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Gestão de Transportes - Unidade 8

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Gestão de
Transportes
1ª edição
2017
Gestão de 
Transportes
8
3
Unidade 8
O futuro dos transportes e seu 
impacto no modelo enxuto de 
gestão (gestão lean)
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade abordaremos a relação entre as novas tecnologias e inova-
ções, aplicadas à Gestão de Transportes, em busca de processos mais 
enxutos. Vamos analisar cada uma das fontes de desperdícios no processo 
de Transporte, analisando seus impactos nas operações. 
Ainda veremos como a chamada Web 2.0 está impactando o desenvol-
vimento de ferramentas voltadas para a Gestão de Transportes, melho-
rando a mobilidade e buscando soluções a partir das informações produ-
zidas pelos próprios usuários. 
Nesta unidade você ainda contará com a apresentação de modelos 
conceituais de modais de transporte, apresentando conceitos vanguar-
distas e seus próximos passos, gerando assim importantes conheci-
mentos que o gestor aplicará em seu cotidiano dentro das organizações.
8
4
Objetivos de Aprendizagem
• Aplicar o conceito de redução de desperdícios na gestão dos 
transportes;
• Identifi car oportunidades de melhorias na gestão de transportes 
e cadeia logística;
• Dialogar e mostrar-se atualizado perante o mercado de trabalho, 
em relação às novas técnicas de gestão de transportes e 
melhoria contínua;
• Identifi car ferramentas de gestão de transportes, que trabalhem 
com a utilização da web 2.0 para o aumento da efi ciência nas 
decisões relacionadas à formação de frete, oferta, manutenção e 
roteirização;
• Aplicar o conceito de redução de desperdícios na gestão dos 
transportes;
• Identifi car oportunidades de melhorias na gestão de transportes 
e cadeia logística;
• Dialogar e mostrar-se atualizado perante o mercado de trabalho, 
em relação às novas técnicas de gestão de transportes e 
melhoria contínua.
5
Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
8.1 Redução de desperdícios e agregação de valor na 
Gestão de Transportes
Quando falamos do sistema enxuto de logística, citamos a montadora Toyota como idealizadora do conceito 
posteriormente cunhado pelo Massachussetts Institute of Technology. A montadora japonesa, ao desenvolver seu 
sistema de produção, atribuiu sete formas de desperdícios principais ao processo produtivo. E são esses desper-
dícios que afetam também a Logística e a Gestão de Transportes. A seguir, veremos os sete desperdícios, e depois 
os relacionaremos à Gestão de Transportes.
 Dentre os principais desperdícios gerados dentro dos processos nas fábricas, estão os conhecidos:
1. Defeitos: Produtos defeituosos; processamento de materiais já defeituosos; matéria-prima defeituosa. A 
falta de qualidade está ligada aos defeitos;
2. Excesso de Produção ou Superprodução: Produzir mais que o necessário; produzir em velocidade inade-
quada. O atraso é ruim, mas a rapidez demasiada também o é;
3. Estoque: Formação de estoques; armazenamento de itens que não são necessários naquele momento. A 
formação de estoque também existe entre processos produtivos;
4. Espera: Ociosidade da mão de obra; ociosidade de equipamentos. A ociosidade é o desperdício da capa-
cidade produtiva;
5. Transporte: A aplicação de movimentos desnecessários na movimentação de materiais; o transporte 
deve ser eficiente, sendo utilizada a capacidade e as ferramentas disponíveis;
6. Movimentação nas Operações: Os movimentos desnecessários, quando aplicados aos próprios colabora-
dores; a movimentação entre as etapas produtivas também gera desperdícios;
7. Processamento: Processos que não agregam valor; o desperdício em processo, usualmente está relacio-
nado à opção mais complicada na solução de um problema simples.
