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Lídia negrao – med 3 1 Fisiologia do parto OBJETIVOS: 1. Caracterizar os tipos de partos (parto normal, humanizado e cesariana) • Indicações • Contraindicações 2. Descrever as fases clínicas do trabalho de parto e seus mecanismos 3. Caracterizar a placenta e sua contribuição durante a gestação • Hormônios TIPOS DE PARTO: Parto normal à É o mais convencional, já que a mulher entra em trabalho de parto espontaneamente, normalmente entre a 37ª e 42ª semana de gravidez e é indicado para quase todas as mulheres. Se inicia com as contrações que passam a ficar mais frequentes e doloridas. Analgesia: Peridural (lombar) e a raquidiana (na medula). Parto Natural à Esse ocorre com o mínimo de intervenções médicas possíveis, ou seja, muitas vezes sem acompanhamento médica e uso de analgesia, sem fórceps e geralmente feito em casa por uma doula. Parto Humanizado à O parto humanizado é como uma ‘’técnica’’, mas sim, um parto em que a mãe tem direito a escolher o locas, posição, iluminação, se quer analgesia, se quer convidados, se quer uma doula ou obstetra, ou os dois. Parto Cesariano à O parto cesariano só é recomendado em casos que o parto normal não tem como ser realizado. Porem, isso não é mais seguido, por vontade da mãe e ate mesmo vontade médica de conseguir realizar mais partos por dia. Analgesia: raquidiana é a mais recomendada. FASES CLÍNICAS DO TRABALHO DE PARTO: A gravidez tem 4 etapas clínicas distintas. 1. A fase latente, é a fase em que se inicia as contrações e a dilatação, é quando o corpo da mulher começa a se preparar para o nascimento do bebê, por isso é a etapa mais longa do processo. Pode começar alguns dias ou algumas horas antes da chegada do bebê. As características principais são a dilatação do útero e o inicio das contrações, que podem começar irregulares, ficando mais fortes com o tempo. 2. A fase ativa, é quando o colo do útero chega a seis centímetros de dilatação. Já nessa etapa, as contrações ficam ainda mais fortes e mais ritmadas, é a fase que mais exige do corpo da mulher. O processo termina quando a Lídia negrao – med 3 2 dilatação chega ao dez centímetros e o corpo está pronto para a fase expulsiva. 3. Fase expulsiva, é quando o colo do útero chega a 10cm de dilatação. Nessa etapa acontece o nascimento do bebê, nesse momento que a mulher sente vontade de fazer força pra facilitar a expulsão do bebê, quando a coroa do bebe começa a sair é comum ter a sensação de calor e ardor, e é necessário que relaxe o períneo e a musculatura do assoalho pélvico. 4. Fase de dequitação, o corpo se prepara para expulsar a placenta e a bolsa vazia de liquido amniótico, nessa etapa ainda acontecem contrações, mas, dessa vez fracas, que facilitam que a placenta se desprenda da parede uterina. à Resumindo: 1. Dilatação: Contraçōes rítmicas e regulares, esvaecimento, dilatação e contração de Braxton – