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1 Doença da pele transmitida geneticamente ou raras que afetam a pele e por vezes outros sistemas e órgãos. Displasia ectodérmica: Grupo de desordens hereditárias do desenvolvimento de tecidos derivados do ectoderma: Um dos sinais ocorre: Tricodisplasia, defeitos dentários, onicodisplasia ou desidrose. Síndrome mais conhecida desse grupo: displasia ectodérmica hipoidrótica. Predominância masculina autossômica dominante ou recessiva. Tolerância reduzida ao calor e febres (↓nº glândulas sudoríparas), pouco cabelo e fino, hipoplasia do terço médio da face, xerostomia, unhas alteradas, dentes conoides, anodontia, oligo e hipodontia e pele ressecada. Presença do dentista na equipe multidisciplinar para casos como reabilitação protética diante das agenesias e outros aspectos. Radiografia: Dentes inclusos, aplasias, erupções alteradas. Histopatológico: ↓nº de glândulas sudoríparas e folículos capilares, os anexos presentes são hipoplásicos e malformados. Papel do dentista: Diagnóstico da alteração Analisar a oportunidade do tratamento Realizar o tratamento odontológico reabilitador: Restaurações, endodontias, exodontias, implantes, próteses. Acompanhamento. Síndrome de Peutz-Jegehs: Rara, 1/50000-200000, doença autossômica dominante, mutação num gene supressor tumoral que codifica a quinase serina/treonina. Características clínicas: Ocorre precocemente na infância Lesões tipo sardas (que não são afetadas pelo sol), pele periorofacial (ex: peribucal), urogenital, extremidades e mucosa oral, alto grau de penetrância para polipose gastrointestinais múltiplos e predisposição dos pacientes para desenvolver câncer (10 a 18x maior que o normal). Os pólipos constantemente causam obstrução intestinal. As lesões orais afetam principalmente o vermelhão, mucosa labial jugal e língua e aparecem em 90% dos pacientes. Histopatológico: Pólipos como crescimentos benignos do epitélio glandular intestinal. Lesões cutâneas: acantose, alongamento das cristas epiteliais, em microscopia eletrônica se repara que os processos dendríticos de melanócitos são alongados e com a melanina retida em si. Critérios de diagnóstico: 3 pólipos e pigmentação perioral Tratamento: Diagnóstico e tratamento odontológico mantenedor, e medicamente serem acompanhados por devido ao risco de neoplasia 2 Doenças autoimunes: Resultado de uma desregulação da resposta imune mediada, tem como antígenos os queratinócitos ou outras estruturas da mucosa oral Penfigoide Bolhoso Epidermólise Bolhosa Pênfigo vulgar: Existem vários tipos de pênfigo, sendo que o vulgar e o vegetante afetam a mucosa bucal. Bolhosa intraepidérmica que afeta pele e mucosas, potencialmente fata. Raros, 1-5/100000000, mas mais comuns entre judeus askenazi. 90% dos pacientes apresentam envolvimento oral e 50 a 70% dos casos se iniciam como uma lesão ulcerada oral de difícil tratamento, pode levar à morte. Afeta igualmente ambos sexos e em 40-60 anos de idade Patogênese: Anticorpos igG3 patogênicos contra glicoproteínas desmogleínas 1 (camada mais superficial, pouca no epitél io bucal) e 3 (camada parabasal da epiderme e epitélio bucal) dos desmossomos e inibe a interação molecular que gera a adesão. Bolha= perda de adesão dos queratinócitos. Clinicamente e histologicamente: Autoanticorpos contra a desmogleína 3→ bolhas de pênfigo e histologicamente uma fenda intraepitelial acima da camada basal Autoanticorpos contra a desmogleína 1→ lesões finas, avermelhadas e descamativas do pênfigo foliáceo ou eritematoso e histologicamente uma fenda intraepitelial na superfície da epiderme. Dor, erosões superficiais e irregulares, ulcerações, formação de vesículas e bolhas. Na pele surgem vesículas e bolhas flácidas. Sinal de Nikolsky: Surgimento de uma bolha de sangue que vai se romper em poucos segundos após friccionar um objeto na mucosa próxima a uma lesão de pênfigo. Diagnóstico: