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HAM IV IANA BARBOSA MARTINS Habilidades e Atitudes Médicas IV, MED 31 - Uninovafapi. 1 Exame Físico do Diabético e do Pé Diabético INTRODUÇÃO O exame físico do diabético é composto pela união dos exames de outros sistemas. O paciente diabético tem mais complexidade pela necessidade de examinar diversos sistemas além do foco nas queixas principais. Alguns instrumentos são de suma importância para um exame físico completo: ❖ Fita métrica, estadiometro, lança, glicosímetro, monofilamento, abaixador de língua, estetoscópio, esfigmomanômetro, calculadora, martelo de reflexo, e, se criança, os gráficos para IMC. Estado Físico Geral Peso: ❖ Balança antropométrica calibrada. ❖ Pedir para paciente retirar o máximo de acessórios e roupas que puder. Altura: ❖ Se paciente não fica em pé (deficientes), medir deitado ou estimar perguntando última altura. IMC: ❖ No adulto: ❖ Na criança: Circunferência abdominal: ❖ Medida com melhor correlação com a gordura visceral e risco metabólico. ❖ Medida do maior perímetro abdominal entre a última costela e a crista ilíaca. ❖ Maior circunferência, maior risco cardíaco. Circunferência quadril: ❖ Divisão do perímetro abdominal pelo perímetro dos quadris no nível dos trocanteres femorais. ❖ Definem distribuição central de gordura. ❖ Correlacionam-se com maior quantidade de gordura visceral. ❖ Homem: > 0,9 e mulher: > 0,85 HAM IV IANA BARBOSA MARTINS Habilidades e Atitudes Médicas IV, MED 31 - Uninovafapi. 2 ❖ Variações de distribuições de cintura: peso igual e distribuição corporal diferente. ❖ Distribuição corporal em formato de maçã: gordura mais localizada a nível de tronco e maior risco cardiovascular. ❖ Gordura localizada a nível de quadril, formato pera, menor risco cardíaco. Temperatura: ❖ Se possível. ❖ Febre pode indicar infecção. Glicemia capilar: ❖ Perguntar o horário da última alimentação. ❖ Queda de glicemia em insulino dependente ou hiperglicemia paciente pode convulsionar, simular AVC. ❖ Sempre na lateral dos dedos, a inervação é menor e sente menor dor. Exame Físico por Sistema Rastreamento das complicações de D1 com depois de 5 anos do diagnóstico e D2 logo após diagnóstico. Cabeça ❖ Mapeamento de retina. Pescoço ❖ Exame físico da tireóide. Respiratório ❖ Ausculta respiratória. Circulatório ❖ Ausculta cardíaca. ❖ Aferição da PA - deitado, sentado e em pé ❖ Rastreio de hipotensão postural: Queda de 20mmHg ou mais na sistólica e/ou 10mmHg diastólica. ❖ FC em repouso e ortostase: FC maior a 100bpm – disautonomia. Abdome ❖ Palpação ❖ Verificar locais de aplicação de insulina: → Palpar para ver se não há Lipodistrofia → Verificar quais agulhas e seringas os pacientes está usando, explicar onde são os locais corretos para fazer aplicação e indicar o rodizio nos locais de aplicação. ❖ Locais de aplicação: → Braço: face posterior, 3 a 4 dedos abaixo da axila e acima do cotovelo. → Nádegas: quadrante superior lateral externo → Coxas: faces anterior e lateral externa superior, 4 dedos abaixo da virilha e acima do joelho. → Abdome: regiões laterais direita e esquerda, distante 3 a 4 dedos da cicatriz umbilical. ❖ Absorção insulina varia de acordo com o local: Abdome (mais rápida), braços, pernas e nádegas (mais lenta). Análogos de insulina não tem diferença na absorção. ❖ Não usar insulina em área que será exercitada em sequência: Aumenta absorção e pode ter hipoglicemia. ❖ Não injetar próximo ao umbigo, não aplicar perto de pintas, edema, cicatrizes, próximos as articulações, lipodistrofia, infecções, alergias. Inspecionar local antes de aplicar. HAM IV IANA BARBOSA MARTINS Habilidades e Atitudes Médicas IV, MED 31 - Uninovafapi. 