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DIREITO 
PROCESSUAL DO 
TRABALHO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever o conceito e a capacidade de ser parte, esclarecendo quem 
são os sujeitos do processo.
 > Definir litisconsórcio e intervenção de terceiros.
 > Explicar o significado de legitimidade ativa e passiva e de legitimidade 
processual.
Introdução
Neste capítulo, vamos tratar das partes no processo do trabalho e de suas 
características. Assim, a princípio, analisaremos seus consoantes dispositivos, 
como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o Código de Processo Civil 
(CPC), bem como a interpretação jurisprudencial e doutrinária sobre o tema. 
Nesse sentido, vamos examinar as discussões sobre os sujeitos processuais, 
a capacidade de ser parte e a capacidade postulatória, também conhecida 
como jus postulandi. Além disso, vamos abordar o regime do litisconsórcio e 
suas classificações, bem como a intervenção de terceiro e suas respectivas 
aplicabilidades no processo do trabalho. Por fim, falaremos sobre a legitimidade 
processual, ordinária e extraordinária, a representação das pessoas físicas 
e jurídicas, o substituto e sucessor processual e o emprego de todos esses 
institutos nas demandas trabalhistas.
As partes no 
processo do trabalho
Anna Carolina Gomes dos Reis
Das partes processuais: capacidade
Os sujeitos do processo são todos aqueles que participam da relação proces-
sual e fazem parte desse grupo: os sujeitos da lide, comumente denominados 
partes (autor e réu), e os sujeitos imparciais. As partes, no Direito Processual, 
são as pessoas que compõem a relação processual, mas possuem interesse 
no julgamento favorável da ação judicial; ou seja, são marcados pela carac-
terística da parcialidade. As partes são o autor (quem postula) e o réu (contra 
quem é postulado). 
Há, também, os sujeitos imparciais que participam do processo, que são 
o juiz e os demais auxiliares de justiça. Especificamente, o juiz representa o 
Estado, em sua função de julgar com imparcialidade, conformando os casos 
concretos ao ordenamento jurídico por meio dos métodos de interpretação, 
e os auxiliares da Justiça são as pessoas que ocupam cargos e/funções públicas 
sem interesse no processo, como, por exemplo, oficiais de justiça, tradutores, 
intérpretes, peritos, oficiais de apoio, etc.
Temos, também, os sujeitos que atuam no processo, como os advogados, 
no patrocínio das partes, e o Ministério Público do Trabalho. O Ministério 
Público é sujeito imparcial, pois age em conformidade com o interesse pú-
blico, não segundo interesses particulares ou de quem esteja representando, 
conforme determina o art. 127 da Constituição Federal (BRASIL, 1988). Por 
outro lado, os advogados são sujeitos parciais, pois agem orientados pelos 
interesses dos clientes e recebem honorários para tal tipo de defesa.
Sobre a discussão a respeito dos sujeitos do processo versus sujeito da 
lide, explica Carlos Bezerra Leite (2016, documento on-line) que:
A expressão “sujeitos do processo” possui significado mais abrangente do que 
“sujeitos da lide ou da demanda”. Os sujeitos da lide são os titulares da relação 
de direito material que figuram como partes no conflito de interesses deduzido 
em juízo. Nesse sentido, todos os que participam do contraditório são sujeitos 
da lide. Nem sempre coincidem os sujeitos da lide com os sujeitos do processo. 
No caso de substituição processual, por exemplo, o substituto é sujeito do processo 
(e da ação), e o trabalhador substituído processualmente é o sujeito de direito 
material (ou da lide). 
Falemos, agora, dos pressupostos processuais denominados capacidade 
de ser parte e a capacidade postulatória.
A capacidade de ser parte é dada a toda pessoa física, independentemente 
da idade, de condição física ou mental, ou à pessoa jurídica. Todas essas 
pessoas, havendo interesse jurídico, podem propor ou defender-se em ações 
judiciais, bem como intervir em um processo. Existem, ainda, outros entes 
As partes no processo do trabalho2
abstratos não reconhecidos juridicamente como pessoas jurídicas, mas que 
têm capacidade de ser parte, como ocorre com a massa falida, o espólio, 
o Ministério Público, etc.