Muito importante o diagnóstico diferencial. Biópsia incisional do tecido perilesional: Pedir imunofluorescência: Visualização dos anticorpos e componentes do sistema complemento. Em citologia esfoliativa: Visualização da separação intraepitelial, acantólise da camada espinhosa e células de Tzanck (células acantóticas arredondadas). Características clinicas Tratamento: Localizadas: cuidados locais e corticoides tópicos. Em forma tradicional o corticosteroide sistêmico Tratamento odontológico e médico necessário. Líquen plano Crônica e autoimune, mediada por linfócitos T afetando epitélio escamoso estratificado Estrias de Wickham: estrias brancas quando se aproxima a observação. Acomete a mucosa oral, pode ocorrer nas unhas e mucosa genital Comum em mulheres de meia idade. Etiologia: Mais ligada à fatores causais multifatoriais. Patogênese: Assalto linfocitário nos queratinócitos da camada basal pelos linf. T, que causam apoptose pelo lançamento de quimiocinas. Características clínicas: Lesões de pele: Pápulas poligonais, púrpuras e pruriginosas que afetam predominantemente superfícies flexoras de extremidades. Tipos: Reticular - mais comum e bilateral na boca (presença de estrias de wickman) Normalmente é assintomático. Pode ocorrer melanose pós-inflamatória e pápulas brancas. Erosivo - atrófico, placa, papular bolhosa e gengivite descamativa. Sintomático Regiões atróficas costumam ser ircundadas por estrias brancas. Histologicamente: Para ou ortoqueratoses em graus variáveis, espessura da camada espinhosa também pode variar. Cristas epiteliais podem estar ausentes ou hiperplásicas, classicamente são pontiagudas, destruição da camada de células basais do epitélio (degeneração hidrópica), intenso infiltrado inflamatório Tratamento: Às vezes precisa de biopsia incisional/excisional. Acompanhamento devido às recidivas. As vezes uso de corticoide para redução do infiltrado inflamatório Diferente da lesão liquenoide tanto histologicamente quanto a razão da lesão. Lúpus eritematoso sistêmico: Doença autoimune do tecido conjuntivo. Existem formas eritematosas cutâneas subagudas e crônicas. Prevalência no sexo feminino Sistema imune desregulado. Patogênese: Defeito na autotolerancia imune e ativação de células B Pode ocorrer de defeitos hereditários As células tcd4 ativam as B a produzir autoanticorpos Aspecto clínico Lesões orais afetam palato, mucosa jugal e gengiva, podem ter aspecto liquenóide, pode causar queilite. E torna o indivíduo mais propenso a infecções. Comum: eritema em região bilateral da face (malar), ulceras mucosas, artrites, Fotossensibilidade. Em odonto: vasculite. Diagnostico: imunofluorescemncia, bolhas no conjuntivo com presença de IgM, IgG ou C3. Histopatológico: Na pele: Hiperqueratose, tampões de queratina nos folículos pilosos, degeneração de células basais, grande infiltrado inflamatório. Lesões bucais: Hiperqueratose, atrofia e espessamento da camada de células espinhosas, degeneração de células da camada basal e infiltrado. Hemograma: Anemia normocita, leucopenia, linfopenia. Tratamento: Avaliação de diferentes órgãos: avaliação renal Corticoesteróides tópicos. 3 Angina bolhosa hemorrágica: 1479 Aglomerados vasculares Distúrbio raro, com vesículas ou bolhas subepitlais, com conteúdo sanguíneo, mas sem alteração hematológica Acomete mais o palato em pacientes de meia idade, Etiologia, trauma ingestão de bebidas, distúrbios endócrinos, diabetes melittus. Rompimento das bolhas é espontâneo. Bochechos com clorexidina auxilia no processo de cicatrização Microscopicamente: Fenda subepitelial. Deve ser feito exame hematológico para exclusão de outras patologias Língua geográfica Eritema multiforme. O nevo branco esponjoso é uma genodermatoserelativamente rara. Herdada como um traço autossômico dominante, apresentando alto grau de penetrância e expressividade variável. É resultante de um defeito na ceratinização