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desordem potencialmente MALIGNA; incidência; etiologia desconhecida; hipersenbilidade mediada por células; alterações genéticas fenômeno de Koebner; doenças sistêmicas?? variados aspectos clínicos; lesões não são estáticas; 50 anos ou mais; poucos relatos. O líquen plano é uma doença dermatológica crônica relativamente comum, que afeta frequentemente a mucosa bucal. - INF gama; - TNF alfa. - diabetes; - hipertensão; - hepatite c: alguns relatos de infecção por hepatite C associada ao líquen plano bucal são descritos por vezes na literatura, em especial nos países do Mediterrâneo, mas esta não parece ter uma associação significativa nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha. Nos dias atuais, outros estudos epidemiológicos cuidadosamente controlados não parecem suportar uma associação entre líquen plano bucal e hepatite C. Entretanto, a presumida influência genética pode ter um efeito na expressão de líquen plano em populações selecionadas. A maioria dos pacientes com líquen plano engloba adultos de meia-idade, sendo raro o acometimento em crianças. As mulher são mais afetadas, normalmente em uma razão 3:2 em relação aos homens na maioria das séries de casos. Em torno de 1% da população pode ter líquen plano cutâneo. As lesões de pele do líquen plano são classicamente descritas como pápulas poligonais, púrpuras e pruriginosas. Em geral, afetam as superfícies flexores das extremidades. As escoriações podem não ser visíveis, embora as lesões sejam pruriginosas, podendo ferir o paciente como resultado da coceira. Um exame cuidadoso da superfície das pápulas da pele revela linhas brancas finas semelhantes a um rendilhado (estrias de Wickham). Outros locais de envolvimento extrabucal incluem a glande do pênis, a mucosa vulvar e as unhas. Basicamente, existem duas formas de lesões bucais: a reticular e a erosiva. Líquen Plano. As linhas brancas entrelaçadas e as pápulas são típicas do líquen plano reticular envolvendo a mucosa jugal, o local mais comum de envolvimento bucal. Hellen Rocha O líquen plano reticular é mais comum do que a forma erosiva. A forma reticular não costuma causar sintomas e envolve a região posterior da mucosa jugal bilateralmente. A melanose pós-inflamatória em geral acompanha as estrias reticulares, principalmente em pessoas negras. Outras áreas da mucosa bucal também pode estar envolvidas de forma concomitante, como a borda lateral e o dorso da língua a gengiva, o palato e o vermelhão labial. Líquen Plano. Nas pessoas de pele escura que desenvolvem o líquen plano, não é incomum observar o desenvolvimento de placas de melanose reativa (benigna) nessas lesões, presumivelmente devido à estimulação dos melanócitos da área pelas células inflamatórias que causam essa condição. Líquen Plano. Lesões reticulares no vermelhão do lábio inferior. Líquen Plano. A, Uma mulher de meia-idade com líquen plano reticular leve na mucosa jugal do lado esquerdo. B, A mesma paciente após duas semanas, mostrando exacerbação das lesões. Períodos de melhora e de piora são característicos do líquen plano. O líquen plano reticular é assim chamado por causa de seu padrão característico de linhas brancas entrelaçadas (também conhecido como estrias de Wickham); no entanto, as lesões brancas pode, em alguns casos, apresentar-se como pápulas. Estas lesões tipicamente não são estáticas, mais pioram e melhoram durante semanas ou meses. O padrão reticular pode não ser tão evidente em algumas localizações, como no dorso da língua, onde as lesões se apresentam como placas queratóticas com atrofia das papilas. Além disso, mucocoles superficiais podem se desenvolver no interior ou adjacente às áreas de mucosa que estão envolvidas pelo líquen plano. O líquen plano erosivo, apesar de não ser tão comum quanto a forma reticular, é mais significativo para o paciente, porque as lesões em geral são sintomáticas. Clinicamente, observam-se áreas eritematosas, atróficas, com graus variáveis de ulceração central. A periferia das regiões atróficas costuma ser circundada por finas estrias brancas irradiadas. Algumas vezes, a atrofia e ulceração estão confinadas à mucosa gengival produzindo um padrão de reação denominado gengivite descamativa . Nestes casos, um espécime de biópsia deve ser obtido para estudos de microscopia de luz e de imunofluorescência do tecido perilesional, pois