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MIRIÃ ORTEGA . 1 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 • Formado por duas bombas distintas: coração direito (bombeia sangue para os pulmões) e coração esquerdo (circulação sistêmica) • Os ventrículos: fornecem a força de bombeamento principal que propele o sangue através (1) da circulação pulmonar, partindo do ventrículo direito; ou (2) da circulação sistêmica, do ventrículo esquerdo. • Ritmo cardíaco: mecanismos especiais promovem a sucessão continua de contrações cardíacas FISIOLOGIA DO MÚSCULO CARDÍACO • Composto por três tipos de músculos: m. atrial; m. ventricular e fibras especializadas excitatórias e condutoras -Tipo atrial e ventricular: se contraem igual a musculatura esquelética, mas com uma duração de contração maior -Fibras excitatórias e condutoras: poucas fibras contráteis → contração fraca → porem possuem descargas elétricas rítmicas automáticas (na forma de PA) → controle dos batimentos rítmicos • Se contrai como dois sincícios: um atrial e outro ventricular ANATOMIA • Fibras que se dispõem em malha • Musculatura estriada com miofibrilas típicas → com filamentos de actina e miosina • DISCOS INTERCALADOS: interdigitações, junções de adesão e desmossomos: -Permite rápida difusão: os PA se propaga facilmente por meio desses discos -Por isso o miocárdio forma um sincício de muitas células musculares cardíacas • Divisão em dois sincícios: ventricular e atrial Isso permite que os átrios se contraiam pouco antes da contração ventricular →importante na eficiência do bombeamento cardíaco • VALVAS A-V: tricúspide e mitral → evitam refluxo de sangue dos V para os A na sístole -Valvas semilunares (aórtica e pulmonar) impedem refluxo da aorta/artérias pulmonares para os ventrículos na diástole -essas valvas abrem e fecham passivamente → de acordo com a pressão • MÚSCULOS PAPILARES: contraem-se ao mesmo tempo que as paredes dos ventrículos → porem não ajudam as valvas a se fechar → sua função é puxar as extremidades das valvas em direção ao ventrículo → isso para evitar que as valvas sejam abauladas para a direção dos átrios na contração -Estão ligados as cordas tendíneas -Rompimento das cordas ou músculos papilares: abaulamento da valva → abaulamento em direção ao átrio → permite refluxo → insuficiência cardíaca • VALVAS AÓRTICA E PULMONAR: funcionam diferente das A-V 1. Altas pressões nas artérias no final da sístole → valvas impelidas de volta a posição fechada 2. Possuem aberturas menores → velocidade de ejeção de sangue é maior 3. São mais flexíveis por não possuírem cordas tendíneas MIRIÃ ORTEGA . 2 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 FUNCIONAMENTO • Há um PA prolongado e Platô: -Faz com que a contração ventricular dure mais que contração de músculos esqueléticos -Possuem canais de cálcio do tipo L (canais lentos de cálcio) → mais lentos para se abrir e permanecem abertos por mais tempo → entrada de muito cálcio e sódio → prolongamento do período de despolarização → platô -Imediatamente após o início do PA → permeabilidade da membrana ao potássio diminui → isso pode ser resultado do influxo excessivo de cálcio → diminui saída de potássio → impede o retorno rápido do PA a nível basal 1. Fase 0: DESPOLARIZAÇÃO → abertura dos canais de sódio ativados por voltagem -Nesse momento há um aumento de permeabilidade ao Na → sódio entra no interior da célula -Há também o influxo de cálcio 2. Fase 1: REPOLARIZAÇÃO TRANSITÓRIA → canais rápidos de sódio encerram → começa repolarizar + saída de potássio -Diminui a condutância (permeabilidade) da membrana ao sódio → canais rápidos de sódio se fecham -Há também abertura de canais de potássio que favorece essa repolarização → canais de potássio transitórios: se abre devido a alteração da voltagem da membrana → saída de K → porem de fecha rapidamente 3. Fase 2: PLATÔ →canais de cálcio