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Anticoncepção Hormonal

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Daniela Carvalho – Turma LVI 
ANTICONCEPCIONAL HORMONAL COMBINADO 
HISTÓRIA 
• A história da anticoncepção hormonal moderna começa na primeira metade da década de 1950, com 
o surgimento de uma pílula composta exclusivamente de progestagênios. O curto tempo de ação 
desse composto obrigou à esterificação dos progestagênios e levou ao surgimento de um grande 
número de novos ésteres de ação prolongada. Embora altamente eficazes, esses compostos 
contraceptivos provocavam sangramento irregular; a adição de um componente estrogênico 
melhorou significativamente esse controle. A partir de então, a chamada pílula anticoncepcional foi o 
grande marco da anticoncepção atual. 
CLASSIFICAÇÃO 
Anticoncepcionais hormonais combinados injetáveis 
• Utilizados mensalmente. 
• 2 extensamente estudados pela OMS: um deles é composto de 5 mg de valerato de estradiol e 50 mg 
de enantato de noretisterona, e o outro, de 5 mg de cipionato de estradiol e 25 mg de acetato de 
medroxiprogesterona. 
Anel vaginal contraceptivo 
• O anel vaginal é leve, flexível e composto por silicone inerte. Seu tamanho varia de 54 a 58 mm de 
diâmetro e libera esteroides quando em contato com a vagina. No Brasil, há uma única formulação 
que libera etonogestrel (120 µg por dia) e etinilestradiol (EE) (15 µg por dia). 
• O uso preconizado é que após a inserção seja mantido por três semanas e, então, removido por uma 
semana, e um novo anel deve ser recolocado. 
Via transdérmica 
• Composto por EE (20 µg por dia) e norelgestromina (150 µg por dia), o patch é aplicado uma vez por 
semana, seguido de uma semana livre de hormônios. 
Via oral 
• Inicialmente utilizado em regime terapêutico de 21/7 dias, ou seja, 21 dias de uso de hormônios, com 
pausa de sete dias livres de hormônios, atualmente apresenta o uso contínuo (não há interrupção das 
pílulas com hormônio) e o estendido (as pausas acontecem três a quatro vezes por ano). 
• Os COCs mudaram significativamente nos últimos cinquenta anos. Embora a maioria utilize o EE 
(etinilestradiol), as doses diminuíram de 50 µg para 30, 20 e 15 µg, e dois novos compostos utilizam 
estrógeno natural. Grande variedade de progestagênios está disponível, o que os classifica em 
gerações. Os compostos com levonorgestrel e a noretisterona constituem a segunda geração e 
gestodeno, desogestrel, norgestimato e acetato de ciproterona, a terceira. O uso da drospirenona 
como progestagênio inaugura a quarta geração. Entre as mais recentes formulações, estão um 
composto quadrifásico contendo valerato de estradiol e dienogeste e um monofásico combinando 
estradiol com acetato de nomegestrol. 
MECANISMO DE AÇÃO 
• Agem, primariamente, inibindo a secreção de gonadotrofinas. 
• Componente progestagênio: é o principal responsável pelos efeitos contraceptivos observados. O 
principal efeito do progestagênio é a inibição do pico pré-ovulatório do hormônio luteinizante (LH), 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
evitando, assim, a ovulação. Além disso, espessa o muco cervical, dificultando a ascensão dos 
espermatozoides; exerce efeito antiproliferativo no endométrio, tornando-o não receptivo à 
implantação; e altera a secreção e a peristalse das trompas de Falópio. 
• Componente estrogênico: age inibindo o pico do hormônio folículo-estimulante (FSH) e, com isso, 
evita a seleção e o crescimento do folículo dominante. Além disso, ele age para estabilizar o 
endométrio e potencializar a ação do componente progestagênio, por meio do aumento dos 
receptores de progesterona intracelulares. Essa última função do estrogênio possibilitou a redução do 
progestagênio nas formulações contraceptivas combinadas. 
EFICÁCIA 
• Seu uso correto e consistente é fundamental para manter a alta eficácia. 
• A eficácia anticonceptiva é avaliada pela taxa de gravidezes não planejadas durante um tempo 
específico de exposição ao anticoncepcional. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
Gerais: 
• Os efeitos gerais podem ser relacionados ao componente estrogênico, progestagênico ou a ambos. 
Vale apenas lembrar que mesmo o estrogênio natural (valerato de estradiol ou 17- betaestradiol) é 
capaz de promover os mesmos efeitos gerais que o EE; a única diferença entre estes compostos é no 
impacto metabólico. 
 
