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Analise juridica da musica Rita

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Imagine que, durante as investigações, a Autoridade Policial descubra que Rita ao desferir a facada agiu querendo o resultado morte - ou seja - agiu com "animus necandi". Nesse caso: 1) Qual o tipo de ação penal cabível? Justifique sua resposta, inclusive com o tipo penal. 2) O termo "volta que eu retiro a queixa", estaria aplicado corretamente? Justifique sua resposta!
Atualmente o Brasil é conhecido com o país da sofrência, e aqui não estamos falando da realidade social e cultural do nosso país e sim do novo gênero musical por assim dizer, que trás em seu rol, hits que embalam nosso sentimentalismo e que trazem à tona aquilo que sentimos em relação a nossas ilusões e desilusões amorosas, neste sentido são lançadas diversas musicas que muitas vezes são baseadas em fatos reais ou que retratam alguma semelhança com a realidade. 
Recetemente, o cantor e compositor Thierry virou febre nas redes sociais com o sucesso de Rita, música cujos versos Oh Rita, volta, desgramada. Volta, Rita, que eu perdôo a facada divertiram tanto o público que acabou virando hit na internet, principalmente no aplicativo tiktok. O cantor explicou em entrevista recente que na música, Rita retrata uma mulher braba, que traiu o marido e depois foi embora e esclarece que a facada tem sentido figurado. Perdoar a facada é perdoar a traição. E ‘queixa’ é gíria na Bahia, estado em que o cantor mora. Elucidando mais ainda ele continua a entrevista explicando que a Rita não existe e que é apenas uma representação de uma mulher arretada (gíria do estado da Bahia), a mulher estressada. 
Existindo ou não a Rita, podemos analisar a musica sob a ótica jurídica da seguinte forma:
A princípio, o fato de Rita ter desferido uma facada em seu amasio cabe ação penal que é o direito público e subjetivo de buscar ao Poder Judiciário a aplicação do direito penal objetivo em face de sua violação. Ação está amparada pelos arts. 100 a 106 do Código Penal e nos arts. 24 a 62 do Código de Processo Penal. 
	Conforme o apurado na investigação policial, Rita agiu com agiu com "animus necandi", ou seja, ela queria o resultado morte, o que não se consumou por circunstancias alheia a sua vontade. Neste viés o crime de homicídio está tipificado no Código penal pelo artigo 121: “Matar alguém” onde a pena e de reclusão, variando entre seis a vinte anos. O homicídio é a conduta típica, antijurídica e culpável que constitui-se no ato de retirar a vida de outrem. Contudo o objeto desta analise está em sua forma tentada, onde deve ser analisada conforme disposição do artigo 14 do Código Penal, pois desta forma é possível atribuir sanção ao crime de homicídio em sua forma tentada. O Art. 14, inciso II - Diz-se o crime: Tentativa, II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Onde a pena desta prevista no parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
	Por sua vez, a conduta que compreende o dano causado à integridade corporal do agente, está positivada pelo artigo 129, do CP: Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Nesse caso, após a polícia agir de ofício ao investigar o crime e ao Ministério Público oferecer a denúncia, onde há provas da materialidade do crime e indícios suficientes de sua autoria, independentemente de quaisquer circunstâncias, não ficando subordinado sua ação a qualquer circunstância especial.
O crime de homicídio tentado por ser doloso contra a vida é de competência do tribunal do júri, consoante art. 74, § 1º do CPP c/c artigo 5º, inciso XXXVIII, d) da Constituição da República de 1988.
Em relação ao trecho: volta Rita que eu retiro a queixa, infelizmente a Rita queria o resultado então não podemos falar em ação de iniciativa privada, que neste caso hipotético, podem existir hipóteses de ação pública incondicionada ou ação pública condicionada à representação, e por conseqüência não pode o autor da música falar em retirar a queixa-crime.
Imagine que, durante as investigações, a Autoridade Policial descubra que Rita ao desferir a facada não agiu querendo o resultado morte, na verdade, ela só quis causar uma lesão - ou seja - agiu com "animus laedendi", e por isso o delegado tenha indiciado Rita por Lesão Corporal Grave. Nesse caso: 1) Qual o tipo de ação penal cabível? Justifique sua resposta, inclusive com o tipo penal. 2) O termo "volta que eu retiro a queixa", estaria aplicado corretamente? Justifique sua resposta! 
Aponta-se que no processo da investigação policial a Rita agiu querendo apenas lecionar o parceiro e não matá-lo, nesse sentido a sua intenção pode ser tipificada como lesão corporal (art. 129, CP).
A luz da investigação policial apurou-se que ela não quis diretamente o resultado morte, mas tão somente causar uma lesão, onde se verifica que a lesão causada fora grave. Tipificada pelo, art. 129, §§ 1º e 2º, do CP, a ação penal será pública incondicionada, devendo o Ministro público oferecer a denúncia contra a Rita sem depender de nenhuma representação da vítima e não existe a possibilidade de retratação de representação (“retirar a queixa”). Logo, após a denuncia o processo seguirá normalmente.
Imagine que, durante as investigações, a Autoridade Policial descubra que Rita ao desferir a facada não agiu querendo o resultado morte, na verdade, ela só quis causar uma lesão - ou seja - agiu com "animus laedendi", e o delegado tenha indiciado Rita por Lesão Corporal Leve. Nesse caso: 1) Qual o tipo de ação penal cabível? Justifique sua resposta, inclusive com o tipo penal. 2) O termo "volta que eu retiro a queixa", estaria aplicado corretamente? Justifique sua resposta! *
A lesão corporal provocada por Rita em seu amasio ficou comprovada através da investigação policial como sendo de natureza leve, Nesta seara as lesões corporais leves são de competência dos Juizados Especiais. Devido ao seu menor caráter ofensivo. Dependem, porém, de representação do ofendido, conforme o art. 88, da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, segundo o artigo: “além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas”.
A representação é dada através da queixa-crime que é a petição inicial da ação penal de iniciativa privada, proposta pela vítima ou por seu representante legal naqueles casos previstos em lei, geralmente vem com o conceito “somente se procede mediante queixa”, em casos cuja lesão ao bem jurídico ofende diretamente o interesse eminentemente privado e pertence unicamente ao ofensivo que por motivos de conveniência e oportunidade pode ou não acionar a justiça na busca de sua proteção, pertence, portanto, à esfera privada, e ninguém mais além da vítima, via de regra pode buscar a tutela jurisdicional.
A queixa deverá conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Então, tão somente neste caso de ação publica condicionada, a queixa crime poderá, sob forma de desinteresse na propositura da ação sobrevindo a decadência a teor do artigo 38 do CPP, podendo operar a extinção da punibilidade ou ainda retirar a representação, que tecnicamente seria uma renúncia ou retratação da representação, onde cabe lembrar que ainda que nos termos do art. 102 do CP, “a representação será irretratável depois de oferecida a denúncia”. Assim, se o ofendido exerce o direito de representação, pode retirá-la antes de iniciar-se a ação penal com o oferecimento da denúncia.

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