A partir desses conceitos, podemos relacionar a aplicação das ferramentas e temas abordados até o momento, 
na busca por soluções na Gestão de Transportes dentro das organizações das quais fazemos parte:
1. Defeitos: A aplicação dos conceitos de manutenção produtiva total (TPM), através de ferramentas e 
instruções, reduzem os defeitos no processo de transporte, e consequentemente os desperdícios;
2. Excesso de Produção ou Superprodução: Qualquer excesso relacionado a transportes significa desperdício 
financeiro. Quando abordamos a relação dos custos em transportes, pudemos observar que excessos 
relacionados a distâncias e volumes impactam diretamente no valor do frete. Dessa forma, o direcio-
namento do veículo incorreto a uma determinada demanda pode gerar um custo alto para uma coleta 
menor, ou um retrabalho no caso de mais viagens necessárias;
3. Estoque: A formação de estoques está diretamente relacionada à prioridade confiabilidade, do cliente no 
fornecedor de serviços de transporte ou em sua frota. Quanto maior a confiabilidade, menor o estoque 
necessário para garantir a produção;
4. Espera: O atraso na entrega de materiais, um dos problemas relacionados a transportes, gera ociosidade 
na linha de produção e na mão de obra. É comum indústrias, montadoras de veículos, ao estabelecerem 
contratos de fornecimento de materiais, incluírem multas em caso de atraso, devido ao custo da capaci-
dade produtiva ociosa;
6
Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
5. Transporte: A gestão dos transportes, quando observada de maneira sistêmica, conforme abordamos 
desde a Unidade 1, permite que todos os setores e colaboradores de uma organização impactem e sejam 
impactados por um sistema positivo, que busca a melhoria contínua, aumentado sua competitividade;
6. Movimentação nas Operações: Os movimentos desnecessários entre as operações também impacta a 
Gestão de Transportes, quando, por exemplo, uma determinada rota é frequentemente alterada, por falta 
de planejamento, gerando desperdícios operacionais;
7. Processamento: Rotas repetidas, falta de conhecimento do método Milk Run, aplicação de ferra-
mentas desatualizadas, todos esses fatores podem gerar excesso de processos em operações que 
devem ser eficientes.
8.2 O conceito de Web 2.0 e as suas aplicações na 
Gestão de Transportes
Imagem 4: Modal rodoviário autônomo
Veículo de cargas autônomo fez sua primeira rota comercial, entre duas cidades norte-americanas 
no final do ano de 2016.
 Fonte: Por Steve Jurvetson - https://www.flickr.com/photos/jurvetson/28968900772/, 
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=51187497 
O autor Tim O’Rielley cunhou o termo web 2.0, referindo-se às organizações de tecnologia que sobreviveram 
ao “estouro da bolha” das empresas de tecnologia, as chamadas “ponto com”, ocorrido nos Estados Unidos, em 
março de 2001. Segundo o próprio autor, essas organizações sobreviventes passaram a atuar de maneira dife-
rente, elevando a aplicação das ferramentas tecnológicas e da web a um novo patamar. O que observamos atual-
mente são empresas desenvolvendo sistemas, softwares e aplicativos, com base em uma quantidade muito maior 
de dados, transmitidos em velocidades muito rápidas. Isso permite, por exemplo, que, ao acionar um seguro de 
veículo, o transportador saiba exatamente onde está o mecânico e em quanto tempo ele chegará para socorrer 
7
Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
seu veículo. Permite também o rastreamento de mercadorias e cargas com uma precisão muito grande, gerando 
uma recuperação de cargas roubadas, que em outros tempos não era possível. Além disso, podemos citar também 
o modal rodoviário autônomo, que já foi realizado em uma rota comercial nos Estados Unidos.
A utilização dessas ferramentas vem permitindo melhorias cada vez mais significativas quando falamos sobre 
redução de desperdícios, com a possibilidade remota de controle de frota, gestão de roteiros, visualização de 
problemas mecânicos nos veículos, entre outros. E para visualizarmos melhor as aplicações dessas tecnologias na 
Gestão de Transportese na mobilidade, o próximo item nos traz alguns aplicativos desenvolvidos, seus conceitos 
e a maneira como estão auxiliando os gestores.
