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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA LAURA BEATRIZ OLIVEIRA FLOR DA SILVA A CRIANÇA E A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Maceió 2017 LAURA BEATRIZ OLIVEIRA FLOR DA SILVA A CRIANÇA E A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogo. Orientador: Prof. Okçana Bettini e Natália Gomes dos Santos. Maceió 2017 PEDAGOGIA SUMÁRIO 1 Introdução.....................................................................................................5 2 Revisão Bibliográfica .......................................................................... ........6 3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino.................................16 3.1 Tema e linha de pesquisa........................................................................16 3.2 Justificativa...............................................................................................16 3.3 Problematização.......................................................................................16 3.4 Objetivos...................................................................................................17 3.5 Conteúdos.................................................................................................17 3.6 Processo de desenvolvimento..................................................................17 3.7 Tempo para a realização do projeto.........................................................18 3.8 Recursos humanos e materiais................................................................22 3.9 Avaliação..................................................................................................22 4 Considerações Finais..................................................................................23 5 Referências..................................................................................................25 4 PEDAGOGIA SILVA, Laura Beatriz. A CRIANÇA E A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. 2017. 26p. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Maceió, 2017. RESUMO O presente projeto a baseia-se na a importância das questões da aprendizagem com destaque, na apropriação da linguagem escrita, como também dialogar sobre o papel do professor alfabetizador, disposto a levantar algumas questões sobre a formação do mesmo, buscando compreender não só os fatores que têm contribuído para a reprovação escolar das crianças, como também verificar a possibilidade de a escola garantir a todos, o direito de se tornarem leitores e escritores, com seu sucesso. Entretanto, Um dos temas mais abordados em formação de alfabetizadores é a necessidade de identificar o que sabem os alfabetizando em relação à escrita para, a partir desses níveis de conhecimento, realizar o seu trabalho educativo, intervindo na medida da necessidade de cada alfabetizando, na busca do domínio da língua escrita. PALAVRAS-CHAVE: Construção da escrita. Níveis de Aprendizagem. Práticas Pedagógicas. Alfabetização. 5 PEDAGOGIA INTRODUÇÃO Assimilar o processo de alfabetização pelo qual passam as crianças durante as primeiras séries do Ensino Fundamental e significar o ensino da escrita nem sempre é tarefa fácil. Alfabetizadores frequentemente entram em conflito na busca por metodologias que contribuam para a aprendizagem dos alunos. No entanto, muitos professores não estão cientes do longo caminho percorrido pela humanidade na construção da escrita, o que poderia facilitar a organização de estratégias para o ensino desta, e fecham as portas das salas de aula para o mundo. A escrita não surgiu do nada, fatos históricos comprovam que a escrita surgiu de uma necessidade humana, no caso, a de fazer registros da quantidade de animais trocados ou vendidos nas negociações. Na busca por encontrar formas que facilitassem a comunicação escrita, a humanidade passou por um longo processo de invenção da escrita. Houve, portanto, um motivo, um por que, ou melhor, uma necessidade que instigou o homem a superar um problema do cotidiano. Desde muito cedo as crianças apresentam curiosidade a respeito da escrita, elas exploraram todo o material impresso que lhes é apresentado em busca de significados e novas descobertas, buscando através deste trabalho compreender o que está à sua volta. Neste processo, as maiores dificuldades se relacionam à compreensão da estrutura do sistema alfabético como representação da linguagem. Muito se tem discutido a respeito do processo da leitura e escrita. Na tentativa de explicar como se constitui sua aquisição na escola, o que pensam os educadores e a criança sobre esse objeto e quais os fatores que contribuem para o fracasso na e da escola, muitos autores têm elaborado questões que tornam possível repensar a prática escolar. 