o penfigoide das membranas mucosas e o pênfivo vulgar podem apresentar aspecto clínico semelhante. Se o componente erosivo for grave, pode ocorrer separação entre o epitélio e o tecido conjuntivo subjacente, resultando na apresentação relativamente rara de liquen plano bolhoso. Hellen Rocha Líquen Plano. Com o envolvimento da superfície dorsal da língua pelo líquen plano reticular, as características estrias entrelaçadas observadas na mucosa jugal usualmente não estão presentes. Nestes casos, as placas brancas lisas são tipicamente observadas substituindo as superfícies das papilas normais da língua. Líquen Plano. A ulceração da mucosa jugal exibe estrias queratóticas periféricas radiadas, características do líquen plano erosivo bucal. Líquen Plano. A, A superfície dorsal da língua exibe uma ulceração extensa causada pelo líquen plano erosivo. Observe as estrias brancas finas na periferia das ulcerações. B, O mesmo paciente após terapia com corticosteroides sistêmicos. Na maior parte da mucosa houve reepitelização, deixando apenas ulcerações focais remanescentes. Líquen Plano. O líquen plano erosivo geralmente aparece como gengivite descamativa, produzindo eritema gengival e sensibilidade. As características histopatológicas do líquen plano são típicas, porém não específicas, porque outras condições, como a reação liquenoide a medicamentos, a reação liquenoide ou amálgama, a doença do enxerto versus hospedeiro bucal (GVHD), o lúpus eritematoso (LE), a estomatite ulcerativa crônica e a reação da mucosa bucal à canela, também pode exibir um padrão histopatológico semelhante, Graus variáveis de ortoqueratose de paraqueratose podem estar presentes na superfície do epitélio, dependendo de o espécime da biópsia ser obtido de uma lesão erosiva ou reticular. A espessura da camada espinhosa também pode variar. As cristas epiteliais podem estar ausente ou hiperplásicas, mas classicamente são pontiagudas ou têm forma de ''dentes de serra.'' Líquen Plano. A, Essa fotomicrografia em menor aumento de uma lesão bucal exibe hiperqueratose, cristas epiteliais com aspecto de dentes de serra e um infiltrado inflamatório linfocitário semelhante a uma faixa imediatamente subjacente ao epitélio. B, Visão em maior aumento exibindo migração dos linfócitos em direção à porção inferior do epitélio com degeneração da interface da camada de células basais. Líquen Plano. A, Fotomicrografia em maior aumento do epitélio normal exibindo camada de células basais intacta e sem inflamação. B, Fotomicrografia em maior aumento do líquen plano exibindo degeneração da camada basal do epitélio e intenso infiltrado linfocitário na camada superficial da lâmina própria. Hellen Rocha A destruição da camada de células basais do epitélio (degeneração hidrópica) também é evidente, sendo acompanhada por um intenso infiltrado inflamatório semelhante a uma faixa, com o predomínio de linfócitos T logo abaixo do epitélio subjacente. Queratinócitos em degeneração podem ser observados em áreas do epitélio e na interface do tecido conjuntivo e têm sido denominados de corpos coloides, citoides, hialinos ou de Civatte. Não é esperado um grau significativo de atipia epitelial no líquen plano bucal, embora algumas lesões possam apresentar infecção por Candida sobreposta e ter uma aparência mais preocupante. Estas devem ser histopatologicamente reavaliadas após o tratamento da candidíase. Por vezes, a resposta inflamatória crônica do hospedeiro a células atípicas da displasia epitelial pode ser quase indistinguível histopatologicamente do líquen plano, em particular nos casos mais leves de displasia epitelial. Essa ambiguidade pode contribuir para a controvérsia relacionadaao potencial de transformação maligna do líquen plano. As características imunopatológicas do líquen plano são inespecíficas. A maioria das lesões mostra a deposição de uma banda desalinhada de fibrinogênio na zona da membrana da basal. O diagnóstico do líquen plano reticular com frequência pode ser realizado com os achados clínicos. As estrias brancas entrelaçadas que aparecem bilateralmente na região posterior da mucosa jugal são em especial patognomômicas. Dificuldades no diagnósitco podem surgir se a candidíase estiver sobreposta nas lesões, pois o microrganismo pode alterar o padrão reticular característico do líquen plano. Líquen Plano. A, Essas lesões brancas relativamente não características