normal da mucosa bucal. Aspectos clínicos: Placas brancas simétricas, espessas, difusas, corrugadas ou aveludadas afetam a mucosa jugal bilateralmente na maioria dos casos. Outros locais de envolvimento intrabucais comuns incluem o ventre da língua, a mucosa labial, o palato mole. Histopatológicos: Hiperparaqueratose e acantose acentuada com células da camada espinhosa apresentando um citoplasma claro. Em alguns casos, uma condensação eosinofílica é observada na região perinuclear das células da camada superficial do epitélio, um aspecto exclusivo do nevo branco esponjoso. Diagnóstico/tratamento: O diagnóstico diferencial inclui disqueratose intraepitelial benigna hereditária, líquen plano, reação liquenóide a medicamentos, lúpus eritematoso (LE), mordedura crônica da mucosa jugal e, às vezes, candidíase. Não há necessidade de tratamento para essa condição, que é assintomática e benigna. O prognóstico é positivo. Rara que ocorre esporadicamente ou herdada como um traço autossômico dominante; As células epiteliais da mucosa não se desenvolvem de forma normal → displasia; Não é observado nessa situação um aumento no risco de transformação maligna. Afeta principalmente a pele, mucosa, cabelo, olhos e pulmões Aspectos clínicos: Alterações cutâneas e de mucosas (as alterações na mucosa são em geral assintomáticas). Cabelos esparsos e grossos, com alopecia que não deixa cicatriz. Cílios e sobrancelhas são comumente afetados Fotofobia e catarata precoce Vascularização da córnea, a ceratite e o nistagmo, visão é prejudicada Exantema perineal que surge durante a infância, bem como uma extensa área com um aspecto seco e áspero devido à ceratose folicular As manifestações bucais da displasia mucoepitelial hereditária são comumente bastante impressionantes, surgindo como um eritema bem-demarcado vermelho intenso no palato duro e, geralmente um menor envolvimento da gengiva inserida e da mucosa da língua. Histopatológicos: Epitélio com queratinização mínima e padrão de maturação desorganizado. Células epiteliais escamosas com núcleos aumentados, presença de vacúolos citoplasmáticos. Diagnóstico e tratamento: Quando um raspado de citopatologia exfoliativa cervical (exame de colpo-citopatológico) é realizado, as células epiteliais que são removidas podem ser interpretadas como uma característica citopatológica incomum ou atípica. No passado, algumas pacientes do gênero feminino, foram aconselhadas a submeter-se a histerectomia devido a este erro de interpretação. Devido à natureza genética dessa doença, cuidados de suporte e aconselhamento genético são normalmente oferecidos. Os pacientes afetados devem ser avaliados para o desenvolvimento da doença pulmonar. Genodermatose congênita lrecessiva ligada ao cromossomo X, com envolvimento multissistêmico progressivo, resultado de um encurtamento progressivo anômalo de telômeros resultando em problemas de replicação de DNA induzindo senescência replicativa. Obs: A senescência celular é um mecanismo pelo qual as células se retiram permanentemente do ciclo celular em resposta a estresses, encurtamento dos telômeros, danos no DNA ou ativação de sinalização oncogênica. Aspectos clínicos Usualmente torna-se evidente durante os 10 primeiros anos de vida; Padrão reticular de hiperpigmentação da pele, afeta a face, pescoço e tronco superior e displasias em unhas. Na cavidade bucal, a língua e a mucosa jugal apresentam bolhas, seguidas por erosões e, eventualmente, por lesões leucoplasicas (as lesões leucoplasicas são consideras pré-malignas e, cerca de 1/3 delas, tornam-se malignas em 10 a 30 anos); Já foi relatado o desenvolvimento de doenças periodontais de rápida progressão; A trombocitopenia é geralmente o primeiro problema hematológico desenvolvido, seguido por anemia aplásica., a qual se desenvolve em aproximadamente 80% dos pacientes; Em geral, a forma autossômica recessiva e a recessiva ligada ao