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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Raciocínio Lógico, Crítico e Analítico Aula 2 Prof.ª Claudia Lorena Juliato Araújo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Nesta aula, estudaremos os argumentos, as deduções, equivalências, validades e invalidades para buscar saber o que interfere na nossa forma de pensar, agir e entender as coisas. Contextualizando Você já ouvir falar de argumento, dedução e conclusão? E de validades e invalidades? Vamos trabalhar com essas situações sob outra óptica, porém, com o mesmo objetivo: dar sequência formal aos nossos pensamentos diante das diversas situações de nossa vida cotidiana e acadêmica. Saber pensar e organizar as ideias é fundamental! A argumentação é muito utilizada na área jurídica, mas também na área de vendas. Mas o que dizer da argumentação do cotidiano, aquela que fazemos com nossos familiares ou com nosso chefe ou com nossos clientes? Sim, ela é importantíssima, pois só existem duas possibilidades: ou ela é verdadeira ou ela é falsa. Portanto, não existem meias verdades. O argumento gera uma conclusão verdadeira ou gera uma conclusão falsa. O raciocínio lógico nos mostra por meio de argumentos, deduções, equivalências e conclusões à veracidade de nossa lógica mental e como trabalhamos, algumas vezes, de forma errada na hora de argumentar. Tema 1: Argumentos Os argumentos são utilizados por nós todos os dias, seja para conversar, seja para explicar algo, seja para nos posicionar. Eles são fundamentais na concatenação das ideias. São importantes para que possamos entender os acontecimentos e tomarmos posicionamentos específicos diante das situações. O argumento é a expressão verbal do raciocínio. Ele é formado de premissas e proposições. Ou seja, é uma sequência de afirmações que serve para demonstrar a veracidade ou não de ideias iniciais. É um conjunto com uma estrutura lógica, originando outra proposição. Chama-se argumento a afirmação CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 de que um conjunto de proposições (premissas) decorre uma proposição chamada conclusão. Exemplos de argumentos: O argumento P: “se eu como, fico com sono; se eu fico com sono, eu durmo. Logo, se eu comer durmo”. A conclusão desse argumento decorre das premissas, logo o argumento é válido. Quando a conclusão não decorre das premissas, o argumento é inválido. Vejamos outro exemplo: “Se eu tiver dinheiro, vou viajar ou vou comprar um carro, mas eu não tenho dinheiro. Logo, ou não vou viajar ou não vou comprar um carro”. IMPORTANTE: não é ocupação da lógica verificar se as premissas são verdadeiras, seu objetivo é verificar se o argumento é estruturado ao ponto de que se as premissas são verdadeiras gerem uma conclusão verdadeira. A estrutura que melhor representa um argumento é a condicional ( → ). Concluímos então que um argumento é válido se a condicional gera uma tabela verdade tautológica. Voltemos ao segundo exemplo: “se eu tiver dinheiro, vou viajar ou vou comprar um carro, mas eu não tenho dinheiro. Logo, ou não vou viajar ou não vou comprar um carro” e vamos construir sua tabela verdade para verificarmos se esse argumento é válido ou não. p: tiver dinheiro q: vou viajar r: vou comprar um carro Vamos montar a sentença lógica então: (p → q v r) ^ (~p) → (~q v ~r). Lembrando que se for uma tautologia (tudo V), o argumento é válido, caso contrário, o argumento será inválido. Vamos construir a tabela verdade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Quadro 1.1 p q r ~p ~q ~r q v r p→qvr (p→qvr)^(~p) (~qv~r) (p→qvr)^(~p)→ (~qv~r) V V V F F F V V F F V V V F F F V V V F V V V F V F V F V V F V V V F F F V V F F F V V F V V V F F V V V F F F V F V F V V V V V V F F V V V F V V V V V F F F V V V F V V V V A tabela verdade não resultou em uma tautologia, logo o argumento é inválido. Vejamos então o outro exemplo: “se eu como, fico com sono; se eu fico com sono, eu durmo. Logo, se eu comer durmo”. p: eu como q: fico com sono r: eu durmo Vamos montar a sentença lógica então: (p → q) → (q → r) → (p →r). Montando a tabela verdade, teremos: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Quadro 1.2 p q r p→q q→r p→r (p→q) → (q→r) ((p→q) → (q→r)) → (p→r) V V V V V V V V V V F V F F F V V F V F V V V V V F F F V F V V F V V V V V V V F V F V F V V V F F V V V V V V F F F V V V V V A tabela verdade resultou em uma tautologia, logo o argumento é válido. Tema 2: Deduções Ao longo dos séculos, vários matemáticos, químicos, físicos encontraram fórmulas e chegaram a conclusões sobre diversos comportamentos da natureza e da matemática. Isso é uma dedução, uma conclusão sobre algo. A dedução lógica faz o mesmo papel que a tabela verdade para verificar a veracidade de um argumento em válido ou não válido. Isso porque dependendo do numero de proposições, muitas vezes, torna-se impossível faze-lo pela tabela verdade. Imagine um argumento com 7, 8 ou 10 proposições, suas respectivas tabelas verdade teriam, respectivamente, 128, 256 e 1024 linhas, o que tornaria inviável a construção delas. Definição de dedução: dado um argumento P1 ^ P2 ^ ….→ Q, chama-se dedução de Q a partir de P1, P2,… a sequencia finita de proposições, tal que ou elas são uma premissa ou decorrem de proposições anteriores, sendo que a última é chamada de conclusão. Em outras palavras, a dedução é um tipo de raciocínio que parte de uma proposição geral com base em premissas iniciais para uma conclusão particular. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Na lógica, esta dedução segue alguns passos: Estabelecem-se as premissas P1, P2, … Sobre estas premissas, fazem-se atuar equivalências, obtendo-se novas proposições que farão parte do conjunto. Repete-se os passos acima até que as proposições novas façam parte da conclusão Q. Vejamos um exemplo: Vamos provar o argumento (p → q) ^ p → q Vejamos as proposições: P1: p → q P2: p A Lei da condicional nos diz que p → q é equivalente a ~p v q. Logo, substituindo, teremos: (~p v q) ^ p. Aplicando a lei da distributividade, vemos que (p ^ ~p) v (p ^ q). Mas p ^ ~p é equivalente a F, que é uma contradição. Daí temos F v (p ^ q), que é equivalente a p ^ q. p ^ q => q, pela regra da simplificação. Dessa forma, fica demonstrado por meio da dedução o argumento (p → q) ^ p → q. Como é um argumento com poucas premissas, fica fácil construir a tabela verdade dessa dedução. Então, vamos lá! Quadro 2.1 p q p→q (p→q) ^ p (p → q) ^ p → q V V V V F V F F F F F V V F F F F V F F Importante: para se mostrar uma dedução tem que se utilizar várias equivalências e regras de inferências, além de propriedades da lógica CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 matemática, por esse motivo, é muito importante saber de forma segura quais equivalências e regras podem ser utilizadas. Vejamos alguns exemplos de dedução: Exemplo 1: Todo brasileiro é latino-americano (premissa maior). Todo paranaense é brasileiro (premissa menor). Logo, todo paranaense é latino americano (conclusão). Exemplo 2: Todo combustível é inflamável (premissa maior). Gasolina é um combustível (premissa menor). Logo, gasolina é inflamável (conclusão). Você pode observar pelos exemplos 1 e 2 que não houve produção de conhecimentonovo, e sim casos particulares de uma lei geral, maior. Sofismas e falácias Do dicionário Aurélio (2004), temos as seguintes definições: Quadro 2.2 FALÁCIA “qualidade ou caráter de falaz”, que por sua vez significa “enganador, fraudulento, enganoso, ilusório” SOFISMA “argumento aparente, que serve ao propósito seja de induzir outrem a erro, seja de ganhar a qualquer preço uma contenda ou discussão” Um exemplo clássico de falácia ou sofisma é: Toda regra tem exceção (premissa maior). Isto é uma regra, portanto tem exceção (premissa menor). Logo, nem toda regra tem exceção (conclusão). Observe que a premissa maior não é uma lei, e sim um dito popular, totalmente discutível. Logo, não é uma dedução coerente. As generalizações indevidas, que valem para apenas um grupo particular e restrito, são falácias ou sofismas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Tema 3: Equivalências Equivalência refere-se àquilo que equivale, ou seja, ser igual, ter o mesmo significado, resultar no mesmo. As equivalências lógicas são de extrema importância para podermos usar o método dedutivo ou a dedução, pois é a partir delas que novas proposições são criadas para se poder chegar à conclusão. Vejamos as equivalências mais importantes com alguns exemplos para ilustrar: p ^ p ⇔ p p v p ⇔ p Ex.: André é médico e médico. André é médico p ^ q ⇔ q ^ p p v q ⇔ q v p Ex.: Gisele vai sair ou ficar em casa. Gisele vai ficar em casa ou sair. p ∧ ( q ∧ r ) ⇔ ( p ∧ q ) ∧ r p ∨ ( q ∨ r ) ⇔ ( p ∨ q ) ∨ r p ∧ ( q ∨ r ) ⇔ ( p ∧ q ) ∨ ( p ∧ r ) p ∨ ( q ∧ r ) ⇔ ( p ∨ q ) ∧ ( p ∨ r ) p ⇔ ~ ( ~ p ) ~ (p ∧ q) ⇔ ~ p ∨ ~ q ~ (p v q) ⇔ ~ p ^ ~q p → q ⇔ ~ p ∨ q p ↔ q ⇔ ( p → q ) ∧ ( q → p ) p ↔ q ⇔ ( p ∧ q ) ∨ ( ~ p ∧ ~ q ) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 p → q ⇔ ~ q → ~ p p ∧ q → r ⇔ p → ( q → r ) p ∨ ~ p ⇔ V p ∧ V ⇔ p p ∧ ~ p ⇔ F p ∨ F ⇔ p É de suma importância que saibamos dessas equivalências para poder construir as deduções. Mas, além disso, algumas regras de inferência também precisam ser vistas. Inferência é deduzir pelo raciocínio, é tirar por conclusão. As regras de inferência mais importantes são: ADIÇÃO: p ⇒ p ∨ q SIMPLIFICAÇÃO: p ∧ q ⇒ p SIMPLIFICAÇÃO DISJUNTIVA: ( p ∨ q ) ∧ ( p ∨ ¬ q ) ⇒ p ABSORÇÃO: p → q ⇒ p → p ∧ q MODUS PONENS: p ∧ ( p → q ) ⇒ q MODUS TOLLENS: ( p → q ) ∧ ¬ q ⇒ ¬ p SILOGISMO DISJUNTIVO: ( p ∨ q) ∧ ¬ p ⇒ q SILOGISMO HIPOTÉTICO: ( p → q ) ∧ ( q → r ) ⇒ p → r DILEMA CONSTRUTIVO: ( p → q ) ∧ ( r → s ) ∧ ( p ∨ r ) ⇒ q ∨ s DILEMA DESTRUTIVO: ( p → q ) ∧ ( r → s ) ∧ ( ~ q ∨ ~ s ) ⇒ ~ p ∨ ~ r Vamos ver alguns exemplos retirados de exames: (CESPE – MPOG – 2015) Considerando a proposição P: “Se João se esforçar o bastante, então João conseguirá o que desejar”, julgue o item a seguir como certo ou errado. ( ) A proposição : “Se João não conseguiu o que desejava, então João não se esforçou o bastante” é logicamente equivalente a proposição P. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 RESOLUÇÃO: Construindo a estrutura lógica das proposições, teremos: p: João se esforçar bastante q: João conseguirá o que desejar A equivalência solicitada para verificar a veracidade fica: p → q ⇔ ~q → ~p Vamos construir a tabela verdade, apesar de já conhecermos essa equivalência. Quadro 3.1 p q p → q ~p ~q ~q → ~p V V V F F V V F F F V F F V V V F V F F V V V V Logo, concluímos que a equivalência é verdadeira e que a afirmação da questão está correta. Vejamos mais um exemplo de questão. (FGV – TJ/PI – 2015) Considere a sentença: “Se gosto