L abrem e canais rápidos de K encerram -Breve repolarização inicial -Há uma condutância muito maior do Ca (canais L) -A maior permeabilidade de cálcio e a diminuição da permeabilidade do potássio é que culminam com o efeito platô -NO FINAL DA FASE 2: a permeabilidade do cálcio começa a diminuir (canais de cálcio começam a se fechar) 4. Fase 3: REPOLARIZAÇÃO→ canais de cálcio fecham; canais lentos de potássio abrem (Kr e Ks) → saída de potássio → fim do platô Há a perda das cargas positivas do K → membrana fica mais negativa até chegar até o potencial de membrana de repouso 5. Fase 4: POTENCIAL DE MEMBRANA DE REPOUSO -Há uma maior permeabilidade do K devido ao canal de potássio K1 (canal retificador de influxo) CANAL K1: muda a dinâmica de funcionamento • TÚBULOS T: local onde há a difusão do potencial de ação no interior da fibra muscular -Esses túbulos agem nos túbulos sarcoplasmáticos longitudinais → causar liberação de cálcio no sarcoplasma muscular → cálcio se dispersa nas miofibrilas → catalisam reações químicas que promovem deslizamento dos filamentos de actina e miosina → contração -Além do cálcio liberado no retículo sarcoplasmático, há também íons cálcio adicionais que se difundem para o MIRIÃ ORTEGA . 3 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 sarcoplasma partindo dos túbulos T: a entrada de cálcio ativa canais de liberação de cálcio (canais receptores de rianodina) Na membrana do RS → liberação de Ca no sarcoplasma Ainda, o Ca no sarcoplasma interage com troponina → inicia formação de pontes cruzadas (cross-bridges) e contração Sem esse cálcio adicional → contração reduzida -No interior dos túbulos T: há mucopolissacarídeos com carga eletronegativa → liga ao cálcio para mante-los disponíveis quando houver PA nos túbulos • A força de contração cardíaca depende da concentração de cálcio nos líquidos extracelulares • A origem e a propagação dos impulsos elétricos por células excitáveis em geral (cardíacas, inclusive) dependem de dois fatores fundamentais: (1) existência de gradientes iônicos através da membrana plasmática e (2) mudanças rápidas e transitórias na permeabilidade da membrana. Esses fatores permitem que haja fluxo de íons através da membrana, de acordo com seus gradientes eletroquímicos • POTENCIAL DE REPOUSO DEPENDE DE DOIS FATORES: (1) existência de gradientes químicos (diferenças de concentrações dos íons) através da membrana e (2) presença de uma membrana com permeabilidade seletiva aos íons Em 1: há 35x mais K no meio intracelular; já no meio extra há predomínio de cálcio e sódio } -Os gradientes químicos mantem-se desequilibrado pelo gradiente de sódio e potássio; a bomba de cálcio e trocador Na/Ca mantem o cálcio desequilibrado -Nos cardiomiócitos em repouso há uma maior permeabilidade de cálcio → significa que o potencial de membrana está em um valor muito próximo ao de potencial de equilíbrio para o cálcio • OS PA CARDÍACO: possuem uma duração maior → isso limita a frequência máxima de ativação cardíaca HIPOCALEMIA: desloca potencial de repouso para valores mais negativos (hiperpolarização) EM SITUAÇÕES NORMAIS -Os canais K1 se fecham, impedindo o vazamento de K para o meio extra → diminui o vazamento de potássio → aumenta a contração intracelular → fica cada vez menos negativa e podendo despolarizar repetidamente Há um canal específico para o potássio → CANAL PARA POTÁSSIO RETIFICADOR ANÔMALO → responsável pela alta permeabilidade da membrana ao potássio no repouso → despolarização em vez da hiperpolarização esperada EXPLICAÇÃO: mesmo que o gradiente eletroquímico para a saída do K aumente com a redução de Kext, a permeabilidade da membrana em repouso a esse íon diminui pela desestabilização do canal → leva a um estado não condutivo HÁ DOIS TIPOS DE POTENCIAIS CARDÍACOS: levam em conta o tempo de despolarização 1. PA DO TIPO RÁPIDO: ocorre em células miocárdicas atriais e ventriculares; células do Sistemade condução His- Purkinje -FASE 0: é a rápida despolarização do potencial de membrana até atingir o pico do potencial de ação -CANAL IMPORTANTE NESSA FASE: canais de Na; canais de cálcio tipo K MIRIÃ ORTEGA . 