de seu potencial maligno, os adenomas serrilhados sésseis não possuem as características citológicas típicas de displasia que estão presentes em outros adenomas, resultando no fato de que alguns se referem a essas lesões como pólipos serrilhados sésseis. Os critérios histológicos para essas lesões incluem arquitetura serrilhada ao longo de todo o comprimento das glândulas, incluindo a base da cripta, dilatação da cripta e crescimento lateral. O carcinoma intramucoso ocorre quando as células epiteliais displásicas rompem a membrana basal para invadir a lâmina própria ou a muscular da mucosa. Como os canais linfáticos funcionais estão ausentes na mucosa colônica, carcinomas intramucosos têm pouco ou nenhum potencial metastático e a polipectomia completa geralmente representa a cura. A invasão abaixo da muscular da mucosa, inclusive no pedículo submucoso de um pólipo pedunculado, constitui um adenocarcinoma invasivo e apresenta o risco de se espalhar por outros locais. Em tais casos, diversos fatores, incluindo o grau histológico do componente invasivo, a presença de invasão vascular ou linfática e a distância do componente invasivo da margem da ressecção, devem ser considerados no planejamento da terapia adicional. Embora a maioria dos adenomas colorretais seja de lesões benignas, uma pequena proporção pode abrigar um câncer invasivo no momento da detecção. O tamanho é a característica mais importante correlacionada ao risco de malignidade. Por exemplo, enquanto o câncer é extremamente raro em adenomas com menos de 1 cm de diâmetro, alguns estudos sugerem que aproximadamente 40% das lesões maiores que 4 cm de diâmetro contêm focos de câncer. A displasia de alto grau também é um fator de risco de câncer em um pólipo individual, mas não confere um aumento de risco em outros pólipos no mesmo paciente. : O adenocarcinoma do cólon é a malignidade mais comum no trato GI e a principal causa de morbidade e mortalidade do mundo. A combinação de eventos moleculares que levam ao adenocarcinoma colônico é heterogênea e inclui anormalidades genéticas e epigenéticas. Pelo menos duas vias genéticas foram descritas. Em termos mais simples, estas são a via APC/β-catenina, que é ativada na sequência clássica adenoma-carcinoma; e a via de instabilidade microssatélite, que está associada aos defeitos no reparo de erros de pareamento do DNA e à acumulação de mutações em regiões de repetição microssatélite do genoma. Ambas as vias envolvem a acumulação gradual de mutações múltiplas, mas diferem nos genes envolvidos e nos mecanismos pelos quais as mutações se acumulam. Eventos epigenéticos, o mais comum sendo o silenciamento de genes induzido por metilação, podem aumentar a progressão ao longo de cada via. Ambas as cópias do gene APC devem estar funcionalmente inativas, tanto por mutação quanto por eventos epigenéticos, para que os adenomas se desenvolvam. O APC é um regulador negativo fundamental da β-catenina, um componente da via de sinalização Wnt. A proteína APC normalmente se liga à β-catenina e promove a . Adenocarcinoma sua degradação. Com a perda da função da APC, a β- catenina se acumula e transloca-se para o núcleo, onde ela forma um complexo com o fator TCF de ligação de DNA e ativa a transcrição de genes, incluindo a MYC e a ciclina D1, que promovem a proliferação. O papel crítico da β-catenina nesta via é demonstrado pelo fato de que vários cânceres do cólon, sem mutações de APC, abrigam mutações de β- catenina que lhes permitem evitar a degradação dependente de APC, tendo assim o mesmo impacto que a perda da função de APC. As mutações adicionais se acumulam, incluindo as mutações ativadoras no KRAS, que promovem o crescimentoe impedem a apoptose. A ideia de que a mutação de KRAS é um evento tardio no desenvolvimento de carcinoma é suportada pela observação de que tais mutações estejam presentes em menos de 10% dos adenomas menores que 1 cm de diâmetro, mas são encontradas em 50% dos adenomas maiores do que 1 cm de diâmetro e em 50% dos adenocarcinomas invasivos. A progressão neoplásica também está associada com as mutações em outros genes supressores de tumor, tais como aqueles que codificam o SMAD2 e o SMAD4, os quais são efetores da sinalização de TGF-β. Como a sinalização de TGF-β normalmente inibe o ciclo celular, a perda desses genes pode permitir o crescimento celular descontrolado. O gene TP53 supressor de tumor sofre mutação em 70% a 80% dos cânceres do cólon, mas é raramente afetado nos adenomas, sugerindo que as mutações de TP53 também ocorrem nas fases posteriores da progressão do tumor. A perda da função do gene TP53, e de outros genes supressores de tumor, é frequentemente causada por deleções cromossômicas, apoiando a ideia de que a instabilidade cromossômica é uma característica típica da via APC/β-catenina. Alternativamente, os genes supressores de tumor podem ser silenciados por metilação de uma zona rica em CpG, ou ilha de CpG, uma região 5’ de alguns genes que muitas vezes inclui o promotor e o local de início da transcrição. A expressão de telomerase também aumenta conforme as lesões se tornam mais avançadas Polipose Adenomatosa Familiar A polipose adenomatosa familiar (PAF) é uma doença hereditária, autossômica dominante, causada por uma mutação no Adenomatous polyposis coli (APC) localizado no cromossomo 5q 21. APC é um gene supressor de tumor. Nas mutações no APC são os passos iniciais para o desenvolvimento do câncer colorretal. Ele está relacionado com atividades celulares fundamentais nos processos de produção de proteínas, adesão celular e migração. Quando o APC sofre mutação, há interferência na proliferação, apoptose e controle das mudanças de fase do ciclo celular. Se manifesta pela presença de numerosos pólipos adenomatosos em todo trato gastrointestinal, principalmente o cólon. Estes pólipos podem estar presentes vários anos antes do aparecimento dos sintomas, fato que ratifica a importâncias de investigação precoce dos familiares de pacientes acometidos pela doença Pólipos juvenis são diagnosticados nos primeiros 10 anos de vida, com pico entre 2 e 5 anos, 50% das crianças com Pólipos juvenis têm mais de 1 pólipo. Os Pólipos costumam medir de 1 a 3 cm, e 90% deles são pediculados.