Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EDUCAÇÃO DO PACIENTE EM ODONTOPEDIATRIA O QUE VOCÊ PRECISA SABER? Profª Lygia Rostoldo Macedo Odontologia até pouco tempo: Modelo médico clássico - fundamentado na presença ou ausência de doença (NADANOVISKY in PINTO, 2000) Nova concepção de saúde: bem-estar e qualidade de vida, e não simplesmente com ausência de doença Intervenção visa não apenas diminuir o risco de doenças, mas aumentar as chances de saúde e de vida (BUSS, 2010) Cuidados com a Saúde: ações de promoção de saúde, prevenção de doenças e fatores de riscos. Doença: Tratamento adequado SAÚDE: PROMOÇÃO DE SAÚDE Conceitos: “Combinações de apoios educacionais e ambientais que visam atingir ações e condições de vida conducentes à saúde.” (CANDEIAS, 1997) “Ação global objetivando a melhoria na qualidade de vida das pessoas.” (NADANOVSKY in: Pinto, 2000) “A promoção da saúde se refere às ações sobre os condicionantes e determinantes sociais da saúde, dirigidas a impactar favoravelmente a qualidade de vida.” (BUSS, 2010) NA SAÚDE BUCAL: ATENDIMENTO PRESTADO É VOLTADO PARA EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO EDUCAÇÃO EM SAÚDE Estratégia para promover saúde Centrada na problematização do cotidiano, valorização dos indivíduos e grupos, tendo como referência a realidade em que estão inseridos Soma das experiências que modificam ou exercem influência nas atitudes ou condutas de um indivíduo em relação a saúde e aos processos que precisam ser modificados. (CAMARA et al., 2010) Objetivo: Estimular o público em foco a realizar ações de promoção à saúde Estimula-se a tomada de decisões, buscando melhorias nas condições de saúde – Ex: Exame odontológico de 6/6 meses Busca desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela própria saúde e pela saúde da comunidade (CAMARA et al., 2010; PEREIRA et al., 2003) PROMOÇÃO DE SAÚDE X EDUCAÇÃO EM SAÚDE Educação em Saúde: Procura desencadear mudanças de comportamento individual Promoção de Saúde: Visa provocar mudanças de comportamento organizacional, capazes de beneficiar a saúde de camadas mais amplas da população, particularmente porém não exclusivamente, por meio da legislação. Inclui sempre a educação em saúde. (CAMARA et al., 2010; PEREIRA et al., 2003) PREVENÇÃO EM SAÚDE Trabalha para garantir proteção a doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações Evitar a doença é o objetivo final. Na odontologia: não se limita aos ensinamentos de procedimentos de saúde bucal, dieta e flúor, mas também inclui fatores como: DIAGNÓSTICO CUIDADOSO, ORGANIZAÇÃO DO PLANO DE TRATAMENTO, EXECUÇÃO DE PROCEDIMENTOS CONSERVADORES, PLANEJAMENTO E DESENHO CORRETO DE APARELHOS ORTODÔNTICOS E PROTÉTICOS E CONSIDERAÇÃO E COMPREENSÃO EM RELAÇÃO AOS PACIENTES. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) PROMOÇÃO DE SAÚDE: CENTRADA EM DIAGNÓSTICOS PRECISOS E AÇÕES EDUCATIVAS, CONDUZIDAS PELOS CIRURGIÕES- DENTISTAS (CD), PAIS E EDUCADORES. DIRECIONADAS A TODAS AS PESSOAS, PRINCIPALMENTE AS CRIANÇAS ODONTOPEDIATRA: EDUCADOR!!!!! - LIDA COM O PACIENTE EM VÁRIAS FASES DA VIDA: ENTENDE, CONVENCE E MOTIVA CONSTANTEMENTE!!! - PROCESSO DE EDUCAÇÃO: MODO PARA COMPREENSÃO E ACEITAÇÃO DO TRATAMENTO E PARA FIXAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA CLIENTELA (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) FILOSOFIA PREVENTIVA: 1. PACIENTE COMO UMA ENTIDADE TOTAL (NÃO SE PREENDER APENAS A CAVIDADE BUCAL) 2. MANTER A SAÚDE DAS PESSOAS SADIAS – EVITAR O ADOECIMENTO 3. DETER O PROGRESSO DE QUALQUER DOENÇA 4. REABILITAR O PACIENTE 5. PROPORCIONAR CONHECIMENTO E MOTIVAÇÃO PARA MANTER A SAÚDE BUCAL ÊXITO DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO COOPERAÇÃO DO PACIENTE EDUCAÇÃO (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) ODONTOPEDIATRA Relação estreita com problemas MÉDICOS- SANITÁRIOS: alimentação, doenças respiratórias, infecciosas e metabólicas Deve ser capaz de IDENTIFICAR não só as doenças bucais Obrigação de atuação em seu consultório e na comunidade inserido Educação do paciente deve ser um processo contínuo e permanente: ATUALIZAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICO E DAS CIÊNCIAS COMPORTAMENTAIS Capacidade de observar e interpretar dados clínicos, assim como acompanhar a evolução dos conhecimentos continuamente publicados (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) PERSONALIDADE E ATITUDE DO CD – 3 QUALIDADES: 1. INTERESSE SINCERO E HONESTO NA SAÚDE DO PACIENTE 2. ENTENDIMENTO DAS PESSOAS E CONHECIMENTO SOBRE COMPORTAMENTE HUMANO 3. ENTENDER A SI PRÓPRIO PAIS INFORMADOS E POSITIVAMENTE REFORÇADOS: - REDUÇÃO DE BARREIRAS NO TRATAMENTO - AUMENTO DO COMPLIANCE (COOPERAÇÃO CONSCIENTE) - EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL DESDE O PRÉ NATAL (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) MÉTODOS DE EDUCAÇÃO: MOTIVAÇÃO DIRETA – RECURSO DE PRIMEIRO PLANO - MATERIAL PICTÓRICO COMO FOTOGRAFIAS, RADIOGRAFIAS, PÔSTERES, ATLAS ILUSTRADO, LIVROS-, PEÇAS ANATÔMICAS, MODELOS DE GESSO, MACROMODELOS, MANEQUINS... - TESTES DE ATIVIDADE E RISCO DE CÁRIE COMO O CARIOGRAMA - INDIVIDUAL, POR FAMÍLIA, SALAS DE AULAS PARA OS PAIS E RESPONSÁVEIS E CRIANÇAS POR VOLTA DE 12 A 15 ANOS SALA DE ESPERA ASPECTOS PSICOLÓGICOS - APLICAÇÃO DE CONHECIMENTOS DA PSICOLOGIA INFANTIL – PRÁTICA DO BOM SENSO - CONDUÇÃO DA CRIANÇA DURANTE O TRATAMENTO – NÃO É DIFICIL E NEM PRIVILÉGIO DE ALGUNS PROFISSIONAIS - ADAPTAÇÃO AO TRATAMENTO – IMPORTANTE – QUANTO MAIS COOPERADOR: MAIS EFICAZ E DE MELHOR QUALIDADE É A ODONTOLOGIA EXECUTADA (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) Valorização da boca do paciente: área sensível e emocional Boca: primeira satisfação física e fisiológica (aleitamento); expressão de reações de desconforto por choro Importante conhecer os problemas emocionais da criança (ANAMNSE BEM DETALHADA) e o quão profunda é a influencia dos pais – reprodução de emoções desfavoráveis – preparação psicológica da criança e dos pais a fim de que os mesmos não interfiram de forma negativa FINN, 1976: PARA PACIENTES INFANTIS SEREM BONS COLABORADORES, É PRECISO, ANTES, EDUCAR OS SEUS PAIS (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO AOS PAIS No consultório: Trato da criança – responsabilidade do CD – NÃO deve haver interferências Exemplo: CRIANÇA APAVORADA, SEM