3 LIPODISTROFIA CUTANEA: Atrofia do tecido adiposo subcutâneo no local de aplicação de insulina. No local ocorre hiperestesia e depressão da pele. Pode ter início de 6 a 24 meses após introdução de insulinoterapia. LIPODISTROFIA HIPETROFICA: Áreas tumefeitas de diferentes formas e tamanhos. Mais fáceis de serem palpadas que visualizadas. Relacionado a microtraumatismos recorrentes e ao efeito lipogênico da própria insulina que induz estimulação de hipertrofia do tecido adiposo no local de aplicação. ❖ SEMPRE FAZER TROCA DAS AGULHAS OU SERINGAS: A agulha não fica com a ponta reta depois de aplicações podendo causar microtraumas. ❖ Sempre fazer rodizio, verificar no paciente se está sendo feito correto. ❖ Essas lipodistrofia são indícios de rodizio mal feito, lesão na pele. MMII ❖ Observar edema, calo, sinal flogístico, infecções, palpar, observar hidratação. Pele e anexos Importante observar fungos na boca, glande, abaixo dos seios, entre os dedos dos pés. Acantose nigricans ❖ Espessamento aveludado da pele e hiperpigmentação simétrica de flexuras cutâneas como: região cervical, axilar, inguinal, mucosa oral, cotovelos e dedos. ❖ Principal lesão de diabetes. ❖ Pedir ao paciente para tirar a blusa e examinar dorso, axila, pescoço. ❖ Principalmente devido a diabetes ou resistência periférica a insulina. ❖ Se não tem DM, é sinal de resistência periférica a insulina, fator de risco para desenvolver diabetes. HAM IV IANA BARBOSA MARTINS Habilidades e Atitudes Médicas IV, MED 31 - Uninovafapi. 4 Necrobiose lipoidica diabética ❖ Doença crônica, etiologia desconhecida. ❖ Lesões de morfologia muito peculiar, associada ao DM em 2/3 dos casos. ❖ Muito rara nos melanodérmicos e orientais. ❖ Quase sempre entre os 30 e 40 anos. ❖ Usualmente no sexo feminino (3:1). ❖ Muito associada ao DM. ❖ 80% dos casos são ao DM e podem suceder, preceder ou concomitar ao DM juvenil. Alguns pacientes, mesmo não diabéticos, apresentam curva glicêmica alterada e estima-se que cerca de 15% com necrobiose lipoidica desenvolverão diabetes muitos anos mais tarde. Esses pacientes devem ser acompanhados a longo prazo. Normalmente na perna, região tibial. ❖ Placas com margens irregulares, margem pode ser elevadas, centro amarelado, pode ser dolorosa. Máculas ou placas em formato oval ou irregular, confluentes, com uma área central atrófica ou depressiva com telangiectasias sendo inicialmente eritematosa e posteriormente de coloração amarelada. Bulose Diabética Ou Bolhas ❖ Sempre perguntar quando e como começou a lesão. Algumas já necrosadas e com úlceras podem ter sido bolhas. Xantoma Eruptivo ❖ Eruptivo associado ao DM. Geralmente dislipidemia. ❖ É mais difícil, mas pode acontecer no dislipidêmico. HAM IV IANA BARBOSA MARTINS Habilidades e Atitudes Médicas IV, MED 31 - Uninovafapi. 