X, mostram padrões mais severos de expressão da doença. Aspectos histopatológicos Espécimes de biópsia de lesões inicias de mucosa bucal mostraram hiperqueratose com atrofia epitelial; Conforme as lesões progridem, a displasia epitelial se desenvolve até surgir um carcinoma de células escamosas fracamente invasivas. Tratamento Já foi evidenciado que determinados esteróides anabolizantes aumentam a atividade da telomerase, e o tratamento com essas drogas podem resultar em melhora temporária da condição hematológica; Pacientes selecionados podem ser considerados para a realização de transplante alogênicos de células-troncos hematopoiéticas, assim que anemia aplásica for identificada; A avaliação periódica da mucosa bucal deve ser realizada para verificar evidências de transformação maligna; Faz-se necessário a realização de avaliações médicas de rotina para monitorar o desenvolvimento de anemia aplásica. A expectativa de vida é de 32 anos. Origem Genodermatose herdada com um traço autossômico recessivo; Causa um ou vários defeitos nos mecanismos de relato da excisão e/ou pós replicação do DNA; Como consequência da incapacidade das células epiteliais de reparar dos danos ocasionados pela radiação UV, ocorrem mutações dessas células epiteliais levando ao desenvolvimento de câncer de pele. Aspectos clínicos: Nos primeiros anos de vida, os pacientes mostram uma tendência marcante a apresentar queimaduras de sol; Passam a exibir alterações cutâneas, como atrofia, pigmentação sardenta e despigmentação macular; Queratoses actínicas começam a se desenvolver logo na primeira infância (normalmente aos 40 anos) O melanoma ocorre em cerca de 5% dos pacientes, mas se desenvolve ligeiramente mais tarde; Como consequência da exposição solar, a região da cabeça e pescoço é o sitio mais comumente afetado por essas neoplasias malignas cutâneas; As manifestações bucais que frequentemente ocorrem antes dos 20 anos de idade, incluem o desenvolvimento de carcinoma de células escamosas de lábio inferior e da ponta da língua (relacionado ao aumento da exposição solar); O diagnóstico em geral é realizado quando as lesões cutâneas do paciente são avaliadas, porque é muito incomum para um paciente muito jovem ter câncer de pele; Em função de o xeroderma pigmentoso ser herdado como traço autossomo recessivo, provavelmente não haverá histórico familiar da desordem, mas deverá ser investigada a possibilidade de relacionamento consanguíneo dos pais da criança afetada. Aspectos histopatológicos: As características histopatológicas do xeroderma pigmentoso são relativamente inespecíficas, pois as lesões cutâneas pré-malignas e as neoplasias malignas que ocorrem são microscopicamente indistintas daquelas observadas em pacientes não afetados. Tratamento: Na maioria dos casos os pacientes só vão se tratar depois de terem sofrido um dano solar significativo. Orientados a evitarem a luz solar e as luzes fluorescentes não filtradas e a vestirem roupas protetoras ou apropriadas e filtro solar caso não possam evitar a exposição ao sol; Em um tratamento odontológico deve-se sempre investigar potenciais fontes de radiação UV, como nos fotopolimerizadores e foco de luz para exames clínicos; Um dermatologista deve avaliar o paciente a cada 3 meses para acompanhar o desenvolvimento de lesões cutâneas; Para as ceratoses actínicas pode ser utilizado tratamentos com agentes quimioterápicos tópicos; As neoplasias malignas de pele não melanoma devem ser excisadas conservadoramente. Além disso, os pacientes devem receber acompanhamento genético pra investigar possíveis casos de consanguinidade; O prognóstico ainda é ruim,geralmente, pacientes acometidos pelo xeroderma morrem 30 anos antes que a população em geral devido a alguma neoplasia maligna cutânea ou problemas associados a doença. Origem: Também chamada de síndrome de Rendu-Oster-Weber, é uma doença rara de origem autossômica