É importante ressaltar que Pólipos juvenis solitários não apresentam risco de se tornarem neoplasias malignas, porém, quando há mais que 5 Pólipos, existe o risco de desenvolver carcinoma colo-retal (Síndrome da Polipose Juvenil).A colonoscopia com realização da polipectomia e sua respectiva revisão histológica são suficientes para o manejo dos Pólipos juvenis isolados. Não é necessário seguimento clínico ou endoscópico após a realização da polipectomia. Síndrome de Peutz-Jeghers: Um único indivíduo que apresente um dos seguintes achados: 1) dois ou mais Pólipos Juvenis confirmados histologicamente; 2) qualquer número de Pólipos Juvenis detectados em um indivíduo que tem história familiar de Síndrome de Peutz- Jeghers; 3) pigmentação mucocutânea em um indivíduo com história familiar de Síndrome de Peutz-Jeghers em parentes próximos; 4) qualquer número de Pólipos Juvenis em um indivíduo que também tenha pigmentação mucocutânea característica. A investigação do intestino delgado deve ser realizada para a prevenção de invaginação intestinal e necessidade de laparotomia de emergência. É realizada através da cápsula endoscópica. Outras alternativas são a ressonância magnética e a radiografia contrastada. A polipectomia endoscópica reduz as complicações e o risco de uma futura polipectomia por laparotomia. Caso a laparotomia tenha que ser realizada (obstrução, invaginação ou retirada eletiva de grande quantidade de pólipos sintomáticos), a enteroscopia intra-operatória deve ser realizada com polipectomia, caso os Pólipos sejam detectados no intestino delgado (‘clean sweep’). Somente 40% das crianças deixam de necessitar a laparotomia na infância.Não há tratamentos medicamentosos comprovados que possibilitem a redução da quantidade de Pólipos na Síndrome de Peutz-Jeghers. A colonoscopia é recomendada a cada 3 anos, a partir do início dos sintomas, ou na adolescência nos casos assintomáticos.A endoscopia digestiva alta e o exame contrastado do trato gastrointestinal superior deve ser feita a cada 2 anos, a partir dos 10 anos de idade.Os Pólipos, sempre que possível, devem ser removidos. Polipose Juvenil:Devem ser observados os seguintes achados:a- mais de 3 a 5 Pólipos juvenis colorretais;b- Pólipos juvenis ao longo de todo o trato gastrointestinal;c- qualquer número de Pólipos e história familiar de Polipose Juvenil.Deve- se considerar que esta definição é problemática, visto que é relativamente comum encontrarmos crianças com múltiplos Pólipos juvenis (3 a 10 ou mais), sem história familiar de Polipose Juvenil. A colonoscopia e a endoscopia digestiva alta bienais ou trienais são recomendadas a partir dos 15 anos de idade ou antes, caso os Pólipos sejam clinicamente aparentes. A polipectomia deve ser realizada sempre que possível por via endoscópica, porém no caso de não ser possível a utilização desta técnica a cirurgia está indicada.Considerando-se que a Polipose Juvenil é uma síndrome rara e a neoplasia colorretal na faixa etária pediátrica é extremamente incomum, as evidências para o seguimento endoscópico são limitadas. Polipose Adenomatosa Familiar (PAF): Baseia-se no achado de mais de 100 pólipos adenomatosos no cólon, sendo que a maioria dos pacientes têm entre 100 e 1000 Pólipos distribuídos por todo o cólon.A existência de poucos adenomas sugere polipose atenuada (AFAP) ou defeito no gene MYH. Teste genético é recomendado para pacientes com risco de desenvolver FAP, entre 10 e 12 anos de idade, quando também é sugerida a primeira endoscopia.Colonoscopia bienal deve ser realizada em crianças de risco aos 10 e 12 anos, a menos que exista doença agressiva em familiares.Uma vez que os adenomas sejam identificados, é geralmente recomendada colectomia com anastomose íleo-anal. Adenocarcinoma: diagnóstico é feito através da colonoscopia e exame de sangue oculto nas fezes. Prognostico: Deve-se levar em consideração os fatores que afetam a sobrevida do paciente, tais como a extensão da recessão, grau de diferenciação do tumor, quantidade de linfonodos comprometidos e o estadiamento. Câncer colorretal: A priori, utiliza-se a colonoscopia para verificar qualquer tipo de lesão de cólon. Os exames são feitos por vídeo, permitindo que o profissional visualize a mucosa intestinal e realize biópsias em casos que sejam tidos suspeitos. O exame aludido é o mais utilizado, todavia, podem ser utilizados outras análises para determinar o diagnóstico, tais como a ultrassonografia endoscópica (utilizada nos tumores de reto), tomografia computadorizada (para avaliar se o paciente possui metástases), ressonância magnética, PET-TC, enema opaco (exame radiográfico no qual se ingere um contraste intrarretal) e também poderá ser utilizado a dosagem do antígeno carcinoembriônico (CEA) no sangue (cujos valores costumam estar elevados). Resumindo: Após a realização da colonoscopia, devem ser avaliadas as características macroscópicas à colonoscopia e as microscópicas na histologia para se decidir o seguimento do paciente. A partir desses resultados, classifica-se o paciente em alto ou baixo risco para neoplasia colônica, e programa-se o seguimento do paciente. Conforme os achados da colonoscopia, orienta-se o intervalo para novo exame. Deve-se avaliar risco-benefício de colonoscopia de seguimento após os 75 anos de idade, podendo- se oferecer nova colonoscopia apenas àqueles com expectativa de vida estimada em mais de 10 anos e sem comorbidades graves.Não é recomendada vigilância em pacientes acima de 85 anos. O quadro 3 orienta o intervalo para repetição de colonoscopia conforme os achados da colonoscopia inicial Os pólipos colorretais usualmente são excisados através da polipectomia no próprio procedimento em que são encontrados. Pólipos maiores e lesões não polipoides podem necessitar de técnica de mucosectomia, procedimento um pouco mais extenso e com risco um pouco maior de complicações. Nele é utilizada injeção de solução na submucosa para elevar a lesão e reduzir o risco de perfuração da parede colônica. Em alguns casos, como na presença de lesões polipoides ou grandes, pode se optar por marcar uma nova colonoscopia para a retirada da lesão, visto que há maior risco