VONTADE DE COOPERAR – Muitas vezes decorrente de uma noção errônea dos pais – CABE AO CD ORIENTAR OS PAIS SOBRE A ATITUDE ADEQUADA – ATITUDE POSITIVA EM RELAÇÃO AO TRATAMENTO ORIENTAÇÃO AOS PAIS: Deve ser dada antes da PRIMEIRA CONSULTA – ansiedade do acompanhante, desajustes familiares, e fatores socioeconômicos e culturais tem influência sobre o comportamento – DIFICULTA RELAÇÃO COM O CD COMPREENDER as razões de uma atitude aumenta a paciência do CD (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) MEDO E ANSIEDADE ANAMNESE: VALOR INDISCUTÍVEL - PESQUISAR E CONHECER TUDO SOBRE A CRIANÇA - ASPECTOS ODONTOLÓGICOS E MÉDICOS, PSICOLÓGICOS E EMOCIONAIS - ATENÇÃO A TEMORES E RECEIOS – CAUSA? - MEDO E ANSIEDADE SÃO MUITO COMUNS – PREJUDICIAIS – DIAGNÓSTICO CORRETO DO ESTADO EMOCIONAL – CORRETO MANEJO - ESCLARECER AOS PAIS SOBRE OS ASPECTOS DESSAS EMOÇÕES E SOLICITAR COOPERAÇÃO PARA DIMINUIR E/OU EVITAR (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) Porque essa criança está chorando? • Medo objetivo – Experiência traumática • Medo subjetivo – Não vivenciado • Ansiedade A maioria dos CD’s acreditam ser o MEDO SUBJETIVO – falta de dados concretos ou objetivos para explicar por que as crianças sentem medo. Outros fatores: estado de saúde, situações emocionais, aptidão para vencer ou perder e a forma de tratamento em casa (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA,2016) Em relação ao tratamento dentário: Pacientes já tratados anteriormente – pode mostrar medo muito maior que antes, chorar e recusar ser atendida: - CD deve estar atento, tratando a criança com carinho e atenção – PORÉM, NÃO PERMITIR QUE IMPONHA “SEU JOGO” NÃO NEGLIGENCIAR O MEDO diante do inesperado e do desconhecido – EXPLICAR detalhes, mesmo que pequenos PREPARAR a criança para o exame clínico – forma lúdica e delicada para melhor cooperação – bem como para anestesia, barulho da alta rotação, luz do refletor, jato de água etc – SEMPRE ADEQUAR A IDADE DO PACIENTE!!!!! CONSULTA DE CONDICIONAMENTO – QUANDO DECIDIR POR ELA? (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) TÉCNICAS DE CONDICIONAMENTO E READAPTAÇÃO VELHO DITADO: PRIMEIRA IMPRESSÃO É QUE FICA! TÉCNICAS DE CONDICIONAMENTO: • AUDIOVISUAIS • REFORÇO POR SÍMBOLOS • CONTROLE VOCAL E IMITAÇÃO • FALAR-MOSTRAR-FAZER • MÃO SOBRE A BOCA • CONTENÇÃO FÍSICA • PRESENÇA DOS PAIS ETC CONHECIMENTO DA PSICOLOGIA - COMO ESCOLHER A MELHOR TÉCNICA? (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) A ESCOLHA DA TÉCNICA DE CONDICIONAMENTO DEPENDERÁ DE VÁRIOS FATORES, COMO: - Estado emocional do responsável - Idade - Habilidade profissional - Autoconfiança do CD PRIMEIRO OBJETIVO PARA TER SUCESSO: COMUNICAÇÃO!!!! - Entender que todos ali estão interessados em ajuda-la e para isso é necessário conscientiza-la da importância da consulta e dos procedimentos Observação: atendimentos de emergência não entram nesses casos. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) ARTIGOS MOSTRAM QUE A PREPARAÇÃO DA CRIANÇA E DOS PAIS ANTES DA PRIMEIRA CONSULTA, RESULTA EM UM MELHOR ESQUEMA DE CONDUTA NO CONSULTÓRIO!!!! - Exame clínico e introdução da criança no consultório CONVERSA E TERMO DE COMPROMISSO COM OS PAIS: - Explicação da técnica de conduta que será adotada, na qual, as vezes, o CD assumirá uma posição firme, com imposição de limites – servem não só para controlar o comportamento da criança, mas também para protege-la. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) IMPOR LIMITES NÃO É SINÔNIMO DE PUNIR, FORÇAR A SUBMISSÃO OU APENAS APONTAR COMPORTAMENTOS INADEQUADOS, MAS, SOBRETUDO, ENSINAR, DAR EXEMPLOS DE BOAS CONDUTAS, E MOSTRAR AS DIVERSAS CONSEQUÊNCIAS CASO AS REGRAS NÃO SEJAM CUMPRIDAS READAPTAÇÃO OU RECONDICIONAMENTO: - DESCOBRIR A CAUSA DO DESAJUSTE - PESQUISAR COM OS PAIS - MOSTRAR A CRIANÇA QUE O DESCONHECIDO NÃO SIGNIFICA PERIGO - RESTABELECER BOM CONTATO E BONS RESULTADOS (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) BOM RELACIONAMENTO: HORA DO TRATAMENTO INICIAR COM PEQUENOS PROCEDIMENTOS PERMANÊNCIA DO RESPONSÁVEL NO CONSULTÓRIO FICA A CRITÉRIO DO CD EM CASO DE EMERGÊNCIA: SINCERIDADE NA EXPLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS, NÃO ESCONDENDO QUE SERÁ UM POUCO DESCONFORTÁVEL SINCERIDADE SEMPRE1 (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) É feita na primeira consulta à apresentação do consultório odontológico da forma mais acolhedora possível, visando estimular a curiosidade da criança, sempre com explicações coerentes à sua faixa etária. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) Após perguntas sobre a saúde geral da criança, tem-se uma conversa com os responsáveis, para que se conheça: • Risco que a criança tem de desenvolver problemas bucais (doença cárie, problemas gengivais) • Hábitos alimentares • Hábitos de rotina de higiene (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) No próximo passo é realizado o exame da criança, com uma inspeção visual onde se registra a situação atual de desenvolvimento da boquinha e procura- se qualquer anormalidade em dentes e gengivas e nas funções relacionadas à face, como sucção, respiração, deglutição, mastigação, fala, etc. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) Na primeira consulta pode-se também fazer uma profilaxia. A limpeza dos dentinhos poderá ser feita com a escovinha giratória ou com escova de dente e o fio dental, e também poderá ser feita a aplicação de flúor. Quanto antes à criança fizer a primeira consulta, mais facilmente irá incorporar hábitos saudáveis em seu dia a dia, prevenindo a instalação dos males bucais. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) FORMA DE AÇÃO NO CONSULTÓRIO - HORÁRIO LEMBRETES: 1. SE NÃO HOUVER DOR, A PRIMEIRA CONSULTA DEVE SE LIMITAR AOS PROCEDIMENTOS SIMPLES – CRIAR CONFIANÇA NO PROFISSIONAL 2. PRIMEIROS HORÁRIOS DO DIA DEVEM SER RESERVADOS A CRIANÇAS MENORES (DESCANSO MAIOR) 3. PLANEJAR COM CUIDADO O TRABALHO QUE SERÁ EXECUTADO A CADA SESSÃO E MARCAR O HORÁRIO DE ACORDO COM A NECESSIDADE 4. NO ATENDIMENTO DE CRIANÇAS MAIS DIFICÉIS PODE-SE OPTAR PELO ÚLTIMO HORÁRIO DE MODO A EVITAR A PRESENÇA DE OUTRAS CRIANÇAS NA SALA DE ESPERA 5. EVITAR MARCAR HORA COINCIDENTE COM O SONO DA CRIANÇA COM MENOR IDADE, PODENDO A MESMA FICAR IRRITADA (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) FORMA