estavam presentes na mucosa jugal de um paciente que se queixava de ardência. A análise histopatológica da lesão revelou uma mucosite liquenoide com candidíase sobreposta. B, Mesmo paciente duas semanas após a terapia antifúngica. Uma vez que a reação da mucosa à Candida foi eliminada, as estrias brancas características do líquen plano reticular foram identificadas. O diagnóstico do líquen plano erosivo é algumas vezes mais dificil de ser diagnosticado (com base apenas nas características clínicas) do que a forma reticular. Caso as típicas estrias irradiadas e áreas eritematosas da mucosa atrófica estejam presentes na periferia das ulcerações bem demarcadas na região posterior da mucosa jugal bilateral, o diagnóstico pode ser estabelecido sem o suporte dos achados histopatológicos. Contudo, a biópsia, com estudos de imunifluorescência direta, muitas vezes é necessária para afastar outras doenças erosivas ou ulcerativas, como o lúpus eritematoso ou a estomatite ulcerativa crônica. As lesões liquenoides erosivas isoladas, particularmente as localizadas no palato mole, na borda e ventre da língua ou no assoalho bucal, devem ser submetidas à biopsia para afastar alterações pré-malignas. Outra condição que pode ser semelhante a uma lesão de líquen plano, tanto clínica quanto histopalogicamente, é a reação liquenoide ao amálgama dentário. Hellen Rocha O líquen plano reticular normalmente não produz sintomas e nenhum tratamento é necessário. Na maioria das vezes, os pacientes afetados podem ter uma candidíase sobreposta e, neste caso, queixarem-se de uma sensação de ardência na mucosa bucal. A terapia antifúngica é necessária nesses casos. Alguns pesquisadores recomendam a reavalição anual das lesões reticulares do líquen plano bucal. O líquen plano erosivo com frequência é incômodo para o paciente, devido às feridas abertas presentes na cavidade bucal. Por ser uma condição imunomediada, os corticosteroides são recomendados. As lesões respondem aos corticosteroides sistêmicos, mas essa terapia tão agressiva em geral não é necessária. Um corticoesteroide tópico potente (ex: fluocinonida, betametasona ou clobetasol em gel) aplicado várias vezes por dia nas áreas mais sintomáticas em geral é suficiente para induzir cicatrização dentro de um ou duas semanas. Os pacientes devem ser avisados de que a condição irá recidivar, e que os corticosteroides deverão ser replicados. Além disso, a possibilidade de candidíase iatrogênica associada aos corticosteroides deve ser monitorada. Alguns pesquisadores sugerem que os pacientes com líquen plano bucal erosivo devam ser reavaliados a cada três a seis meses, especialmente se as lesões forem atípicas. Líquen Plano. A, Esse paciente foi diagnosticado com líquen plano erosivo afetando a mucosa jugal e foi tratado com corticosteroides tópicos. B, Mesmo paciente duas semanas após. As placas brancas cremosas de candidíase pseudomembranosa se desenvolveram como resultado da terapia com corticosteroides. C, Mesmo paciente após a terapia antifúngica. Neste momento ele estava assintomático. Estomatite Ulcerativa Crônica. A, Lesões gengivais que se apresentam como “gengivite descamativa”, necessitam de biopsia com estudos de imunofluorescência direta para diagnóstico. B, Envolvimento da mucosa jugal. As lesões aparecem um tanto liquenoide, embora não apresentem estrias de Wickham clássicas evidentes. Hellen Rocha pênfigo vulgaris; incidêndia: 1 a 5 casos por 100.000/ano; auto-imune - autoanticorpos circulantes; 50% pacientes iniciam a doença com lesões bucais; múltiplas, dolorosas; sinal de Nikolsky. O pênfigo vulgar é uma condição importante porque, se não tratada, muitas vezes resulta na morte do paciente. Além disso, as lesões bucais frequentemente são o primeiro sinal da doença, consideradas as mais dificeis de resolver com o tratamento. As bolhas que caracterizam essa doença ocorrem devido a uma produção anormal, por razões desconhecidas, de anticorpos. Clinicamente, as lesões finas, avermelhadas e descamativas do pênfigo foliáceo ou do pênfigo eritematoso se tornarão evidentes. Por vezes, erupções bucais e cutâneas semelhantes ao pênfigo podem ocorrer em pacientes utilizando determinadas medicações (ex: penicilaminas, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), anti- inflamatórios não esteroides (NSAIDs) ou em pacientes com neoplasias malignas, especialmente as neoplasias malignas