Metabólicos: 
• Sistema hemostático: 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
o O risco absoluto de trombose venosa profunda (TVP) em mulheres, sem fatores de risco, 
durante o menacme é muito baixo (menos de cinco casos por 10.000 mulheres). Os AHCs 
aumentam duas a seis vezes o risco de TVP comparados a não usuárias de AHC. O efeito pró-
coagulante do EE sobre os fatores de coagulação é dose-dependente, e doses menores que 50 
µg EE reduzem pela metade o risco de TVP. 
o O EE induz alterações no sistema de coagulação ao aumentar a síntese de alguns fatores de 
coagulação, reduzir alguns anticoagulantes naturais e, especialmente, promover resistência à 
proteína C ativada. 
o O componente progestagênio, quando associado ao estrogênio, também influencia no risco 
de trombose, sendo o levonorgestrel (o mais androgênico) o mais seguro, aumentando em 
duas vezes o risco comparado a não usuárias de métodos hormonais. Os demais 
progestagênios aumentam em quatro a seis vezes o risco, sem diferenças significativas entre 
ele. 
o A trombose arterial, representada pelo infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular 
cerebral (AVC), é uma patologia ainda mais rara durante o menacme. 
• Metabolismo de carboidratos: 
o O EE reduz a sensibilidade à insulina. As formulações com estrogênios naturais induzem menos 
resistência à insulina que as formulações com EE. 
• Metabolismo lipídico: 
o Comumente os AHCs podem aumentar o HDL e triglicérides (TG). O aumento de TG varia de 
30% a 80% dos valores iniciais, independentemente da via de administração, mantendo níveis 
dentro da normalidade. Esse aumento é provocado pela síntese hepática de TG pelo EE. Assim, 
em mulheres com hipertrigliceridemia, devem-se preferir os métodos não hormonais ou 
aqueles contendo apenas progestagênio. 
• Efeito na pressão arterial: 
o EE, presente na maioria do AHCs, combinados aumenta a síntese hepática de 
angiotensinogênio, que, por sua vez, eleva a pressão arterial sistêmica por meio do sistema 
renina-angiotensina-aldosterona. Esse efeito é relevante quando a mulher já é hipertensa, e a 
suspensão do método combinado é mandatória. 
CONTRAINDICAÇÕES 
• Os critérios médicos de elegibilidade elaborados pela OMS representam um consenso a respeito das 
indicações e contraindicações sobre o uso de qualquer contraceptivo em diversas situações clínicas e 
devem ser seguidos para prescrição dos contraceptivos. 
 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
 
 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
 
USO NÃO CONTRACEPTIVO 
• A anovulação age melhorando diversos sintomas da síndrome da tensão pré-menstrual (mastalgia, 
irritabilidade, cefaleia), da dismenorreia primária ou secundária, dos sintomas da endometriose e do 
volume da perda sanguínea. Também ajuda na redução e desaparecimento de cistos ovarianos 
simples, por vezes de grandes dimensões, devido ao “repouso ovariano”. As afecções benignas da 
mama e também o mioma uterino tendem a não mudar de tamanho durante o uso de métodos 
combinados, e até redução do volume é observada. 
• Os principais efeitos estrogênicos são: 
o Melhora do aspecto da oleosidade da pele (acne e espinhas) e cabelos; 
o Programação do sangramento por deprivação hormonal, levando a ciclos regulares, assim 
como a possibilidade de escolha do momento ideal para sangrar; 
o Melhora do hipoestrogenismo relativo de atletas de alta performance, diminuindo os riscos de 
fratura óssea espontânea e osteopenia; 
o Melhora da lubrificação vaginal (funciona melhor com doses de 20 mcg ou mais de EE ou com 
as formulações com estradiol); 
o Melhora da sexualidade – tranquilidade da não associação da vida sexual ao risco de gestação. 
Compostos com estradiol natural interferem menosno SHBG do que o EE, pois atuarão menos 
na testosterona livre e na libido de algumas mulheres; 
o Tratamento de sangramentos uterinos não estruturais – todos os métodos combinados têm 
efeito positivo, porém o EE via vaginal, pelo fato de manter os níveis sanguíneos de estrogênio 
semelhantes ao longo de 21 dias, tem eficácia superior; 
o Estrogênios absorvidos por via não oral (muscular, vaginal e transdérmico) têm como efeito 
benéfico adicional a não metabolização hepática de primeira passagem. 
• Progestagênios: 
o Melhora da acne e oleosidade da pele – associação de EE e drospirenona ou clormadinona; 
o Efeito diurético – associação de EE e drospirenona ou clormadinona; 
o Diminuição da dor desencadeada por endometriose – dienogeste isolado ou associado ao 
estradiol; 
o Controle dos sintomas da síndrome dos ovários policísticos – todos os métodos combinados 
têm efeito positivo, porém ressaltam-se as associações de EE com drospirenona e ciproterona; 
o Efeito contraceptivo estendido além de 24 horas para mulheres com aderência não ideal 
(atrasos na tomada da pílula): associação nomegestrol e 17-betaestradiol e EE. 
 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
USO CLÍNICO E MODO DE PRESCRIÇÃO 
• Mulheres apresentando ciclo menstrual devem, idealmente, iniciar o AHC até o quinto dia do ciclo 
menstrual e não precisam de método de backup. 
 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
• A OMS coloca como critérios de elegibilidade 3 para interação medicamentosa dos anticonvulsivantes 
como a fenitoína, a carbamazepina, os barbitúricos, a primidona, o topiramato e a oxcarbazepina, 
além da lamotrigina e da rifampicina. 
• Antifúngicos, antibióticos e antiparasitários não têm interação medicamentosa com os contraceptivos 
combinados hormonais (World Health Organization, 2015a). 
 