dominante heterozigota, principalmente nos cromossomos 9 e 12; Ela é caracterizada pela malformação arteriovenosa (MAV), causada por mutações em genes que codificam proteínas envolvidas nos fatores de formação dos vasos; Incidência de 1 a 2 casos a cada 100.000 habitantes, sendo mais comum em regiões da Europa e Ásia, com incidência de 1 a 5 a cada 8.000. Existem dois tipos relativos aos genes que afetam, a THH1 tem mais envolvimento cerebral e pulmonar e THH2 hepático. Aspecto clínico: Epistaxes como primeiro sintoma, presença de pápulas vermelhas na mucosa nasal e oral. Telangiectasias (capilares dilatados) macular é também uma característica da doença, presente nas mucosas e pele, principalmente na face (lábios, nariz e língua), nos membros inferiores (mãos e pés), tronco e mucosas gastrointestinais, genitourinária e conjuntiva. Pode comprometer vísceras (5-30%), implicando em complicações neurológicas (10-15%) , pulmonares, gastrointestinais (sangramento GI em 15-30%) e hematológicas; Diagnóstico: Histopatológico: Faz-se uma biópsia, sendo, então, possível observar microscopicamente um conjunto de espaços vasculares com paredes finas contendo eritrócitos que estarão localizados na superfície. Hemograma: Anemia ferropriva, monocrômica e dosagem sérica de ferro diminuída, causadas pelos sangramentos frequentes e má absorção de ferro por comprometimento gastrointestinal. Histórico familiar de casos de THH também é outro diagnóstico clínico. Tratamento: Casos leves não necessitam de tratamento; Casos moderados podem exigir uma criocirurgia ou eletrocauterização dos vasos telangectásicos mais incômodos; A laserterapia mostrou-se bem-sucedida no tratamento das lesões leves e moderadas; Os pacientes mais graves (ênfase nos que apresentam episódios repetidos de epistaxe) podem se submeter a um procedimento cirúrgico do septo nasal; Uso de estrogênio e progesterona (somente para pacientes graves); Para procedimentos odontológicos, alguns autores recomendam o uso de antibióticos antes de procedimentos dentários que possam causar bacteremia. Origem: O termo “Penfigóide” é utilizado devido às semelhanças com o pênfigo. No entanto, seus prognósticos e aspecto microscópico são diferentes. Sugere-se que seja um grupo de doenças autoimunes mucocutâneas bolhosas crônicas. Sua patogenia seria oriunda da ação de autoanticoporpos ligados aos tecidos dirigidos contra componentes da membrana basal. Acredita-se que seja duas vezes mais prevalente do que o pênfigo vulgar. Pode ocorrer a formação de cicatrizes que quando atingem a mucosa conjuntival, sem o tratamento, ocorre cegueira no paciente. Para as lesões bucais é relativamente raro que haja a formação dessas cicatrizes. Aspectos Clínicos: Atinge a mucosa bucal, além das mucosas: conjuntival, nasal, esofágica, laríngea e vaginal e a pele; Forma bolhas ou vesículas; As bolhas no penfigóide surgem na camada subepitelial e produzem um teto mais espesso e resistente; As bolhas bucais acabam rompendo e formam uma área extensa de ulceração superficial e áreas desnudas na mucosa; A lesão ulcerada apresenta dor que pode persistir por semanas ou meses; Pode estar de forma difusa ou limitada; O envolvimento gengival é denominado de: Gengivite descamativa, algo que também ocorre no líquen plano erosivo e no pênfigo vulgar; 25% dos pacientes com lesões bucais desenvolvem complicações oculares. Ocorre firose subconjuntival que pode evoluir para inflamação e erosão e pode causar cegueira. As tentativas de cura levam a uma cicatriz entre a conjuntiva bulbar e a conjuntiva palpebral, denominada simbléfaros; A cicatrização pode fazer com que a pálpebra fique voltada para dentro (entrópio) e os cílios entrem em contato com a córnea e o globo ocular (triquíase), além de poder obstruir a glândula lacrimal; Possui manifestações muito semelhantes a aftas, estomatites aftosas, bolhas e erosões do líquen plano e a