6 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 A CRIANÇA E A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL A escrita é uma das ferramentas mais importantes para a linguagem, tendo em vista que é a partir da mesma que a interação na sociedade na qual estamos inseridos ocorre em excelência. A necessidade de registrar os acontecimentos do cotidiano instituiu um meio de comunicação indispensável a toda a humanidade, uma vez que o mesmo propicia uma relação de várias gerações acerca dos acontecimentos e fatos históricos que seriam perdidos na ausência de formas escritas que os documentassem. Cotidianamente temos a carência de dominar o sistema de escrita, podendo através do mesmo expressar ideias e sentimentos, interagir, expor novas ideias sobre um determinado assunto, dentre outras. A escrita que temos hoje, o alfabeto com o qual reconstruimos graficamente nosso olhar, com o qual podemos dizer das coisas e dos outros, é resultante “de longos anos de história da escrita e decorrente de sua necessidade de registrar fatos, idéias e pensamentos”. (RIZZO, 2005, p.13) Nota-se na realidade que o desenvolvimento da escrita evoluiu devido às observações nas mudanças de governo, nos fatores geográficos, sociais, culturais e econômicos, portanto os registros históricos se fizeram necessários, para garantir às gerações futuras os conhecimentos dos fatos passados. Visando o processo de aquisição da escrita, procura-se entender como a criança compreende o mundo da alfabetização e como ela se desenvolve no decorrer dos anos escolares. Para isso Ferreiro e Teberoski (1998) contribuem com informações sobre esse período. Nesse sentido, destaca-se a importância de se considerar o que a criança entende por escrita para que professores, através de um olhar mais atento, possam ver além de rabiscos e garatujas. Esse processo é denominado pela autora de aspectos construtivos. Sobre este Ferreiro (1988, p. 18) diz: “Aspectos construtivos tem a ver com o que se quis representar e os meios utilizados para criar diferenciações entre as representações”. 7 Baseando-se em Seber (1997) é possível entender a importância de estudar as particularidades do pensamento infantil, pois, muitas vezes parte-se do conhecimento de um adulto para julgar o que a criança produz. Para os educadores é necessário ter clareza de que a produção infantil tem uma lógica a ser considerada, pois a maneira como a criança constrói o conhecimento a respeito da escrita é um processo importante e demonstra que esta tem pensamento próprio a respeito do que aprende, traduzindo esse pensamento em suas hipóteses de escrita. Sendoassim, as hipóteses são consideradas como a maneira com que a criança traduz todo esse universo da escrita, que ela vivencia na escola, em casa, ou em outros ambientes que frequenta, ou seja, a maneira que entende esse mundo que está sendo apresentado a ela. Um aspecto importante a considerar no movimento de construção da escrita é a não mecanização do ensino, ou seja, a criança não deve decorar sílabas, ou palavras, para poder escrever. Nesse sentido, a escrita deve ser desvendada pela criança. Nos estudos de Ferreiro e Teberosky (1985) as crianças pesquisadas conseguem, no decorrer do seu desenvolvimento, compreender as relações de escrita unindo valor sonoro às grafias corretas em um processo natural, pleno de seu desenvolvimento, e não por uma mecanização dos sons. Essa relação é reafirmada em Seber (1997) que apresenta relatos de crianças e explica o processo de aquisição da escrita de cada uma. Novamente vemos o processo natural de evolução do pensamento infantil. A partir do momento em que a criança começa a compreender escrita e som, ou seja, associá-los, ela evolui na construção de suas hipóteses. Assim, esses alunos se encontram no terceiro período referenciado por Ferreiro e Teberoski (1998) como o período da fonetização da escrita, que se inicia em uma hipótese pré-silábica, terminando em uma hipótese alfabética. Apesar de muitas vezes esse tema ter sido discutido e abordado pelos profissionais de ensino, apesar de ser relevante, o seu conhecimento tem despertado pouco interesse. O que a criança pensa sobre a representação da linguagem e como se dá essa evolução ainda é desconhecido dos educadores, mesmo daqueles preocupados em criar condições que possibilitem o desenvolvimento infantil. 8 É relevante a maturidade de relacionamento da escrita na criança, pois a imagem escrita está vinculada ao desenho. A criança faz relações com o desenho da escrita e o que ela representa, denominado por Luria como “jogo da leitura”. Desse modo, a criança quando faz uma leitura, ela o faz de acordo com sua memória, ou seja, ela pode identificar um rótulo de um produto conhecido, mesmo ainda não sabendo ler e escrever, pois é de seu uso frequente. Para Cagliari, “a escrita, seja ela como for, tem o objetivo primeiro de permitir a leitura” (2004:13). Alguns tipos de escrita valem a pena serem comentados. Há textos que se preocupam com a expressão oral e também com a transmissão de significados específicos, decifrados por quem é habilitado, como por exemplo, os sinais de trânsito. Há também, textos que são baseados no significante, como a transcrição gráfica de uma língua