8.3 Novas tecnologias e a Gestão de Transportes
Neste tópico abordaremos alguns aplicativos, novas soluções e novas tecnologias que, a partir do que foi apre-
sentado no item anterior, estão transformando a Gestão de Transportes, e também o nível de serviço na Cadeia 
de Suprimentos. A ideia é apresentar aos alunos, e futuros gestores, as ferramentas que estão e estarão fazendo 
parte de seu cotidiano. 
Tendo em vista que, citando apenas o modal rodoviário, quase 40% dos motoristas possuem e utilizam profis-
sionalmente os smartphones, aplicativos voltados para posicionamento geográfico, oferta de frete, situação de 
estradas, entre outros, acabam melhorando seus serviços e aumentando sua segurança. Dentro das cidades, os 
novos modais e as abordagens “limpas” estão trazendo importantes resultados para a inovação na cadeia logís-
tica, principalmente nos países desenvolvidos.
8.3.1 Aplicativos de frete
Os aplicativos que conectam diretamente cargas e fretes, reduzindo a dependência que os Transportadores Autô-
nomos (TAC) têm dos intermediadores, também conhecidos como “chapas”. Tais ferramentas, ainda permitem o 
aproveitamento de espaços vazios em retornos de viagens, por exemplo. Essa última situação, de retorno vazio, 
de acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes, é a realidade para 80% dos 
caminhoneiros autônomos. Esses aplicativos acabam reduzindo os custos operacionais do motorista, já que não 
necessitam de intermediários para negociação de carga, reduzem o custo do frete, pois o custo operacional é 
dissolvido entre as cargas de ida e retorno, e a programação do motorista e da empresa não é comprometida, 
pois em alguns casos, é feita a avaliação das partes pelos próprios usuários. Todos exigem os dados relacionados 
aos veículos e aos fretes, com o intuito de relacionar apenas opções viáveis. Na sequência apresentamos alguns 
aplicativos que vêm sendo utilizados.
 Chapas: A função de chapa caracteriza-se pela orientação dos transportadores em determi-
nada região, aliada ao auxílio de carga e descarga. No entanto, essa função, nos últimos anos, 
também acabou agregando a função de “ponte” entre os transportadores e as cargas, não 
sendo possível o transportador “encontrar” cargas para transporte de retorno, por exemplo, 
sem ter contato com o chapa. 
Glossário
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Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
• Truckpad: Atuando em vários países da América Latina, o aplicativo é conhecido como o “Uber dos cami-
nhoneiros”, permitindo tanto motoristas quanto empresas realizarem seus cadastros, deixando a cargo 
do aplicativo efetuar as relações entre a demanda e os fretes disponíveis em um raio de 50 quilômetros;
• Querofrete: O Querofrete é um aplicativo que conecta transportadores e empresas. Possui alguns diferen-
ciais como uma área de “bate-papo” no próprio aplicativo, a fim de servir como espaço para negociação, 
e também permite o monitoramento do veículo por parte do contratante, em mapas disponibilizados no 
aplicativo;
• Sontra Cargo: O Sontra Cargo foi desenvolvido para funcionar no formato de um classificado de fretes, 
permitindo o cadastro, tanto de transportadores quanto de empresas e indústrias, e assim possibilitando 
a negociação entre as partes, de acordo com a oferta de serviços;
• Fretenet: Em operação desde 1998, funciona com o cadastro gratuito de caminhoneiros, mas as transpor-
tadoras pagam mensalidade.
O último modelo, Fretenet, nos mostra exatamente o conceito de web 2.0, pois, as organizações mais modernas 
não cobram a mensalidade por esse tipo de serviço, baseando seus ganhos nos dados gerados pelos usuários. Por 
exemplo, ao invés de cobrar mensalidade de um número limitado de empresas dispostas a pagar, as chamadas 
startups estão voltando seus ganhos para a compilação dos dados gerados pelas operações, como informações 
de roteiros e paradas importantes em uma determinada região, permitindo, assim, o direcionamento de propa-
gandas e serviços daquela região para pessoas que lá trafegam. 
