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2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 MICROBIOLOGIA AULA 6 Noções de Terapia Antimicrobiana INDICAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS O uso de antimicrobianos como terapia é indicado apenas em estado infeccioso causado por bactérias, fungos ou protozoários onde haja comprovada melhora com seu uso. A princípio não se faz uso de antimicrobianos em casos de virose, mas existem exceções. A comprovada melhora é quando temos um menor tempo de recuperação menor, os sintomas são mais brandos e existe uma possibilidade maior de evitar complicações. É importante a avalição da existência da comprovada melhora, pois até mesmo em alguns casos de doenças causadas por bactérias, como a diarreia bacteriana, não se faz necessário o uso de antimicrobianos. DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO • Coleta de material clínico; • Identificação do agente etiológico; • Teste de sensibilidade a antimicrobianos (quando recomendado). → Bastonetes gram negativos; → Cocos gram positivos: Estafilococos e Enterococos. ESCOLHA DO ANTIMICROBIANO • Sensibilidade do microrganismo; • Propriedades farmacocinéticas da droga: → Concentração no local; → Via de administração; → Dose; → Intervalo entre as doses; → Tempo de tratamento. • Condições do hospedeiro: → Idade; → Gravidez; → Amamentação; → Função renal e hepática; → Funcionamento do sistema imune. ANTIMICROBIANOS NA GRAVIDEZ PROIBIDOS Quinolonas Eritromicina (Estotato) Claritromicina Tetraciclina COM CAUTELA Aminoglicosídeos Azitromicina Clindamicina Imipenem Vancomicina Trimetropim Metronidazol SEGUROS Penicilinas Cefalosporinas Eritromicina (Estearato) ASSOCIAÇÃO DE DROGAS • Tratamento de infecções polimicrobianas; • Tratamento de infecções graves antes da identificação do agente (tratamento empírico); • Prevenção do aparecimento de resistência; • Obtenção de efeito sinérgico; EFEITOS INDESEJADOS • Efeito irritativo; • Efeito alérgico; • Efeito tóxico; • Superinfecção: Desequilíbrio da microbiota provocado por antibióticos de largo espectro. → Ex: Colite Pseudomembranosa (Clostridium difficile ou Staphylococcus aureus). USO PROFILÁTICO • Prevenção de recorrência de Febre Reumática (Estreptococos pyogenes) em pacientes que já manifestaram a doença. • Prevenção de Endocardite em pacientes com lesão de válvula cardíaca ou prótese valvular. • Prevenção de Turberculose em comunicantes de bacilíferos, ou seja, pessoas que moram com doentes que eliminam a bactéria pelo escarro. • Erradicação do estado de portador sadio de Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae b. • Prevenção de infecção em sítio cirúrgico (ISC), em todas as cirurgias potencialmente contaminadas ou contaminadas e em alguns casos de cirurgias limpas. → Cirurgias limpas: Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação. Por exemplo, cirurgias ortopédicas eletivas, histerectomia abdominal, cirurgia cardíaca, matoplastia, mastectomia, neurocirurgia (por craniotomia) e cirurgia vascular. 2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 2 → Cirurgias potencialmente contaminadas: Realizadas em tecidos com microbiota pouco numerosa. Por exemplo, cirurgia gástrica ou de intestino delgado, feridas traumáticas limpas (até 10h após o trauma), colecistectomia, cirurgia cardíaca prolongada com circulação extra- corpórea. → Cirurgias contaminadas: Realizadas em tecidos com microbiota abundante ou com contaminação do trato digestório, obstrução biliar ou urinária. Por exemplo, cirurgia de intestino grosso, desbridamento de queimaduras, cirurgia intranasal, bucal ou dental, cirurgia de vias biliares com obstrução, feridas traumáticas (após 10h do trauma), fraturas expostas (com atendimento após 10h do trauma). → Cirurgias infectadas: São aquelas realizadas em qualquer órgão ou tecido em presença de processo infeccioso, tecido necrótico, corpos estranhos ou feridas de origem suja.
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