desconhecida. Sendo assim, um desenho também poderá ser considerado um escrito, desde que alguém o interprete e relacione a expressões da fala. Para o autor, “a motivação da escrita é sua própria razão de ser; a decifração constitui apenas um aspecto mecânico de seu funcionamento”. A alfabetização percorre caminhos semelhantes ao processo da invenção da escrita. Primeiramente, as crianças utilizam os desenhos como forma de representação gráfica, atribuindo-lhe longos significados. Explicando: uma criança pode desenhar uma casa, uma árvore e um cachorro, e começar a contar uma história em cima do que desenhou e no outro dia, com o mesmo desenho, contar outra história diferente. Com o decorrer do tempo, a criança percebe através dos desenhos que não é possível que todas as pessoas tenham o mesmo entendimento, como ocorreu com a história da escrita, pois se viu a necessidade de criar signos padrões para representar o que se pretendia informar. Segundo Lemos (1986, p.8-9), nesse caminho rumo às convenções da escrita, ocorre uma “transformação”, um processo de desvelamento, em que o aluno “passa a ver o que não via”, e a perceber como sua língua é simbolizada. Esse processo se dá gradualmente. Ele se constrói na medida em que o “aprendiz” tece hipóteses, reflexões, comparações com a língua oral, para, aos poucos, solidificar as convenções próprias da 9 língua em sua modalidade escrita. Isso corresponde ao desenvolvimento da língua, com a qual, de acordo com Halliday (1973), significamos nossa forma de ver o mundo, nossos desejos e intenções. A psicogênese da língua escrita constitui-se por uma sequência crescente de níveis de complexidade da compreensão da criança em relação à leitura e a escrita. A construção do objeto conceitual “ler e escrever”, faz-se, portanto, durante vários anos, através de um processo progressivo de elaboração pessoal. Sobre a psicogênese da escrita, Weisz, (2002, p. 20) afirma que segundo mostrou à psicogênese da língua escrita, em uma sociedade letrada as crianças constroem conhecimentos sobre a escrita desde muito cedo, a partir do que podem observar e das reflexões que fazem a esse respeito. Em busca de uma lógica que explique o que não compreendem quando ainda não se alfabetizaram, as crianças elaboram hipóteses muito interessantes sobre o funcionamento da escrita. (2002, p. 20) A psicogênese da língua escrita, formulada por Emilia Ferreiro e colaboradores, é uma teoria. A teoria consiste em um modelo explicativo do real. Uma tentativa de descrever coerentemente o que é comum a todos os processos individuais de alfabetização. A psicogênese da língua escrita mostra que o processo de aprendizagem não é dirigido pelo processo de ensino. Nesse aspecto que existe o diferencial da teoria, ao invés de questionar como o professor deve alfabetizar, Emilia Ferreiro enfoca como o aluno se alfabetiza. Silva (1994, p. 17), concorda com Vygotsky (1984) que as crianças não aprendem a escrita, complexo sistema de signos, através de atividades mecânicas e externas aprendidas apenas na escola. O seu domínio da escrita resulta de um longo processo de desenvolvimento de funções comportamentais complexas, na qual participa e atua. Cita, ainda, Ferreiro e Teberosky (1979) que afirma que a criança já elaborou uma concepção acerca da escrita muito antes de receber instrução formal escolar. De acordo com Silva (1994, p. 18), no que diz respeito à relação desenho/escrita, Ferreiro e Teberosky analisaram a postura da criança diante de uma gravura com legenda e verificaram que, para a criança diante de uma gravura com legenda e verificaram que, para a criança, o que está escrito é sempre previsível a partir do 10 desenho e que, numa primeira etapa de conceitualização, o desenho e o texto constituem uma única unidade. Segundo Silva (1994, p.19), Ferreiro e Teberosky (1979), constataram ao analisar como as crianças escrevem sem a ajuda escolar, que elas consideram letras, símbolos e desenhos como forma de escrita. Os resultados obtidos dessa análise definiram cinco etapas evolutivas no longo caminho para a aquisição e domínio do sistema alfabético. Isto é entre a representação inicial, constituída por simples rabiscos, até a final, na qual a criança já descobriu que cada letra de uma palavra representa corresponde a um som da fala (fonema), há uma longa distância a ser percorrida. Telma Weisz, consultora do Ministério da Educação autora de tese de doutorado orientada por Emilia Ferreiro, faz um alerta muito importante aos professores alfabetizadores: “não é porque o aluno participa de forma direta da construção do seu conhecimento que o professor não precisa ensiná-lo.” (CENED, 2003, p.72). Ainda segundo a autora, “Faz-se necessário que o professor organizar atividades que favoreçam a reflexão da criança sobre a escrita, porque é pensando que ela aprende.”