candidíase oral; Os aspectos usados no diagnóstico diferencial são: A estomatite aftosa não possui formação de bolhas; O líquen plano geralmente é negativo para o sinal de Nikolsky; A candidíase afeta mais idosos e bebês; Lesões reticulares não são vistas em palato. Diagnóstico: Exame histopatológico por biópsia: Disjunção entre o epitélio e o tecido conjuntivo subjacente; Queratinócitos: podem estar dispostos no fundo da bolsa. Limitações: conjuntiva ocular; quanto à formação de cicatrizes; nem sempre é possível identificar as bolhas subepiteliais. Imunofluorescência: realizada a partir do material coletado. Depósitos intercelulares de IgG e C3, principalmente; Importância: papel na patogênese da formação da vesícula subepitelial. Ex: ativação do sistema complemento; recrutamento de células inflamatórias Aspecto de rede de pesca. Tratamento: Não existe um único tratamento eficaz para todos os pacientes, deve ser individualizado a partir de: Distribuição das lesões, atividade da doença, esposta terapêutica. Se o paciente apresentar somente lesões bucais, a doença pode ser controlada com o uso de corticosteróides tópicos: Pacientes apresentando apenas lesões gengivais podem utilizar de uma placa bucal flexível para proteção das gengivas. O tratamento com agentes sistêmicos pode ser feito com: Dapsona; Tetraciclina ou minociclina e niacinamida; Corticosteróides associados a outros agentes imunossupressores/imunorreguladores. Correção cirúrgica apenas com a doença controlada ou latente. Origem Etiopatogenia incerta Geralmente associado a um processo imunológico que pode ser desencadeado por uma infecção precedente (herpes simples) ou devido à exposição a drogas e medicamentos. Geralmente afeta adultos dos 20-30 anos, possui leve predileção pelo sexo feminino Aspecto clínico: Os casos mais leves começam com o desenvolvimento de placas ligeiramente elevadas, redondas e de cor vermelho-escura. Lesões em alvo são bem comuns em pele. Pode afetar outras mucosas, sendo a oral mais recorrente. Placas eritematosas com necrose epitelial que evoluem para erosoes rasas e ulcerações com bordas irregulares. São dolorosas e normalmente envolvem mucosa labial, jugal, língua, assoalho bucal e palato mole. ERITEMA MULTIFORME MAIOR: Ocorre quando dois ou mais sítios da mucosa são afetados em conjunto com lesões cutâneas, normalmente afeta mucosa bucal e ocular. Aspecto histológico: Vesículas subepiteliais ou intraepiteliais associadas a queratinócitos basais necróticos. Infiltrado inflamatório as vezes com localização perivascular. Diagnóstico: Realizado pelo aspecto clínico da patologia; Biópsia raramente necessária; Os estudos de imunofluorescência não são tão eficazes, exceto para excluir outras doenças como vesículas bolhosas. Tratamento: Corticosteroides sistêmicos e tópicos eram utilizados na fase inicial da doença, mas há poucas boas evidências desse tratamento; Reidratação endovenosa associada a anestésicos tópicos; Terapia oral com o uso do aciclovir ou valaciclovir.- herpes. É tradicionalmente tida como sinônimo de eritema multiforme maior e é considerada a forma mais grave da doença. Ainda existe debate. Ocorre com maior frequência na população masculina e devido a exposição a drogas. O sistema de classificação ainda é controverso; Origem: É uma reação de hipersensibilidade geralmente desencadeada por drogas, infecções e doenças malignas. Ocorre aumento da apoptose de células epiteliais. Os medicamentos mais comuns sãosulfonamidas e penicilinas (26%) e o agente infeccioso mais frequentemente associado é o herpes-vírus simplex (19,7%). Diagnóstico Não há testes para apontar a causa da doença, portanto o diagnóstico é clínico. O diagnóstico clínico é feito quando há lesões na mucosa ocular e/ou genital em associadas a lesões bucais e de pele. Biópsia de pele pode ser feita. Revela necrose em todas as camadas da epiderme causada por apoptose de