de sangramento e perfuração. Pacientes com pólipos não excisados devem ser avaliados para nova colonoscopia. Colonoscopia:A colonoscopia é um exame feito sob sedação consciente, com ou sem anestesia. As orientações do preparo são feitas no local onde o exame é realizado. O preparo para o procedimento envolve a limpeza intestinal com dieta pobre emresíduos e uso de laxante –usualmente bisacodil e manitol. O manitol é um laxante osmótico potente, gerando evacuações em grande número, podendo causar desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos. Pacientes com comorbidades graves (especialmente insuficiências cardíaca e renal) e idosos são mais suscetíveis a esses distúrbios. Para evitá-los, orienta-se hidratação abundante até o horário do jejum. O exame de colonoscopia é feito com um aparelho chamado colonoscópio, que é um tubo flexível de aproximadamente 185 cm de comprimento e com diâmetro que pode variar de 1,0 a 1,3 cm. Na ponta do colonoscópio existe uma microcâmera acoplada que transmite, em tempo real, para o médico as imagens do interior do cólon. A ponta do colonoscópio é flexível para que o médico possa rotacionar e verificar todas as partes da mucosa, além de poder coletar biópsias e remover tecidos suspeitos, como pólipos. A polipectomia é um procedimento médico feito com o objetivo de remover pólipos que podem se formar em pontos do sistema gastrointestinal. Normalmente, ela é chamada de polipectomia no cólon, por ser feita nessa região do organismo. No entanto, também pode haver a polipectomia no estômago, já que esse ponto também está suscetível à formação de pólipos. Como é feita a polipectomia? A polipectomia é considerada um procedimento minimamente invasivo, geralmente feita aliada à colonoscopia ou a endoscopia, a depender do ponto do corpo de onde se deseja remover o pólipo. Além da câmera que é inserida no corpo dos pacientes nesses procedimentos, por meio de um tubo longo e flexível, é inserida também uma pequena pinça, que permite a remoção dos pólipos nos mais diferentes pontos do estômago ou do cólon do paciente. A Colonoscopia é um exame para estudo do reto e cólon, para diagnosticar e tratar doenças que afetam a porção final do intestino. Na Colonoscopia com Mucosectomia, realiza-se um procedimento específico durante a colonoscopia, que é a remoção de lesões presentes na mucosa do intestino, consideradas câncer de cólon e reto. A Colonoscopia com Mucosectomia também é chamada de ressecção endoscópica da mucosa. Como é feito o exame Colonoscopia com Mucosectomia? A Colonoscopia é realizada com um tubo fino e flexível inserido no reto. O colonoscópio possui uma câmera na ponta que captura imagens ao movimentar-se ao longo do intestino. Na Colonoscopia com Mucosectomia, o tubo é equipado com uma lente que amplia as imagens, uma pinça e bisturi elétrico. O médico busca as lesões que devem ser removidas. Ao encontrar, o médico utiliza os equipamentos para retirada das lesões da mucosa. Pode-se usar soro e corantes, por exemplo, para evidenciar melhor as lesões e removê-las totalmente. O procedimento é considerado não cirúrgico e é bem menos invasivo, permitindo maiores chances de cura. Tumores Colorret ais Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 41.010 novos casos de câncer colorretal (20.540 em homens e 20.470 em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 19,63 casos novos a cada 100 mil homens e 19,63 para cada 100 mil mulheres (Instituto Nacional de Câncer, 08/05/2020)De um modo geral, o risco de desenvolver câncer colorretal ao longo da vida é um pouco menor nas mulheres do que nos homens; cerca de 1 em 23 (4,4%) para homens e 1 em 25 (4,1%) para mulheres. Vários fatores podem afetar o risco de uma pessoa desenvolver câncer colorretal. Nos Estados Unidos, o câncer colorretal é a terceira principal causa de mortes relacionada ao câncer em homens e mulheres, e a segunda causa mais comum de morte por câncer nos 2 gêneros combinados. A taxa de mortalidade por câncer colorretal vem caindo para ambos os sexos há várias décadas. Existe uma série de possíveis razões para isso. Uma delas é que os pólipos são diagnosticados durante o rastreamento e retirados antes que possam se transformar em uma doença neoplásica. O rastreamento também possibilita que a doença seja diagnosticada precocemente, quando é mais fácil de ser tratada e curada. Além disso, o tratamento do câncer colorretal evoluiu bastante nos últimos anos. O CCR é uma neoplasia que acomete o intestino grosso e/ou reto, responsável por cerca de 700.000 óbitos/ano, sendo o quarto câncer de maior mortalidade no mundo (após câncer de pulmão, fígado e estômago). Sabe-se que mais da metade dos casos (55%) ocorrem em regiões desenvolvidas, e a incidência está aumentando em países emergentes como Brasil, China e Índia . Na América Latina os países que apresentam maiores Índices de Desenvolvimento Humano (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai) destacam-se como os de maior incidência de CCR. No Brasil, a incidência do CCR varia conforme a região avaliada, sendo maior nas regiões Sul e Sudeste. Portanto, o crescimento econômico e a difusão da dieta e da cultura ocidental tendem a aumentar a ocorrência da neoplasia, fatos esses que contribuem para o crescimento da morbidade no Brasil. Outrossim, elenca-se que nos países desenvolvidos o CCR é usualmente detectado na senescência (mormente em indivíduos com mais de 70 anos), não sendo comum o diagnóstico antes da quinta década de vida. De acordo com o estudo de Stintzing et al. , o CCD apresenta uma proporção maior de pacientes do sexo feminino, e a idade média dos pacientes ao diagnóstico é maior quando comparada aos pacientes com CCE. Pacientes com câncer colorretal (CCR) podem se apresentar de três maneiras: pacientes com sintomas e/ou sinais suspeitos, Indivíduos assintomáticos descobertos por triagem de rotina e na admissão de emergência com obstrução intestinal, peritonite ou, raramente, sangramento gastrointestinal agudo. O diagnóstico do CCR, na maioria dos casos, só é feito em estadiamento avançado, quando se inicia os sintomas. O CCR apresenta-se com um espectro sintomático inespecífico, incluindo