A capacidade processual é concedida a quem possui a faculdade 
de exercer todos os atos da vida civil e administrar livremente seus 
bens, conhecida como capacidade civil plena. Na maioria das vezes, a pessoa 
que tem capacidade de ser parte também possui capacidade processual, mas 
haverá exceções, conforme explicaremos na última seção.
Por outro lado, a capacidade postulatória, ou jus postulandi, é a capa-
cidade técnica conferida pelo ordenamento jurídico aos advogados para 
praticar atos processuais. Todavia, no processo do trabalho, a capacidade 
postulatória não é exclusiva dos advogados, pois é facultada diretamente aos 
empregados e aos empregadores, nos termos do art. 791 da CLT (BRASIL, 1943, 
documento on-line), que assim dispõe: “Os empregados e os empregadores 
poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar 
as suas reclamações até o final”. Pode-se dizer, portanto, que o jus postulandi, 
no processo do trabalho, é a capacidade conferida por lei às partes, como 
sujeitos da relação de emprego, para postularem diretamente em juízo, sem 
necessidade de serem representadas por advogado. 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT (BRASIL, 1943), 
limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não 
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os 
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), conforme 
estabelece a Súmula nº 425 do TST (BRASIL, 2010).
Litisconsórcio e intervenção de terceiro
Conforme explicitado anteriormente, as partes compõem a relação jurídica 
processual. Nesse sentido, se houver apenas um autor, no polo ativo, ou um 
réu, no polo passivo, classificamos essa situação como partes singulares. 
Entretanto, há processos em que encontramos vários autores e/ou réus, 
ou seja, uma pluralidade de partes, subjetivamente vinculadas, o que é cha-
mado de litisconsórcio.
As partes no processo do trabalho 3
 O litisconsórcio é conceituado no art. 113 do CPC e acontece nas hipóteses 
em que duas ou mais pessoas venham a litigar, no mesmo processo, em con-
junto, ativa ou passivamente, quando, entre elas, houver comunhão de direitos 
ou de obrigações relativamente à lide, entre as causas, houver conexão pelo 
pedido ou pela causa de pedir ou quando ocorrer afinidade de questões por 
ponto comum de fato ou de direito. Se houver muitos litisconsortes e eles 
venham a comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o 
cumprimento da sentença, caberá ao juízo limitar o litisconsórcio facultativo 
quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de 
sentença ou na execução (BRASIL, 2015). 
Para Carlos Bezerra Leite (2016), o litisconsórcio, aos moldes do 
processo civil, é perfeitamente aplicável ao processo trabalhista 
e pode contribuir para a resolução de demandas de forma mais rápida, pois 
permite a solução de um conflito entre vários sujeitos, em único processo.
 O litisconsórcio possui várias classificações, detalhadas a seguir.
 � Litisconsórcio ativo: quando dois ou mais sujeitos ajuízam ação traba-
lhista em face de uma pessoa (réu). E o caso quando vários empregados 
decidem postular em juízo contra um mesmo empregador. Recebe o 
nome de “reclamatória plúrima”.
 � Litisconsórcio passivo: quando uma única pessoa propõe ação contra 
vários réus. No processo do trabalho, é disciplinado pelas regras do 
CPC e é muito comum nos casos em que há responsabilidade solidária 
ou subsidiária de empresas ou pessoas físicas.
 � Litisconsórcio misto: quando há pluralidade de autores e de réus na 
mesma ação. 
 � Litisconsórcio inicial: quando é formado desde o início da propositura 
da ação.
 � Litisconsórcio ulterior: quando a formação da pluralidade de autores 
e de réus se dá no curso do procedimento. 
 � Litisconsórciofacultativo: é aquele que decorre da vontade das partes.
 � Litisconsórcio necessário: quando a lei determina a obrigatoriedade 
de pluralidade de partes. Essa modalidade de litisconsórcio, até a 
reforma trabalhista, por meio da Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, era 
As partes no processo do trabalho4
inadmitida no processo do trabalho. Com a introdução do art. 611-A, 
§ 5º, na CLT pela mencionada reforma, os sindicatos subscritores de 
convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão parti-
cipar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva 
que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos.