8.3.2 Aplicativos de localização
Baseados em um cruzamento de informações oriundas de sistemas GPS e informações dos próprios usuários, os 
aplicativos de localização permitem alterações de roteirização e o monitoramento de situações que possam gerar 
desperdícios de tempo e processos pelos modais. Os mais conhecidos e amplamente utilizados são:
• Waze: Aplicativo híbrido, que é desenvolvido através da tecnologia GPS, somada às opiniões e avaliações 
dos próprios usuários. Esse conceito, também chamado de crowdsourcing, utiliza a tecnologia para colocar 
o próprio usuário como um fator de produção do conteúdo disponível. Contando com a possibilidade de 
registro de acidentes, bloqueios, radares e velocidade média de determinada via, sugere também rotas 
diversas, evitando os congestionamentos e aumentando a eficiência do processo;
Crowdsourcing: O termo cunhado por Jeff Howe em 2006 significa a utilização da inteligência 
coletiva, na melhoria de processos ou na produção de conteúdos. O termo encontra refe-
rência em importantes aplicativos e plataformas com as quais lidamos diariamente em 
nossos cotidianos, e nas quais também inserimos conteúdo. Quando fazemos uma avaliação 
de um veículo ou motorista no aplicativo Uber, estamos fornecendo informações essenciais 
a outros usuários, que se basearão nelas para tomarem suas decisões. Ao consultarmos o 
Wikipedia, estamos consultando o conteúdo produzido por usuários e complementado por 
outros usuários. Isso só é possível devido à utilização da web 2.0.
Glossário
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Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
• Google Maps: O aplicativo da Google é o mais utilizado no mundo. Durante muito tempo funcionou apenas 
com a função mapa, mas atualmente já possui informações sobre rotas alternativas e característica de 
tráfego na região onde o usuário se encontra. Permite também que o usuário faça o download de mapas 
para consulta off -line.
Apesar de alguns aplicativos voltados para o assessoramento da Gestão de Transportes, aqui 
mencionados, serem gratuitos, muitas funções mais complexas podem demandar um inves-
timento por parte da organização. Sendo assim, cabe ao gestor identifi car as funcionalidades 
que trarão benefícios ao processo e a consequente redução do consumo de recursos, para 
justifi car uma contratação, e apresentar uma proposta baseada em dados ao nível estraté-
gico da organização.
8.3.3 Controle e Manutenção de Frotas
Nesta opção, a maioria dos aplicativos é paga, e eles podem ser também desenvolvidos de forma customizada, 
e de acordo com a demanda do cliente. O controle de frotas, em muitas organizações, ainda é feito em planilhas 
de Excel, com informações coletadas em folhas de verifi cação, funcionando muito bem, mas dependendo de um 
controle rigoroso de inserção de dados, pois, como já mencionamos, os dados trazem o histórico que respaldará 
os futuros planejamentos e decisões. Abaixo, exemplo de aplicativo gratuito que pode ser utilizado:
O Carrorama é um aplicativo que permite a gestão de pequenas frotas, contando com diversas funcionalidades 
como aviso sobre manutenção, consumo de combustível, relação de itens do veículo e suas trocas, permitindo 
o acompanhamento por parte do gestor. Esse aplicativo conta hoje com uma ferramenta de diagnóstico de 
problemas no veículo, semelhante aos diagnósticos efetuados pelas concessionárias. 
8.4 Novas tecnologias aplicadas ao transporte
Nos últimos anos nos deparamos com signifi cativos avanços relacionados aos modais de transportes, e como 
estará esse mercado nos próximos anos. Algumas decisões de importantes entidades e países afetarão direta-
mente a forma como a Gestão de Transportes se desenvolverá.Automóveis autônomos, novas fontes de energia, 
novos modais e a utilização de pessoas comuns desempenhando papéis de transportadores, são alguns dos 
pontos que veremos a seguir, ampliando nossa perspectiva em relação à Gestão de Transportes.
10
Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
Com todas as inovações tecnológicas que afetam e podem afetar a gestão de transportes, 
não podemos avaliar quanto tempo ainda teremos antes de termos sistemas de transporte 
totalmente automatizados. As tecnologias também atingem a cadeia logística como um 
todo, com a possibilidade de embarque e desembarque de cargas, mais precisas, sem a 
necessidade da força humana, mas ainda com a necessidade de sua capacidade racional e 
perceptiva. Quais funções você vem desenvolvendo para garantir a sua sustentabilidade no 
mercado de trabalho inovador?