DE AÇÃO NO CONSULTÓRIO - EMERGÊNCIA O que leva o paciente ao consultório em caso de emergência? DOR!!! - Traumas, fraturas, luxações, rosto inchado etc - Impedimento de planejamento de horário adequado - Prescrição de medicamento por telefone, consulta ao final do horário (se possível) - Se não der para aguardar, o paciente deve ser marcado entre duas consultas - Em último caso, remarcar algumas consultas (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) INFORMAÇÕES AOS PACIENTES ODONTOPEDIATRIA: ESPECIALIDADE COM MAIOR CHANCE DE ÊXITO NA PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL – PORQUÊ? o CUIDADOS QUE SE INICIAM NA FASE INTRAUTERINA – RESPONSÁVEIS TENDEM A BUSCAR INFORMAÇÕES E ADOTAR CONDUTAS VOLTADAS À PRESERVAÇÃO E/OU A MELHORIA DA SAÚDE DO BEBÊ o ZARDETTO et al.,: GESTAÇÃO É A ETAPA DE ELEIÇÃO PARA O INICIO DAS ATIVIDADES PREVENTIVAS (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) • RECURSOS EXISTENTES COM FINALIDADE PREVENTIVA + • CONCEITOS MODERNOS DE PREVENÇÃO DE CÁRIE devem ser • EXPLICADOS AOS PAIS PARA QUE JUNTO DO CD POSSA-SE PRATICAR A ODONTOLOGIA PREVENTIVA por meio de • CUIDADOS QUE DEVEM SER INICIADOS O MAIS BREVE POSSÍVEL, ESTABELECENDO HÁBITOS SAUDÁVEIS DURANTE A 1ª INFÂNCIA, INFLUENCIANDO A SAÚDE BUCAL DO PACIENTE por toda vida!!! (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) 1. EXPLICAR AOS PAIS O QUE É O DENTE, SEU DESENVOLVIMENTO, AS DENTIÇÕES, NÚMERO DE DENTES EM CADA UMA DELAS, QUAIS SÃO OS DENTES, A IMPORTÂNCIA DA DENTIÇÃO DECÍDUA E SUA REPERCUSSÃO NA DENTIÇÃO PERMANENTE (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) IMPORTÂNCIA DOS DENTES DECÍDUOS (DE LEITE) Esses dentinhos auxiliam, por exemplo, no desenvolvimento adequado dos ossos e músculos do rosto. Eles também ajudam a criança no processo de começar a falar, facilitando a pronúncia correta das palavras. Formada por 20 dentes com coloração branco leitosa – Menor nível de mineralização Completa entre os 24 e 30 meses – prolonga-se até os 6 anos (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) Consequências mais comuns: PERDA DE ESPAÇO, EXTRUSÃO DE ANTAGONISTA, TORSIVERSÃO DE DENTES ADJACENTES E PROBLEMAS ADICIONAIS COMO DEGLUTIÇÃO ATÍPICA (GUEDES-PINTO, 2016; SOUKI et al.,2018) DENTIÇÃO MISTA/PERMANENTE X DECÍDUA 2. EXPLICAR A FUNÇÃO DOS DENTES (Seja na dentição decídua ou na permanente) – PREPARO MECÂNICO DOS ALIMENTOS, ESTÍMULO DO CRESCIMENTO DOS MAXILARES PELA MASTIGAÇÃO, DESENVOLVIMENTO DA FALA E TAMBÉM ESTÉTICA. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) 3. EXPLICAR A CRONOLOGIA DE ERUPÇÃO DOS DENTES – GRANDE DÚVIDA DOS PAIS!! COM ESSES CUIDADOS, EVITA- SE: DENTIÇÃO MISTA: Com a irrupção dos PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES, ocorre a segunda e decisiva “Intercuspidação” da oclusão – CHAVE DE OCLUSÃO! Diretamente ligado à determinação da dimensão vertical, além da preservação da largura e comprimento da arcada dentária Frequentemente é confundido como dente decíduo – somado a esse dado, sua erupção na maioria dos casos é assintomática, o que aliado à higiene bucal precária é traduzido na prática clínica como ALTA INCIDÊNCIA DE CÁRIE (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) A maneira como se conceitua a cárie dentária e seus fatores etiológicos determina a escolha para estabelecer a estratégia preventiva de diagnóstico e tratamento Doença crônica que constitui um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil e atinge indivíduos de todas as faixas etárias e níveis sócio-econômicos. CÁRIE DENTAL (LIMA, 2007; FARIA, 2013) CÁRIE DENTAL Doença multifatorial e açúcar dependente Produz desmineralização da estrutura dentária Nem a dieta e nem os M-OS atuando individualmente podem provocar o aparecimento da cárie É necessária a presença desses fatores, simultaneamente, na superfície dentária, para que ocorra a doença. (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 1988) o Desequilíbrio no processo DES- RE (desmineralização/remineraliza ção) dos tecidos duros do dente o Ocorre constantemente na cavidade oral o A velocidade na progressão das perdas de mineral decorrentes desse desequilíbrio é que determinará o surgimento ou não de cavidades cariosas. (GONÇALVES; PEREIRA, 2003; GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) OBJETIVO DO ODONTOPEDIATRA PREVENIR O INICIO DA CÁRIE EM DENTES JOVENS E IMATUROS DURANTE OS PERÍODOS DE IDADE ALTAMENTE SUSCEPTÍVEIS E PROTEGER AMBAS AS DENTIÇÕES DURANTE OS PERÍODOS DE EXARCEBAÇÃO ACADEMIA AMERICANA DE ODONTOPEDIATRIA (AAPD): PRIMEIRA VISITA AO DENTISTA DEVE OCORRER POR VOLTA DO 6º MÊS DE IDADE, ÉPOCA QUE ERUPCIONA OS PRIMEIROS DENTES DECÍDUOS (GUEDES-PINTO,; MELLO-MOURA, 2016) Cavidade Bucal do recém nascido: Estéril Colonização bacteriana envolve a presença de dentes Padrão familiar na transmissão de S. mutans: -Via Materna -Contágio por babás -Via salivar -Copos, talheres, escovas de dentes, beijo na boca Janela da Infectividade: 26 meses (idade média) – 1º molar CÁRIE NOS BEBÊS (GUEDES-PINTO,; MELLO-MOURA, 2016) Probabilidade de ocorrência da doença em pacientes sem a atividade de cárie ou de novas lesões em pacientes com a doença ativa, ou seja, a probabilidade de lesões ocorrerem ou progredirem dentro de um período de tempo Podem ser biológicos, incluindo níveis de S. mutans na cavidade bucal, cariogenicidade da dieta e níveis de higiene bucal e sociais. CD deve avaliar o risco de cárie de seus pacientes e tentar inibir sua progressão, sempre em comum acordo com os pais RISCO DE CÁRIE (BURT, 2005; HAUSEN, 1997) (GUEDES-PINTO,; MELLO-MOURA, 2016) PREVENÇÃO DA DOENÇA CÁRIE Tratamento visa restabelecer o equilíbrio e a saúde bucal do paciente por meio do controle dos fatores etiológicos: - Remoção do biofilme - Educação e instrução de higiene e dieta - Aplicação de fluoretos - Estimulação salivar - Uso de selantes e substâncias antibacterianas (BRASIL, 2004; GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) Pode se considerar uma evidência científica a associação positiva entre frequência do consumo de açúcar, especialmente a SACAROSE, e aumento do ataque de cárie Uma alimentação balanceada capaz de proporcionar um adequado estado nutricional, certamente, contribui para uma desejável condição bucal do indivíduo A dieta da criança depende exclusivamente dos