 � Litisconsórcio unitário: quando a sentença é uniforme a todos os 
litisconsortes.
 � Litisconsórcio simples: quando a sentença pode ser distinta para cada 
um dos litisconsortes.
O litisconsórcio por cumulação objetiva é previsto no art. 842 da CLT, 
que dispõe que, sendo várias as reclamações e havendo identidade 
de matéria, elas poderão ser cumuladas em um só processo, caso se trate de 
empregados da mesma empresa (BRASIL, 1943). Dessa forma, a cumulação 
objetiva possui aspectos que a diferenciam do litisconsórcio (cumulação sub-
jetiva), pois o último reúne demandantes ou demandados no mesmo processo, 
enquanto a cumulação objetiva reúne vários processos em razão do objeto, 
mesmo que não sejam exatamente as mesmas partes, no intuito de prolatar 
decisões iguais (PAMPLONA FILHO; SOUZA, 2020). 
Agora, vamos analisar a intervenção de terceiro.
Podemos definir o terceiro como aquele que, embora tenha interesse 
jurídico em determinada relação processual, inicialmente não participa do 
processo. Entretanto, uma vez que uma decisão de mérito possa vir a afetar 
esse terceiro, a legislação processual autoriza, de forma voluntária e não obri-
gatória, o uso da intervenção de terceiro. Para que esse terceiro possa fazer 
uso dos mecanismos da intervenção no processo, é preciso que demonstre 
interesse jurídico, ou seja, que a decisão judicial possa vir a lhe afetar direitos.
Existem vários tipos de intervenção de terceiros possíveis no Direito 
Processual. A CLT, exceto sobre a desconsideração da personalidade jurídica, 
nada dispõe sobre a intervenção de terceiro no processo trabalhista, razão 
pela qual, nas hipóteses em que é possível a aplicação de tal instituto, faz-se 
uso das normas previstas no CPC, interpretação doutrinária e jurisprudencial 
(BRASIL, 1943, 2015). A seguir, vamos entender os conceitos de cada modalidade 
e a discussão em torno da aplicação no processo trabalhista.
As partes no processo do trabalho 5
Consoantes com as modalidades previstas no CPC, temos a assistência, 
a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o incidente de desconsi-
deração da personalidade jurídica, o amicus curiae e a oposição.
A assistência, nos termos do art. 119 do CPC (BRASIL, 2015), sucede quando, 
pendendo causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro juridicamente inte-
ressado em que a sentença seja favorável a uma das partes poderá intervir 
no processo para assisti-la. A assistência será admitida em qualquer proce-
dimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente no estado 
em que se encontre o processo. Contudo, a legislação processual admite o 
terceiro, como assistente, se demonstrar que será afetado juridicamente com 
a decisão a ser proferida no processo. Temos, pois, dois tipos de assistência: 
a simples e a litisconsorcial.
A assistência simples ocorre quando o terceiro demonstra que a decisão 
poderá afetar a esfera de seus direitos. Nessa modalidade, o assistente 
atuará como auxiliar da parte principal, sujeitando-se aos mesmos ônus 
processuais que o assistido. Ele não é parte processual e não pode agir de 
maneira contrária aos interesses do assistido, não defendendo interesse 
próprio. Se o assistido for revel ou omisso, será considerado seu substituto 
processual, conforme interpretação dada ao parágrafo único do art. 121 do 
CPC (BRASIL, 2015).
A assistência litisconsorcial, por sua vez, sucede quando o assistente 
atua em seu nome, direito próprio e sempre que a sentença influir na relação 
jurídica entre ele e o adversário do assistido.
Já a denunciação à lide possui fundamento no direito de regresso e ocorre 
quando a parte aponta um terceiro como responsável pelo ressarcimento de 
prejuízos que venha a sofrer em decorrência do processo judicial. Nesse caso, 
o terceiro é considerado parte, desde que sua participação seja requerida 
a tempo pelas partes e que procedida sua regular citação. Para o judiciário 
trabalhista, não é possível denunciação à lide no processo do trabalho em 
face da ausência de competência dessa Justiça especializada na Constituição 
(PAMPLONA FILHO; SOUZA, 2020).