. Ao refletirmos sobre a alfabetização, é importante pensarmos na contribuição da psicogênese da língua escrita para o processo de ensino-aprendizagem. A visão tradicional de alfabetização concebe que basta ao aluno o domínio da técnica de escrever, acredita-se que se aprende a ler e escrever memorizando sons, letras e sílabas. Segundo Galvão e Leal (2005),os métodos de alfabetização mais utilizados se dividiram em três grupos: os sintéticos, os analíticos e os analíticos-sintéticos. No primeiro grupo a estrutura da escrita é realizada de forma “mais simples”, como por exemplo, parte das unidades menores (letras, fonemas ou sílabas) para as unidades maiores (palavras, frases, textos). As práticas de ensino voltadas para este método defendem que a aprendizagem é mais fácil quando se parte das unidades mais simples, para depois conhecer as unidades inteiras e significativas. Os métodos analíticos, por sua vez, partem do uso de frases ou pequenos textos, para em seguida entender as partes menores que os compõem (letras e sílabas), como por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas. Também defende que é um ato de 11 leitura global e audiovisual. Como afirma Decroly (1906, apud, GALVÃO E LEAL, 2005 p. 294): “Significa ir do composto concreto para chegar aos detalhes abstratos (sílabas, letras)”. Por fim, os métodos analítico-sintéticos partem de palavras, frases e textos para em seguida se fazer a decomposição das unidades maiores para as menores. Encontra-se nesse método a palavração, no qual o aluno aprende as palavras, depois as separa em sílabas e formam novas palavras. Um grande representante desse processo foi Paulo Freire, que buscou trabalhar com palavras relacionadas à realidade dos alunos e depois fazer uma análise das sílabas dessas palavras. É importante destacar que os antigos métodos não consideram o conhecimento prévio que a criança traz consigo antes de adentrar na escola. No entanto, é sabido que o aluno mesmo sem estar na escola tem contato com materiais escritos diversos em seu cotidiano e que estes devem ser levados em conta na hora de alfabetizar. Dessa forma é necessário recriar estratégias, alternativas didático-metodológicas que visem ensinar aos alunos uma nova forma de ver e entender o mundo através da leitura e produção de textos, tendo em vista que os antigos métodos não tinham a preocupação de formar sujeitos críticos e leitores conscientes. Os estudos sobre a psicogênese da língua escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky foram desenvolvidos na busca de se compreender as hipóteses das crianças sobre o sistema de escrita alfabética, a partir da antiga concepção que para aprender a ler e escrever bastava ao indivíduo à aprendizagem de um código e passaram a indagar que a aprendizagem da escrita envolve um processo de construção sobre esse sistema, no qual a criança precisa compreender o que a escrita nota e como ela nota. A partir de tais estudos pode-se compreender as diversas formas de escrita das crianças e analisar a partir dos escritos das crianças quais as reflexões da língua a serem feitas, as chamadas garatujas, tomaram significado num processo de construção da escrita, na qual a criança vai tentando descobrir ao longo de sua trajetória pedagógica. A aprendizagem está baseada em pesquisas realizadas com crianças normais e de diferentes níveis sociais, segundo enfoque psicogenético. Nesse processo de alfabetização será destacado um dos aspectos de suma importância que é a 12 necessidade de considerar as aquisições linguística, mesmo com essas diferenças sociais a criança tem contato com a leitura e a escrita expressando e estimulando o interesse cada vez mais. Sendo assim o ensino da leitura e da escrita não deve fazer com que sua aprendizagem seja um fardo pesado para a criança, onde ela possa vir a sentir-se dessas ferramentas tão importante para a vida. No entanto, quando uma criança começa a ser alfabetizada, já traz consigo uma série de hipóteses a cerca do que é escrita. As hipóteses de escrita da criança, citadas nos estudos de Emília Ferreiro mostra que o processo evolutivo de ler e escrever passa por níveis crescentes de contextualização intelectual. Vale destacar que criança que espera passivamente o reforço externo de uma resposta produzida pouco menos que ao acaso, aparece uma criança que procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se fala a sua volta, e que tratando de compreendê-la, formula hipóteses, busca regularidades, coloca à prova suas antecipações e cria sua própria gramática [...] (FERREIRO, 1985, p.22). A criança foi exposta ao mundo linguístico, ela própria traçando o seu caminho, criando o que lhe era permitido fazer com a linguagem. Nesse seu processo, percebe- se uma evolução nem sempre simples e nem lógica, mas sempre condizente com seu modo de ser e de estar no mundo. Uma criança pensa diferente do adulto em relação à escrita, até chegar a hipótese alfabética, veremos a seguir as principais características das hipóteses pelas quais ela passa. Nível 1 – hipótese pré-silábica Na hipótese pré-silábica a leitura é entendida pela criança através de desenhos, gravuras, etc. Para ela, as marcas gráficas