ANTICONCEPCIONAL HORMONAL SÓ DE PROGESTAGÊNIO 
INTRODUÇÃO 
Os progestagênios são esteroides que podem ser naturais ou sintéticos. A progesterona é um progestagênio 
natural que pode ser produzida após a ovulação pelo corpo lúteo, durante a gestação pela placenta, pelas 
adrenais e pelo sistema nervoso. Os progestagênios sintéticos tentam mimetizar a ação da progesterona e 
são classificados de acordo com sua formação, derivados da progesterona e da testosterona. Os que se 
originam da progesterona podem ser oriundos da 17- alfa-hidroxiprogesterona (17α-OH-progesterona) e da 
19-norprogesterona, apresentando as formas acetilada e não acetilada. os derivados da testosterona, da 19-
nortestosterona, são subdivididos em estranos (18 carbonos) e gonanos (17 carbonos). Os progestagênios. 
além de subdivididos quanto a sua origem, também são qualificados em gerações. 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
• O principal mecanismo de ação entre os hormonais é a inibição da ovulação resultante do bloqueio na 
liberação cíclica das gonadotrofinas pela hipófise, impedindo o pico pré-ovulatório do hormônio 
luteinizante (LH). Além disso, causa efeitos periféricos, como as transformações no muco cervical, que 
passa a ser “hostil” à espermomigração, no endométrio, que se torna pouco desenvolvido, e a 
diminuição na motilidade tubária. 
ANTICONCEPÇÃO ORAL 
O anticoncepcional hormonal oral que apresenta apenas o componente progestagênico, como o 
levonorgestrel, noretisterona ou linistrenol, é denominado de “minipílula”. 
O resultado inibitório de ovulação depende do progestagênio utilizado e de sua dose. 
• Métodos contendo noretisterona, levonorgestrel ou linestrenol -> maior eficácia durante o 
aleitamento materno. 
• Desogestrel -> para não lactantes confere maior proteção. 
Indicação 
• A utilização de progestagênios de forma isolada é ampla e apresenta poucas contraindicações, 
podendo ser indicada para qualquer faixa etária durante o menacme, da menarca a menopausa (no 
climatério), em nulíparas ou multíparas. 
• Pode ser utilizado em mulheres no pós-parto que estejam ou não amamentando, devendo ser 
introduzido após a sexta semana do parto para as que amamenta. 
• Entre os contraceptivos hormonais, a prescrição de método só com progestagênio pode ser uma 
opção para as pacientes que apresentam contraindicações para o uso de estrógeno. 
Forma de uso 
• Os anticoncepcionais orais contendo apenas progestagênio são de uso contínuo, sem interrupção 
entre as cartelas, com tomada de um comprimido por dia. 
• O seu efeito colateral mais comum está relacionado às alterações no padrão de sangramento, que se 
torna imprevisível. 
IMPLANTE 
• Implante de etnogestrel. No Brasil, o único implante liberado pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa) é o Implanon, que contém etonogestrel. 
• O etonogestrel é liberado lentamente durante pelo menos três anos, inicialmente com doses de 60 a 
70 mcg por dia, diminuindo para 35 a 45 mcg por dia no final do primeiro ano, 30 a 40 mcg por dia no 
final de o segundo ano, e depois de 25 a 30 mcg por dia no término do terceiro ano. Todos esses 
valores são acima dos considerados para inibição da ovulação. 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
Eficácia 
• O implante é um método contraceptivo de alta eficácia, apresentando taxas de falha (0,05%) menores 
do que as observadas na esterilização feminina (0,5%) ou masculina (0,15%). 
Duração da ação 
• O implante foi elaborado para ser utilizado por três anos, devendo ser retirado após esse período. 
Indicação 
• O implante de etonogestrel pode ser utilizado por mulheres em qualquer faixa etária, da adolescência 
ao climatério. Sua inserção é liberada para puérperas logo após o parto. 
• Contraindicações: gravidez e mulheres com câncer de mama. 
Inserção 
• A inserção do implante deve ser feita no membro superior não dominante e é um procedimento fácil 
e rápido que pode ser realizado no consultório. O implante pode ser inserido em qualquer momento, 
desde que se tenha certeza de que a mulher não esteja grávida. 
• Durante ou logo após a colocação do implante, a incidência de complicações costuma ser baixa (1% a 
2,9%), podendo ocorrer desconforto, formação de edema, hematoma, infecção local, quebra do 
implante, inserção profunda (no músculo) ou em local inadequado (axila). 
Efeitos adversos 
• Os efeitos colaterais mais comuns entre usuárias de implante de etonogestrel são as alterações no 
padrão de sangramento, que podem ser denominados de frequentes (mais de cinco sangramentos 
em 90 dias), prolongados (mais de 14 dias) ou irregulares. 
o Cerca de 20% das usuárias evoluem com amenorreia, 17% delas com sangramento prolongado 
e 6% com sangramento frequente. 
• Outras queixas incluem cefaleia, tontura, mudança de humor (nervosismo e depressão), ganho de 
peso, dores nas mamas, acne e, menos frequentemente, queda de cabelo e hirsutismo. 
Benefícios e riscos 
• Melhora da dismenorreia. 
• Com relação às alterações metabólicas lipídicas e de hidrato de carbono, os trabalhos relatam que 