5 Anamnese e Exame Físico do Pé Diabético De forma didática é dívida em duas partes: anamnese e exame físico. Se o paciente tiver diabetes, o diagnóstico de pé diabético é clinico. Anamnese Termos importantes na anamnese: claudicação, dor em repouso e lesão trófica. História da Doença Atual - HDA ❖ Forma de início: ❖ Evolução: Quanto tempo, de forma aguda ou crônica. Se aguda, associada a frio. ❖ Fator desencadeante: Trauma, queda ❖ Comorbidades associadas ❖ Sintomas diversos ❖ Sexo e Idade: Doenças prevalentes dependentes de idade e sexo ❖ Profissão: ❖ Traumatismo: datilógrafos, construção civil. Claudicação: ❖ Sinal patognomônico de DOAP (doença arterial periférica). ❖ Dor de início após movimento. ❖ Claudicare: dor em panturrilha, coxa, nádega. ❖ Início com cansaço, fraqueza, aperto, cãibra, constrição ❖ Distância de claudicação: quanto maior a distância, menos grave. ❖ Período de recuperação da dor: após o movimento, se o tempo para recuperação dor curto, significa sistema colateral de circulação importante, que satisfaz as necessidades. Quando demora muito, significa que a circulação não chega corretamente. DOR: ❖ Dor em repousoOclusão aguda: ❖ Desconforto e desprazer ao paciente ❖ Dor em repouso: não necessita de movimento para iniciar ❖ Abrupta, associada a outros sinais ❖ Evolução de êmbolos, trombose, espasmo, trama ❖ Poucos casos da dor aguda evoluem sem dor ❖ Pode desaparecer ou diminuir de forma súbita ❖ Paciente sempre associa com algum evento Oclusão crônica: ❖ Início insidioso ❖ Não consegue identificar muito bem o início ❖ Inicialmente à noite ❖ Precipitado ou agravado pelo frio ❖ Mais frequentes nas porções distais e mais dolorido Antecedentes pessoais: ❖ DM: → Síndrome metabólica: Dislipidemia, HAS, circunferência abdominal aumentada. ❖ IAM, AVC, Angina, febre reumática (doenças valvares). ❖ Traumatismo: história ❖ Quadros febris com dores musculares: associados a vasculites, colagenoses. ❖ Tabagismo → Tempo e uso: maços/anos. ❖ Lesão trófica → Na anamnese descreve o tipo de lesão recolhendo dados, mas é no exame físico que ela será detalhada. Exame Físico do Pé Diabético Inpeção / lesões tróficas: ❖ Queda de pelos, unhas quebradiças por si só não são lesões tróficas, apenas alterações, precisam estar associadas a gangrenas ou úlceras. ❖ Alterações ungueais LESÕES TRÓFICAS Gangrenas ❖ Úmidas: → Secreção - presença de infecção → Associadas com bolhas (flictenas), secreção e sinais flogísticos: calor, rubor e hipertermia. ❖ Seca: → Sem secreção - ausência de infecção ❖ Aspecto coriáceo e enegrecido. ❖ Evolui com mumificação dos tecidos HAM IV IANA BARBOSA MARTINS Habilidades e Atitudes Médicas IV, MED 31 - Uninovafapi. 6 ❖ Pode apresentar sulco de delimitação entre uma área que apresentou infarto e isquemia e evoluiu para necrose, e a área que ainda tem boa perfusão e não está necrótica. ❖ Dor na isquemia e ausência de dor na necrose. → Evolução de necrose x tecidos: SN, ossos, cartilagem e pele. ❖ Síndrome de Renoult Úlceras ❖ Perdas de continuidade da pele > 5mm ❖ Paciente diabético aumenta pressão na cabeça do metatarsso, pododátio causando mal perfurante plantar; principais portas de infecção para o paciente diabético. ❖ Mal perfurante plantar → Trauma na pele provoca ulceração que tende a ser progressiva. → Pele, subcutâneo, coxim adiposo até alcançar o osso. → Quando a úlcera alcança o osso, evolui com osteomielite (infecção do tecido ósseo). Fisiopatologia geral das lesões diabéticas ❖ Perda de sensibilidade: Lesões por falta de reflexos. ❖ Alterações ósseas → Continuidade das lesões, evoluem com fraturas e subluxações. → Essas fraturas e subluxações se consolidam parcialmente ou são falsas acarretam