figurativa, isto é, as gravuras e as escritas não são diferenciadas, usando garatujas que para a criança significa a escrita e até mesmo o desenho para representar qualquer objeto. Nesta fase a criança vem sempre utilizando as mesmas letras ou números, diferentes e variadas, uma vez que ambas podem ser lidos, mesmo pertencendo a um 13 sistema de escrita diferente. A criança não conhece o valor sonoro convencional, muitas vezes pode até conhecer o som de alguma letra, embora os elementos gráficos tenham ligação com os sons da fala, mas ela nem imagina que isto pode estar acontecendo. É notável que a criança faça a escrita dos nomes de objetos e pessoas de acordo com o tamanho. A leitura da criança nesta fase é sempre global, a leitura de uma letra para ela vale como uma palavra. Nível 2 – intermediário Nesta fase a criança começa a relacionar a escrita com as imagens, não misturando mais números com letras. Algumas crianças começam a se desligar da leitura global, pois elas já conhecem o nome de algumas letras, mas não conseguem aplicá-los rigorosamente. É comum também que a criança não observe a segmentação de uma frase, sendo que para ela, se a frase estiver copiada com palavras juntas ou separadas será a mesma coisa, ou seja, terá o mesmo significado. A possibilidade de se considerar as propriedades quantitativas da escrita, para adaptarmos a interpretação dada, precede regularmente na evolução, a possibilidade de se levar em consideração às propriedades qualitativas. Exceto em casos excepcionais (um dos quais está relatado em FERREIRO, 1985), isto ocorre não apenas para crianças em idade pré-escolar, mas também para crianças a frequentar a escola primária. (FERREIRO, 1992, p. 78/79). Nível 3 – hipóteses silábicas Quando se encontra nesse nível a criança descobre que pode haver relação entre a palavra e a quantidade de partes da pronúncia oral. Ela concebe a escrita como a representação gráfica dos sons da fala e constrói uma hipótese abordando a escrita, sendo que para cada sílaba falada corresponde a escrita de uma letra. As crianças no início não obedecem a uma direção para a escrita e até mesmo para a leitura, isto é, quando não lêem da esquerda para a direita, e da direita para a esquerda, pois já supõe que a escrita representa a fala. Geralmente a criança 14 representa uma grafia para cada pronúncia oral, mas sua preocupação está mais em resolver quantas letras precisa para escrever uma palavra. “Ainda há também, a ideia de que conforme o tamanho do objeto, a criança acha que será o tamanho da palavra”. Enquanto a criança está nessa fase, constrói também alguns princípios achando que são necessárias, no mínimo de três letras para construir uma palavra, ou até mesmo uma variedade de letras iguais para formar uma palavra. Nesta tentativa, a criança passa por um período da maior importância evolutiva: cada letra vale por uma sílaba (FERREIRO E TEBEROSKY,1985, p. 192). Nível 4 – silábico-alfabético Esta é uma fase em que a criança está em conflitos onde ela escreve e ninguém consegue ler. Às vezes escreve palavras que tenham só vogais ou até mesmo só consoantes. A criança nessa fase comete erros que na realidade esses erros são construtivos, são mostrados como um trabalho intelectual, em que a criança vacila entre a escrita de uma letra ou de mais letras. A criança abandona a hipótese silábica e descobre a necessidade de fazer uma análise que vá “mais além” da sílaba pelo conflito entre a hipótese silábica e a exigência de quantidade mínima de grafias [...] e o conflito entre as formas gráficas que o meio lhe propõe e a leitura dessas formas em termos de hipótese silábicas (FERREIRO E TEBEROSKY, 1985). Neste processo de aprendizagem, a criança se apresenta como resultado da própria atividade cognitiva da mesma, sem depender de métodos e técnicas de ensino, pois os resultados são semelhantes independentes da criança frequentar a escola ou não. Os métodos podem facilitar ou dificultar a aprendizagem da criança. Nível 5 – hipótese alfabética Nesta fase da alfabetização a criança estabelece correspondência entre fonema e grafema e compreende que uma sílaba pode ser formada por duas ou três letras. Não há total domínio da ortografia e pode também aparecer a separação indevida de 15 palavras. As crianças de classe baixa, que não frequentaram a pré-escola demoram mais para evoluir. Já aquelas que conseguem chegar ao final do ano sabendo ler e escrever na maioria das vezes são aquelas que partiram de níveis mais avançados. E neste momento que a criança utiliza o código de construção da língua e também compreende o valor sonoro de todas ou quase todas as letras. A escrita alfabética constitui o final desta evolução. Ao chegar e este nível, a criança já franqueou a “barreira do código”, compreendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba, e realiza sistematicamente uma análise sonora dos fonemas das palavras que vai crescer. Isto não quer dizer que todas as dificuldades tenham sido superadas; a partir desse momento a criança se defrontará com as dificuldades próprias da ortografia mas não terá problemas de escrita, no sentido restrito (FERREIRO E TEBEROSKY, 1985, p. 213) É lendo e escrevendo que alguém aprende a ler e a escrever. Por isso, é importante que haja tempo para a criança ler, para falar e para escrever. É necessário também que a criança tinha tempo para jogar, pois o jogo além de ser desafio tem um grande significado, é através disto que a criança tem prazer em resolver problemas dentro de suas possibilidades. Isto reforça a ideia de respeitar as hipóteses de pensamento de uma criança não significa que devemos deixar a criança fazer o que quiser, e como quiser. 