esse método não tem efeito clinicamente significativo. 
Orientações 
• Há a necessidade de informar que a eficácia desse anticoncepcional pode ser reduzida na utilização 
de alguns medicamentos, como antibióticos (rifampicina) e anticonvulsivantes. O uso de método de 
barreira deve ser indicado. 
SISTEMA INTRAUTERINO COM LEVONOGESTREL 
• O sistema intrauterino (SIU) liberador de levonorgestrel (LNG) é um endoceptivo de longa ação (meia-
vida de cinco anos), reversível e altamente eficaz. Consiste de um pequeno dispositivo (32 mm) em 
forma de “T” que é inserido dentro do útero e que contém um reservatório com levonorgestrel (52 
mg) ao redor da haste vertical. 
• Ocorre uma liberação intrauterina de 20 mcg de LNG durante 24 horas. Após cinco anos, a dose 
liberada é menor, sendo reduzida para 10 mcg por dia. 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
Mecanismo de ação 
• O principal efeito do progestagênio (levonorgestrel) que compõe o SIU é a ação endometrial, 
causando sua atrofia e outras alterações (células epiteliais, estromais e fagocíticas). Também 
apresentaação no muco cervical. 
• A taxa de inibição de ovulação é inferior a 25% e o efeito contraceptivo é principalmente local. 
Indicação 
• Pode ser utilizado em qualquer faixa etária, da menarca à menopausa, independentemente da 
paridade. 
• Contraindicações: alterações locais como câncer de colo uterino, endometrial, mioma submucoso ou 
alguma malformação uterina (septo, útero bicorno) com distorção da cavidade, estenose cervical, 
doença inflamatória pélvica e infecção puerperal. Também não deve ser utilizado em mulheres na 
vigência de câncer de mama. 
Inserção 
• A inserção pode ser feita em qualquer momento do ciclo menstrual desde que se tenha certeza de 
que a mulher não esteja grávida. 
Benefícios e riscos 
• Apresenta alguns benefícios não contraceptivos como redução na duração e intensidade do 
sangramento uterino e melhora da dismenorreia primária. Há evidências de que a utilização desse 
método reduz a dor em mulheres com endometriose e adenomiose. 
• A utilização de métodos só com progestagênio não aumenta o risco de doenças cardiovasculares. 
Estudos não têm mostrado alteração do metabolismo lipídico. 
Eventos adversos 
• Algumas queixas são mais prevalentes nos primeiros meses de uso, como acne, dores nas mamas, 
cefaleia e alteração de humor. 
• A principal alteração e a causa mais comum de descontinuidade do método é a modificação do padrão 
de sangramento, principalmente nos primeiros três meses de uso. 
Orientações 
• As mulheres necessitam ser avaliadas cerca de quatro a seis semanas após a inserção e devem ser 
informadas sobre as queixas mais comuns. Como algumas usuárias não retornam para o seguimento, 
é interessante ensiná-las a sentir o fio na vagina, e em caso de não achá-lo, devem procurar orientação 
médica. 
INJETÁVEL TRIMESTRAL (ACETATO DE MEDROXIPROGESTERONA) 
• O método injetável trimestral contém o acetato de medroxiprogesterona de depósito. Pode ser 
utilizado pela via intramuscular ou subcutânea, mas em nosso país está disponível apenas para uso 
intramuscular. 
• Como os outros métodos só com progestagênio, atua principalmente pela inibição da ovulação, mas 
também há efeito no muco cervical, que ocorre a partir dos primeiros dias de utilização. 
• Apresenta boa eficácia, com taxa de falha em uso perfeito de 0,2% e em uso típico de 6%. 
 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
Indicação e contraindicações 
• É uma opção para mulheres que estejam amamentando e para as que apresentam alguma 
comorbidade como anemia, epilepsia, hipertensão arterial e outras. 
• Contraindicações: gravidez e câncer de mama. 
Benefícios e riscos 
• Grande número de usuárias apresenta amenorreia ou evolui para sangramento infrequente (menos 
do que três sangramentos no período de 90 dias) ou manchas, que tendem a diminuir com o tempo. 
Outro benefício é a redução de sintomatologia perimenstrual como a dismenorreia ou dores/sintomas 
de endometriose. 
• Alguns estudos mostram que a sua utilização pode reduzir o risco de câncer de endométrio e ovário. 
• O injetável trimestral devido a sua ação na inibição da ovulação pode causar diminuição nos níveis de 
estradiol e estrona. 
Eventos adversos 
• O principal efeito colateral são as alterações no padrão de sangramento. 
• Outra queixa comum é o ganho de peso, que pode ocorrer principalmente nas mulheres obesas. 
Também são descritas como frequentes a presença de cefaleia, queda de cabelo e alteração de humor 
(depressão) e libido. 
 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
A contracepção de emergência ocupa uma posição única entre os métodos contraceptivos, pois é utilizada 
após o ato sexual, reduzindo significativamente a taxa de gravidez não planejada e abortamento inseguro. 
Entre os métodos hormonais, podem ser utilizados os que contêm etinilestradiol e levonorgestrel (método 
Yuzpe), o levonorgestrel, o acetato de ulipristal e, menos frequentemente, a mifepristona. 
 