O chamamento ao processo é um tipo de intervenção de terceiro de na-
tureza coercitiva, pois independe da vontade do terceiro, bastando, exclusi-
vamente, sua citação válida. De modo geral, essa modalidade de intervenção 
de terceiro é inadmitida pelo judiciário trabalhista.
Por sua vez, a desconsideração da personalidade jurídica é espécie de 
intervenção de terceiro que está condicionada ao pedido, incidental da parte 
ou do Ministério Público, desde que fiquem demonstrados os requisitos legais, 
como o abuso de personalidade jurídica pelo desvio de finalidade, confusão 
As partes no processo do trabalho6
patrimonial, etc. Essa é a única modalidade que se encontra abordada na CLT, 
no art. 855-A, que dispõe que “aplica-se ao processo do trabalho o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica” (BRASIL, 1943, documento on-line). 
 O amicus curiae consistem em uma espécie de intervenção em que o 
terceiro, a partir de conhecimento técnico da matéria discutida no processo, 
auxilia e contribui para a formação do convencimento do juízo. O amicus 
curiae pode ser incluído no processo a pedido das partes ou de ofício e não 
pode recorrer da decisão por não ter interesse recursal, manifestando-se, 
em geral, de forma escrita ou sustentando oralmente.
Por fim, convém mencionar a oposição, uma forma de intervenção espon-
tânea de terceiros que tem natureza de ação. A oposição provoca a formação 
de um novo processo independente, mas que será distribuído por dependência 
e julgado em conjunto com a ação principal. Apesar das divergências sobre 
a oposição no processo do trabalho, ela é admitida nos casos em que um 
terceiro se considere titular de algum bem que esteja sendo discutido em 
ação trabalhista (LEITE, 2016).
Desse modo, pode-se afirmar que, no processo do trabalho, em face da 
ausência de dispositivos legais na CLT, a intervenção de terceiro ainda se 
encontra em fase de construção doutrinária e jurisprudencial, analisada em 
cada caso concreto, em que há muitas divergências. Nesse caso, é importante 
o constante acompanhamento das discussões sobre o tema, no âmbito dos 
Tribunais e das academias, a fim de verificar uma possível consolidação de 
entendimentos acerca da intervenção de terceiros no processo trabalhista.
Legitimidade processual ativa e passiva 
Quando falamos em legitimidade processual, significa dizer que a parte que 
propõe ou contra quem é proposta a demanda é o titular ou possui interesse 
sobre o direito pretendido. Dessa forma, temos a legitimidade de partes, que, 
conforme determinação legal, permite aferir se alguém pode, em seu próprio 
nome, pleitear direitos, existindo, portanto, a legitimidade ativa e a passiva. 
A legitimidade ativa é do autor que, na Justiça do trabalho, em sede das 
ações reclamatórias trabalhistas, é chamado de “reclamante”. Já a legitimi-
dade passiva é a do réu, quem está no lado oposto da demanda. No processo 
trabalhista, geralmente é o empregador, e recebe o nome de “reclamada”. 
Ainda, a legitimidade pode ser ordinária, quando o próprio titular do direito 
material também é parte integrante no processo, ou seja, detém a legitimidade 
processual, ou extraordinária, nos casos em que a parte possui legitimidade 
processual, mas nãoé titular do direito material. Nesse caso, tão somente 
As partes no processo do trabalho 7
defende direitos e interesses alheios, situação chamada de “substituição 
processual”. Para haver substituição processual, tanto no polo ativo quanto 
no polo passivo, é preciso autorização da lei, já que o art. 18 do CPC dispõe 
que ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico (BRASIL, 2015).
A substituição processual, no processo do trabalho, é exercida por 
meio dos sindicatos, na defesa dos interesses da categoria, na forma 
do art. 8, III, da Constituição Federal: “É livre a associação profissional ou sin-
dical, observado o seguinte: [...] III — ao sindicato cabe a defesa dos direitos e 
interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais 
ou administrativas” (BRASIL, 1988, documento on-line).