pais, sendo que esta ingere aquilo que lhe é oferecido, e a partir daí cria seus hábitos que ficarão por toda vida – CD TEM PAPEL DE ORIENTAÇÃO Introdução do alimento deve ser feita de forma saudável para que não haja dano a saúde bucal, como a doença cárie e a erosão dentária, além de outras doenças de saúde geral como a obesidade PAPEL DA DIETA (SHEIHAN; 2001, FREIRE et al., 2012) (MACHADO; MEZZOMO, 2011) (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) PAPEL DA DIETA • A ingestão de carboidratos fermentáveis, principalmente a sacarose, é um fator importante na determinação do processo carioso • Sacarose transforma alimentos não cariogênicos e anticariogênicos em cariogênicos • Açúcar mais cariogênico, uma vez que provoca diminuição do pH salivar e permite maior adesão das bactérias à superfície dos dentes • Porém, além dela, a CONSISTÊNCIA da preparação parece ser importante na potencialização da ação cariogênica do alimento • O CONSUMO DOS ALIMENTOS CARIOGÊNICOS É MAIOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA • De acordo com Bönecker (2004), os principais açúcares responsáveis pela cárie são os extrínsecos não-lácteos, que são adicionados a alimentos e bebidas durante seu processamento, manufatura ou preparo. (REZENDE, 2012) OUTROS ALIMENTOS... Causas alimentares da Cárie não podem ser atribuídas somente aos açúcares Alimentos constituídos em sua maior parte por AMIDO contribuem para o aumento do risco da doença Rugg-Gunn et al. num dos seus estudos sobre a cariogenicidade do amido e açúcar afirma que: - Alimentação rica em amidos e pobre em açúcares têm menos cáries, e pessoas com uma alimentação pobre em amidos e rica em açúcares têm mais cáries dentárias, o que reforça a ideia de que os amidos por si só não contribuem para a cárie dentária (SILVA, 2007) Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira: O consumo de açúcares simples não deve ultrapassar 10% da energia total diária. Na sexta diretriz, o guia esclarece que a sacarose ou açúcar de mesa é o tipo de açúcar a ser evitado. No capítulo Colocando as Diretrizes em Prática: deve ser evitada a ingestão de bolos, biscoitos doces, sobremesas e doces, restringindo-se o consumo a menos que três vezes por semana. (BRASIL, 2005) Alguns estados carenciais, ou ingestão de alguns componentes alimentares específicos, podem influenciar: • Processos de odontogênese; • Erupção; • Desenvolvimento da cárie dentária. Minerais e proteínas Vitaminas A, C e D Má formação dentária Hipoplasia do esmalte Amelogênese; Dentinogênese; Função Imunológica (BATISTA; MOREIRA; CORSO, 2011) EROSÃO DENTÁRIA PERDA PROGRESSIVA E IRREVERSÍVEL DE TECIDO DENTAL DURO, DECORRENTE DE UM PROCESSO QUÍMICO, SEM AÇÃO BACTERIANA ORIGEM EXTRÍNSECA OU INTRÍNSECA VEGETAIS, REFRIGERANTES, FRUTAS ÁCIDAS E CONDIMENTOS – SUBSATURAÇÃO DE CÁLCIO, FOSFATO E FLÚOR ALERTAR E ORIENTAR O PACIENTE E SEU RESPONSÁVEL (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) FATORES QUE INFLUENCIAM NA INGESTÃO DE ALIMENTOS: (ESTIMA et al.,, 2009) ALIMENTOS PROTETORES Frutas e vegetais foram símbolos de uma boa saúde dental, sendo utilizados em campanhas de saúde bucal. Estimulação da