4 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 -FASE 1: repolarização breve que ocorre após o pico do potencial de ação -CANAL IMPORTANTE NESSA FASE: um pouco de abertura do canal de K slow e rap; canal de K transitório -FASE 2: é o platô de longa duração e que mantém o potencial de membrana em torno de 0 mV -CANAL IMPORTANTE NESSA FASE: canais de cálcio L -FASE 3: é a repolarização final, em que o potencial de membrana retorna dos valores do platô (0 mV) até os de potencial de repouso (ou potencial diastólico), de cerca de –80 mV --CANAL IMPORTANTE NESSA FASE: canais de K (todos) -FASE 4: O potencial de repouso (ou diastólico) → células do feixe de His e purkinje: Na fase 4 apresentam instabilidade → chamado de potencial marca- passo -Valor mais negativo desse potencial: potencial diastólico máximo -CANAL IMPORTANTE NESSA FASE: K1 2. PA DO TIPO LENTO: presente nos nodos sinoatrial e AV -Essas células não apresentam potencial de repouso estável → elas possuem uma lenta e gradual despolarização -Ao atingir o pico, não possuem fases 1 e 2 → vão direto para a fase 3 de repolarização COMO OCORRE A LIBERAÇÃO DE CÁLCIO – BASES IÔNICAS DOS POTENCIAIS DE AÇÃO CARDÍACOS -As características dependem das propriedades biofísicas dos canais iônicos: seletividade iônica; condutância; dependência de voltagem e cinética de abertura; inativação e fechamento -A base molecular do processo de gênese e propagação: canais iônicos IMAGEM DA MUSCULATURA ESTRIADA CARDÍACA: 1. Primeiro ocorre a despolarização do nodo sinoatrial → faz todo o caminho até atingir a musculatura ventricular 2. Quando o PA chega na musculatura → trafega na membrana → atinge as regiões mais internas por meio dos túbulos T 3. Há um canal de cálcio tipo lento dentro do túbulo T -Dentro do túbulo T há mucopolissacarídeos (cargas negativas) → atraem cargas positivas(íons cálcio do meio MIRIÃ ORTEGA . 5 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 extracelular) → quando ocorre a abertura dos canais de cálcio na membrana do túbulo T, o cálcio do interior do túbulo T vai para o interior da célula 4. O cálcio que entra no meio intracelular promove a contração da musculatura -Ainda, esse cálcio ativa receptores de rianodina presentes na membrana do retículo sarcoplasmático → esse receptor de rianodina é um canal para o cálcio 5. Ao ativar o receptor → se abre → cálcio do interior do retículo sarcoplasmátivo vai para o interior da célula → contribui na contração -Também, quando o cálcio sai do RS, promove um feedback positivo → mais receptores de rianodina se abre, e mais cálcio sai → mais contração O QUE OCORRE APÓS O POTENCIAL DE AÇÃO 1. No meio intracelular os receptores de rianodina são fechados na ausência de estímulos de cálcio 2. Há uma bomba de cálcio que bombeia o Ca do citosol para o interior do RS → armazenado para a próxima contração Bomba de cálcio do RS: Chamada de SERCA2 3. Parte do cálcio do citoplasma é bombeado para fora da célula → por meio de um TROCADOR SÓDIO-CÁLCIO → ele remove o cálcio intra para o entra → esse cálcio pode ser armazenado nos túbulos T -Para que haja um equilíbrio → entra cargas de sódio → esse trocador é modulado pela bomba de sódio e potássio → gera gradiente de sódio (remove 3 sódios, coloca 2 potássio) → a medida que o sódio sai, gerando gradiente, tende a entrar sódio, removendo assim o cálcio FÁRMACO DIGOXINA – Possui um efeito Inotrópico positivo -Esse efeito é o aumento da força de contração cardíaca -Usada em coração que perde a força de capacidade contrátil -Esse fármaco inibe a bomba de sódio e potássio → as concentrações de sódio continuam elevadas no interior da célula → não tem gradiente de sódio fora da célula para a bomba trocadora sódio-cálcio →mais cálcio no interior da célula → aumenta a força de contração cardíaca PERÍODO REFRATÁRIO DO MIOCÁRDIO O período refratário corresponde a capacidade de a célula gerar ou não um potencial de ação • ABSOLUTO: há o fechamento das comportas de inativação do sódio -Isso ocorre porque a membrana celular atingiu uma determinada voltagem → as comportas de inativação que MIRIÃ ORTEGA . 