Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cimentos Odontológicos Unidade IV André Guimarães Machado DDS, MDSc O que são cimentos odontológicos? São materiais duros e friáveis obtidos, em geral, da mistura de um componente em pó com um líquido, os quais são levados à boca do paciente em consistência plástica para que tome presa. Portanto, é considerado um material direto. As apresentações podem variar: pó (óxido ou vidro) + líquido cápsulas (resinosos) ou, sistema pasta-pasta (hidróxido de cálcio) O que são ? O que são ? O que são cimentos odontológicos? São materiais duros e friáveis obtidos, em geral, da mistura de um componente em pó com um líquido, os quais são levados à boca do paciente em consistência plástica para que tome presa. Portanto, é considerado um material direto. As apresentações podem variar: pó (óxido ou vidro) + líquido cápsulas (resinosos) ou, sistema pasta-pasta (hidróxido de cálcio) Indicações Cimentação Protética Definitiva Provisória Os cimentos odontológicos podem ter muitas indicações e, muitas vezes, essas indicações determinam qual o cimento a ser utilizado para determinada situação clínica. Cimentação - usada para reter restaurações à cavidade, preenchendo o espaço entre o dente e a restauração, ou para reter peças ortodônticas ao dente, por exemplo. Para os casos de cimentação na interface dente- restauração, o cimento precisa ter fluidez e baixa viscosidade. Para casos de cimentação provisória, usa-se cimentos com baixa resistência (mais fraco), uma vez que essa cimentação será removida da boca. Para cimentações definitivas, preconiza-se o oposto, para evitar que a peça se solte do dente. Indicações Cimentação Ortodôntica Indicações Restaurações Definitiva Provisória Alguns cimentos podem ser usados como material restaurador. Este pode ser temporário, Ex: selamento provisório de cavidades durante a adequação do meio bucal; ou definitivo, Ex: CIV na técnica ART Indicações Proteção Pulpar Proteção pulpar Estes cimentos servem para proteger a polpa (vascularização e inervação), de agressões mecânicas (mastigação); térmicas (variações de temperatura dos alimentos); elétricas (corrente galvânica) e químicas (elementos oriundos dos próprios materiais restauradores) Os cimentos indicados para proteção pulpar podem ser: Vernizes cavitários: não são cimentos (resina em um solvente), mas são usados como forramento para proteger a polpa de injúrias. Forradores cavitários: uma camada sob o material restaurador Bases para cimentação (Ex: fosfato de zinco como base de uma RMF) Indicações Obturação dos Canais Radiculares Cimentos especiais, como os de obturação dos canais radiculares (uso muito específico dentro de uma especialidade) Indicações Proteção Cirúrgica Proteção cirúrgica: feridas grandes ou profundas, que irão requerer tempo para cicatrização: cimento cirúrgico para proteger a ferida ou o coágulo Cimento de Fosfato de Zinco Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol (OZE) Cimento de Policarboxilato de Zinco Cimento de Ionômero de Vidro Cimentos Resinosos Cimentos de Hidróxido de Cálcio Classificação Cimento de Fosfato de Zinco Mais de um século de uso - propriedades conhecidas Necessita proteção pulpar (acidez) Baixo custo e facilidade de trabalho Cimentação definitiva Embora tenha uso limitado atualmente, já foi muito utilizado na Odontologia. Por ter uso datado em mais de 100 anos, já possui características muito bem conhecidas Suas principais vantagens são o baixo custo e a facilidade de trabalho. É usado para cimentação definitiva especialmente de peças metálicas Cimento de Fosfato de Zinco Pó = óxido de zinco + óxido de magnésio + pigmentos Líquido = ácido fosfórico + H2O + sais de Al e Zn Reação exotérmica Composição Cimento rígido: rede hidratada amorfa de aluminiofosfato de zinco que circunda partículas incompletamente dissolvidas de óxido de zinco. Óxido de magnésio age como retardador, assim como os sais de alumínio e zinco ajudam a retardar a reação de presa durante a mistura. O líquido tem ácido fosfórico que confere acidez ao cimento (irritante pulpar). A presa ocorre por meio de uma reação exotérmica (liberação de calor) o que agride a polpa, requerendo atenção à proteção pulpar. Cimento de Fosfato de Zinco Tempo de Presa Geralmente o cimento de fosfato de zinco toma presa no interior da boca, após 5 a 9 minutos do início da mistura. O tempo de presa é afetado por: Temperatura - o calor acelera a presa Relação pó-líquido - o tempo de presa reduz com a maior relação P/L Tempo de incorporação - quanto mais rápida a incorporação do pó ao líquido, mais acelerada a presa. 