liforreticulares (também denominadas de pênfigo paraneoplásico). As manifestações iniciais frequentemente envolvem a mucosa bucal, e a doença costuma ocorrer em adultos. A idade média no diagnóstico é de 50 anos, embora casos raros possam ser observados na infância. Predileção por gênero não é observada, e a condição parece ser mais comum em pessoas do Mediterrâneo, sul da Ásia e/ou com descendência judaica. Os pacientes normalmente queixam-se de dor na mucosa bucal, e o exame clínico exibe erosões superficiais e irregulares e ulcerações distribuidas de forma aleatória na mucosa bucal. Essas lesões praticamente podem afetar quase qualquer local da mucosa bucal, embora o palato, a mucosa labial, a mucosa jugal, o ventro da língua e a gengiva sejam envolvidos com maior frequência. Os pacientes dificilmente relatam a formação de vesículas ou bolhas intrabucais, e essas lesões raramente são identificadas pelo clínico durante o exame, com a probabilidade de a razão ser a ruptura precoce do teto fino e friável das bolhas. Acima de 50% dos pacientes desenvolvem lesões bucais antes do aparecimento das lesões cutâneas, algumas vezes em um tempo igual ou superior a um ano. Eventualmente, no entanto, quase todos os pacientes têm envolvimento intrabucal. Pênfigo Vulgar. Múltiplas erosões na mucosa jugal esquerda e palato mole. Pênfigo Vulgar. Ulcerações irregulares e extensas envolvendo o assoalho bucal e o ventre da língua. Pênfigo Vulgar. Múltiplas erosões afetando a gengiva marginal. Hellen Rocha Pênfigo Vulgar. Paciente com diagnóstico conhecido de pênfigo vulgar, tratado com medicamentos imunossupressores. As erosões bucais mostradas aqui são as únicas manifestações persistentes da sua doença. Pênfigo Vulgar. Esta bolha cutânea flácida é característica do envolvimento da pele. Sem tratamento adequado, as lesões bucais e cutâneas tendem a persistir e progressivamente vão envolvendo maior área de superfície. Uma das características do pênfigo vulgar é que uma bolha pode ser induzida em pele de aparência normal, caso seja exercida uma pressão lateral firme. Isto é chamado de sinal de Nikolsky positivo . Os espécimes de biopsia do tecido perilesional mostram uma separação intraepitelial característica, que ocorre logo acima da camada de células basais do epitélio. lgumas vezes, todas as camadas superficiais do epitélio estão descamadas, deixando somente as células basais, que são descritas sendo semelhantes à “fileira de pedras de sepulturas”. As células da camada espinhosa do epitélio de superfície apresentam-se tipicamente separadas, uma característica que tem sido denominada acantólise, e as células soltas tendem a assumir uma forma arredondada. Essa característica do pênfigo vulgar pode ser utilizada para realizar o diagnóstico baseado na identificação dessas células arredondadas (células de Tzanck) no exame de citologia esfoliativa. Um infiltradoleve a moderado de células inflamatórias crônicas normalmente é observado no tecido conjuntivo subjacente. Pênfigo Vulgar. Fotomicrografia em menor aumento da mucosa perilesional afetada pelo pênfigo vulgar. A fenda intraepitelial está localizada logo acima da camada de células basais. Pênfigo Vulgar. Fotomicrografia em maior aumento exibindo células epiteliais acantolíticas e redondas localizadas no interior da fenda intraepitelial. O diagnóstico do pênfigo vulgar deve ser confirmado pelo exame de imunofluorescência direta do tecido perilesional fresco ou do tecido acondicionado em solução de Michel. Com este procedimento, anticorpos (normalmente IgG ou IgM) e componentes do sistema complemento (normalmente C3) podem ser demonstrados nos espaços intercelulares entre as células epiteliais m quase todos os pacientes com essa doença. A imunofluorescência indireta é também tipicamente positiva em 80% a 90% dos casos, demonstrando a presença de autoanticorpos circulantes no soro do paciente. Da mesma forma, o ensaio de imunoabsorbância ligado à enzima (ELISA) pode ser utilizado para detectar autoanticorpos circulantes. Hellen Rocha O diagnóstico do pênfigo vulgar deve ser realizado em fase inicial do curso da doença, pois nessa fase o controle é geralmente alcançado com maior facilidade.O pênfigo é uma doença sistêmica; portanto, o tratamento consiste basicamente em corticosteroides sistêmicos (geralmente prednisona), muitas vezes em combinação com outros medicamentos