de capivara, então gosto de javali”. Uma sentença logicamente equivalente à sentença dada é: a. Se não gosto de capivara, então não gosto de javali. b. Gosto de capivara e gosto de javali. c. Não gosto de capivara ou gosto de javali. d. Gosto de capivara ou não gosto de javali. e. Gosto de capivara e não gosto de javali. RESOLUÇÃO: Do enunciado inicial temos que p → q, onde: p: gosto de capivara CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 q: gosto de javali f. ~p → ~q g. p ^ q h. ~p v q i. p v ~q j. p ^ ~q Neste caso, a única equivalência possível é a letra C. Tema 4: Conclusão A conclusão é algo que buscamos sempre, pois estamos sempre em busca de respostas para questionamentos. Mas é preciso saber trabalhar com esses resultados, para que possam, de fato, representar a melhor forma de raciocínio e poder nos ajudar a tomar decisões. As proposições nem sempre são de formato simples e, às vezes, fica complicado poder obter a conclusão de um argumento válido, pois as proposições podem ser compostas. A simplificação da conclusão nos ajudará nesta tarefa. Vamos analisar três formas de conclusão, que são as mais importantes: p ^ q, p v q. Conclusão p ^ q Quando a conclusão é uma conjunção, devemos obter as parcelas p e q independentemente e depois fazer a conjunção ^. Exemplo: se a procura do produto aumentar, seu preço subirá; se o preço subir, o produto não será exportado; se não houver importação ou se a produto for exportado, o produto escasseará. A procura do produto aumentou e não haverá importação. Logo, o produto não será exportado e escasseará. Fazendo: p − a procura aumentar CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 q − o preço subir r − o produto ser exportado s − haver importação t − o produto escassear O argumento na forma simbólica fica então desta forma: p → q q → ~ r ~ s ∨ r → t p ∧ ~ s Conclusão: ~ r ^ t Pelas inferências e equivalências, temos que: Quadro 4.1 Premissa 1 p → q Premissa 2 q → ~ r Premissa 3 ~ s ∨ r → t Premissa 4 p ∧ ~ s Aplicando a regra 2 de inferência, a premissa 4 fica: P Aplicando a regra 8 de inferência nas premissas 1 e 2, tem-se: p → ~r CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Aplicando a regra 5 de inferência nas 2 anteriores, teremos: ~r Aplicando novamente a regra 2 da inferência na premissa 4: ~s Aplicando a regra de inferência 1 na anterior: ~s v r Aplicando a regra 5 de inferência na anterior e na premissa 3: T E, por fim, aplicando a conjunção nas linhas 7 e 10, teremos a conclusão: ~ r ^ t Conclusão p v q Sabe-se que p ∨ q ⇔ ~ p → q. Vejamos um exemplo. Ou pagamos a dívida ou o deficit aumenta; se as exportações crescerem, o deficit não aumenta. Logo, ou pagamos a dívida ou as exportações não crescem. Fazendo: p: pagar a dívida; q: o déficit aumentar; r: as exportações crescerem. Teremos o argumento: p v q r → ~q Cuja conclusão é: p v ~r. Vejamos como chegar a essa conclusão. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Quadro 4.2 Premissa 1 p v q Premissa 2 r → ~q Premissa 3 ~p Aplicando a regra 7 da inferência em 1 e 3, temos: Q Aplicando a regra 6 da inferência na anterior e na premissa 2, vem que: ~r Considere o argumento P → Q, onde P é a conjunção de premissas e Q é a conclusão. Então, se o argumento for válido, isto é, se P → Q for uma tautologia, ¬ P ∨ Q também o será, pela equivalência COND; consequentemente, sua negação ¬ (¬ P ∨ Q), que, por De Morgan, é equivalente a P ∧ ¬ Q, será uma contradição. Então, para mostrarmos que o argumento P → Q é válido, é suficiente mostrar que P ∧ ¬ Q é uma contradição.Ou seja, para