5 a 9 minutos após início da mistura Relação pó-líquido Tempo de incorporação Temperatura Fatores que Afetam o Tempo de Presa Cimento de Fosfato de Zinco Propriedades Presa rápida *Solubilidade aceitável Oscilação de pH (pH baixo que aumenta para quase neutro em 48 h) *Biocompatibilidade Alta Resistência Alta Estabilidade Dimensional O cimento de fosfato de zinco exige uso imediato, pois possui como uma de suas principais propriedades o tempo de presa rápido. Possui linha de cimento pequena Tanto a espessura quanto a solubilidade em água são aceitáveis clinicamente, porém uma das piores em relação aos cimentos de maneira geral. Possui baixa acidez, pois o pH, que é baixo no início (4,2), acaba por se tornar quase neutro (7,0) após 48 horas. Quanto à compatibilidade biológica, ressalta-se que a sua acidez inicial exige a proteção pulpar para evitar o efeito deletério na polpa. A resistência é dada pelas partículas de óxido de zinco que não reagiram. Chega a ser o dobro da resistência exigida para retenção adequada da restauração. Cimento de Fosfato de Zinco Propriedades Vantagens Fácil manipulação Durabilidade clínica razoável Resistência à compressão Boa estabilidade dimensional Desvantagens Solubilidade em ácidos orgânicos e fluidos Não adesivo Irritação pulpar Sem características anticariogênicas Cimento de Fosfato de Zinco Indicação Cimentação permanente de restaurações metálicas Forramentos de restaurações metálicas Cimentação permanente de bandas ortodônticas Cimento de Fosfato de Zinco Manipulação FO-UFRGS A relação pó-líquido é muito importante. Manter o recipiente do líquido bem fechado (absorve água em ambientes úmidos - reação mais rápida e redução no tempo de presa - e perde água em ambientes secos - tempo de presa mais extenso) Placa de vidro resfriada (18 a 24 graus) e espessa para dissipar o calor da reação. Caso ocorra reação rápida, não haverá muito tempo para uma manipulação adequada. Qualquer partícula de umidade resultante da condensação da umidade da placa resfriada terá efeito deletério sobre as propriedades do cimento. Dividir a porção em 4 partes e dividir a primeira parte em 2 partes Incorporar inicialmente pequenas porções do pó no líquido (liberação de um mínimo de calor, que é facilmente dissipado) Usar uma área ampla da placa de vidro para a espatulação (tempo de 1 a 2 minutos) A última porção vc só vai inserir se precisar modificar a consistência da mistura, por isso, antes de inserir a última porção, teste a consistência da mistura e veja se está adequada ao pretendido. Consistências: fio que quebra (cimentação); fio que não quebra (base); massa (restauração provisória) Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol Usado desde 1890 Proteção pulpar Efeito sedativo na polpa pH neutro na aplicação O cimento a base de OZE tem sido utilizado desde 1890, possuindo efeito sedativo na polpa. Seu pH é de aproximadamente 7,0 no momento da aplicação, o que causa menos irritação em comparação a outros cimentos. Tem sido especialmente útil para a cimentação de dentes que possuem túbulos dentinários expostos O efeito sedativo da polpa direciona seu uso para preparos com exposição de túbulos dentinários Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol Composição Pó =óxido de zinco + colofônia + sulfato de bário Líquido = eugenol + óleos Quelato amorfo de eugenolato de zinco *Umidade essencial O cimento a base de OZE forma um quelato amorfo (composto em forma de anel) de eugenolato de zinco A umidade é essencial para que ocorra a presa Umidade e calor aceleram a presa. Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol Classificação Cimentação provisória (curto prazo) Tipo I Cimentarão definitiva (permanente) Tipo II Tipo I - não são fortes, mas podem ser úteis na cimentação em curto prazo de coroas provisórias. Podem ser manipulados com óleos que não o eugenol para pacientes sensíveis ao produto. Tipo II - Cimento de OZE reforçado com polímero. Cimento de vedamento permanente ou restaurações provisórias. ADA, 30 Restauradores provisórios (temporários) Tipo III Forradores cavitários (proteção do complexo dentino-pulpar) Tipo IV Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol Propriedades Resistência moderada a baixa Boa biocompatibilidade Reduzida acidez (pH neutro) Capacidade sedativa Solubilidade baixa (0,1 a 3,5%) Longos tempos de trabalho e presa Devido a capacidade sedativa, não requer forrador para a cavidade Chain et al., 2013 Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol Propriedades Devido ao fato de p eugenol agir como inibidor para materiais polimerizados por radicais livres, não se pode associar o uso do cimento de OZE com materiais resinosos Vantagens Longo tempo de uso Efeito sedativo da polpa Biocompatibilidade Desvantagens Não pode ser usado com materiais resinosos Eugenol (isoladamente) irrita tecidos orgânicos Não possui grande resistência Radiopacidade Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol Indicações Cimentação provisória Restaurações provisórias Obturação de condutos radiculares Forramento Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol Manipulação Placa de vidro ou bloco de papel e espátula metálica Sem medida Tempo de espatulação: 30 segundos a 1 minuto Movimentos amplos e vigorosos Na boca, os cimentos de óxido de zinco e eugenol tem a presa acelerada (umidade e calor) Podem estar disponíveis no sistema pasta-pasta (tipo I), cuja manipulação se dá sobre bloco de papel ou placa de vidro. Duas partes guias de pasta (base e aceleradora) e misture até obter mistura homogênea. Difícil ser removido dos tecidos e superfícies após a presa (óleo de laranja é um solvente útil). O ideal é proteger o rosto do paciente e limpar a placa e a espátula antes da presa do material. O sistema pasta-pasta é do Tipo I e a manipulação é feita sobre bloco de papel ou placa de vidro, duas partes guais de pasta (base e aceleradora) e misture até obter mistura homogênea Ideal é proteger o rosto o paciete e limpar a placa e a espátula antes da presa do material USP-RB Cimento de Ionômero de Vidro 1971 - Wilson e Kent Cimento de silicato + Policarboxilato de zinco Cimento de ionômero de vidro O cimento de ionômero de vidro constituiu um marco na Odontologia, consistindo em um dos materiais mais utilizados nos dias atuais, encontrando sua maior aplicabilidade na especialidade da Odontopediatria. Criado no ano de 1971, por Wilson e Kent, a partir de 2 cimentos: Cimento de silicato - não é mais utilizado, mas aproveitaram sua liberação de flúor e baixa alteração dimensional; Policarboxilato de zinco - por meio do ácido poliacrílico possibilitou adesividade à estrutura dentária. Cimento de Ionômero de Vidro Composição Pó Líquido Óxido de Si, Óxido de Al, Fluoreto de Ca, de Al e de Na, e Fosfato de Al Ácido poliacrílico, ácido itacônico e ácido tartárico + Diminui viscosidade Aumenta tempo de trab. Diminui tempo de presa Melhora manipulação Óxido de silicato, óxido de alumínio, fluoreto de cálcio, de alumínio e de sódio, e fosfato de alumínio. O líquido é basicamente o ácido poliacrílico com modificadores (ácido itacônico: diminui a viscosidade e a tendência à geleificação; ácido tartárico: melhora manipulação e aumenta o tempo de trabalho, reduzindo tempo de presa). Em alguns ionômeros o ácido poliacrílico é incorporado ao pó sendo o líquido, água ou água + ácido tartárico (conhecidos por ionômeros anidros) Vidro de Fluoraminossilicato Cimento de Ionômero de Vidro Composição Reação de Presa CIV Convencionais Fase de Deslocamento de íons (Grupo Carboxílico livre) Fase da Matriz de poliácido (adesão) Gel de Sílica + vidro sob a matriz (24 horas) Na fase de deslocamento de íons tem grupo carboxílico livre para que ocorra a adesão. Em seguida, forma-se uma matriz de poliácido e ocorre a adesão inicial ao dente. Durante esta fase ocorre o endurecimento do cimento, sendo muito sensível à presença de água. As fases seguintes, formação de gel de sílica e incorporação do vidro à matriz levam 24 horas, exigindo, ainda, o controle de umidade, o que pode ser feito com proteção de superfície Fase de deslocamento de íons (grupos carboxílicos - adesão) - inserção do material Fase de formação da matriz poliácidos - 5 a 10 min Cimento de Ionômero de Vidro Composição Reação de Presa CIV Modificados Sistema fotoativado - reação de fotopolimerização do monômero Sistema de presa dual - além da reação ácido/básica e da fotopolimerização, ainda possuem iniciadores químicos para polimerizar os componentes metacrilatos que existem no material Sistema quimicamente ativado - reação ácido-básica do ionômero convencional e a polimerização química dos componentes resinosos Sistema Fotoativado reação de fotopolimerização do monômero Sistema Dual além da reação ácido/ base e da fotopolimerização, ainda possuem iniciadores químicos para polimerizar os componentes metacrilatos Sistema Autopolimerizável reação ácido-base do ionômero convencional e a polimerização química dos componentes resinosos Cimento de Ionômero de VidroDevido ao fato de liberar flúor o CIV torna a interface dente-restauração menos propensa a lesões de cárie por retenção de biofilme. Indicações Cimentação Coroas parciais, totais e prótese fixa Bandas e colagem de acessórios ortodônticos Cimento de Ionômero de Vidro Indicações Procedimentos Preventivos Dentes com maturação pós-eruptiva incompleta (3 a 4 anos na cavidade bucal) também podem ter esta maturação acelerada pelo flúor do material. Selamento de cicatrículas e fissuras fonte: http://blog.dentalcremer.com.br Cimento de Ionômero de Vidro Indicações Procedimentos Curativos Convencionais Restaurações classe I, III, V e classe II tipo túnel Restaurações de dentes decíduos Odontologia Integrada fonte: http://www.swissdentalmed.it Cimento de Ionômero de Vidro Indicações Procedimentos Curativos Convencionais Bases e forramentos de cavidades Técnica do sanduíche Tratamento restaurador atraumático (ART) Ionofast Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Composição Química Convencional/Anidro Reforçados por metais (amálgama ou liga de prata) Modificados por resina / Híbridos (metacrilato) Liberação de flúor Estética (ácido poliacrílico incorporado ao pó) Segundo a composição, o CIV pode ser classificado em: Convencional ou anidro: (anidro: ácido poliacrílico incorporado ao pó). No anidro é mais fácil o controle da relação pó-líquido, havendo maior tempo de armazenamento e menor efeito deletério à polpa. Reforçado por metais: em uma tentativa de compensar a baixa resistência dos CIV, são inseridas partículas metálicas, de liga de amálgama ou de liga de prata (CIV-N ou mistura milagrosa, já foi muito usado na Odontopediatria e em serviço público). Modificados por resina ou híbridos: perde em liberação de flúor e ganha em estética e resistência. Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tipo Função Tipo I Cimentação Tipo II Restauração Tipo III Forramento / Selamento cicatrículas e fissuras Tipo IV Todas as anteriores (modificados) Tay & Lynch, 1989 De acordo com a indicação, os ionômeros podem ser classificados como: Tipo I: paracimentação Tipo II: para restaurações Tipo III: para forramento ou base de restaurações Tipo IV: modificados por partículas metálicas (Cermets) ou resina (híbridos) Ex: Vidrion C, R, F e N Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tipo I Partículas de 15 a 20µ película final com espessura aceitável Boa adesividade a estrutura dental Menor quantidade por volume de material para assegurar uma película final com espessura aceitável Indicado para cimentações permanentes Coroas unitárias ou prótese fixa de múltiplos elementos Inlays/onlays Bandas ortodônticas Tay & Lynch, 1989 Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tipo I Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tipo II Tay & Lynch, 1989 Indicado para restaurações Inicialmente usado em áreas de abrasão/ erosão Pobre combinação de cores Apenas em áreas de baixa tensão Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tipo II Tay & Lynch, 1989 Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tay & Lynch, 1989 Tipo III Idealizado para forrar cavidades Esse cimento foi idealizado para forrar cavidades devido ao tamanho de suas moléculas que não penetram nos canalículos dentinários Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tay & Lynch, 1989 Tipo IV Modificados por metal ou resina Híbridos / Resinosos CERMETS Simons, 1983 Esse cimento surgiu da tentativa de melhorar as propriedades mecânicas dos CIV convencionais CERMETS Simmons (1983) - mistura milagrosa (sinterização de partículas de prata ao CIV) Indicado para Classes I e II dentes posteriores; restauração do tipo túnel e confecção de núcleos de preenchimento Híbridos Introduzidos para superar sensibilidade à umidade e baixas propriedades mecânicas Reação original ácido-base e processo secundário de polimerização iniciada pela luz. Dupla polimerização, ainda que Vitremer prometa polimerizar na ausência de luz (radicais livres de metacrilato) Existem materiais que possuem adição de partículas de ionômero de vidro à matriz de resina em quantidades insuficientes para produzir a reação ácido-base, então não podem ser considerados ionômero de vidro Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tay & Lynch, 1989 Tipo IV Modificados por metal ou resina Restaurações Classe III e V ou interproximal com manutenção de crista, ideais para pacientes jovens com risco à cárie elevado Classe I e II para dentes decíduos - estética e resistência satisfatóriasBase / Forramento Híbridos Selantes: proteção da superfície oclusal de molares recém-erupcionados Selante usado quando se deseja proteção da superfície oclusal de molares recém-erupcionados em pacientes com risco de cárie Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tipo IV Modificados por metal ou resina Híbridos Vantagens Desvantagens Maior tempo de trabalho Endurecimento melhorado Controle sobre a presa do material Maior resistência que o CIV convencional Melhor estética que o CIV convencional Menor translucidez que a resina composta Maior contração de polimerização que o CIV convencional Muda de cor após 1 a 2 anos Alto custo Cimento de Ionômero de Vidro Classificação Por Indicação do Material Tipo IV Modificados por metal ou resina Híbridos Cimento de Ionômero de Vidro Propriedades Vantagens Boa biocompatibilidade Desvantagens Estética razoável para posteriores Liberação de flúor Boa adesão Fácil manipulação Alta solubilidade Baixa resistência Cimento de Ionômero de Vidro Propriedades Positivas Adesão à Estrutura Dentária Consistência plástica e brilhante denota a disponibilidade de líquido suficiente para que ocorra a adesão ao dente Ligações químicas dos radicais carboxílicos (COOH) aos íons cálcio existentes no esmalte, dentina e cemento Não apresenta adesão satisfatória com ouro, platina e porcelana Adesividade mais evidente em materiais que apresentam componente ácido para pré-tratamento da dentina Adesão mais forte em esmalte Consistência da mistura - plástica e brilhante Limpeza das superfícies é essencial para promover a adesão (Solução de pedra-pomes) Contaminação por saliva ou sangue impede a adesão Condicionamento com ácido poliacrílico 10 a 20 seg. Secagem da superfície Cimento de Ionômero de Vidro Propriedades Positivas Liberação de Flúor Capacidade de adquirir flúor de distintas fontes e funcionar como reservatório (propriedades anticariogênicas) Ocorre tanto nos convencionais como nos modificados por resina. Maior intensidade nas primeiras 24 e 48 horas Substantividade Capacidade de adquirir flúor de distintas fontes Armazenamento Cimento de Ionômero de Vidro Propriedades Positivas Biocompatibilidade Mais biocompatível do que os outros cimentos dentários Em cavidades rasas e de média profundidade não é necessário qualquer tipo de forramento Apresentam coeficiente de expansão mais próximo aos da estrutura dentária Ionômeros convencionais possuem um coeficiente de expansão térmica linear melhor que dos ionômeros modificados por resina Boa biocompatibilidade Cavidades rasas e médias não há necessidade de forramento Coeficiente de expansão térmica similar ao da dentina Convencionais melhores que modificados