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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO PROCESSO DO ENVELHECIMENTO ❑ COMPOSIÇÃO CORPORAL ▪ As alterações anatômicas são principalmente as mais visíveis e manifestam-se em primeiro lugar. ▪ Peso ▪ Massa de gordura corporal: aumenta entre 55-65 anos ▪ Homem: 65 anos x Mulheres: 75 anos, seguida de perda de peso (água e músculo) ▪ Gordura subcutânea diminui x Gordura visceral aumenta (principalmente nos homens) ▪ Massa livre de gordura corporal: diminui Mulheres: 20% x Homens: 25% entre 35-70 anos = 6%/ano após os 30 anos ▪ Doenças crônicas, alimentação inadequada, sedentarismo e produção hormonal reduzida (testosterona, GH) ▪ Atividade física + alimentação = manutenção da força e melhoria da capacidade funcional ▪ Sarcopenia, Obesidade sarcopênica (associada com disfunção metabólica, fragilidade, dificuldade e incapacidade de realizar atividades diárias)!! ▪ Estatura: reduz 0,5-2cm/década após os 40 anos Achatamento dos discos intervertebrais, redução do tônus muscular, arqueamento dos membros inferiores ▪ Densidade mineral óssea: diminui com a idade, podendo levar a fratura. ▪ Mulheres idosas: início da menopausa leva a perda óssea drástica e repentina (redução do estrogênio) ▪ Homens idosos: redução da testosterona; ▪ Metabolismo alterado de Ca e vit D: diminuição da ativação de vit D nos rins e da produção de vit D, menor ingestão e absorção de Ca e vit D. ❑ ALTERAÇÕES SENSORIAIS ▪ Visão, sons, odores, texturas têm relação com o apetite!! ▪ Declinam com a idade! ▪ Olfato: mais de 50% dos idosos perdem significativamente! Redução da percepção do aroma; Dificuldade de detectar alimentos deteriorados (intoxicação alimentar); Deficiência de zinco ou efeitos dos medicamentos: relação com a perda da percepção de odor! ▪ Paladar: perda menos intensa; Disgeusia/ Augesia (alteração da sensação de paladar de leve a grave); Redução dos botões gustativos: altera o limiar para detecção do gosto e diminui a sensibilidade por sabores primários (doce, amargo, salgado, azedo e umami); Risco de adição excessiva de sal e açúcar; Agravada por medicamentos, infecções respiratórias e de ouvido, tratamento de câncer, exposição a certos químicos, lesão na boca, má higiene bucal, problemas dentários, tabagismo. ▪ Visão: diminui! Impacto na realização de atividades do cotidiano, perda independência e aumento do risco de depressão; Leitura de rótulos? Compra de alimentos? Preparo dos alimentos? Redução da atração pelo sabor colorido!!! Doenças. ▪ Audição: perda auditiva (presbiacusia). Graves distúrbios de comunicação: dificuldade de ouvir e de falar (comunicação comprometida!!)! Doenças, Poluição sonora. “A perda auditiva pode contribuir para a percepção de que as pessoas de idade são distraídas e irritáveis”. Um ajuste na perda sensorial pode ser conseguido por meio de seleção e técnica adequadas de preparo dos alimentos, com uso de ervas, temperos naturais e molhos que possam estimular o apetite. A escolha de alimentos com cores vivas e variação na textura das refeições também pode compensar a diminuição de visão e paladar. ❑ ALTERAÇÕES ORGÂNICAS ▪ Órgãos envelhecidos: menos adaptáveis a situações de estresse fisiológico e ambiental. ▪ Rins: ▪ Perdem a habilidade de concentrar os produtos de excreção = maior diurese e maior risco de desidratação. ▪ TFG pode reduzir em até 60% entre os 30 e 80 anos. ▪ Fígado: ▪ Menos eficiente na biotransformação dos fármacos, na síntese proteica, no metabolismo proteico e na secreção biliar. ▪ Vesícula biliar: ▪ Sensibilidade diminuída. ▪ Pâncreas: ▪ Dificuldade na regulação das concentrações de glicose sanguínea. ▪ Coração: ▪ Pouca resistência ao aumento da atividade física; ▪ Maior rigidez do tecido conectivo (dor nas articulações) e vasos sanguíneos (pressão sanguínea elevada e fluxo sanguíneo dificultado); ▪ Pele: ▪ Mais fina, seca e frágil, mais susceptível a lesões e contusões; ▪ Dificuldade na cicatrização de feridas; ▪ Aumento do risco de infecção; ▪ Unhas: ▪ Crescimento lento. ▪ Cabelo: ▪ Queda; ▪ Sistema nervoso: ▪ Diminuição do número de neurônios e da síntese de neurotransmissores; ▪ Comprometimento de memória, reflexos coordenação, equilíbrio, habilidade de aprendizagem; ▪ Comprometimento cognitivo: Causa de morbidade e incapacidade dos idosos. Maior risco de mortalidade; Aumenta com a idade; 20% das pessoas com 65 anos ou mais; SISTEMA ENDÓCRINO ALTERAÇÃO CONSEQUÊNCIA Diminuição da reserva funcional dos órgãos Aumento da prevalência de doenças endócrinas Diminuição dos linfócitos T supressores/ aumento de autoanticorpos Aumento da prevalência de doenças autoimunes Diminuição das respostas pré e pós-receptores Apresentação atípica, diagnóstico demorado Variação dos valores de referência Diagnóstico não apropriado Alterações nas dosagens hormonais Alterações nas doses de reposição HORMÔNIOS E EFEITO DO ENVELHECIMENTO Hormônios hipofisários - SARCOPENIA GH Diminui TSH Diminui Hormônios tireoidianos T4 e T3 Aumenta Hormônios adrenais - HAS Cortisol Não altera Aldosterona Diminui Hormônios Calcitróficos - OSTEOPOROSE PTH Aumenta 25 (OH)D Diminui 1,25 (OH)D Diminui Hormônios sexuais Masculinos Diminui Femininos Diminui Dieta rica em ômega-3, vitaminas A e C, zinco e cobre e proteínas = Melhora cicatrização e reduz gravidade de contusão Necessidade de alimentação saudável, atividades físicas regulares, interação social, estimulação intelectual → Estilo de vida saudável e adequado funcionamento cognitivo. SISTEMA IMUNOLOGICO ▪ Senescência > morbidade e mortalidade por doenças infeciosas/autoimunes. ▪ Aumento da frequência de autoanticorpos circulantes; ▪ Aumento de citocinas pró-inflamatórias (interleucina 1-B, PCR, TNF-alfa): estado inflamatório de baixa intensidade, sistêmico e subclínico; Glicocorticoides, Catecolaminas e GH. ▪ Maior predisposição para DCNT; ▪ Maior perda de massa muscular; SISTEMA DIGESTÓRIO ▪ Cavidade Oral ▪ Problemas mais frequentes: perda de dentes, xerostomia, doenças periodontais, cáries e diminuição da eficiência mastigatória; ▪ Saúde oral adequada: alimenta-se, comunica-se e socializa-se sem desconforto ou embaraço e que contribui para o bem-estar geral. ▪ Qual é a relação entre saúde oral e estado nutricional? → Deglutição e mastigação! ▪ Mastigação comprometida: cáries, doenças periodontais, uso de prótese total (↓ 75-85% eficiência mastigatória) ou parcial, prótese mal adaptada, ausência de dentes (edentulismo); ▪ Ingestão de CHO aumenta com a perda dentária e a de alimentos ricos em fibra diminuem! ▪ Produção de saliva diminuída (↓30%): xerostomia, dificulta a fala, a mastigação, a mordida e a deglutição, reduz ingestão de alimentos mais secos; ▪ Saliva mais espessa (alteração na composição); ▪ Glândulas salivares diminuem a secreção de ácido, aumentando o risco de infecções fúngicas (candidíase); ▪ Xerostomia: menor proteção das mucosas, ficando mais sensíveis a temperaturas extremas (utilizar temperaturas brandas). ▪ Saliva artificial! ▪ Esôfago▪ DRGE ▪ Fatores de risco para DRGE: diminuição do fluxo salivar e da secreção de bicarbonato, motilidade gastroesofágica enfraquecida e/ou desordenada, relaxamento do EEI, hérnia hiatal, aumento da