8.4.1 Automóveis autônomos
As grandes organizações de tecnologia estão desenvolvendo os chamados “veículos autônomos”, ou veículos 
sem motoristas. Empresas como Tesla, Google, Uber e até mesmo Facebook já desenvolvem veículos com essa 
funcionalidade, inclusive, no fi nal de 2016, a empresa Uber chegou a disponibilizar uma frota de dezesseis 
veículos nesses moldes para venda na cidade de São Francisco, na Califórnia, mas devido à falta de uma auto-
rização, as vendas foram temporariamente suspensas. A mesma empresa lançou um serviço de transporte de 
passageiros em veículos autônomos, que em sua fase de testes contará com dois técnicos em cada carro, que 
monitorarão as viagens.
Especialistas falam que pessoas que nascerem a partir de 2017 possivelmente não terão necessidade de dirigir 
veículos. 
A utilização de veículos autônomos é uma realidade que, como citado nesta unidade, os 
especialistas acreditam que transformará o cotidiano das pessoas, assim como a Gestão 
de Transportes. Sendo assim, é necessário entendermos um pouco mais sobre os conceitos 
desenvolvidos nessa área. Para isso, estão disponibilizados na internet alguns vídeos que 
nos mostram exatamente o funcionamento de um veículo de carga autônomo. A sugestão 
desta unidade vem de um vídeo oriundo de um programa veiculado na televisão brasileira, 
que mostra com detalhes um veículo autônomo em um importante salão de automóveis 
europeu. O mesmo programa aborda o conceito dos drones na entrega de encomendas, e 
formas alternativas de reduções de consumo de combustíveis, internacionais e nacionais. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=pu13c1mbkpQ>. Acesso em: 2017.
Segundo dados do Google, os carros autônomos já rodaram mais de 3 milhões de quilômetros nas cidades e 
estradas, tendo uma importante base de dados para seu aperfeiçoamento.
11
Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
A Uber, em 2016, adquiriu a empresa de tecnologia de caminhões autônomos Otto, com o intuito de desenvolver 
frotas que não necessitam de motoristas, e em outubro do mesmo ano, um caminhão autônomo percorreu um 
trajeto de 193 quilômetros, nos Estados Unidos, efetuando uma entrega de 50 mil garrafas de cerveja.
8.4.2 Fontes de energia
Em setembro de 2015, a montadora Volkswagen veio a público admitir a fraude em testes de controle de emissão 
de poluentes de veículos produzidos entre os anos de 2009 e 2015, chegando à marca de 11 milhões de veículos 
movidos a diesel alterados. Esse escândalo levantou uma questão relacionada à eficiência do diesel como fonte 
de energia mais barata e menos poluente, em relação às demais, disponíveis até então. 
Sendo assim, esse caso acabou acelerando um processo já existente, de opção das grandes economias, por 
fontes de energia mais baratas, limpas e renováveis. 
A produção de veículos elétricos e veículos híbridos (estes últimos possuem ainda motores de combustão interna, 
mas menores e utilizados de forma assessória) vem crescendo significativamente, com o Japão já possuindo 21% 
de sua frota híbrida ou elétrica, e Noruega, Holanda e Alemanha, 12,8%, 11,3% e 1% respectivamente. 
Importantes ações vêm sendo tomadas pelos governos dos países desenvolvidos nessa direção. O governo 
alemão, por meio de sua câmara superior (instituição semelhante ao Senado brasileiro), votou a favor de uma 
medida, na qual todos os novos veículos registrados naquele país precisarão estar livres de emissões de gases 
provocadores do efeito estufa e outros poluentes até o ano de 2030, e um prazo até o ano de 2050 para não 
existirem mais veículos poluidores nas ruas daquele país. A Suécia também adotou medida semelhante, já tendo, 
inclusive, desenvolvido uma autoestrada elétrica, conhecida como eHighway, na qual veículos pesados podem 
alimentar-se de energia elétrica, através de um sistema semelhante ao aplicado aos trens europeus. 