Expansão Térmica Cimento de Ionômero de Vidro Propriedades Negativas Resistência Ionômeros modificados por resina possuem resistência superior aos convencionais Resistência moderada Limita seu uso em cavidades extensas Alto índice de solubilidade Necessitam de protetores superficiais Solubilidade (materiais especiais, vernizes, adesivos, vaselina, esmalte incolor) Cimento de Ionômero de Vidro Propriedades Negativas Estética Emprego limitado a: Cavidades classe III estritamente proximal ou com acesso pela palatina; Cavidades classe V Estética insatisfatória - alta opacidade Limita seu uso em dentes anteriores Cimento de Ionômero de Vidro Contra-indicações Classe II com envolvimento da crista marginal Classe IV Grande perda de esmalte vestibular Em áreas de cúspide Em áreas submetidas a grandes esforços mastigatórios Superfície vestibular visível (insuficiente translucidez) Áreas sujeitas a grandes cargas oclusais (frágeis) Bordas incisais (insuficiente translucidez) Áreas sujeitas a grandes cargas oclusais (esforço mastigatório) Classe II com envolvimento da crista marginal Classe IV Grande perda de esmalte vestibular Em áreas de cúspide Cimento de Ionômero de Vidro Manipulação Proporção P/L deve ser mantida de acordo com as recomendações do fabricante; Placa de vidro ou bloco de papel (para aumentar tempo de trabalho, resfriar a placa. Não pode resfriar abaixo do ponto de orvalho); P/L na placa (colocado somente na hora de ser espatulado para que não ocorra alteração da promoção ácido-água do líquido); Tempo de mistura (não deve exceder 45 a 60 segundos). Tempo de trabalho de aproximadamente 2 minutos; Tempo de presa de aproximadamente 7 minutos; Aspecto brilhante (indica poliacidos não reagidos na superfície que é importante para a adesão ao dente); Aplicar o agente protetor imediatamente (verniz, base de unha, adesivo ou vaselina) após a confecção da restauração ou nas margens expostas após a cimentação (para proteger contra sinérese e embebição na presa inicial) UEL Cimento de Ionômero de Vidro TRA Tratamento Restaurador Atraumático - TRA Áreas rurais e suburbanas OMS (1994) "Remoção parcial do tecido cariado com instrumentos manuais e restauração com CIV" Consultórios odontológicos (bebês, pacientes com medo e ansiedade, pacientes portadores de necessidades especiais) Cimento de Ionômero de Vidro TRA Tratamento Restaurador Atraumático - TRA OMS (1994) Cimentos Resinosos Essencialmente compósitos de consistência flúida Surgiram após o desenvolvimento das resinas compostaspara restauração Potencial de adesão após condicionamento ácido Opções de cor – cimentação de facetas estéticas São essencialmente resinas compostas fluidas de baixa viscosidade Cimentos Resinosos Composição similar às resinas compostas Composição = Matriz Orgânica - BIS-GMA Matriz Inorgânica - sílica + partículas de vidro e/ou sílica coloidal Semelhante à composição das resinas compostas Matriz orgânica com carga inorgânica tratadas com silano Carga: sílica ou partículas de vidro e/ ou sílica coloidal Sistema adesivo para promover adesão à estrutura dentária Polimerização: pode ser alcançada por meio de ativação química ou pela ativação por luz. Vários sistemas usam os dois mecanismos (Sistemas de dupla ativação ou dual) *Sistema adesivo - necessita de condicionamento prévio com seus respectivos adesivos Cimentos Resinosos Indicações Bráquetes ortodônticos Adesão de facetas, inlays, onlays, próteses fixas e próteses parciais fixas de resina Adesão de próteses cerâmicas Cimentação de Bráquetes Ortodônticos Cimentação de peças protéticas em cerâmica inlays, onlays, coroa total, facetas e lentes de contato Cimentação de retentores intrarradiculares de fibra de vidro Cimentos Resinosos Propriedades Praticamente insolúveis em fluidos orais Adesão à dentina tão boa quanto das resinas compostas Irritante à polpa – proteger com forramento de hidróxido de cálcio e CIV Não possuem características anticariogênicas (não liberam flúor) Baixíssima solubilidade Adesão similar às resinas compostas (sistema adesivo) Cavidades profundas - requer forramento irritante à polpa Polimerização - Foto, auto ou dual Estética Cimentos Resinosos