imunossupressores (denominados agentes poupadores de esteroides), como o micofenolato de mofetil ou azatioprina. Embora alguns clínicos recomendem o uso de corticosteroides tópicos no tratamento das lesões bucais, a melhora observada é, sem dúvida, pela absorção dos agentes tópicos, resultando em uma maior dose sistêmica. Os efeitos colaterais potenciais associados à utilização a longo prazo de corticosteroides sistêmicos são significativos e incluem: • diabetes melito • supressão adrenal • ganho de peso • osteoporose • úlceras pépticas • intensas oscilações de humor • aumento na suscetibilidade de uma grande quantidade de infecções. doença vesiculobolhosa rara que afeta pacientes que têm uma neoplasia, geralmente linfoma ou leucemia linfocítica crônica; condição rara - 250 casos descritos; 1/3 casos surge antes do diagnóstico da NEO maligna associada; induzido por drogas (NEO linforreticulares); aumento da produção de IL-6 por linfócitos hospedeiros devido a presença de um tumor. Os pacientes geralmente apresentam um histórico de neoplasia maligna linforreticular, ou menos comumente, uma doença linfoproliferativa benigna, como a hiperplasia linfoide angiofolicular (doença de Castleman). Em cerca de um terço dos casos relatados, o pênfigo paraneoplásico se desenvolveu antes que a neoplasia maligna tenha sido identificada, sinalizando a presença do tumor. A doença neoplásica pode estar ou não controlada no início da condição paraneoplásica. Os sinais e sintomas do pênfigo paraneoplásico normalmente começam de repente e podem ser polimórficos. Em alguns casos, múltiplas lesões vesiculobolhosas afetam a pele. e a mucosa bucal. Bolhas nas superfícies palmares ou plantares podem ser evidentes, uma característica incomum no pênfigo vulgar. Para outros pacientes, as lesões cutâneas podem ter um aspecto mais papular e pruriginoso, semelhantes ao líquen plano cutâneo. Os lábios com frequência exibem crostas hemorrágicas semelhantes ao eritema multiforme. O envolvimento da mucosa bucal é uma característica consistente e precoce do pênfigo paraneoplásico, e os pacientes exibem múltiplas áreas de eritema e ulcerações irregulares difusas que afetam qualquer superfície da mucosa bucal. Caso as lesões não sejam tratadas, elas persistem e se agravam. Alguns pacientes podem desenvolver somente lesões orofaríngeas, sem envolvimento cutâneo. Pênfigo Paraneoplásico. A bolha e ulceração recoberta por crosta no braço do paciente são representativas das lesões cutâneas polimórficas. Hellen Rocha Pênfigo Paraneoplásico. As lesões labiais com crostas hemorrágicas podem ser confundidas com o eritema multiforme ou com a infecção pelo herpes simples. Pênfigo Paraneoplásico. Essas ulcerações bucais difusas são bastante dolorosas. Pênfigo Paraneoplásico. Envolvimento ocular. As características do pênfigo paraneoplásico no exame de microscopia de luz podem ser tão diversas quanto as suas características clínicas. Na maioria dos casos, observa-se uma mucosite liquenoide, normalmente com uma fenda subepitelial (semelhante ao penfigoide) ou fenda intraepitelial (semelhante ao pênfigo) Pênfigo Paraneoplásico. Fotomicrografia em médio aumento exibe fendas intraepitelial e subepitelial. O pênfigo paraneoplásico é frequentemente uma condição muito grave com uma elevada taxa de morbidade e mortalidade, e algumas séries relatando taxa de mortalidade de 90%. Para os casos infrequentes associados a uma doença linfoproliferativa benigna, a remoção cirúrgica do tumor pode resultar na regressão do pênfigo paraneoplásico. Para aqueles casos associados às neoplasias malignas, o tratamento consiste essencialmente em prednisona sistêmica, combinada com a ciclosporina. A ciclofosfamida, outro agente imunossupressor, pode ser adicionada a esse regime, embora outras drogas imunossupressoras e drogas imunorreguladoras possam ser consideradas. Assim como no pênfigo vulgar, as lesões de pele usualmente respondem de forma mais rápida ao tratamento do que as lesões bucais. Infelizmente, embora a terapia imunossupressora possa controlar a doença autoimune, esta imunossupressão muitas vezes pode ocasionar uma reativação da neoplasia maligna. Assim, uma alta taxa de mortalidade é observada, com os pacientes sucumbindo às complicações provenientes das lesões vesiculobolhosas, das complicações da terapia imunossupressora, falha respiratória devido à bronquiolite obliterante, ou