6 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 fecham os canais de sódio são ativadas pela voltagem da membrana PARA VOLTAR EM SEU ESTADO QUE PERMITA A ENTRADA DE Na: só quando ocorre a mudança de voltagem da célula Nesse período não ocorre um novo potencial de ação: pois as comportas de inativação dos canais de sódio estão fechadas → ou seja, os canais estão sendo fechados → A célula está totalmente despolarizada e por isso não pode responder a nenhum tipo de estímulo. Corresponde as fases 1 e 2 • RELATIVO: os canais de sódio podem ser abertos → as comportas de inativação volta para a característica inicial; e nesse momento há a atuação dos canais de ativação -a célula se encontra parcialmente repolarizada e pode responder a um estímulo, desde que este seja forte o suficiente. Corresponde a parte da fase 3 e se estende até ao limiar de despolarização (– 70 mV). CICLO CARDÍACO • DIÁSTOLE: relaxamento → coração enche de sangue • SÍSTOLE: período de contração -Sístole + Diástole = ciclo cardíaco • Aumento da frequência cardíaca (FC) → diminui a duração do ciclo cardíaco -Diminui a duração do PA e período de contração/relaxamento → coração não permanece relaxado tempo suficiente para que as câmaras se encham completamente antes da sístole • PERÍODO DE ENCHIMENTO RÁPIDO VENTRICULAR: ocorre no primeiro terço da diástole -O sangue flui para os ventrículos e só no último terço ocorre a contração que dá o impulso adicional ao fluxo sanguíneo para os ventrículos MIRIÃ ORTEGA . 7 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 EJEÇÃO DE SANGUE DOS VENTRÍCULOS DURANTE A SÍSTOLE ♦ PERÍODO DE CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA: Imediatamente após inicio da contração ventricular → pressão ventricular sobe → valvas atrioventriculares fechem → necessário um tempo até que o ventrículo gere pressão suficiente para abrir as valvas → os ventrículos se contraem, mas não há esvaziamento: a tensão aumenta no musculo, mas não ocorre encurtamento das fibras ♦ PERÍODO DE EJEÇÃO: quando a pressão no interior do VE aumenta mais de 80mmHg→ força abertura das valvas semilunares → sangue lançada -Período de ejeção rápida: primeiro terço da diástole → período que há maior ejeção de sangue ♦ PERÍODO DE RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO: Final da sístole → relaxamento ventricular repentino: faz com que as pressões intraventriculares D e E diminuam -Artérias com altas pressões: isso pois acabaram de ser cheias com sangue vindo dos ventrículos contraídos → voltam a empurrar o sangue de volta para o ventrículo: isso causa fechamento das valvas aórtica e pulmonar -Ainda durante 0,06s o musculo ventricular continua a relaxar mesmo que não altere seu volume → PERÍODO DE RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO -Nesse período as pressões IV diminuem e voltam a valores diastólicos → abertura das valvas AV para novo ciclo CURVA DA PRESSÃO AÓRTICA -Ventrículo se contrai → pressão ventricular aumenta até abrir a valva aórtica → abertura → a pressão no ventrículo de eleva mais lentamente (o sangue já flui do ventrículo para a aorta) -Entrada de sangue nas artérias (sístole): paredes distendidas → pressão sobe -Final da sístole: VE para de ejetar sangue e valva aórtica fecha → paredes elásticas das artérias matem a pressão elevada mesmo durante a sístole -INCISURA: ocorre na curva de pressão aórtica no