sangue nas fezes, alteração nos hábitos intestinais, fadiga, sintomas relacionados a anemia (aparência pálida e falta de ar) e perda de peso. Em alguns casos também pode ocorrer obstrução ou perfuração intestinal, com consequente distensão abdominal, náuseas e vômitos. Adenopatia, hepatomegalia, icterícia, ou até mesmo sinais pulmonares podem estar presentes em casos de doença metastática, as quais mais comuns são para o pulmão e para o fígado . Dor abdominal é uma manifestação comum a qualquer localização e se dá por obstrução, disseminação peritoneal ou perfuração seguida de peritonite. Os sintomas iniciais têm relação com o tipo e a localização do tumor. Alteração do hábito intestinal é queixa frequente em CCE, porque o conteúdo fecal é líquido no cólon proximal e o lúmen mais largo. Além disso, mostram-se mais precoces e se apresentam com obstipação intestinal progressiva, cólicas no quadrante inferior, fezes afiladas, escuras e, eventualmente, presença de sangue. Os tumores retossigmóides são os mais propensos a causar sangramentos. O CCDapresenta sintomatologia mais tardia e mais comumente manifesta-se com diarreia e dor abdominal. Além disso, anemia ferropriva sem exteriorização do sangramento e tumor palpável no quadrante inferior direito podem surgir em estágios mais tardios. As complicações do CCR incluem sangramento gastrointestinal agudo, obstrução, perfuração e metástase com implantação em órgão distante. Dessa forma, pacientes sintomáticos ao diagnóstico, com obstrução e/ou perfuração intestinal apresentam pior prognóstico. Devido à sintomatologia inespecífica e variável e o consequente diagnóstico tardio, os pacientes têm o seu diagnóstico em fases de câncer metastático. Os sítios mais acometidos pelas metástases são o fígado, pulmão e peritônio, podendo ocorrer disseminação pelas vias hematogênica, linfática e por continuidade. Nos cânceres de cólon (CCD e CCE), o primeiro local de disseminação é o fígado, devido à drenagem do sistema porta, seguido de pulmão, osso e cérebro. Já o CR dissemina-se com mais frequência para o pulmão devido à drenagem pela veia cava inferior. O exame histológico demonstra uma rede arborizante característica de tecido conjuntivo, músculo liso, lâmina própria, e glândulas delimitadas por um epitélio intestinal aparentemente normal. A arborização e a presença do músculo liso, entremeado com a lâmina própria, são úteis na distinção entre os pólipos da síndrome de Peutz-Jeghers e os pólipos juvenis. Um fator de risco é algo que afeta sua chance de contrair uma doença como o câncer. Diferentes tipos de câncer apresentam diferentes fatores de risco. Alguns como fumar, por exemplo, podem ser controlados; no entanto outros não, como, por exemplo, idade e histórico familiar. Embora os fatores de risco possam influenciar o desenvolvimento do câncer, a maioria não causa diretamente a doença. Algumas pessoas com vários fatores de risco nunca desenvolverão um câncer, enquanto outros, sem fatores de risco conhecidos poderão desenvolvê-lo.Ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que você vai ter a doença. Muitas pessoas com a enfermidade podem não estar sujeitas a nenhum fator de risco conhecido. Se uma pessoa com câncer colorretal tem algum fator de risco, muitas vezes é difícil saber o quanto esse fator pode ter contribuído para o desenvolvimento da doença.Fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver câncer colorretal: Obesidade. Estar acima do peso aumenta o risco de câncer colorretal. Esse risco parece ser mais importante nos homens. Sedentarismo. Pessoas sedentárias têm uma chance maior de desenvolver a doença. Dieta. Uma dieta rica em carnes vermelhas e carnes processadas pode aumentar o risco de câncer colorretal. Comidas preparadas a temperaturas muito altas (frituras, grelhados ou assados) criam substâncias químicas que podem aumentar o risco de câncer, mas não está claro o quanto isso pode contribuir para o risco da doença. Também não está claro, ainda, se outros componentes da dieta, como, por exemplo, certos tipos de gorduras, afetam o risco de câncer colorretal. Ter um baixo nível de vitamina D no sangue também pode aumentar o risco. Tabagismo: Os fumantes são mais propensos a desenvolver e morrer de câncer colorretal do que aqueles que não fumam. Fumar é uma causa bem conhecida do câncer de pulmão, mas também está associada a outros tipos de câncer, incluindo o colorretal. Alcoolismo. O câncer colorretal tem sido associado ao consumo excessivo de álcool. Limitar o consumo de álcool a 2 doses por dia para homens e 1 dose por dia para mulheres pode ter muitos benefícios para a saúde, incluindo um menor risco de câncer colorretal. Fatores de risco para câncer colorretal que não podem ser alterados Idade: O risco de câncer colorretal aumenta com a idade, sendo mais comum após os 50 anos. Histórico pessoal de pólipos adenomatosos ou câncer colorretal. Histórico pessoal de pólipos adenomatosos ou câncer colorretal:Ter um histórico de pólipos adenomatosos (adenomas) aumenta o risco de câncer colorretal, principalmente se os pólipos são volumosos ou em grandes quantidades. As pessoas que já tiveram câncer colorretal, mesmo que já tenham sido tratadas cirurgicamente com retirada completa, são mais propensas a desenvolver novos cânceres em outras áreas do cólon e reto. As chances de isso acontecer são maiores se o primeiro câncer colorretal foi diagnosticado quando a pessoa era mais jovem Histórico pessoal de doença inflamatória intestinal. Pessoas que apresentam doença inflamatória intestinal, como colite ulcerativa e doença de Crohn, com evolução de longa data, têm maiores chances de desenvolver câncer colorretal. A doença inflamatória intestinal é diferente da síndrome do intestino irritável, que não aumenta o risco de desenvolvimento da doença. Histórico familiar de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos. A maioria dos cânceres colorretais ocorre em pessoas sem histórico familiar da doença. Ainda assim, aproximadamente 30% das pessoas que a desenvolvem têm outros membros da família que foram acometidos pela enfermidade. Pessoas com histórico de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos em um ou mais parentes de primeiro grau têm o risco aumentado. O risco é ainda maior se esse parente foi diagnosticado com menos de 50 anos, ou se mais de um parente de primeiro grau foi acometido pela doença. As razões para esse risco aumentado não são claras em todos os casos. Ter parentes com pólipos adenomatosos também está relacionado a um risco aumentado de câncer de cólon. Se você tem histórico familiar de pólipos adenomatosos ou câncer colorretal, converse com seu médico sobre possibilidade de iniciar o rastreamento antes dos 45 anos. Síndromes hereditárias. Cerca de 5% das pessoas que desenvolvem câncer colorretal herdaram mutações genéticas que causam a doença. As síndromes hereditárias mais comuns associadas ao câncer colorretal são: síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário sem polipose) e polipose adenomatosa familiar (FAP), mas outras síndromes mais raras também podem aumentar o risco de câncer colorretal, como síndrome de Peutz- Jeghers e polipose MUTYH. Etnia. Pessoas de raça negra têm uma maior incidência de câncer colorretal, mas as razões para isso ainda não são bem compreendidas. Os judeus de origem europeia oriental têm um dos maiores riscos de câncer colorretal quando comparados a qualquer outro grupo étnico do mundo. Diabetes tipo 2. Pessoas com diabetes tipo 2 têm um risco maior de desenvolver câncer colorretal. Fatores com efeitos não comprovados: Trabalho noturno. Alguns estudos sugerem que o trabalho noturno pode aumentar o risco de câncer colorretal. Acredita-se que isso pode ser devido a alterações nos níveis de melatonina no corpo. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar essa hipótese. Tratamento prévio de câncer. Vários estudos sugerem que homens que fizeram radioterapia para tratar o câncer de próstata ou testículo podem ter um risco aumentado de câncer de reto. Entretanto, a maioria desses estudos está baseada em homens tratados entre 1980 e 1990, quando os tratamentos com radiação eram menos precisos do que hoje. Atualmente, os efeitos colaterais da radioterapia sobre o tratamento do câncer colorretal não são claros. Prevenir o câncer colorretal significa evitar os fatores de risco que aumentam as chances de desenvolver a doença. Para que isso aconteça, muitas vezes, é preciso modificar os nossos hábitos.Alguns aspectos importantes para a prevenção do câncer colorretal são: Rastreamento:O rastreamento do câncer colorretal é extremamente importante na prevenção da doença. A partir do momento em que as primeiras células anormais começam a formar pólipos até se tornarem câncer colorretal propriamente dito, normalmente leva cerca de 10 a 15 anos. O rastreamento regular pode, em muitos casos, prevenir completamente o câncer colorretal, porque a maioria dos pólipos diagnosticados é removida antes que tenham a chance de se transformarem câncer. O rastreamento também pode diagnosticar o câncer colorretal em estágio inicial, quando é altamente curável.A recomendação é para que pessoas com 45 anos ou mais façam exames regulares para detecção precoce da doença. Pessoas com histórico familiar ou outros fatores de risco para pólipos ou câncer, como doença inflamatória do intestino, devem conversar com seus médicos para estabelecer o início dos exames de rastreamento mais precocemente ou realizá-los com mais frequência. Peso corporal, atividade física e dieta: Você pode reduzir seu risco de câncer colorretal gerenciando alguns dos fatores de risco controláveis, como: Peso. Ter excesso de peso ou ser obeso aumenta o risco de câncer colorretal em homens e mulheres, mas isso parece ser mais relevante em homens. Manter um peso saudável pode ajudar a diminuir o risco. Atividade física. O aumento do nível de atividade reduz o risco de câncer colorretal e de pólipos. A atividade regular moderada reduz o risco, mas a atividade vigorosa pode ter um benefício ainda maior. Aumentar a intensidade e a quantidade da atividade física pode reduzir o risco. Dieta: Em geral, as dietas ricas em vegetais, frutas e grãos integrais (e com pouca carne vermelha ou processada) estão associadas a um menor risco de câncer colorretal, embora não esteja claro quais fatores sejam importantes. Alguns estudos mostraram ligação entre carnes vermelhas e carnes processadas e o aumento do risco de câncer colorretal. Limitar o consumo de carnes vermelhas e processadas e ingerir maiores quantidades de vegetais e frutas podem ajudar a diminuir o risco da doença. Alcoolismo: Vários estudos mostraram que a ingestão de álcool aumenta o risco de câncer colorretal, principalmente em homens. Evitar o excesso de álcool pode reduzir esse risco. Não fumar: O tabagismo a longo prazo está associado a um risco aumentado de câncer colorretal, bem como de muitos outros tipos de câncer e outros problemas de saúde. Vitaminas, cálcio e magnésio: Alguns estudos sugerem que tomar ácido fólico, multivitamínico ou folato diariamente, pode diminuir o risco de câncer colorretal, mas esses estudos não são conclusivos. Na verdade, alguns estudos sugerem que o ácido fólico poderia ajudar os tumores existentes a crescerem. Mais pesquisas ainda são necessárias nessa área. Alguns estudos sugerem que a vitamina D, proveniente da exposição solar, ou de determinados alimentos, ou mesmo ingerida na forma de pílula, pode reduzir o risco de câncer colorretal. Atualmente, como a preocupação de que o excesso de exposição ao sol possa causar câncer de pele, a maioria dos médicos não recomenda isso como uma forma de reduzir o risco de câncer colorretal. Mais estudos ainda são necessários para determinar se a vitamina D pode ajudar a prevenir o câncer colorretal. Alguns estudos têm associado baixos níveis de cálcio na dieta a um risco aumentado de câncer colorretal. Outros estudos sugerem que o aumento da ingestão de cálcio pode diminuir o risco de câncer colorretal. O cálcio é importante por uma série de razões de saúde, além dos possíveis efeitos sobre o risco de câncer. Mas, devido ao possível risco aumentado do câncer de próstata em homens com alta ingestão de cálcio, não se recomenda aumentar a ingestão desse mineral especificamente para tentar reduzir o risco de câncer colorretal.O cálcio e a vitamina D podem atuar em conjunto para reduzir o risco de câncer colorretal, uma vez que a vitamina D ajuda na absorção de cálcio do organismo. Ainda assim, nem todos os estudos mostraram que os suplementos desses nutrientes reduzem o risco.Alguns estudos mostraram uma possível ligação entre uma dieta rica em magnésio e o risco reduzido de câncer colorretal, especialmente entre as mulheres. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para determinar se essa ligação realmente existe. Anti-inflamatórios não esteroidesMuitos estudos mostraram que pessoas que tomam aspirina regularmente ou outros anti- inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno e naproxeno, apresentam menor risco de câncer colorretal e pólipos.Mas a aspirina e outros anti-inflamatórios não esteroides podem provocar efeitos colaterais importantes, como sangramento por irritação do estômago ou úlceras no estômago, que podem superar os benefícios desses medicamentos para o público em geral. Por esta razão, a maioria dos médicos não recomenda o consumo desses medicamentos apenas para reduzir o risco de câncer colorretal. Terapia de reposição hormonal: para mulheresAlguns estudos mostraram que tomar estrogênio e progesterona após a menopausa, pode reduzir o risco de uma mulher desenvolver câncer colorretal, mas outros estudos não confirmaram.Como tomar estrogênio e progesterona após a menopausa também pode aumentar o risco de doença cardíaca, coágulos sanguíneos, câncer de mama e câncer de pulmão, não é recomendado apenas para reduzir o risco de câncer colorretal.Se você está pensando em fazer terapia de reposição hormonal após a menopausa, converse antes com seu médico sobre os riscos e benefícios. O sistema de estadiamento utilizado para o câncer colorretal é o sistema TNM da American Joint Committee on Cancer, que utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer: T. Indica o tamanho do tumor primário e até onde se disseminou na parede do cólon ou do reto. Essas camadas incluem o revestimento interno (mucosa), o tecido fibroso (submucosa), a camada muscular espessa (muscularis propria) e as camadas finas e mais externas do tecido conectivo (subserosa e serosa). N. Descreve se existe disseminação da doença para os linfonodos regionais próximos. M. Indica se existe presença de metástase em outras partes do corpo, como fígado ou pulmões. Números ou letras após o T, N e M fornecem mais detalhes sobre cada um desses fatores. Números mais altos significam que a doença está mais avançada. Depois que as categorias T, N e M são determinadas, essas informações são combinadas em um processo denominado estadiamento geral. A categoria T: -TX significa que o tumor não pode ser avaliado -T0 significa que não existe evidência de tumor primário (não pode ser encontrado). -Tis significa que as células cancerígenas estão se desenvolvendo apenas na camada mais superficial do tecido, sem invadir tecidos mais profundos. Também pode ser chamado de câncer in situ. Os números que aparecem após o T (como T1, T2, T3 e T4) descrevem o tamanho do tumor e/ou a disseminação da doença nas proximidades. Quanto mais alto o número atribuído a T, maior o tumor e/ou mais disseminado nos tecidos próximos se encontra. A categoria N descreve se o câncer se disseminou para os linfonodos próximos: -NX significa que os linfonodos não podem ser avaliados. -N0 significa que os linfonodos vizinhos não contêm câncer. Os números que aparecem após o N (por exemplo, N1, N2 e N3) descrevem o tamanho, localização e/ou o número dos linfonodos com a doença. Quanto mais alto o número atribuído a N, mais o câncer está disseminado para os linfonodos. A categoria M descreve se o câncer se disseminou (metástases) para locais distantes do corpo: -M0 significa que nenhuma disseminação foi encontrada. -M1 significa que o câncer se disseminou para tecidos e órgãos distantes (metástases à distância foram encontradas). Estágio 0. Tis, N0, M0. Estágio I. T1 ou T2, N0, M0. Estágio IIA. T3, N0, M0. Estágio IIB. T4a, N0, M0. Estágio IIC. T4b, N0, M0. Estágio IIIA. T1 ou T2, N1/N1c, M0; T1, N2a, M0 Estágio IIIB. T3 ou T4a, N1/N1c, M0; T2 ou T3, N2a, M0; T1 ou T2, N2b, M0. Estágio IIIC. T4a, N2a, M0; T3 ou T4a, N2b, M0; T4b, N1 ou N2, M0. Estágio IVA. Qualquer T, qualquer N, M1a. Estágio IVB. Qualquer T, qualquer N, M1b. Estágio IVC. Qualquer T, qualquer N, M1c. O rastreamento do câncer colorretal se faz a partir da realização de exames.Os mais comuns são o de sangue oculto nas fezes, a sigmoidoscopia flexível e a colonoscopia.O mais simples deles é o de sangue oculto nas fezes, porém este apresenta muitos resultados falsos positivos,por exemplo, no caso do paciente ter ingerido carne anteriormente à sua realização. A sigmoidoscopia é um exame minimamente invasivo, que apresenta resultados importantes, mas possibilita a visualização de apenas uma ‘parte’ do intestino (1/3 do órgão). O exame padrão - O exame padrão, e que você certamente já ouviu falar, é a colonoscopia - que muitos chamam de ‘colono’. A partir deste método pode-se visualizar todo o intestino e, ainda, se retirar pólipos (lesões pré-cancerosas) que por ventura existam no órgão. O estadiamento descreve aspectos do câncer, como localização, se disseminou e se está afetando as funções de outros órgãos do corpo. Conhecer o estágio do tumor ajuda na definição do tipo de tratamento e a prever o prognóstico do paciente.O câncer colorretal inicial é denominado estágio 0 e, em seguida, os estágios variam de 1 a 4, onde o estágio 4 significa que a doença está mais disseminada. E dentro de um estágio, uma letra anterior significa um estágio inferior. Sistema de Estadiamento Tnm Estágios do Câncer Para quem não tem casos deste câncer na família - A oncologista explica que as pessoas que não têm casos de câncer colorretal na família devem iniciar o rastreamento com a colonoscopia e/ou outros exames à partir dos 50 anos. A colonoscopia, neste grupo populacional, deve ser repetida a cada 5 anos.Para quem tem casos na família - Aos indivíduos com casos na família, o rastreamento com a colonoscopia (e/ou outros exames) deve ser iniciado 10 anos antes em que o caso foi diagnosticado. Ou seja, se o