8.4.3 Mobilidade Urbana
O conceito de mobilidade urbana é bastante complexo e envolve diversos fatores, como também o é mobili-
dade urbana sustentável. Conceituar mobilidade urbana repousa sobre a integração e a interação de pessoas 
e elementos no espaço “urbano”, assim como a relação destes com outros fenômenos e modernos conceitos, 
tendo em vista a cadeia polidisciplinar que temos atualmente. Logicamente, quando pensamos em mobilidade 
urbana, a primeira imagem que temos em mente é a dos transportes, tendo como estrela nessa questão os 
automóveis e veículos voltados para o transporte coletivo. O Brasil, lentamente, vem tentando alterar seu padrão 
relacionado ao tema da mobilidade urbana, um dos motivos é o maior acesso a veículos motorizados por classes 
sociais que até alguns anos atrás não o tinham.
Um dos exemplos de como essa visão está mudando pôde ser observada pela prefeitura da maior cidade do país, 
São Paulo. Em 2013 a administração da cidade resolveu investir em projetos de tecnologia e mobilidade urbana, 
promovendo eventos nesse sentido. Em seu primeiro evento, a prefeitura, por meio de incentivo a startups, já 
conseguiu desenvolver um aplicativo capaz de apresentar a localização de todos os 15 mil ônibus da cidade 
em tempo real, a cada 40 segundos. Apenas essa iniciativa já traz um importante incremento na confiança dos 
usuários, aumentando a sua eficiência e o controle da eficiência dos veículos. Outros eventos foram desenvol-
vidos, e, devido ao seu sucesso, hoje a cidade conta com o MOBILAB, que busca transformar o governo da cidade 
em uma startup. Dessa forma, o espaço conta com inúmeros desenvolvedores, investimento e disponibilidade de 
recursos, e estrutura adequada para que uma cidade, sempre observada como caótica na perspectiva da mobili-
dade, alcance melhorias com a aplicação do conhecimento e da tecnologia.
12
Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
A questão da integração entre os meios de transporte é algo que vem sendo bastante estudado e fomentado, 
devido ao desafi o das grandes metrópoles em relação à mobilidade. O Departamento de Transportes dos Estados 
Unidos (US DOT) possui atualmente um sistema que integra todos os meios de transporte de superfície, essa 
necessidade se dá devido ao aumento na necessidade de movimentação das pessoas e da necessidade de troca 
de informações. O sistema conhecido como ITS – Intelligent Transport System, além da aplicação mencionada, 
também serve como um comunicador entre diferentes órgãos públicos, aumentando ainda mais a efi ciência de 
respostas da administração pública às demandas relacionadas à mobilidade da população.
8.4.4 Mobilidade Urbana
O Hyperloop é um sistema conceitual de transporte, proposto por Elon Musk, Presidente de uma importante 
organização aeroespacial, que consiste, inicialmente, em dois grandes “tubos pneumáticos”, propulsionados por 
aceleradores magnéticos, conectando São Francisco a Los Angeles, ambas no estado da Califórnia – EUA, e que 
transportariam pessoas em “casulos”, desenvolvidospara mover-se de maneira semelhante aos discos de jogos 
de hockey de mesa, semelhante a uma fl utuação a ar.
Imagem 5: Hyperloop
Fonte: By Camilo Sanchez - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=43739482
O Hyperloop é um sistema conceitual de transporte, proposto por Elon Musk, Presidente de uma importante 
organização aeroespacial, que consiste, inicialmente, em dois grandes “tubos pneumáticos”, propulsionados por 
aceleradores magnéticos, conectando São Francisco a Los Angeles, ambas no estado da Califórnia – EUA, e que 
transportariam pessoas em “casulos”, desenvolvidos para mover-se de maneira semelhante aos discos de jogos 
de hockey de mesa, semelhante a uma fl utuação a ar. 