mostrarmos que um argumento é válido, podemos negar a conclusão, incluí−la nas premissas e deduzir F, que representa uma contradição. Essa forma de deduzir um argumento é conhecida por dedução por absurdo. Tema 5: Validades e invalidades A validade de um argumento pode ser provada por deduções. Utilizando as equivalências e as inferências, pode-se mostrar a validade de um argumento por meio da conclusão\. Mas esse processo dedutivo apenas nos mostra a validade do argumento. Caso estejamos fazendo análise dele e, na conclusão, não chegamos na validade dele, quer dizer que ele não é válido? Não, necessariamente. Isso pode estar mostrando que nós não soubemos chegar à conclusão. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Por isso, é necessário que se conheçam métodos que nos conduzam a saber se um argumento é inválido. Lembre-se: um argumento é uma operação de condicionamento. Quando um argumento é válido, a condicional é tautológica, ou seja, a tabela verdade é toda V. Logo, conclui-se que, se uma das combinações de valores lógicos for F, o argumento é inválido. Vejamos a definição e a tabela verdade de uma condicional. Quadro 5.1 SE…ENTÃO CONDICIONAL Uma proposição condicional só será falsa se a primeira for verdadeira e a segunda falsa, nos otros casos, será verdadeira. Quadro 5.2 p q p→q V V V V F F F V V F F V Podemos verificar pela definição e pela tabela verdade que a única possibilidade de condicional (→) ser falsa é quando a primeira é verdadeira V e a segunda é falsa F. Em nenhuma outra condição isso é possível. Porém, em um argumento, o que vem primeiro é o conjunto de premissas e o que vem em seguida é a conclusão. Daí, concluímos: para essa condicional ser falsa, é necessário que o conjunto de todas as premissas seja verdadeiro (V) e a conclusão, consequentemente, falsa (F). Então, temos: um argumento será considerado inválido se o conjunto de premissas for verdadeiro (V) e a conclusão for falsa (F). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Considere o seguinte argumento: “se Carlos comprar ouro e o mercado retrair, ele perderá dinheiro. O mercado não vai retrair. Logo, ou Carlos compra ouro ou perderá dinheiro. Simbolicamente, temos: p: Carlos compra ouro. q: o mercado retrai. s: Carlos perde dinheiro. Montando o argumento simbolicamente: (p ^ q) → r; ~q e conclusão p v r. Para mostrar a invalidade, teremos que ter as premissas verdadeiras e a conclusão falsa. Assim: (p ^ q) → r = V ~ q = V p v r = F Se ~ q = V, vem que q = F. Substituindo em 1, temos (p ^ F) → r = V. Considerando p v r = F e como p ^ F = F, pois em uma conjunção temos de ter todos V para ser V. Voltando então em (p ^ F) → r = V, teremos F → r = V, logo r = F, pois na condicional a primeira tem de ser V e a segunda F, para termos F. Substituindo em p v r = F, termos p v F = F, logo p = F. Isso nos mostra que: p = F q = F r = F Daí teremos que a condicional é falsa e, portanto, o argumento é inválido. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Síntese Nesta aula, você conheceu o que é um argumento, como ele é formado e toda sua estrutura. Também viu como formamos as deduções, a importância das equivalências e inferências, pois nem sempre podemos construir a tabela verdade. Também vimos como fazer as simplificações usando as equivalências e inferências e quando realmente saber sobre a validade ou não de um argumento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Referências FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3. ed. Curitiba: Positivo, 2004.
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