momentoem que a valva aórtica se fecha → causada pelo BREVE período de fluxo sanguíneo retrógrado (imediatamente antes do fechamento valvar e seguido pela cessação abrupta do refluxo) Após o fechamento da valva aórtica: a pressão da aorta cai vagarosamente (diástole) → pois o sangue armazenado nas artérias distendidas flui de forma contínua para os vasos periféricos até retornas as veias Antes que o ventrículo se contraia: pressão aórtica cai ► ANÁLISE GRÁFICA DO BOMBEAMENTO VENTRICULAR 1. CURVA DE PRESSÃO DIASTÓLICA: determinada pelo enchimento do coração → é medida imediatamente antes do início da contração ventricular → chamada de pressão diastólica final do ventrículo 2. CURVA DE PRESSÃO SISTÓLICA: medida da pressão sistólica durante a contração ventricular -Volume do ventrículo não contraído: 150mL → não aumenta a pressão diastólica → por isso o sangue pode fluir facilmente do A para V -Na contração: pressão se eleva mesmo com volumes ventriculares baixos → a partir que o volume aumenta, a pressão sistólica diminui com grandes volumes, os filamentos de actina e miosina ficam afastados o suficiente para que a força de contração seja menor que a ótima) -Curva em vermelho: DIAGRAMA VOLUME-PRESSÃO I. PERÍODO DE ENCHIMENTO: -Já começa com o volume de 50mL: volume sistólico final → quantidade de sangue que fica no coração após a sístole anterior -Subida de volume para 120mL: volume diastólico final II. PERÍODO DE CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA: volume não altera pois as valvas estão fechadas MIRIÃ ORTEGA . 8 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 III. PERÍODO DE EJEÇÃO: Ventrículo continua a contrair → seu volume diminui devido a abertura da valva aórtica -Representa a pressão sistólica IV. PERÍODO DE RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO: em D a valva aórtica se fecha → pressão ventricular retorna sem que haja variação de volume REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO - Os meios básicos de regulação do volume bombeado são (1) regulação cardíaca intrínseca, em resposta às variações no aporte do volume sanguíneo em direção ao coração; e (2) controle da frequência cardíaca e da força de bombeamento pelo sistema nervoso autonômico. 1. REGULAÇÃO INTRÍNSECA DO BOMBEAMENTO CARDÍACO – MECANISMO DE FRANK-STARLING -A quantidade de sangue bombeada pelo coração é determinada pelo volume de sangue que chega ao coração pelas veias → RETORNO VENOSO → chega ao átrio → bombeia para artérias MIRIÃ ORTEGA . 9 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 -Coração tem capacidade intrínseca de se adaptar a volumes crescentes de afluxo sanguíneo: MECANISMO CARDÍACO DE FRANK-STARLIN → afirma que quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior sera a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta: o coração bombeia todo o sangue que a ele retorna pelas veias 2. CURVAS DE FUNÇÃO VENTRICULAR -CURVA DO TRABALHO SISTÓLICO: a medida que a PA aumenta → o trabalho sistólico desse mesmo lado aumenta -CURVA DO VOLUME VENTRICULAR: Quando se elevam as pressões atriais esquerda e direita, o volume ventricular por minuto respectivo também aumenta o os ventrículos se enchem em resposta a maiores pressões atriais, o volume de cada ventrículo e a força da contração cardíaca também se elevam 3. CONTROLE DO CORAÇÃO PELA INERVAÇÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA - Para determinados níveis de pressão atrial, a quantidade de sangue bombeada a cada minuto (o débito cardíaco) com frequência pode ser aumentada por mais de 100% pelo estímulo simpático. E, por outro lado, o débito pode ser diminuído até zero, ou quase zero, por estímulo vagal (parassimpático). - Os nervos vagos cardíacos são nervos parassimpáticos: inervação dos nodos e átrios -DÉBITO CARDIACO: frequência cardíaca X volume sistólico ► EXCITAÇÃO CARDÍACA PELOS NERVOS SIMPÁTICOS -Podem aumentar a FC -Aumenta a força da contração cardíaca → aumenta o volume de bombeamento → eleva pressão de ejeção -Aumento de débito cardíaco pelo aumento da frequencia cardíaca e diminuição do volume sistólico MIRIÃ ORTEGA . 