No estudo da legitimidade extraordinária, há, também, o instituto da 
representação e assistência, que concedem legitimidade a alguém para agir 
em nome de outrem. A representação pode ser legal, quando decorre de 
previsão no ordenamento jurídico, como é o caso de sindicato que representa 
a categoria em juízo, conforme os arts. 8º, III, da Constituição (BRASIL, 1988) 
e 513, a, da CLT (BRASIL, 1943), ou convencional, quando a empresa envia 
preposto para agir em seu nome nas audiências trabalhistas, nos dissídios 
individuais ou coletivos.
Além disso, a representação pode ser total, quando o representante 
detém poder de representar o titular em todos os atos processuais (como, 
por exemplo, a representação do menor de 16 anos pelos pais ou tutores), 
ou parcial, prevista no art. 843, § 2º, da CLT, que permite a representa-
ção do reclamante por outro empregado que pertença à mesma profissão, 
ou pelo seu sindicato, nos casos em que o trabalhador, por doença ou qualquer 
outro motivo poderoso devidamente comprovado, não possa comparecer no 
ato processual (BRASIL, 1943).
No caso das pessoas jurídicas ou entes sem personalidade, estas, nas 
audiências na Justiça do Trabalho, serão representadas pelo preposto, como 
dispõe o art. 843, § 1º, da CLT, que prevê que é facultado, ao empregador, 
fazer-se substituir pelo gerente ou qualquer outro preposto que tenha co-
nhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente e vincularão 
o representado para fins de confissão (BRASIL, 1943).
As partes no processo do trabalho8
Sobre os representantes processuais, no art. 75 do CPC, consta que serão 
representados em juízo, ativa e passivamente (BRASIL, 2015, documento 
on-line):
I — a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vin-
culado; 
II — o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III — o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV — a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado 
designar; 
V — a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI — a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII — o espólio, pelo inventariante; 
VIII — a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem 
ou, não havendo essa designação, por seus diretores; 
IX — a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem per-
sonalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; 
X — a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador 
de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; 
XI — o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
 A assistência incide nas hipóteses que o sujeito apenas auxilia a parte, 
para que ele possa se manifestar. É o exemplo dos pais quando assistem os 
filhos de 16 a 18 anos. Na assistência, o assistente sempre deve considerar a 
vontade do assistido, quando for exercer algum ato processual, como aceitar 
ou recusar uma proposta de acordo. 
Finalmente, convém mencionar a sucessão processual, que sobrevém 
quando há substituição da parte em razão da modificação da titularidade 
do direito material debatido em juízo. A título de exemplo, a sucessão pro-
cessual pode acontecer quando uma das partes pessoa física vier a fale-
cer. Nesse caso, a sucessão processual será feita conforme o art. 1º da Lei 
nº 6.858, de 24 de novembro de 1980, ou seja, sucederão, processualmente, 
os dependentes do falecido, habilitados como dependentes junto ao Instituto 
Nacional de Seguridade Social e, caso não haja a habilitação nesse órgão, 
a sucessão ocorrerá nos moldes da lei civil (BRASIL, 1980).
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência 
da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 27 nov. 2020.
BRASIL. Decreto lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a consolidação das Leis 
do Trabalho. Brasília, DF: Presidência da República, 1943. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 27 nov. 2020.
As partes no processo do trabalho 9
BRASIL. Lei nº 6.858, de 24 de novembro de 1980. Dispõe sobre o Pagamento, aos 
Dependentes ou Sucessores, de Valores Não Recebidos em Vida pelos Respectivos 
Titulares. Brasília, DF: Presidência da República, 1980. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6858.htm. Acesso em: 27 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, DF: 
Presidência da República, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 27 nov. 2020.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº 425 do TST. JUS POSTULANDI NA 
JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 
04.05.2010. Brasília, DF: TST, 2010. Disponível em: http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/
Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_401_450.html#SUM-425. Acesso em: 27 nov. 2020.
LEITE, C. H. B. Curso de direito processual do trabalho. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
E-book.
PAMPLONA FILHO, R.; SOUZA, T. R. P. Curso de direito processual do trabalho. 2. ed. São 
Paulo: Saraiva Educação, 2020.
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As partes no processo do trabalho10

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