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Beatriz Rithiely • É uma terapêutica que tem como objetivo primário fornecer oxigênio suplementar a uma paciente que, por diversas patologias que levam à insuficiência respiratória, está sendo incapaz de manter o oxigênio corpóreo em seu nível adequado. • Consiste em um tratamento em que a pressão parcial de O2 está aumentada devido a uma maior concentração de O2 no ar inspirado. FATORES DETERMINANTES PARA A OFERDA DE O2 AOS TECIDOS • FC X VS • CaO2 X DC • DO2 • A oferta de oxigênio sobre a ação de fatores que é terminado pelo conteúdo arterial de O2 (Cao2) e pelo DC ALTERAÇÕES DO DO2 E DO DC • Trauma externo • Anestesia – Paralisa a atividade do diafragma • Período pós-opp • Pneumonias crônicas e agudas • Instabilidade hemodinâmica • Hipóxia tecidual USO DO O2 EM TRÊS CATEGORIAS PRINCIPAIS • Paciente criticamente doente • Pacientes hipoxêmicos e pacientes com risco de hipoxemia • Pacientes não hipoxêmicos que podem se beneficiar de O2 – envenenamento por CO INSUFICIENCIA RESPIRATORIA • PaCO2 > 50 mmHg • PaO2 < 60 mmHg Beatriz Rithiely • IrpA Hipoxêmica – tipo 1 – queda do O2 com valores normais de PaCO2 Doenças mais comuns que afetam primariamente vasos, alvéolos e interstício pulmonar: síndrome da angústia respiratória aguda (SARA), pneumonias, atelectasias, edema pulmonar, embolia pulmonar, quase afogamento, DPOC em exacerbação, asma grave, pneumotórax. • IrpA Hipercápnica – tipo 2 – aumento do PaCO2 por falência respiratória -> alterações do SNC, alterações neuromusculares, disfunção da parede torácica e pleura, obstrução das vias aéreas superiores. • No caso de hipoxemia crônica em que a tolerância a hipoxemia é maior → PaO2 de 55 mmHg OBJETIVOS DA OXIGENOTERAPIA • Corrigir hipoxemia aguda (melhora da troca gasosa/aumento da ventilação alveolar); • Reduzir sintomas associados a hipoxemia crônica e melhora do DC; • Reduzir carga de trabalho que a hipoxemia impõe ao sistema cardiopulmonar e aos SNC; • Melhorar a oxigenação tissular de pacientes com dificuldades de transporte (CaO2); • Facilitar a absorção de ar das cavidades orgânica; • Minimiza a carga de trabalho cárdio-pulmonar INDICAÇÕES • Cianose • Extremidades frias • Palidez • Aumento da FC e FR • Hipoxemia comprovada – observar a oximetria - Adultos, crianças e lactentes com mais de 28 dias de idade: PaO2 < 60mmHg ou SatO2 < 90% - Neonatos: PaO2 < 50mmHg, SatO2 < 88% ou PO2 capilar < 40mmHg • Situações agudas com suspeita de hipoxemia – crise de asma, edema agudo de pulmão • Traumatismo grave • Infarto Agudo do Miocárdio • Terapia de curto prazo SINAIS CLÍNICOS • Agitação • Cianose extremidades ou central • Saturação de O2 < 90% • PaO2 < 60 mmHg Beatriz Rithiely • Respiratórios HIPOXEMIA (LEVE A MODERADA): Taquipnéia, dispnéia, palidez HIPOXEMIA GRAVE: Taquipnéia, dispnéia e cianose • Cardiovasculares HIPOXEMIA (LEVE A MODERADA): Hipotensão leve, vasoconstricção Periférica HIPOXEMIA GRAVE: Taquicardia, bradicardia, arritmia, hipertensão ou hipotensão eventual • Neurológicos HIPOXEMIA (LEVE A MODERADA): Agitação psicomotora, desorientação, cefaleias HIPOXEMIA GRAVE: Sonolência, confusão, visão, borrada e tubular, Perda da coordenação e julgamento, letargia, coma • Outros: Baqueteamento • Hipoxemia aguda: Declínio rápido na oxigenação arterial, desenvolvendo-se em menos de 6 horas (ex.: obstrução aguda das vias aéreas