10 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 INIBIÇÃO: diminui o bombeamento cardíaco e força de contração ► ESTIMULAÇÃO PARASSIMPÁTICA – nervo vago -Redução da frequência cardíaca e a força de contração - As fibras vagais estão dispersas, em grande parte, pelos átrios e muito pouco nos ventrículos → explica o porquê do fato da estimulação vagal ocorrer principalmente sobre a redução da frequência cardíaca e não diminuir de modo acentuado a força de contração EXCITAÇÃO RÍTMICA DO CORAÇÃO • INERVAÇÃO: N. vago Iparassimpático); gânglio estrelado (simpático) • NÓ SINUATRIAL (S-A): localizado na parede posterolateral superior do átrio direito → abaixo e pouco lateralmente à abertura da veia cava superior -Responsável por gerar impulsos rítmicos normais -é um musculo cardíaco especializado -Suas fibras se conectam diretamente as fibras musculares atriais → de modo que qualquer PA que se inicie no nó se difunda para o músculo -Algumas de suas fibras são autoexcitaveis: pode causar descargas automáticas e consequentes contrações → por isso o nodo sinusal controla a frequência dos batimentos de todo o coração -Fibras menor negativas (-60mV) → suas membranas celulares são mais permeáveis ao cálcio e sódio → neutralizam parte da negatividade intracelular -Há uma diferença no funcionamento dos canais nas fibras do nodo → devido a sua menor negatividade →canais rápidos de sódio já foram inativados (estão bloqueados) →só há canais lentos → PA do nodo mais lento que do músculo ventricular CAUSA DA AUTOEXCITAÇÃO: alta concentração de íons sódio no líquido extracelular; canais de sódio já abertos e íons sódio vazando para interior da célula → por isso há um lento aumento gradual do nodo em seu potencial de repouso MIRIÃ ORTEGA . 11 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 Por que esse vazamento de íons sódio e cálcio não faz com que essas fibras permaneçam continuamente despolarizadas? 1º: canais de cálcio tipo L se inativam em 100 a 150 milissegundos após abertura 2º: nesse mesmo tempo grande número de canais de potássio de abrem Com isso o influxo de íons positivos (Ca e Na) cessa, enquanto íons K vão para o exterior da fibra → esses efeitos negativam o potencial de membrana Ainda, os canais de K permanecem abertos → saída de cargas positivas → excesso de negatividade → hiperpolarização Por que esse estado de hiperpolarização não se mantém permanentemente? Nos décimos de segundo após o fim do PA → progressivo fechamento de canais de potássio → há ainda um vazamento das cargas de sódio e cálcio para interior → desequilíbrio FASES DO POTENCIAL DE AÇÃO DO NODO 1. FASE PRÉ-POTENCIAL (PP): há vazamento de íons para interior da célula → fica cada vez menos negativa até atingir o limiar de excitabilidade -Se o PP demorar mais: maior período de relaxamento → frequência cardíaca diminuída -CORRENTES FUNNY: são ativadas na repolarização (potencial diastólico máximo) → são correntes de influxo de sódio e efluxo de potássio (canais de sódio e potássio – catiônicos) -A partir da metade (em PP) há mais canais que são abertos → canais de cálcio T → mais despolarização 2. POTENCIAL DE AÇÃO (AP) Na repolarização há abertura dos canais de K → as correntes de K são aumentadas (efluxo) 3. POTENCIAL DIASTÓLICO MÁXIMO (MDP) • FEIXES INTERNODAIS: médios, anteriores ou posteriores -Conduzem impulsos do nodo sinusal ao nodo A-V → possuem fibras condutoras especializadas que dse assemelham as fibras de purkinje ventriculares → condução rápida • NODO A-V: retardamento dos impulsos vindo dos átrios antes de passar para os ventrículos →esse retardo permite que os átrios se contraiam e esvaziem