Propriedades Vantagens Desvantagens Possível sensibilidade dental Dificuldade na remoção dos excessos Má aplicação é associada à infiltração marginal Contração de polimerização Alta resistência Dureza Baixa Solubilidade Alta adesão Cimentos Resinosos Classificação Dois componentes (Pó + liquido ou Pasta + pasta) Mistura em bloco de papel (20 a 30 segundos) Remover excesso imediatamente após a prótese ter sido assentada Usado para todos os tipos de prótese Autopolimerizados ativados quimicamente Pó + líquido / pasta + pasta Mistura em bloco de papel impermeável *remover excesso imediatamente Indicado para qualquer cimentação protética Cimentos Resinosos Fotopolimerizados ativados a luz Classificação Único componente Usados para próteses cerâmicas finas, próteses confeccionadas em resina Cimentação direta de bráquetes ortodônticos plásticos ou cerâmicos Tempo de polimenrização nunca deve ser menor que 40 segundos O excesso deve ser removido assim que o assentamento da restauração esteja completo Componente único não requer mistura Cimentação em cerâmicas próteses e bráquetes em cerâmica pura Fotoativação mínimo 40s Cimentos Resinosos Dupla polimerização - Dual ativados quimicamente e a luz Classificação Mistura de maneira similar à usada nos sistemas quimicamente ativados Ativação química muito lenta A exposição à luz é que faz com que o cimento endureça rapidamente Continua a ganhar resistência com o tempo (polimerização química) Não devem ser usados em próteses que transmitam luz com mais de 2,5 mm Pó + líquido / pasta + pasta Ativação química muito lenta Cimentos Resinosos Hidróxido de Cálcio Solução Pasta Cimento Hidróxido de Cálcio P.A. + Água Destilada Composição e consistência ≠ Cimentos Formatados quimicamente para cimentarem provisoriamente e protegerem a polpa Ca(OH)2 Pasta - Pasta Vendida comercialmente como uma seringa única Capeamento pulpar Antissepsia da cavidade Três formas de aplicação: A solução tem as mesmas indicações que a pasta. Só se difere pela quantidade de água que a mistura leva. Pasta - Diferem dos cimentos na composição e consistência e constitui-se basicamente de hidróxido de cálcio P.A. dissolvido em água destilada Não endurecem após a sua colocação na cavidade Devido à capacidade de estimular a formação de dentina reparadora quando colocadas sobre a polpa, estas pastas são principalmente indicados nos casos de proteção direta, quando ocorre uma exposição acidental Cimento de Hidróxido de Cálcio Cimento de Hidróxido de Cálcio Composição Pasta catalizadora: hidróxido de cálcio + óxido de zinco + etiltolueno sulfonamida (pH 11,3) Pasta base: dióxido de titânio + glicol salicilato +pigmento (pH 8,6) Cimento de Hidróxido de Cálcio Indicações Cimentação provisória de peças protéticas Forramento de cavidades profundas Capeamento pulpar direto/indireto Cimento de Hidróxido de Cálcio Propriedades Baixa resistência Alta biocompatibilidade Indução de dentina reacionária Hemostasia pH básico Ação Antimicrobiana Alta Solubilidade Cimento de Hidróxido de Cálcio Propriedades Vantagens Desvantagens Alta solubilidade Cáries recorrentes após sua desintegração Não é permanente Baixa adesividade à dentina Não possui adesividade aos compósitos Bacteriostático Alcalinidade Seu alto pH estimula cicatrização e reparo Controla reabsorção interna Hemostasia Radiopacidade Baixo custo Fácil manipulação Cimento de Hidróxido de Cálcio Manipulação Manipulação simples: proporcionar pastas iguais das duas pastas, espatulá-las convenientemente e levar a mistura á cavidade com o auxílio de um instrumento próprio FOUSP Cimento de Hidróxido de Cálcio Manipulação Leonardo Muniz ANUSAVICE, J. K. Phillips - Materiais Dentários. 11 ed. São Paulo: Elsevier, 2005. CRAIG, R. G.; POWERS, J. M. Materiais dentários restauradores. 11. ed. São Paulo: Santos, 2004. CRAIG, R. G.; POWERS, J. M.; WATAHA, J. C. Propriedades e manipulação. 7. ed. São Paulo: Santos, 2002. GALAN JÚNIOR, J. Materiais dentários: o essencial para o estudante e o clínico geral. São Paulo: Santos, 1999. McCABE, R. G. Materiais dentários diretos - princípios básicos à aplicação clínica. 8. ed. São Paulo: Santos, 2006. Referências
Compartilhar