superiores) • Hipoxemia subaguda: Redução da oxigenação arterial que ocorre de 6 horas a 7 dias (ex.: pneumonia) • Hipoxemia sustentada: Redução da oxigenação tecidual que ocorre de 7 a 90 dias (ex.: SDRA prolongada e altas altitudes.) • Hipoxemia crônica: Redução prolongada da oxigenação arterial por mais de 90 dias (ex.: DPOC). • Hipoxemia geracional: Oxigenação arterial reduzida ao longo de gerações (ex.: povos tibetanos residentes em altas altitudes. • Hipoxemia: oxigenação sanguínea menor que o normal • Hipóxia: menor oxigenação tecidual EFEITOS FISIOLÓGICOS • Melhora da troca gasosa – O O2 que chega no alvéolo consiga passar através da barreira alvéolo capilar e consiga então ser distribuído através do sangue para todas as células do individuo • Vasodilatação arterial pulmonar • Baixa resistência arterial pulmonar • Baixo DC • Baixa sobrecarga de trabalho cardíaco • Vasodilatação sistêmica EFEITOS DELETÉRIOS Beatriz Rithiely • Depressão da respiração em 20% e aumento da PaCO2 (20mmHg) • Atelectasia de absorção -> quando há impedimento, total ou parcial, da entrada de ar renovado aos alvéolos. O ar existente é reabsorvido ocorrendo colapso alveolar • Inativação ou alteração do Clearance pulmonar • Desidratação das mucosas • Liberação de radicais livres → fibrose pulmonar • Depressão do SNC em retentores crônicos • Retinopatia da prematuridade (<1mês) • Vasoconstricção periférica • Aumenta a mortalidade • Lesão do endotélio capilar • Edema intersticial com espessamento da barreira alvéolo-capilar e formação de fibrose • Inativação do surfactante através da liberação de radicais livres levando: Tosse seca irritativa • Diminuição da atividade ciliar. • Hipoxemia • Hiperoxemia – excesso de oxigênio – mais difícil reverter o quadro – toxidade a nível celular - Efeitos deletérios – redução de vasodilatadores e aumento de vasoconstrictores OXIGENOTERAPIA E DPOC • Alguns pacientes com retenção de CO2 apresentam piora da acidose respiratória quando recebem oxigênio suplementar suficiente para aumentar a PaO2 acima de 70 mmHg → Redução do estímulo hipóxico em nível dos quimiorreceptores. • Piora da relação V/Q (ventilação/perfusão) → aumenta a relação espaço morto e o VC • Efeito Haldane → redução da Hb em carrear o CO2, quando a SaO2 aumenta • Atelectasia de absorção OXIGENIOTERAPIA PROLONGADA • Estimativa de 65.000 pacientes com insuficiência respiratória crônica: → DPOC; → Bronquiectasias adquiridas; → Fibrose Pulmonar; → Deformidades torácicas graves. • Indicações → PaO2 ≤ 55 mmHg (SpO2 < 90%) Beatriz Rithiely → PaO2 entre 56 e 59 mmHg na presença de sinais sugestivos de cor pulmonares; → ICC ou eritrocitose (hematócrito > 55%). MEDIDAS ADJUVANTES NO TRATAMENTO • Desobstrução das VA; • Posicionamento do paciente; • Suporte nutricional; • Otimização do débito cardíaco; • Manutenção dos níveis de Hb. TOXIDADE MODOS DE ADMINISTRAÇÃO DO O2 • Sistemas de baixo fluxo • Sistema de alto fluxo • Sistemas com reservatório • Sistema de cercadas FORMAS DE OFERTA • Severidade e causa da hipoxemia • Faixa etária (lactente, criança ou adulto) Beatriz Rithiely • Grau de consciência e estado de alerta • Presença ou ausência de cânula traqueal • Estabilidade da Ventilação Minuto DISPOSITIVOS DE BAIXO FLUXO • É um sistema onde o fluxo de O2 é menor que o fluxo inspiratório do paciente; • Há diluição do gás inspirado; • Fornece FiO2 baixa e variável dependendo