O modelo foi idealizado, e posteriormente foi criada uma startup chamada Hyperloop One, que está utilizando a 
inteligência coletiva, através de competições e recompensas fi nanceiras, para que engenheiros e desenvolve-
dores tragam uma forma concreta à ideia. No fi nal do ano de 2016, o emirado de Dubai fi rmou um contrato com 
a Hyperloop One, com o intuito de desenvolver e fi nanciar o primeiro dispositivo, conectando Dubai a Abu Dhabi, 
com cerca de 150 quilômetros, para serem percorridos em aproximadamente doze minutos. A empresa respon-
sável pelo desenvolvimento atribui benefícios como baixo custo de manutenção, rapidez e baixo consumo de 
energia, como importantes fatores para a viabilização do modelo.
13
Gestão de Transportes | Unidade de Estudo 8 – O futuro dos transportes e seu impacto no modelo 
enxuto de gestão (gestão lean)
Imagem 6: Drones
Fonte: Por Ricardo Xavier S.R - Trabalho próprio pelo carregador, CC BY-SA 4.0, 
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=49529129
A utilização de drones na movimentação de cargas pode ser uma realidade em pouco tempo. A transportadora DHL, 
gigante alemã da área de logística, anunciou, no final do ano de 2016, a inclusão em sua cadeia de distribuição, de 
um projeto de automatização de entregas por meio de drones. No mesmo ano a empresa já havia efetuado testes 
nas regiões alpinas, com sucesso em pequenas postagens em percursos de até oito quilômetros. 
Assim finalizamos nosso estudo sobre as mudanças e inovações tecnológicas que vêm interferindo e atuando de 
modo a contribuir para a gestão de transportes.
14
Considerações fi nais
Nesta unidade, nossa intenção foi apresentar ao aluno a importância 
do monitoramento e rastreamento de cargas e veículos, por meio das 
seguintes abordagens:
• Apresentação dos conceitos relacionados a monitoramento e 
rastreamento de cargas, e suas principais diferenças; 
• Explicação a respeito dos modelos de rastreadores e bloqueadores, 
permitindo ao aluno e gestor adotar as corretas ferramentas no 
momento em que estiver atuando com Gestão de Frotas, Gestão 
de Transporte e Gestão Logística;
• Apresentação da importante relação entre roteirização e moni-
toramento, sendo o monitoramento parte essencial do plane-
jamento e execução da fi losofi a de melhoria contínua voltada à 
Gestão de Transportes;
• Por fi m, foram apresentados os conceitos que envolvem o mercado 
de aplicativos destinados à atividade de monitoramento e rastre-
amento, contendo exemplos aplicáveis a frotas simples.
Referências bibliográfi cas
15
ALVARENGA, Antônio Carlos; NOVAES, Antônio Galvão. Logística 
aplicada: suprimento e distribuição física. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 
2010. 194 p.
BALANÇO do Transporte Ferroviário de Cargas 2014. Brasília: Agência 
Nacional de Transporte Ferroviário, [2014].
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de 
materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 388 p.
CAMELO, Gustavo R. et. al. Logística Enxuta: A Abordagem Lean na 
Cadeia de Suprimentos. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE 
PRODUÇÃO, XXX, 2010, São Carlos, SP. Anais... São Carlos, SP: ABEPRO, 
out. 2010.
Bibliografi a complementar
BOWERSOX, Donald J. et al. Gestão Logística da Cadeia de Suprimentos. 
Cidade?: Editora?, ano?
MATOS Jr., Carlos A. et al. O Papel da Roteirização na Redução de Custos 
Logísticos e Melhoria do Nível de Serviço em uma Empresa do Segmento 
Alimentício no Ceará. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, XX, nov. 
2013, Uberlândia, MG. Anais... Uberlândia, MG: Centro de Convenções do 
Center Shopping Uberlândia, nov. 2013. 
MISTRETTA, Larissa F.; DELMANTO JR., Osmar. Implantação de Sistema de 
Rastreamento e Monitoramento de Frota e Simulação de Rota de uma 
Empresa de Bebida. Tékhne e Logos, v. 3, n. 2, p. 130-155, jul. 2012.
PINHEIRO, Armando C.; FRISCHTAK, Cláudio. Mobilidade Urbana – 
Desafi os e Perspectivas Para as Cidades Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus 
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