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Noções de Terapia Antimicrobiana

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MICROBIOLOGIA 
AULA 6 
Noções de Terapia Antimicrobiana 
 INDICAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS 
O uso de antimicrobianos como terapia é indicado 
apenas em estado infeccioso causado por bactérias, 
fungos ou protozoários onde haja comprovada 
melhora com seu uso. A princípio não se faz uso de 
antimicrobianos em casos de virose, mas existem 
exceções. 
A comprovada melhora é quando temos um 
menor tempo de recuperação menor, os sintomas são 
mais brandos e existe uma possibilidade maior de evitar 
complicações. 
É importante a avalição da existência da 
comprovada melhora, pois até mesmo em alguns casos 
de doenças causadas por bactérias, como a diarreia 
bacteriana, não se faz necessário o uso de 
antimicrobianos. 
 
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO 
• Coleta de material clínico; 
• Identificação do agente etiológico; 
• Teste de sensibilidade a antimicrobianos (quando 
recomendado). 
→ Bastonetes gram negativos; 
→ Cocos gram positivos: Estafilococos e 
Enterococos. 
 
ESCOLHA DO ANTIMICROBIANO 
• Sensibilidade do microrganismo; 
• Propriedades farmacocinéticas da droga: 
→ Concentração no local; 
→ Via de administração; 
→ Dose; 
→ Intervalo entre as doses; 
→ Tempo de tratamento. 
• Condições do hospedeiro: 
→ Idade; 
→ Gravidez; 
→ Amamentação; 
→ Função renal e hepática; 
→ Funcionamento do sistema imune. 
 
 
ANTIMICROBIANOS NA GRAVIDEZ 
PROIBIDOS 
Quinolonas 
Eritromicina (Estotato) 
Claritromicina 
Tetraciclina 
COM CAUTELA 
Aminoglicosídeos 
Azitromicina 
Clindamicina 
Imipenem 
Vancomicina 
Trimetropim 
Metronidazol 
SEGUROS 
Penicilinas 
Cefalosporinas 
Eritromicina (Estearato) 
 
 ASSOCIAÇÃO DE DROGAS 
• Tratamento de infecções polimicrobianas; 
• Tratamento de infecções graves antes da 
identificação do agente (tratamento empírico); 
• Prevenção do aparecimento de resistência; 
• Obtenção de efeito sinérgico; 
 
 EFEITOS INDESEJADOS 
• Efeito irritativo; 
• Efeito alérgico; 
• Efeito tóxico; 
• Superinfecção: Desequilíbrio da microbiota 
provocado por antibióticos de largo espectro. 
→ Ex: Colite Pseudomembranosa (Clostridium 
difficile ou Staphylococcus aureus). 
 
 USO PROFILÁTICO 
• Prevenção de recorrência de Febre Reumática 
(Estreptococos pyogenes) em pacientes que já 
manifestaram a doença. 
• Prevenção de Endocardite em pacientes com lesão 
de válvula cardíaca ou prótese valvular. 
• Prevenção de Turberculose em comunicantes de 
bacilíferos, ou seja, pessoas que moram com 
doentes que eliminam a bactéria pelo escarro. 
• Erradicação do estado de portador sadio de 
Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae b. 
• Prevenção de infecção em sítio cirúrgico (ISC), em 
todas as cirurgias potencialmente contaminadas ou 
contaminadas e em alguns casos de cirurgias limpas. 
→ Cirurgias limpas: Realizadas em tecidos estéreis 
ou passíveis de descontaminação. Por exemplo, 
cirurgias ortopédicas eletivas, histerectomia 
abdominal, cirurgia cardíaca, matoplastia, 
mastectomia, neurocirurgia (por craniotomia) e 
cirurgia vascular. 
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→ Cirurgias potencialmente contaminadas: 
Realizadas em tecidos com microbiota pouco 
numerosa. Por exemplo, cirurgia gástrica ou de 
intestino delgado, feridas traumáticas limpas (até 
10h após o trauma), colecistectomia, cirurgia 
cardíaca prolongada com circulação extra-
corpórea. 
→ Cirurgias contaminadas: Realizadas em tecidos 
com microbiota abundante ou com 
contaminação do trato digestório, obstrução 
biliar ou urinária. Por exemplo, cirurgia de 
intestino grosso, desbridamento de 
queimaduras, cirurgia intranasal, bucal ou dental, 
cirurgia de vias biliares com obstrução, feridas 
traumáticas (após 10h do trauma), fraturas 
expostas (com atendimento após 10h do trauma). 
→ Cirurgias infectadas: São aquelas realizadas em 
qualquer órgão ou tecido em presença de 
processo infeccioso, tecido necrótico, corpos 
estranhos ou feridas de origem suja.

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