tumor no parente foi diagnosticado aos 45 anos, deve-se iniciar o rastreamento aos 35. Tais pacientes devem repetir a colonoscopia a cada um ou dois anos (dependendo do caso). Para quem já teve câncer colorretal - Pessoas já acometidas pela neoplasia, devem começar a repetir a colonoscopia um ano após o tratamento. A isso se dá o nome de Prevenção Secundária. Se forem encontrados novos pólipos, outras estratégias podem ser consideradas pelo médico. Portadores de Síndrome de Lynch - Portadores desta síndrome (de predisposição genética associada a risco aumentado de câncer de intestino e outros tumores) devem começar o rastreamento muito prematuramente e juntamente à busca por outros tipos de câncer provocados por ela. O rastreamento, neste caso, é bastante específico Colonoscopia Radioterapia O tratamento radioterápico usa radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor. É mais frequentemente usada no tratamento do câncer de reto do que do câncer de cólon. A quimioterapia pode potencializar a radioterapia para alguns tipos de câncer colorretal. O uso desses dois tratamentos em conjunto é denominado quimiorradiação. Radioterapia para câncer de cólon: Não é comum tratar câncer de cólon com radioterapia, mas pode ser usada em determinados casos, como: Antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor, facilitando a retirada do mesmo. Após a cirurgia, se o tumor estiver aderido a um órgão interno ou ao revestimento do abdômen. Nesses casos, a radioterapia é administrada para destruir células cancerígenas remanescentes da cirurgia. Durante a cirurgia, na área do tumor para destruir qualquer célula cancerígena remanescente, o que é denominado radioterapia intraoperatória (IORT). Para controlar a doença em pessoas que não tenham condições clínicas para a cirurgia. Para aliviar sintomas em pacientes com doença avançada, que esteja provocando obstrução intestinal, sangramento ou dor. Para tratar a disseminação da doença para outros órgãos, como ossos, pulmões ou cérebro. Radioterapia para câncer de reto Para o câncer de reto, a radioterapia é um tratamento mais frequentemente realizado e pode ser feita: Antes ou após a cirurgia para prevenir a recidiva da doença. Durante a cirurgia, na área do tumor para destruir qualquer célula cancerígena remanescente, o que é denominado radioterapia intraoperatória (IORT). Para aliviar sintomas em pacientes com doença avançada, que esteja provocando obstrução intestinal, sangramento ou dor. Para tratar a disseminação da doença para outros órgãos, como ossos, pulmões ou cérebro. Quimioterapia A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. A quimioterapia pode ser administrada em diferentes momentos durante o tratamento do câncer colorretal: Quimioterapia adjuvante. É realizada para destruir as células cancerígenas remanescentes após a cirurgia. A quimioterapia adjuvante também é utilizada para destruir possíveis células cancerígenas que possam ter deixado o tumor primário e se instalado em outros órgãos, e que ainda são muito pequenas para serem detectadas em exames de imagem. Quimioterapia neoadjuvante. Para alguns tipos de câncer, a quimioterapia é administrada para tentar reduzir o tumor antes da cirurgia. Quimioterapia para câncer avançado. A quimioterapia pode também ser administrada para reduzir o tamanho do tumor e aliviar os sintomas causados pela disseminação da doença para outros órgãos, como o fígado. Cirurgia A cirurgia é geralmente o tratamento inicial para os tumores de cólon que não se disseminaram para outros órgãos, sendo que a quimioterapia adjuvante também pode ser aplicada. A maioria dos tratamentos adjuvantes é administrado durante cerca de 6 meses. No estágio 0: se a doença não se desenvolveu além do revestimento interno do cólon, o tratamento é cirúrgico. Na maioria dos casos é realizada por polipectomia. No estágio 1: recomenda-se colectomia parcial, sem necessidade de terapia adicional. No estágio 2: além da colectomia também pode ser recomendada a quimioterapia, mas não é um consenso entre os médicos devendo ser avaliado caso a caso. No estágio 3: cirurgia e quimioterapia são os padrões. Para a quimioterapia, os esquemas quimioterápicos FOLFOX (5-FU, leucovorina e oxaliplatina) ou CapeOx (capecitabina e oxaliplatina) são utilizados mais frequentemente, mas alguns pacientes podem, em função da idade e debilidade, receber o 5-FU com leucovorina ou capecitabina. No estágio 4: apenas a cirurgia não é mais eficaz e a quimioterapia é a principal aliada. Em pacientes com determinadas alterações genéticas nas células cancerígenas após a quimioterapia inicial é administrado o tratamento com imunoterapia, como o pembrolizumab. Para alguns tumores, a radioterapia também pode ser aplicada para prevenir ou aliviar sintomas, como a dor. FORMAS DE ADMINISTRAÇÃOFORMAS DE ADMINISTRAÇÃO Quimioterapia sistêmica. Os medicamentos são injetados na veia ou administrados por via oral. Os medicamentos entram na corrente sanguínea e atingem todas as áreas do corpo, tornando este tratamento potencialmente útil para cânceres que se disseminaram para órgãos distantes (metástases). Quimioterapia regional. Os medicamentos são injetados diretamente dentro de uma artéria e conduzidos para a área do organismo que contém o tumor. Esta abordagem visa concentrar a dose administrada nas células cancerígenas, reduzindo os efeitos colaterais, uma vez que limita a quantidade de fármacos que atingem o resto do organismo. A perfusão da artéria hepática ou quimioterapia é administrada diretamente na artéria hepática é um exemplo de químio regional usada para quando o câncer colorretal se disseminou para o fígado. A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura, em geral, algumas semanas. RESUMO DOS ESTÁGIOSRESUMO DOS ESTÁGIOS Quando o tumor está confinado à mucosa ou à camada muscular do cólon ou do reto alto, as chances de cura são altas e o tratamento indicado é a cirurgia colonoscópica, cirurgia aberta ou colectomia laparoscópica, sem necessidade de tratamento quimioterápico adjuvante (complementar) Cirurgia colonoscópica: Trata-se de procedimento pouco invasivo, ideal para a retirada de tumores pequenos e muito superficiais