do VC. • Sistema ideal para pacientes com FR < 25 ipm e com padrão respiratório estável. • A FiO2 depende da existência de um reservatório anatômico ou artificial de oxigênio. • Cânula nasal → São confortáveis, permite fala, tosse e alimentação; → Respiração nasal; → Narinas desobstruídas; → Permitem ao paciente falar, comer e tossir durante o uso; → Utilizar fluxos < 6 lpm → Fio2 – 24 a 44%; → Altos fluxos podem levar a irritação local e dermatites; → Pode ocorrer diminuição exponencial da FiO2 ofertada quando FR aumenta; → Cuidados com ressecamento nasal e dermatites (altos fluxos). → Vantagem: fácil utilização, boa estabilidade, baixo custo, descartável → Desvantagem: inserção, alto fluxo, vomito e obstrução • Cateter faríngeo → Posicionar acima da úvula; → Produção de secreção;→ Reflexo de vômito; → Deglutição de gás. • Cateter transtraqueal → Posicionar entre o 2 e 3anel traqueal; → Maior reservatório anatômico que aumenta a FiO2 e diminui os custos com o gás; → Procedimento invasivo; → Necessita educação rigorosa do paciente, principalmente com higiene → Fluxo 0,5 – 4 l/m → Vantagem: menor irritação nasal, maior aceitação, maior auto imagem → Desvantagem: invasivo, alto custo, infecções, tampão mucoso Beatriz Rithiely • Cateter nasal → Fluxo: 0,5 – 8 l/m → FiO2: 22 – 45% → Vantagem: fácil utilização, boa tolerância, baixo custo, descartável → Desvantagem: instável, desconfortável, ressecamento, oclusão do fluxo • Tenda facial → Também designada de máscara de Hudson ou macronebulização. → Alcança uma FiO2 de 21 a 40% - fluxos de 6 a 15 L/min. → Fluxos inferiores a 5 L/min aumentam o risco de reinalação de CO2; → Indicação: traumas de face ou intolerância a máscara facial. • Mascara colar para TQT → Colar de traqueostomia – máscara de traqueostomia. → FiO2 em trono de 35 – 60% - fluxos de 6 a 15 L/min. → Pacientes traqueostomizados. • Como titular (quanto de O2 vou ofertar) a FiO2 nos sistemas de baixo fluxo - Fluxo de O2 1 litro/min → 24% 2 litros/min → 28% 3 litros/min → 32% 4 litros/min → 36% 5 litros/min → 40% 6 litros/min → 44% • O2 = 21% (AR AMBIENTE) + (4 X FLUXOS DE O2 EM LITROS/MIN) • Aplicar O2 e observar o paciente pra saber se a saturação está aumentando • APÓS 5L DE FLUXO TITULADO EU POSSO NÃO GARANTIR A FIO2 FATORES QUE AFETAM A FIO2 NOS SISTEMAS DE BAIXO FLUXO • Aumentam a FiO2: Maior Entrada de oxigênio Respiração com a boca fechada Fluxo Inspiratório menor Volume corrente menor FR e VM pequenos Tempo inspiratórios longos Índice I:E alto Beatriz Rithiely DISPOSITIVOS COM RESERVATÓRIO • Coletam e armazenam O2 entre as inspirações do paciente; • O paciente utiliza o suprimento de reserva quando seu fluxo inspiratório maior que o fluxo de O2; • Oferecem FiO2 maiores que os sistemas de baixo fluxo. • Reservatório nasal / pendente → Armazenam cerca de 20 ml na membrana reservatória; → Dependem da anatomia do paciente e do padrão respiratório do paciente; → Incorporam um mecanismo de coleta e armazenamento de oxigênio entre as inspirações do paciente • Máscara simples → O corpo da máscara coleta e armazena oxigênio entre as inspirações do paciente. → Aumentam o reservatório de oxigênio, permitindo uma maior inalação do gás inspirado. → Variações de fluxo de 5 à 10 lpm – 35 a 50%. → Fluxos menores que 5 lpm podem propiciar reinalação de gás; → Fluxos inferiores a 5 Lpm aumentam o risco de reinalação de CO2. → Fornece