seu conteúdo nos ventrículos antesque comece a contrção ventricular LOCALIZAÇÂO DO NODO A-V: parede posterior do AD, imediatamente atrás da valva tricúspede CAUSA DA CONDUÇÃO LENTA: há um reduzido número de gap junctions entre as sucessivas células → gera resistência a passagem de íons excitatórios → cada célula é sucessivamente mais lenta em sua ativação • FEIXE A-V: conduz os impulsos dos átrios para os ventrículos → possuem ramificações em ramos direito e esquerdo -TRANSMISSÃO UNIDIRECIONAL: não permite que o PA volte para o átrio → impede a reentrada de impulsos cardíacos -SEPARAÇÃO DOS ÁTRIOS E VENTRÍCULOS POR UMA BARREIRA FIBROSA: funciona como isolante para evitar a passagem do impulso dos átrios para ventrículos MIRIÃ ORTEGA . 12 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 • RAMOS DIREITO E ESQUEDO DO FEIXE DE FIBRAS DE PURKINJE: conduzem os impulsos cardíacos para todas as partes dos ventrículos -Fibras calibrosas e com velocidade do PA 6x maior que do musculo ventricular → permite a transmissão quase instantânea do impulso cardíaco por todo musculo ventricular CAUSA: fibras de purkinje tem uma permeabilidade muito alta (junções comunicantes nos discos intercalados) → íons facilmente transmitidos -Células de purkinje possuem poucas miofibrilas: elas pouco de contraem durante a transmissão do impulso -Potencial de ação gerado no coração começa no nó sinoatrial → PA passa para os feixes internodais que estão entre o nó sinoatrial (que está perto da desembocadura da veia cava superior no AD) → nó atrioventricular (localizado entre os septos atrioventriculares e o septo interventricular) → o PA segue para o AE pelo feixe de Bachmann (esse feixe não é internodal, ele sai do nó sinusal e vai direto para o átrio esquerdo → nó atrioventricular → feixe penetrante → feixe de Hiss (esse possuindo ramos esquerdo e direito) → conduzido para as regiões mais periféricas cardíacas pelas fibras de Purkinje. MIRIÃ ORTEGA . 13 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 • Sem o sistema autônomo, o coração ainda se contrai de forma sincrônica, mas com uma frequência menor • Se houver a remoção todas as terminações simpáticas e parassimpáticas do coração ele continua a se contrair, pois as células do nó sinoatrial são células marcapasso. • Nodo sinusal controla o batimento cardíaco porque sua frequência de descargas rítmicas é mais alta que a de qualquer outra porção do coração. Portanto, o nodo sinusal é quase sempre o marca-passo do coração normal. • Todo sistema de condução cardíaco possui propriedade marcapasso, mas a frequência de disparo do nó sinoatrial é maior do que a do nó atrioventricular ou de qualquer outra parte do coração → a contração é sincrônica e não na mesma frequência • MARCA-PASSO ECTÓPICO: é quando há um marca-passo em qualquer lugar que não seja o nodo sinusal → produz sequências anormais da contração das diferentes partes do coração → compromete bombeamento FALTA DE SINCRONISMO: quando houver a interrupção da informação do nó atrioventricular (é o chamado bloqueio AV) → é quando o impulso cardíaco falha em passar dos A para V pelo sistema nodal e feixe A-V - o potencial não passa pelo nó AV e o ventrículo não se contrai por um momento SÍNDROME DE STOKES ADAMNS: o átrio (inervado pelos feixes que saem do nó sinoatrial) estiver funcionando numa frequência maior que os ventrículos, haverá um assincronismo gerado por bloqueio AV • Fibras de purkinje contribuem na sincronia da contração: sua rápida condução possibilita a rápida condução do PA → possibilita que todas as porções musculares dos dois V iniciem a contração quase ao mesmo tempo • ESTIMULAÇÃO PARASSIMPÁTICA (estimulação vagal): desacelera o ritmo e condução cardíaca - Liberação de acetilcolina → diminui o ritmo do nodo sinual e em seguida reduz a excitabilidade das fibras juncionais A-V entre a musculatura atrial e o nodo