progressão da neoplasia maligna Hellen Rocha As evidências acumuladas sugerem que o penfigoide das membranas mucosas represente um grupo de doenças autoimunes mucocutâneas bolhosas crônicas, no qual autoanticorpos ligados aos tecidos são dirigidos contra um ou mais componentes da membrana basal. Como tal, esta condição tem uma origem heterogênea, com autoanticorpos sendo produzidos contra qualquer um dos vários componentes da membrana basal, todos os quais produzindo manifestações clínicas semelhantes. A prevalência exata é desconhecida, mas a maioria dos autores acredita que seja duas vezes mais comum do que o pênfigo vulgar. O penfigoide das membranas mucosas geralmente afeta adultos, com média de 50 a 60 anos de idade, no início da manifestação da doença. As mulheres são afetadas com mais frequência do que os homens em uma razão de 2:1. As lesões bucais são observadas na maioria dos pacientes, mas outras localizações, como as mucosas conjuntival, nasal, esofágica, laríngea e a vaginal, bem como a pele, podem estar envolvidas. Penfigoide das Membranas Mucosas. Embora as lesões cutâneas não sejam comuns, bolhas tensas como esta podem se desenvolver na pele de 20% dos pacientes afetados. Penfigoide das Membranas Mucosas. Uma ou mais vesículas intrabucais, como a observada no palato mole, podem ser detectadas nos pacientes com penfigoide cicatricial. Em geral, as ulcerações da mucosa bucal também estão presentes. Penfigoide das Membranas Mucosas. Ulcerações bucais extensas e irregulares caracterizam as lesões após a ruptura inicial das bolhas. Penfigoide das Membranas Mucosas. Com frequência o tecido gengival é o único local afetado, resultando em um padrão clínico conhecido como gengivite descamativa. Este padrão também pode ser observado no líquen plano ou no pênfigo vulgar. A complicação mais significativa do penfigoide das membranas mucosas, no entanto, é o envolvimento ocular. Embora não estejam disponíveis dados exatos, até 25% dos pacientes com lesões bucais podem eventualmente desenvolver a doença ocular. Um olho pode ser afetado antes do outro. Hellen Rocha Penfigoide dasMembranas Mucosas. Embora seja difícil detectar o início das alterações oculares, os pacientes com tal envolvimento podem apresentar adesão (simbléfaro) entre as conjuntivas bulbar e palpebral antes que ocorra um grave dano ocular. A biopsia da mucosa perilesional exibe uma separação entre o epitélio de superfície e o tecido conjuntivo subjacente na região da membrana basal Um leve infiltrado inflamatório crônico está presente na submucosa superficial. Penfigoide das Membranas Mucosas. Fotomicrografia em médio aumento do tecido perilesional exibindo a característica fenda subepitelial. Os depósitos imunes consistem principalmente em IgG e C3, embora IgA e IgM também possam ser identificadas. Um estudo sugeriu que, quando depósitos de IgG e IgA são encontrados no mesmo paciente, a doença pode ser mais grave. Todos esses imunorreagentes podem desempenhar um papel na patogênese da formação da vesícula subepitelial pelo enfraquecimento da adesão da membrana basal, por meio de vários mecanismos, incluindo a ativação do complemento com recrutamento de células inflamatórias, particularmente neutrófilos. Penfigoide das Membranas Mucosas. Estudos com imunofluorescência direta exibindo deposição de imunorreagentes na zona da membrana basal do epitélio. Hellen Rocha corticosteróides tópicos ou sistêmicos; associação de drogas imunissupressoras. Uma vez estabelecido o diagnóstico de penfigoide das membranas mucosas por microscopia de luz e por imunofluorescência direta, o paciente deve ser encaminhado para um oftalmologista que esteja familiarizado com as lesões oculares dessa condição para um exame detalhado da mucosa conjuntiva. Isto deverá ser feito independente de o paciente apresentar ou não queixas oculares. Além disso, se o paciente apresentar sintomas em outras localizações anatômicas, o especialista adequado deve ser consultado. Na verdade, não existe um único tratamento eficaz para todos os pacientes; o tratamento deve ser individualizado, dependendo da distribuição das lesões, da atividade da doença e da resposta terapêutica. Como as diversas formas de penfigoide são mais bem definidas através da sua imunopatologia, talvez seja possível planejar uma terapia mais específica e direcionada.
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