16 3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino 3.1 Tema e linha de pesquisa A CRIANÇA E A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL O objetivo desse projeto é compreender a importância do alfabetizar letrado e a necessidade em desenvolvê-las nas séries iniciais, além de identificar o papel que as práticas de letramento desempenham em relação aos indivíduos que iniciam a trajetória escolar. Ao trabalhar o tema relacionado com práticas de leitura e escrita, é possível entender a necessidade em ocorrer eventuais atividades que dizem respeito ao trabalho realizado com crianças que estão inseridas nas séries iniciais. É um momento de extrema importância para que o educador desenvolva as práticas de leitura e escrita no convívio escolar, o contato com diversos portadores de textos, o entendimento dos textos pelas crianças irá incentivar a desenvolverem a prática de adentrar no mundo letrado com mais facilidade. Assim, as crianças estarão sendo preparadas para conhecerem o mundo que as rodeiam, assimilando a maneira correta de compreender o código e refletir sobre ele. 3.2 Justificativa Entendendo a importância de colaborar para que o aluno leia com domínio os diferentes gêneros e compreenda a leitura em seus diversos objetivos, proponho um trabalho de incentivo à leitura e à escrita; a fim de que os alunos conheçam os diferentes objetivos, tenham um maior acesso à diferentes portadores de texto, especialmente, o literário. 3.3 Problematização Percebemos que a prática de ler, escrever e interpretar texto depende do vocabulário do aluno, quanto mais palavras ele conhece e utiliza em seu dia a dia, mais rápida e eficiente a compreensão do texto lido, como também melhor ele expressa seus pensamentos e idéias por meio da palavra escrita. Conciliar a leitura interrompida pela pesquisa ao dicionário torna cansativo e desestimulante. Acreditamos que este projeto venha ajudá-los a enriquecer seu vocabulário, tornando a prática da leitura e escrita uma tarefa simples e prazerosa. 17 3.4 Objetivos OBJETIVO GERAL Contribuir no processo de alfabetização e letramento dos alunos por meio de atividades lúdicas, que alimentem o imaginário infantil e contribuam para o desenvolvimento da leitura e escrita; OBJETIVOS ESPECÍFICOS Adquirir competência na leitura e escrita; Escrever ortograficamente correto; Saber interpretar vários tipos de texto; Reconhecer o jogo como ferramenta didática imprescindível no processo ensino aprendizagem; Planejar atividades lúdicas voltadas para o domínio do sistema alfabético, leitura e produções de textos. 3.5 Conteúdos Caixinha da leitura Roda da leitura Bingo de palavras Texto fatiado Exploração dos nomes: leitura, comparação, identificação de semelhanças e diferenças Montagem de palavras, tirando letras de revistas; Dividir a palavra em sílabas Trabalhar foneticamente AS LETRAS alternando as vogais 3.6 Processo de desenvolvimento Será utilizada a abordagem sócio interacionista, permitindo que a criança tenha oportunidade de construir sua aprendizagem com as intervenções pertinentes. Portanto, será aplicada uma metodologia que favoreça o desenvolvimento da criança nas diversas fases da alfabetização, respeitando suas características individuais e necessidades pessoais. Também serão valorizadas as diversas contribuições que os diferentes métodos de alfabetização oferecem. Através do resultado do diagnóstico das turmas foi definido um plano de trabalho com metas a serem desenvolvidas no dia-a-dia na sala de aula. 18 Nos 1º anos os professores trabalharão reforço com aqueles alunos que tem dificuldades com as letras do alfabeto. Nos 2º anos haverá um reagrupamento, os alunos já alfabetizados ficarão com uma professora, enquanto os não alfabetizados ficarão em outra sala com outra professora, para que as mesmas possam fazer um trabalho mais intensificado com os alunos, suprindo as reais necessidades dos mesmos. 3.7 Tempo para a realização do projeto De 1 á 3 meses. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO PROJETO DE INTERVENÇÃO ATIVIDADES Elaboração da Proposta do Projeto de Intervenção: Reunião para exposição do projeto com professores, monitores, estagiários e Pais de alunos. Primeira etapa: Diagnóstico dos alunos Segunda etapa: preparação de material didático (jogos, atividades, cartazes, textos, etc.) Terceira etapa: reagrupamento dos alunos. Quarta etapa: execução do projeto de intervenção SUGESTÕES DAS LETRAS DAS CANTIGAS DE RODAS PARA SEREM TRABALHADAS PROPOSTA DE TRABALHO: ATIREI O PAU NO GATO VERSÃO ORIGINAL 2ª VERSÃO 3ª VERSÃO ATIREI O PAU NO GATO TÔ TÔ MAS O GATO TÔ TÔ NÃO MORREU REU REU DONA CHICA CÁ ADMIROU-SE SE DO BERRO, DO BERRO QUE O GATO DEU: MIAU! NÃO ATIREI O PAU NO GATO, TÔ TÔ PORQUE ISSO, SO SO NÃO SE FAZ, FAZ, FAZ JESUS CRISTO, TO TO NOS ENSINA, NA NA A AMAR, A AMAR OS ANIMAIS AMÉM! NÃO ATIRE O PAU NO GATO,TÔ TÔ PORQUE ISSO, SO SO NÃO SE FAZ, FAZ, FAZ O GATINHO – NHO NHO É NOSSO AMIGO GO GO NÃO DEVEMOS NÃO DEVEMOS MALTRATAR OS ANIMAIS, MIAU! Proposta de sequência didática da música: atirei o pau no gato 1. Colocar a letra na 1ª versão no quadro; 2. Colocar o CD para as crianças ouvirem e cantar com elas; 3. Questionar: sobre o que fala a cantiga? Se é correto o que está sendo tocado na música? Se eles conhecem outras maneiras de cantar essa mesma cantiga? 19 4. Realizar a leitura coletiva apontando as palavras e cantando com as crianças; 5. Colocar a letra na 2ª versão no quadro. 6. Colocar a letra na 3ª versão no quadro.; 7. Fazer também com as crianças a leitura coletiva da cantiga na 2ª e 3ª versões; 8. Discutir: De qual das três versões gostaram mais? O que mudou em relação a 1ª forma como a música foi cantada? O que essa nova versão nos ensina? 9. Pedir às crianças que brinquem em duplas cantando a musica nas três formas; 10. Fazer desenhos ilustrando: a 1ª , 2ª e 3ª versão da cantiga atirei o pau no gato; 11. Pedir que leiam sem cantar, ir apontando enquanto elas lêem; 12. Destacar as palavra: GATO e realizar atividades: (1º oralmente e várias vezes, depois com atividade impressa) fazer com cada palavra em uma aula a depender do nível da turma. Ex.: GATO Quais são as letras utilizadas para escrever a palavra? Qual a 1ª letra?_________________ Qual a última letra?__________ Quantas sílabas?___________ Qual a 1ª sílaba?__________ Qual a última sílaba?_________ Qual a 2ª sílaba?________ Quantas letras? _________ Quantas sílabas?___________ De que outros modos podemos escrever essa mesma palavra? ____________________ , _____________________ e ____________ 13. Pedir para que as individualmente escrevam a palavra na lousa ( mesmo olhando se for o caso). 14. Pedir para que montem a palavra na sua mesa com o alfabeto móvel. 15. Estudar as famílias silábicas da palavra GATO no 4 tipos de letras: GA/GO/GU/GÃO e TA/TE/ TI/ TO TU TÃO. 16. formar palavras usando o alfabeto móvel (com as silabas que aparecem na palavra: GATO 20 17. Criar coletivamente frases com a palavra; realizar a leitura das frases coletivamente com os alunos, explicando sobre a questão da segmentação e pontuação e pedir para que os alunos escrevam as frases no quadro. 18. Cantar novamente a letra da cantiga com as crianças acompanhando apontando no cartaz; 19. Fatiar a letra da cantiga em tiras e pedir que os alunos montem a letra no papel metro ou cartolina dado por você e depois leiam para você (pode ser de grupo, dupla ou individual) a depender do nível da turma; 20. Pedir para que os alunos ditem a letra da cantiga e a professora escreve no quadro e faz com eles a leitura coletiva 21. Pedir para que os alunos copiem a letra da cantiga no caderno (orientar sobre o uso do caderno da direita para a esquerda, na linha, margens) 22. Fazer o ditado das palavras da cantiga; 23. Fazer palavra cruzada com e sem bando de dados para as crianças; 24. Fazer a letra da cantiga com lacunas para que as crianças reflitam sobre as palavras que faltam e completem; 25. Colocar o CD novamente e cantar acompanhando no cartaz 26. Fatiar a letra da cantiga em palavras e pedir que os alunos em dupla montem a letra em um cartaz ilustrando e leiam para a turma. 27. Colocar o CD e pedir que as crianças cantem brincando umas com as outras. 28. Recorte e colagem do animal (gato) cada aluno faz o seu. PROPOSTA DE TRABALHO: PIRULITO QUE BATE BATE PIRULITO QUE BATE BATE PIRULITO QUE JÁ BATEU QUEM GOSTA DE MIM É ELA QUEM GOSTA DELA SOU EU PIRULITO QUE BATE BATE PIRULITO QUE JÁ BATEU A MENINA QUE EU GOSTAVA NÃO GOSTAVA COMO EU SEQUÊNCIA DIDÁTICA Letra da cantiga: Pirulito que bate-bate 21 1. Colocar a letra no papel AP em letras garrafais; 2. Colocar o CD para a crianças ouvirem e cantar com elas; 3. Questionar: Se gostaram? Sobre o que fala? 4. Realizar a leitura coletiva apontando as palavras e cantando com as crianças; 5. Pedir às crianças que brinquem em duplas cantando a musica; 6. Pedir que leiam sem cantar, ir apontando enquanto elas lêem; 7. Destacar as palavras: PIRULITO, BATE, EU, ELA, DELA, MENINA, COMO, SOU e realizar atividades: (1º oralmente e várias vezes, depois com atividade impressa) fazer com cada palavra em uma aula a depender do nível da turma. Ex.: PIRULITO Quais são as letras utilizadas para escrever a palavra? Qual a 1ª letra?_________________ Qual a última letra?__________ Quantas sílabas?___________ Qual a 1ª sílaba?__________ Qual a última sílaba?