em alterações ósseas ao longo dos anos. → Proeminência da cabeça do metatarso, diminuição da sensibilidade distais, dedos evoluem com fraturas e em posições enrijecidos (anquilose dos tendões). Cavo da planta do pé, e associações da obstrução das artérias que perfundem o pé. Alteração de pressão da planta do pé. Neuropatia Diabética Evoluem com fisiopatologia conjunta: vários períodos de inflamação crônica e alteração do SN evoluem para neuropatia diabética. ❖ 80% das úlceras ❖ Polineuropatia periférica, simétrica, difusa, distal ❖ Evolução gradual ❖ Sentivomotora ALTERAÇÃO SENSITIVA ❖ Primeira alteração. ❖ Parestesia, dormência, dor. Associada a fibras grossas (propriocepção) e fibras finas (dor e temperatura). ❖ Avalia-se alteração de temperatura e sensibilidade com algodão molhado passando pelo pé. Do alto pododátio, dedos dos pés, dorso e planta. ALTERAÇÃO MOTORA ❖ Tardia e evolução leve. ALTERAÇÃO AUTÔNOMA ❖ Controle de temperatura e sudorese. Perde-se mais tardiamente. ❖ Importante na avaliação com monofilamente de Semmes – Weistein. HAM IV IANA BARBOSA MARTINS Habilidades e Atitudes Médicas IV, MED 31 - Uninovafapi. 7 Pé de charcot ❖ Paciente com fator de risco para ulcera e amputações: 50%. Recomendações para pacientes diabéticos ❖ Andar com calçados fechados. ❖ Calçados próprios para diabéticos. Palpação Importante avaliar temperatura, pulsos e tb. TEMPERATURA: ❖ Comparar um membro ao outro ❖ Tecidos isquêmicos normalmente evoluem com frialdade, principalmente abaixo do local de obstrução. ❖ Quanto mais distante da obstrução mais tem hipotermia. ❖ Hipertermia associada a infecção: importante comparar membro contralateral e locais acima e abaixo ❖ Hipotermia se baixa perfusão. PULSO: ❖ Tumores: massas, se diâmetro da palpação aumentada. ❖ Mulheres possuem artérias mais finas que os homens, sendo mais difícil palpar. ❖ Suspeita de arterites: cordão duro e fibroso ❖ Casos com pacientes com doença avançada como idosos ou calcificação intensa: traqueia de passarinho. Pulso femoral: ❖ Sínfise púbica, próximo ao ligamento inguinal onde passa a artéria ilíaca externa que passando pelo ligamento passa a se chamar artéria femoral comum. ❖ Virilha do paciente. ❖ Nervo, artéria e veia: sequência de fora para dentro. Pulso poplíteo: ❖ Mais difícil de palpar. ❖ Leve dorso flexão na perna do paciente. ❖ Importante comprar membros Pulso tibial posterior: ❖ Passa posterior ao maléolo medial. ❖ 2 ou 3 dedos para palpar. Pulso pedioso: ❖ Artéria tibiosa, continuidade da tibial, após passar pelos retináculos. Lateral ao tendão dos músculos extensor longo do hálux. ❖ Leve extensão do hálux. ❖ Entre o tendão extensor longo do hálux e o musculo extensor dos dedos. HAM IV IANA BARBOSA MARTINS Habilidades e Atitudes Médicas IV, MED 31 - Uninovafapi. 8 ÍNDICE TORNOZELO-BRAÇO ❖ Manguito na perna e no braço e avalia PAS. ❖ Coloca-se sonar para auscultar o fluxo da artéria. ❖ Faz-se a relação dos valores t/b ❖ Normal acima de 0,9 ❖ Entre 0,5 - 0,9: algum grau de isquemia no mi ❖ Abaixo de 0,5: membro em alto grau de sofrimento Informações adicionais INDICAÇÃO AMPUTAÇÃO: osteomiliete. CLASSIFICAÇÃO DO PÉ DIABETICO Classificação de Wagner ❖ De acordo com a ulcera. ❖ > 2: antibiocoterapia. Classificação angiopática ❖ Com PULSOS - pé diabético puro. ❖ Sem pulsos - pé diabético misto (com DAOP).
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