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Trabalho Civil diferença entre cessão de crédito e endosso

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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo identificar as principais diferenças entre cessão de crédito e endosso, com isso buscou-se conceituar ambos os institutos de forma a se obter uma maior amplitude de pesquisa e de resultados. Nesses aspectos a finalidade foi entender as bases doutrinárias e legais do direito cambiário. 
O paradigma mercantil, visível desde a idade média, sendo seguido pelas expansões marítimas, pela acumulação de capitais e o escambo forçaram a padronização no modo de produção que se seguiria a intensificação da industrialização. Surgindo então a necessidade e o começo da criação do título de crédito, sendo uma importante discussão a sua circulabilidade, ou seja, a circulação do título e sua eficácia no espaço. Surgindo assim as questões de endosso e cessão de crédito.
Porém ambos institutos guardam grandes semelhanças, entretanto, as suas diferenças vão desde suas origens e conceituações até suas aplicabilidades práticas no mundo do comércio. Por isso o presente trabalho propõe minuciar o conceito de endosso e cessão civil de crédito, assim como identificar as principais diferenças que lhes tornam tão importantes.
2 TÍTULOS DE CRÉDITO
	
Conforme os artigos 887 a 926 do código civil o título de crédito é um documento que contém um direito de crédito e representa a obrigação desta dívida com as informações nele inscritas, sendo os mais conhecidos os cheques, as letras de câmbio, as notas promissórias e as duplicatas.
Com isso, pode-se extrair os princípios que norteiam esse tema, sendo eles:
· Princípio da Cartularidade: Onde Garante, portanto, este princípio, que o possuidor do título é o titular do direito de crédito;
· Princípio da Literalidade: Onde Para o credor e devedor só valerá o que estiver expresso no título. Deve, por conseguinte, constar a assinatura do avalista para que seja válido o aval, por exemplo;
· Princípio da Autonomia: Onde Não se vincula a cártula, portanto, ao negócio jurídico principal que a originou, visando, por fim, a proteção do possuidor de boa-fé.
Não gozam deste princípio todos os títulos de crédito, mas se pode observar ser ele válido para as notas promissórias e letra de câmbio.
Tendo os títulos de crédito duas estruturas de funcionamento que são: ordem de pagamento e a promessa de pagamento. Além dessas, existem outras características que configuram seu funcionamento, conhecidas como saque, aceite, aval e endosso.
3 CONCEITO DE CESSÃO DE CRÉDITO
Cessão de crédito é o ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula não à ordem transmite os seus direitos à outra pessoa, os mesmos encontram-se previstos nos artigos 286 ao 298 do Código Civil.	
De acordo com Gonçalves (2011):
Cessão civil de crédito, instituto de transferência deste que gera enormes inseguranças por admitir que sejam invocadas contra o cessionário as defesas pessoais do cedente. A cessão se faz a título derivado e não em caráter autônomo e independente (GONÇALVES, 2011, p. 11).
Continua o autor a esclarecer que “o art. 919 do Código Civil salienta que o recebimento de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil de crédito” (GONÇALVES, 2011, p. 48). Portanto, os dois institutos não se confundem e possuem definição distinta.
Lembrando que quem transfere o título de crédito só responde pela existência do título, mas não responde pelo seu pagamento. Entretanto, o devedor pode alegar contra o cessionário de boa-fé exceções pessoais.
4 CONCEITO DE ENDOSSO
Endosso é o ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula à ordem transmite os seus direitos à outra pessoa, ou seja, é o ato de transferir a propriedade de algo ou um título que, inicialmente, pertence a determinado indivíduo para outra pessoa. 
Para que se possa diferenciar dois institutos (endosso e sessão de crédito), é necessário defini-los ou conceituá-los. Sendo assim:
Referente ao endosso, faz de todo importante mencionar as sábias palavras de Coelho (2011, p. 286), segundo o qual "conceitua-se, então, endosso como o ato cambiário que opera a transferência do crédito representado por título 'à ordem”.
Conforme ensina o Instituto IOB (2013),
O conceito de endosso mais usado na doutrina é de que se trata de uma obrigação cambial pela qual se transfere a propriedade do título a outra pessoa. Endosso é a obrigação cambial (apenas está presente nos títulos de crédito) pela qual se transfere um título de crédito (IOB, 2013, on line).
Assim, percebe-se que para configurar o endosso pressupõe a existência de um crédito. Este sim estará sujeito ao endosso, porquanto da existência do chamado "título de crédito", em obediência ao princípio da cartularidade. Dessa forma o portador legítimo do título de crédito poderá endossá-lo para terceira pessoa, pois “os títulos de crédito são, em síntese, instrumentos de circulação de riqueza” (RAMOS, 2009, p. 227).
Nessa linha é o pensamento de Cometti, ensinando que,