 
No Brasil, os métodos liberados para uso de anticoncepção de emergência são os hormonais combinados e 
os com progestagênio isolado (levonorgestrel). 
 
 
Daniela Carvalho – Turma LVI 
 
Mecanismo de ação 
• Não é completamente elucidado; de modo geral, agem impedindo ou atrasando a ovulação. Também 
alteram os níveis hormonais, interferindo no desenvolvimento folicular e na maturação do corpo lúteo 
e inibindo a fertilização. 
• O levonorgestrel, se utilizado antes da elevação dos níveis do LH, pode inibi-lo e interromper o 
processo ovulatório. O efeito é menor na presença do corpo lúteo, não sendo efetivo após a ocorrência 
da ovulação. 
Eficácia 
• A utilização do levonorgestrel previne cerca de dois terços das gestações se for iniciada até 24 horas 
do ato sexual. 
Indicação 
• A anticoncepção de emergência deve ser indicada para mulheres após relação sexual desprotegida 
(ausência de uso de método), na presença de suspeita de falha contraceptiva (rompimento de 
preservativo, esquecimento da pílula) ou quando há intercurso sexual contra a sua vontade (coerção, 
agressão, exploração). 
Eventos adversos 
• Os eventos adversos são relativamente leves e podem incluir náuseas, vômitos, cefaleia e tontura. 
 
Fonte - resumo baseado em: Tratado de ginecologia Febrasgo / editores Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá; 
coordenação Agnaldo Lopes da Silva Filho ...[et al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019.

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