queratinócitos e descolamento epidérmico, enquanto a derme exibe alterações inflamatórias. Aspecto clínico: Separação de áreas da pele na junção dermoepidérmica, produzindo aparência de pele escaldada O envolvimento da mucosa começa com enantema e edema, que causam erosões e formações pseudomembranosas na boca, olhos, garganta, região genital e tronco. As lesões oculares podem formar cicatrizes (simbléfaro), semelhantes às que ocorrem no penfigóide cicatricial. Sinais prodrômicos. Tratamento: Suspensão da droga que está causando a reação Lesões de pele são tratadas de acordo com o protocolo para pacientes com grandes queimaduras. Antissépticos tópicos podem ser usados, ou apenas sabonete e água, em banhos rápidos. A antibioticoterapia profilática não é recomendada. As sequelas oculares requerem exames diários por um oftalmologista. Também chamada de síndrome de Lyell; Já foi considerada uma representante mais grave do eritema multiforme, assim como a Síndrome de Stevens Johnson. Hoje sabe-se que existem diferenças; A NET é uma reação adversa grave e rara que atinge especialmente pele e mucosas. Origem: Danos ao epitélio -> aumento da apoptose das células epiteliais; Síndrome de Stevens Johnson X Necrólise Epidérmica Tóxica: Grau de envolvimento da pele - 10% (SSJ) e 30% (NET) Ambas são patologias bolhosas raras. NET: 1 caso/milhão ao ano; Prevalência: Mulheres e +60 anos. Características Clínicas: Sinais e sintomas prodrômicos: semelhante à gripe Em poucos dias começam a aparecer lesões na pele. Diferentemente do Eritema Multiforme, Stevens Johnson e NET surgem no tronco como máculas eritematosas. 1-14 dias: Descamação da pele e presença de bolhas flácidas. Praticamente todos os pacientes -> Sítios de envolvimento de mucosa (*mucosa bucal*) Se o paciente sobreviver à NET, as lesões cutâneas se resolvem dentro de 03 - 05 semanas, porém, as lesões bucais podem demorar mais. 50% dos pacientes -> Dano ocular residual significativo e bem evidente. Características histopatológicas: A biópsia de uma bolha em desenvolvimento na NET: Fenda subepitelial caracterizada por queratinócitos necróticos em degeneração. Tecido conjuntivo subjacente -> Sustentação de células inflamatórias crônicas um tanto quanto esparsa. Tratamento e prognóstico: Stevens Johnson ou Necrólise Epidérmica Tóxica: Identificar e suspender a possível droga etiopatogênica. Lesões semelhantes às de pacientes queimados: Recomenda-se o manejo dos pacientes de NET na unidade para tratamento de queimados do hospital. Evitar o uso de corticosteróides em pacientes com Necrólise Epidérmica Tóxica! Ensaios clínicos abertos: preparados de imunoglobulinas humanas -> Resolução notável da NET -> Possível bloqueio de ligantes Fas (indução de apoptose epitelial) Origem: Também conhecido como língua geográfica. Ocorre em 1 a 3% da população, sendo as mulheres mais afetadas. Etiopatogenia do eritema migratório ainda é desconhecido. Características Clínicas: Múltiplas áreas bem demarcadas de eritema concentrada na ponta e nas bordas laterais da língua (raramente em outras localidades) Devido a atrofia das papilas filiformes. Tem distribuição assimétrica. São lesões que surgem rapidamente em uma área e regride em alguns dias e então se desenvolve em outra região. Geralmente são assintomáticas. Em casos raros pode causar sensação de ardência ou sensibilidade. Características histopatológicas: São observados: hiperparaceratose, espongiose e alongamentos das cristas epiteliais. Abcessos de munro: coleções de neutrófilos dentro do epitélio Semelhante a psoríase, recebem o nome de mucosite psoríaseforme. Tratamento e prognóstico: Em geral, nenhum tratamento é indicado para pacientes com eritema migratório, por ser uma condição benigna e assintomática. Em casos raros, por queixa de sensibilidade ou sensação de ardência é indicado o uso de corticosteroides tópicos, como gel de betametasona. Origem