A-V → lentificação da transmissão do impulso para os ventrículos -Liberação da acetilcolina aumenta permeabilidade da membrana por potássio → vazamento para fora → aumento da negatividade → hiperpolarização No nodo sinusal: a hiperpolarização torna ele mais eletronegativo → exige muito mais tempo para atingir o limiar ALTERAÇÕES DA FREQUÊNCIA CARDÍACA PROVOCADAS PELA ALRTERAÇÃO DO POTENCIAL MARCAPASSO: O SNA 1. SIMPÁTICO • EFEITO CRONOTRÓPICO POSITIVO: aumento da frequência cardíaca -Aumento das correntes de If e ICat EM A: pela ação do simpático, houve um aumento das correntes funny e correntes cálcio T -COMO ISSO OCORRE: o simpático atua nos receptores beta → aumenta o AMP cíclico → aumento das correntes MIRIÃ ORTEGA . 14 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 Mais cargas positivas entram → mais inclinado é a fase → vão existir mais contrações ao longo do tempo do que o pontilhado → efeito cronotrópico positivo • EFEITO DROMOTRÓPICO POSITIVO: -Aumentam as correntes do NAV de ICaL (aumenta a condutância) → pois no nodo sinoatrial ela aumenta as inserções de canais de cálcio L → a fase PP acontece mais rápido (aumenta a frequência de disparos) → aumenta a frequência cardíaca • EFEITO INOTRÓPICO POSITIVO: aumento de cálcio intracelular → aumento da força de contração cardíaca -aumento do influxo de cálcio via ICaL → concentração de cálcio sensibiliza os receptores de rianodina → fosforilação dos receptores do retículo sarcoplasmático COMO FUNCIONA: a proteína quinase vai fosforilar canais de cálcio do tipo L → mais Ca vai entrar na célula → mais cálcio para aumentar a contração cardíaca EFEITO LUSITRÓPICO POSITIVO: relaxamento da musculatura -Aumento da receptação de cálcio via retículo sarcoplasmático e a diminuição a interação de cálcio e troponina C -Para que haja uma contração subsequente precisa de recaptação → necessário que o cálcio volta para o RS → favorece o relaxamento muscular para a próxima contração → aumento da contração cardíaca -Enzima fosfolambana (está na membrana do retículo sarcoplasmático): pode ser fosforilada pela Pka → tem uma função de inibição da bomba de cálcio do RS → quando ela está ativa inibe a SERCA COMO FUNCIONA: precisa captar mais cálcio e diminuir a interação com a troponina C → a proteína quinase A fosforila a fosfolambana → inibição da fosfolambana → SERCA2 aumenta sua atividade → bombeamento do cálcio do citoplasma para o RS → menos cálcio disponível para contração Ainda, a proteína quinase A diminui a interação do cálcio com a troponina C; além de aumentar a atividade da bomba de sódio e potássio 1-A frequência de disparo de PA pelas células autoexcitáveis é função da velocidade de despolarização diastólica lenta quanto maior a quantidade da corrente funny, mais inclinado é a fase 4 -> maior a frequência de disparo 2. PARASSIMPÁTICO • EFEITO CRONOTRÓPICO NEGATIVO: Diminuição da frequência cardíaca -Diminui as correntes de correntes funny e correntes de cálcio do tipo L→ diminuição da velocidade de despolarização → demora mais para atingir o limiar de excitabilidade • EFEITO DROMOTRÓPICO NEGATIVO: Diminuição da frequência cardíaca -Ativação de canais de potássio dependentes de acetilcolina → hiperpolarização da célula → isso pois a célula fica com um potencial diastólico máximo mais negativo (há maior saída de K e em um tempo maior) MIRIÃ ORTEGA . 15 BBPM III FISIOLOGIA – GUYTON CAP. 9 e 10 • EFEITO INOTRÓPICP NEGATIVO: diminui a força de contração cardíaca -Diminui o influxo de cálcio via IcaL: há menos cálcio → menos receptores de rianodina é sensibilizado; e menos cálcio entra na célula -Diminui o influxo de cálcio intracelular • EFEITO LUSITRÓPICO NENGATIVO: -Diminui a recaptação de cálcio via RS -Diminui a velocidade de relaxamento muscular 2-Imagem explicativa do efeito inotrópico e lusitropico
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