confinados à mucosa(Estádio IA). Cirurgia aberta: Tem o objetivo de remover a parte do intestino que contém o tumor e os linfonodos regionais. Raramente, quando a situação oncológica ou do próprio paciente inspira maiores cuidados, o cirurgião pode optar pela colostomia temporária, procedimento através do qual o intestino grosso fica exteriorizado na parede abdominal.Essa é uma cirurgia de porte médio, e sua duração varia em média de duas a quatro horas. A colectomia pode ser feita pela via aberta. A visualização completa do intestino e de órgãos vizinhos é importante.Em geral, o tempo de internação após a cirurgia é de cinco a sete dias, e o paciente levará em torno de três a quatro semanas para retomar suas atividades rotineiras. Colectomia laparoscópica:A colectomia também pode ser realizada por via laparoscópica, por meio de três a quatro pequenas incisões por onde o aparelho é introduzido, para que o tumor seja retirado com o auxílio de uma câmera. Em mãos experientes, os resultados da laparoscopia são semelhantes aos da cirurgia tradicional. A cirurgia laparoscópica tem a vantagem de requerer menos tempo de internação hospitalar e retorno mais rápido à vida normal.É importante ressaltar, no entanto, que ela nem sempre é possível tecnicamente e que o cirurgião, para realizá-la, deve estar familiarizado com a técnica. Estágio 1 Quando a doença se espalha e ocasiona metástases em órgãos distantes, como pulmões, fígado e ossos, o tratamento de escolha é a quimioterapia, podendo ou não estar associada a terapias com alvo molecular. Em situações especiais, a cirurgia ou a radiofrequência também podem ser utilizadas nesses casos, em particular para as metástases no fígado e pulmão. obs: Esse resumo dos estágio está referindo ao tratatemento do câncer de colon e reto alto. Nos tumores em estádio II, quando a doença está confinada à serosa que reveste o cólon ou o reto ou invadiu órgãos vizinhos, a cirurgia pode ser associada à quimioterapia pós- operatória, conforme estratificação de risco de cada paciente. Utiliza-se a mesma cirurgia descrita anteriormente no estádio I, que pode ser realizada por via aberta ou por laparoscopia. Estágio 4 Nos casos em que há acometimento dos linfonodos regionais ao cólon ou ao reto, independentemente de haver ou não acometimento de órgãos/estruturas adjacentes, a cirurgia habitualmente deverá ser seguida de tratamento quimioterápico adjuvante/complementar. Cabe nesses casos, de acordo com o risco de recidiva/recorrência da doença, a discussão quanto ao tempo de duração do tratamento quimioterápico subsequente. Estágio 2 Estágio 3 A disseminação do tumor pode ocorrer por meio de extensão direta para órgãos adjacentes ou por meio de metástases através dos vasos sanguíneos e linfáticos. Os sítios mais acometidos pelo câncer colorretal são os linfonodos regionais (com o câncer localizado a direta, as metástases se encontram nos linfonodos das cadeias do colón direito e da mesentérica superior; com o câncer localizado a esquerda, as metástases aparecem nos linfonodos de cadeias mesentérica inferior e hemorroidária superior) e órgãos distantes, como o fígado, pulmões, ossos e cérebro, além ser encontrado também na cavidade peritoneal. As metástases para órgãos mais distantes se dão por conta de o colón ser drenado pela veia porta, podendo ocasionar as metástases no fígado por conta do colón sigmoide, transverso, descendente e ascendente. O reto possui uma drenagem que circunda a veia porta, podendo levar o câncer a áreas mais distantes. As metástases hepáticas ocorrem em cerca de 70% a 75% dos pacientes, aparecendo como evidência clínica em cerca de 25% dos casos. Outros dados mostram que cerca de 12% 40% dos pacientes podem desenvolver metástases hepáticas após o processo de ressecção do tumor primário. Com esses dados, pode-se definir que cerca de 50% dos pacientes que são diagnosticados com câncer colorretal possuirão ou irão possuir metástase hepática. O prognostico dos pacientes que apresentam metástases hepáticas diminui significativamente, considerando que ele é responsável por 2/3 das mortes referentes ao câncer colorretal. A quimioterapia é um conjunto de medicamentos que visa destruir as células cancerígenas e reduzir dos tumores, além de amenizar as sintomas da doença, porém, por mais que seja um dos tratamentos mais indicados e mais eficazes, nem todos pacientes conseguem dar continuidade, já que, em relação a efeitos colaterais, a quimioterapia apresentam vários, além de outros problemas para a saúde do paciente. Algumas das complicações geradas pela quimioterapia são: ·Mucosite: são inflamações que podem ocorrer por toda cavidade oral, incluindo faringe, laringe, esôfago e outras áreas relacionadas ao aparelho digestivo. Isso acontece porque as células dessas mucosas são semelhantes às células cancerígenas, e como o tratamento oncológico não consegue diferenciá-las, ele acaba afetando as duas. A mucosite induzida pela quimioterapia dura geralmente uma semana e tem resolução 21 dias após a administração dos quimioterápicos. Neutropenia Febril: nada mais é que o nível muito baixo da contagem de neutrófilos. Ela é uma complicação frequente nos pacientes que estão em tratamento quimioterápico, já que ele pode afetar a medula óssea, que deixa de produzir elementos do sangue, reduzindo a produção de neutrófilos. A neutropenia não causa nenhum sintoma, porém abre porta para infecções, podendo levar o paciente a óbito. Por isso, quando se tem ciência da neutropenia febril, o médico oncologista, responsável pelo tratamento, pede frequentemente exames laboratoriais que possibilitem o rastreio da quantidade de neutrófilos, para assim poder interferir de maneira correta. ·Síndrome da Lise Tumoral: é caracterizada pela destruição de células malignas e, como consequência, liberação do seu conteúdo no espaço extracelular. Ela aparece logo após o início do tratamento com agentes quimioterápicos. Esses metabólitos, quando liberados, podem subjugar os mecanismos homeostáticos, causando uma hiperuricemia, hipercalemia, hiperfosfatemia e hipocalcemia. Essas alterações podem levar a várias manifestações, como lesão renal aguda, convulsões e morte súbita