Doença mediada imunologicamente Afeta diretamente a mucosa bucal Os indivíduos que apresentam a doença são capazes de desenvolver autoanticorpos, que vão agir contra uma proteína nuclear, podendo apresentar função no crescimento e diferenciação epitelial. Diagnóstico: Causas: Cistos, trauma dentário, forças mecânicas excessivas (p.ex., tratamento ortodôntico), forças oclusais excessivas, enxerto de fenda alveolar, desequilíbrio hormonal O diagnóstico tem toda base nas características padrões imunopatológicas. Por apresentar uma semelhança clínica com o líquen plano erosivo é indicado que se realize os testes imunológicos quando as lesões liquenoides não tenham aparência e distribuição comum. O teste imunológico pode ser realizado por meio da imunofluorescência direta É possível realizar também a imunofluorescência indireta, da mesma maneira detectando os anticorpos antinucleares. Aspectos clínicos: Afeta as mulheres adultas, sendo seu diagnóstico tardio no final da meia idade. Essa patologia pode se manifestar por meio de uma gengivite descamativa, sendo comum as ulcerações e erosões na região da língua e mucosa jugal. As úlceras são envoltas por áreas de eritema em meio a bordas finas de ceratose. As lesões geralmente curam sem apresentar cicatrizes posteriormente. Por ser uma doença mediada imunologicamente ocorrem episódios de melhora e piora. Aspectos histopatológicos: Epitélio atrófico e o infiltrado, inflamatório apresentando um número grande de plasmócitos, é comum também que ocorra uma separação entre o epitélio e o tecido conjuntivo adjacente. Tratamento: É comum que a estomatite ulcerativa crônica não apresente resposta positiva a terapias com corticosteróides típicas e sistêmicas. Dessa maneira, é indicado o tratamento com hidroxicloroquina, sempre com a realização de avaliação hematológica e acompanhamento oftalmológico periódico, devido a retinopatia associada ao uso da droga. Origem Representa um grupo de doenças incomuns que é mais provável de apresentar uma causa mediada imunologicamente. É uma forma de artrite que se desenvolve após certas infecções em uma pessoa geneticamente suscetível que consiste na tríade de uretrite, conjuntivite e artrite. Nem todos os pacientes com artrite reativa apresentam essa tríade sintomática. Diagnóstico: A maioria das pessoas afetadas têm o antígeno leucocitário HLA-B27. O diagnóstico de artrite reativa se baseia nos sintomas, na história clínica e no exame físico. Podem ser pedidos alguns exames para excluir outras causas de artrite e para reforçar o diagnóstico. Aspectos clínicos: Patologia particularmente prevalente em adultos jovens do gênero masculino. Síndrome normalmente desenvolve-se de uma a quatro semanas após quadro infeccioso disentérico ou de doença venérea. Pode atingir a ATM em 1/3 dos casos. As lesões bucais, são descritas de diversas formas. Alguns relatos as descrevem como pápulas eritematosas assintomáticas distribuídas na mucosa jugal e no palato; outros relatos as descrevem como úlceras rasas assintomáticas que afetam a língua, a mucosa jugal, o palato e a gengiva. Aspectos histológicos: Geralmente semelhantes àqueles encontrados em pacientes com psoríase, com particular relação à presença de microabscessos no interior das camadas superficiais do epitélio de superfície. Outras características em comum com a psoríase incluem a hiperparaceratose com cristas epiteliais finas e alongadas. Tratamento: Geralmente quando se trata de casos leves, não se torna necessário o tratamento. Caso ocorra o tratamento, são utilizados anti-inflamatórios não esteroidais, e caso não haja resposta é indicado a sulfasalazina. Nos casos mais resistentes é indicado o uso de corticosteróides, azatioprina e metotrexato. Também se torna importante associar a fisioterapia ao tratamento para colaborar na redução da fibrose articular.
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