Uma das principais características dos títulos de crédito é a sua circulabilidade. Assim, é por meio do endosso que o credor de um título de crédito nominativo à ordem, também chamado de endossante, transmite os seus direitos de credito a outra pessoa, denominada endossatária (COMETTI, 2011, p. 111).
Assim, é possível perceber que um mesmo título de crédito pode ser endossado várias vezes sem, contudo, perder a característica da circulabilidade. Contudo, “o cheque, em obediência ao disposto na legislação [...] só admite um único endosso, com o objetivo de evitar a circulação indevida do cheque sem o recolhimento da referida contribuição” (RAMOS, 2009, p. 255). 
Normalmente, o endosso é uma declaração feita no verso de um título de crédito garantindo que apenas o endossatário seja o beneficiado pela garantia do mesmo, tendo como exemplo os cheques, onde para que o endosso tenha validade basta que o endossante faça uma assinatura no verso do título, atribuindo o nome do endossatário, podendo assim o indivíduo que recebe o cheque descontá-lo.
Para que se possa cancelar um endosso, de acordo com os efeitos da lei do artigo 910 do código civil parágrafo terceiro, basta o endossante riscar a sua assinatura no título ou documento, extinguindo assim a validade do endosso.
Conforme a legislação brasileira os artigos 910 a 920 do código civil, referem-se ao título à ordem, sendo assim, seguem os tipos de endosso existentes:
· Endosso em preto: quando o nome do endossatário é especificado no título. Esta modalidade garante maior segurança ao título, visto que apenas a pessoa com a identidade mencionada neste pode usufruir do seu direito.
· Endosso em branco: não há a identificação do nome do endossatário. Neste caso, quem assume a posse do título exerce a função de endossatário. Normalmente, o endossante marca no verso do cheque, por exemplo, a ordem "ao portador".
· Endosso simples ou translativo: quando o endossatário se torna dono do título e credor.
· Endosso mandato (Procuração): quando o endossatário atua em nome do endossante. No entanto, neste caso, o endossatário não possui a propriedade do título, atuando apenas em prol do endossante.
· Endosso póstumo: realizado após o término da "vida útil" do título.
· Endosso caução: quando o endosso é feito com o objetivo de garantir o pagamento de uma dívida por parte do endossado.
5 DIFERENÇAS ENTRE CESSÃO DE CRÉDITO E ENDOSSO
Nas palavras de Gonçalves (2011) destaca-se algumas das características distintivas entre cessão de crédito e endosso.
Com efeito, enquanto o endosso é ato unilateral, a cessão de crédito é negócio jurídico, portanto, bilateral (formada pelo acordo de vontades das partes). A cessão pode ser feita da mesma forma que qualquer outro contrato, ao contrário do endosso, que só é admitido mediante assinatura e declaração apostas no título. O endosso confere direitos autônomos ao seu beneficiário (direitos novos em relação aos anteriores), ao passo que a cessão confere direitos derivados (os mesmos direitos de quem cedeu). Assim, enquanto o endossante, em regra, responde pela existência do crédito epagamento do título, o cedente responderá apenas pela existência do crédito. Para o endosso vigora o princípio da inoponibilidade das exceções; já a cessão admite que o devedor oponha contra o cessionário exceções que tinha contra o cedente (CC, art. 294). O endosso não pode ser parcial; a cessão civil, sim (GONÇALVES, 2011, p. 48).
Assim, verifica-se que a principal diferença entre cessão de crédito e endosso pauta-se na natureza do título e seus efeitos. Sendo o endosso, uma prática de ato unilateral e a cessão de crédito uma prática de ato bilateral.
Além disso, a figura do endosso exige solenidade formal para o seu aperfeiçoamento, qual seja: “a ordem” aposta no título, já na cessão de crédito pode ocorrer a simples tradição bastando a expressão “não à ordem”, ou seja, na cessão crédito é admissível que o devedor oponha contra o cessionário e no endosso prevalece a inoponibilidade.
6 CONCLUSÃO
Com isso, conclui-se que no Brasil ambos os institutos tem a importância de estabelecer uma maior estabilidade nas relações cambiárias e comerciais. 
Assim, o endosso tem a tarefa de pôr em circulação e em dinâmica o crédito, motivando o adimplemento das obrigações cambiárias. Com isso, considera-se que aquilo que não for endosso é cessão de crédito. Sendo ambos distintos, onde o endosso é um ato unilateral, e a cessão de crédito é bilateral. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. (Institui o Código Civil). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 07 fev. 2015.
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
COMETTI, Marcelo Tadeu. Direito comercial, direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2009.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Títulos de crédito e contratos mercantis. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
INSTITUTO IOB. Direito empresarial. Disponível em: <pt.scribd.com/doc/110063427/Empresa-Rial>. Acesso em 25 fev. 2013.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de direito empresarial: o novo regime jurídico-empresarial brasileiro. 3. ed. Salvador: JusPodivm, 2009.

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