FiO2 variavéis: - Fluxo de entrada; - Coletor da máscara; - Padrão ventilatório. → Vantagem: fácil colocação, rapidez, baixo custo, descartável → Desvantagem: desconfortável, retirada para se alimentar, bloqueia vomito • Máscara com reservatório → Máscara acoplada a uma bolsa inflável; → Com e sem sistema de reinalação; → Alcançam FiO2 de 40 a 70% com fluxo de 6 a 10 lpm; → O fluxo deve ser adequado para garantir que a bolsa seja esvaziada em somente um terço do seu conteúdo durante a inspiração para evitar acúmulo de CO2 nos sistemas; • Cânula com reservatório → Fluxo: 0,5 – 4 l/min → FiO2: 22 – 35% → Vantagem: maior mobilidade e utilização; menor desconforto e custo → Desvantagem: má aceitação, troca regular, FR muda desempenho • Máscara de reinalação Beatriz Rithiely • Fluxo: 6 – 10 l/min • FiO2: 35 – 60% • Vantagem: mascara simples, permite FiO2 maior • Desvantagem: mascara simples, risco de sufocação • Sistema de cercadas → Capacetes: - Cobre somente a cabeça; - Oxigênio liberado por nebulizador; - Fluxo de O2 de acordo com o tamanho. → Incubadoras: - Combinam o aquecimento por convexão com a complementação de O2; - Concentração de oxigênio variável. DISPOSITIVOS ALTO FLUXO OU SISTEMA DE VENTURI • Fornece O2 em fluxos iguais ou superiores do fluxo inspiratório máximo do paciente; • FiO2 fixa; • Utiliza orifícios de tamanhos diferentes com fluxos de O2 variáveis para ajuste da FiO2. • Não ocluir a região do anel de arrastamento. • Titular o fluxo em Lpm compatível com a FiO2 designada em cada adaptador. • Indicações - Pacientes que necessitam de concentrações exatas de FiO2 – DPOC, doenças neuromusculares - Paciente com IrpA grave em que é preciso controlar a Pao2 a um nível tolerável sem abolir o estímulo da hipoxemia - Desmame de pacientes com cautela Beatriz Rithiely CANULA NASAL DE ALTO FLUXO (CNAF) • Acompanhada por sistemas de umidificação aquecidos para evitar ressecamento da mucosa das vias aéreas superiores e proporcionar maior conforto para os pacientes; • Fluxos terapêuticos em adultos: 15 – 60 lpm; • FiO2 pode ser modificada de modo independente nos misturadores de oxigênio/ar ambiente; • Pacientes com hipoxemia moderada persistente. • Observações clínicas: diminuição da FR e do trabalho respiratório (Wresp), além de maior aceitação e conforto dos pacientes. • FiO2: 21 a 100% • Fluxo: 30 a 60l/min (com sistema de umidificação e aquecimento ideal) • Efeitos fisiológicos Clearance do CO2 Resistência ao fluxo expiratório do paciente (efeito PEEP) Umidificação e aquecimento do fluxo de O2 fornecido Redução do EMA FiO2 mais constante → Na insuficiência respiratória aguda hipoxêmica, a oxigenoterapia nasal de alto fluxo pode produzir menores taxas de intubação de que a oxigenoterapia padrão e a ventilação não invasiva nos pacientes com hipoxemia mais grave. → A oxigenoterapia nasal de alto fluxo é uma alternativa valiosa à ventilação não invasiva para prevenir insuficiência respiratória aguda em condições após cirurgia. Dispositivo – Vai depender da saturação Se o paciente está respondendo Iniciar com o sistema de baixo fluxo – se o paciente não tá respondendo – mudar pra um de alto fluxo • O2 pode ser ofertado junto com a VNI - Se o paciente estar com VNI, mas não sendo suficiente apesar de estar expandindo bem, melhorando o desconforto, mas a saturação não sobe tanto.
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