_________ Qual a 2ª sílaba?________ Qual a 3ª sílaba?________ Quantas letras? _________ De que outros modos podemos escrever essa mesma palavra? ____________________ e _________________ 8. Pedir para que as individualmente escrevam a palavra na lousa ( mesmo olhando se for o caso). 9. Pedir para que montem a palavra na sua mesa com o alfabeto móvel. 10. Criar coletivamente frases com a palavra; realizar a leitura das frases coletivamente com os alunos, explicando sobre a questão da segmentação e pontuação e pedir para que os alunos escrevam as frases no quadro. 11. Cantar novamente a letra da cantiga com as crianças acompanhando apontando no cartaz. 12. Fatiar a letra da cantiga em tiras e pedir que os alunos montem a letra no papel metro ou cartolina dado por você e depois leiam para você (pode ser de grupo, dupla ou 22 individual) a depender do nível da turma. 13. Pedir para que os alunos ditem a letra da cantiga e a professora escreve no quadro e faz com eles a leitura coletiva. 14. Pedir para que os alunos copiem a letra da cantiga no caderno (orientar sobre o uso do caderno da direita para a esquerda, na linha, margens) 15. Fazer o ditado das palavras da cantiga. 16. Fazer palavra cruzada com e sem bando de dados para as crianças; 17. Fazer a letra da cantiga com lacunas para que as crianças reflitam sobre as palavras que faltam e completem. 18. Colocar o CD novamente e cantar acompanhando no cartaz. 19. Fatiar a letra da cantiga em palavras e pedir que os alunos em dupla montem a letra em um cartaz ilustrando e leiam para a turma. 20. Colocar o CD e pedir que as crianças cantem brincando umas com as outras. 3.8 Recursos humanos e materiais Livros literários e informativos, fantoches, malas de histórias, álbuns de figurinhas, cartazes, desenhos, filmes, folders, gráficos, revistas de histórias em quadrinhos, ilustrações, jornais, quadro de giz, revistas, televisão, vários gêneros textuais, varal didático, etc. 3.9 Avaliação A avaliação projeto ocorrerá durante todo o processo de seu desenvolvimento, envolvendo a observação da atuação dos professores, as atividades de produção escrita e oral. Serão observados os seguintes aspectos: participação, interesse, desempenho, engajamento e colaboração. 23 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante destes fatos, uma coisa é certa: É importante que busquemos, em algum momento, encontrar espaços para refletir sobre o papel da escola no sentido de desenvolver estratégias, desde o início da escrita, que colaborem para que a criança encontre cada vez mais um espaço para pensar e para assumir-se enquanto sujeito da linguagem. Entretanto, há necessidade de uma maior intervenção docente para que as crianças possam vencer cada desafio e ultrapassar as hipóteses de construção da escrita com maior rapidez e autonomia. É necessária uma prática mais consistente no processo de construção da escrita, com intervenções adequadas a cada nível de compreensão através de atividades ricas que desafiem as crianças a pensarem sobre a escrita. Daí a necessidade de planejar ações e utilizar diferentes materiais didáticos que oportunizem a atividade cognitiva da criança. Nesse contexto, destaca-se que o professor alfabetizador necessitater conhecimentos sobre a o objeto de conhecimento (escrita), sobre o sujeito que aprende, além do conhecimento didático. Outra questão que precisa ser levado em conta, e que o professor precisa de uma boa formação teórica sólida para embasar sua prática, entender a natureza da língua escrita, como se dá a sua aquisição pela criança, para poder, interferir, mediar e respeitar o processo de construção na fase inicial da aprendizagem. Pois, muitas vezes por falta de conhecimento o professor joga a culpa na criança pelo seu baixo desempenho na aprendizagem da leitura e escrita, atribuindo a sua suposta deficiência linguística e cultural, porém a dificuldade não está na criança, mas na escola que não sabe ensinar a língua padrão. Nesse sentido, Ferreiro com sua teoria psicogenética da língua escrita, estudam a criança como um ser universal que, levanta hipótese sobre a escrita, ou seja, todas as crianças passam pelo desenvolvimento da escrita numa ordem determinada. Espera-se então, que leitores, professores e profissionais da educação 24 encontrem nessas entrelinhas , um suporte para novos caminhos que desencadeiam todo o processo educacional na atualidade e nas possibilidades futuras. Pois a área de educação é repleta de novidades, adaptações e inovações, na busca por uma educação de qualidade. 25 REFERÊNCIAS ABAURRE, M. B. M”. Os estudos lingüísticos e a aquisição da escrita”.In: CASTRO, M.F.P. (org.) O Método e o Dado no Estudo da Linguagem, Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1996. ABAURRE, M. B. M., FIAD, R. S. e MAYRINK-SABINSON, M. L. T. Cenas da Aquisição da Escrita: o sujeito e o trabalho com o texto. Campinas, São Paulo: Associação deLeitura do Brasil (ALB): Mercado das Letras, 1997. 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