obesidade (abdominal) e do tempo de esvaziamento gástrico. ▪ Orientações DRGE → Fracionamento de refeições, em pequenos volumes e diminuição da ingestão de café, refrigerantes, chocolate e alimentos gordurosos e concentrados. ▪ Disfagia ▪ Preferir alimentos mais espessos, evitar alimentos com texturas mistas (iogurte com pedaços de frutas), usar espessantes; ▪ Risco de desnutrição, perda de peso, aspiração de alimentos ou fluidos e pneumonia aspirativa. ▪ Estômago ▪ Secreções diminuídas de suco gástrico: menor secreção de ácido clorídrico, fator intrínseco, pepsina e muco = menor biodisponibilidade de nutrientes (absorção de cálcio, ferro, zinco); ▪ Diminuição do fator intrínseco: reduz absorção de B12; Menor função bactericida do ácido clorídrico: risco maior de supercrescimento bacteriano; ▪ Uso de bloqueadores de H2 e inibidores de bomba de prótons: diminui ácido clorídrico e impacta mais ainda na biodisponibilidade de nutrientes; ▪ Muco reduzido: Menor cicatrização de úlceras. ESTRESSE CRÔNICO ▪ A velocidade de esvaziamento gástrico está diminuída (tempo maior de esvaziamento) (A: 50min x I: 123min): sensação de distensão abdominal e saciedade precoce e anorexia. ▪ Orientações → Refeições em pequeno volume, fracionamento aumentado, menor teor de gordura e menos concentradas. ▪ Pâncreas ▪ Redução do tamanho; ▪ Bicarbonato de sódio e lipases: diminuição da produção! ▪ Vesícula biliar ▪ Cálculos biliares: redução da produção de ácidos biliares, concentrações dificultam a degradação do colesterol e consequente levam ao acúmulo intravascular; ▪ CCK: produção maior, contribuindo para o aumento da prevalência de cálculo biliares em idosos. ▪ Fígado ▪ Redução do volume e da capacidade regenerativa; ▪ Maior estresse oxidativo e estado inflamatório crônico; ▪ Doenças hepáticas; ▪ Menor produção de ácidos biliares e HDL-colesterol; ▪ Intestinos delgado e grosso ▪ Funções da microbiota intestinal: digere fibras, produz ácidos graxos de cadeia curta (efeito anti-inflamatório) e reduz o crescimento de microrganismos patogênicos! ▪ Fatores que contribuem para redução da biodiversidade da microbiota intestinal: padrão alimentar, uso de medicamentos, atividade física, entre outros. ▪ Envelhecimento intestinal: aumento do estado inflamatório, diminuição do funcionamento imunológico do trato digestório e funcionamento debilitado das células da mucosa intestinal; ▪ Pequenas alterações anatômicas nas vilosidades entéricas: sem maiores repercussões clínicas; ▪ Não há perda importante na atividade de enzimas digestivas, na habilidade de absorver nutrientes e na motilidade intestinal; ▪ Lactose: apenas 30% dos idosos tem quantidades adequadas de lactase; ▪ Tolerância a lactose diminui com o avanças da idade = Distensão abdominal e diarreia! ▪ Constipação: alimentação pobre em fibras, ingestão insuficiente de água e outros líquidos, sedentarismo, adiamento da evacuação e medicamentos; ▪ Osteopenia → resistência intestinal à ação do hormônio precursor da vitamina D (7-Dehidrocolesterol) → diminuição na absorção de vit D e cálcio; ▪ Diminuição da percepção anorretal, mesmo sem alteração da motilidade; ▪ Risco de incontinência fecal por impactação fecal, desordens neurológicas e uso de laxantes; ALTERAÇÕES NA FOME E NA SACIEDADE ▪ Anorexia do envelhecimento: menor fome, maior sensação de saciedade e de plenitude; ▪ Maior liberação de hormônios anorexígenos: peptídeo YY, peptídeo semelhante ao glucagon (GLP-1), colestitoquinina (CCK); ▪ Menor liberação de hormônios orexígenos: grelina (20-35% menores)!
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