saliva pela mastigação Ajuda a prevenir a cárie Alguns alimentos são capazes de elevar o pH da placa bacteriana, neutralizando a ação acidogênica de alguns alimentos. (ARAÚJO; LARA, 2011) (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) SUBSTITUTOS DO AÇÚCAR QUANDO HOUVER DIFICULDADE NA MUDANÇA DE HÁBITOS, PODE-SE LANÇAR MÃO DOS CHAMADOS SUBSTITUTOS DO AÇÚCAR, OS QUAIS DEMONSTRAM EM TESTES IN VIVO E IN VITRO UM BAIXO POTENCIAL CARIOGÊNICO!!!! (PEREIRA et al., 2003; GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) XILITOL (MUSSATO; ROBERTO, 2002) ANÁLISE NUTRICIONAL Deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar composta por Médico, Dentista, Nutricionista etc Pode ser conduzido de 3 maneiras básicas: 1. Registro da Dieta/Diário de Consumo Alimentar 2. Histórico de Consumo Alimentar 3. Mapa Dietética (PEREIRA et al., 2003) REGISTRO DA DIETA/DIÁRIO DE CONSUMO ALIMENTAR Paciente e/ou responsável anotam o que foi ingerido durante três dias consecutivos (pode se estender até 7 dias) Todo detalhe deve ser anotado: medicação, ingestão de balas e outros Anotar a unidade de medida e a hora em que foi ingerido Obs: Paciente apresentauma tendência de, consciente ou não, alterar seus hábitos (MENEGHIM, 2003; PEREIRA et al., 2003) HIGIENE BUCAL E ESCOVAÇÃO ODONTOLOGIA PREVENTIVA: PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO E DE MOTIVAÇÃO CONTROLE DO BIOFILME – ÚNICO MÉTODO CAPAZ DE MANTER O PACIENTE SEM A DOENÇA MOTIVAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO INCUTIDAS NO PACIENTE PELO CD COM RELAÇÃO AO CONTROLE DO BIOFILME SÃO FUNDAMENTAIS PARA O ÊXITO DO TRATAMENTO (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) HIGIENE BUCAL E ESCOVAÇÃO Cuidados com a saúde bucal deve ser apresentado ao paciente como cuidados inseridos na saúde geral, no contexto dos hábitos básicos de higiene, como tomar banho, lavar as mãos e cortar as unhas Como incentivar as crianças em casa? (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) Entre os hábitos mais comuns estão: Sucção de polegar, de outros dedos ou chupeta, sugar ou morder os lábios, respiração bucal, bruxismo, deglutição atípica e hábitos posturais Maloclusões como mordida aberta anterior e posterior, estreitamento de arcos dentários, deslocamentos dentários e mordidas cruzadas (GUEDES-PINTO, 2016; SOUKI et al., 2018) MOTIVAÇÃO Conhecimento interno e o desejo que o individuo tem pra agir CD deve estabelecer um ambiente de informação – seja pela PERSUASÃO, seja pela ARGUMENTAÇÃO -, auxiliando o paciente a realizar seu desejo de MUDANÇA O ÊXITO do tratamento está relacionado com a capacidade que o CD tem de MOTIVAR e EDUCAR os seus pacientes em relação aos recursos de higienização – e a MOTIVAÇÃO do paciente é muito mais IMPORTANTE que a técnica!!!! (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2016) PERIODICIDADE CONTROLE REGULAR – EFICÁCIA DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DETCÇÃO PRECOCE DE LESÕES DE CÁRIE, APLICAÇÃO TÓPICA DE FLÚOR, UTILIZAÇÃO DE SELANTES E REFORÇO AOS CUIDADOS DOMICILIARES MONITORAMENTO EM UM INTERVALO DE TEMPO MAIS CURTO PARA PACIENTES COM ALTO RISCO CÁRIE 70
Compartilhar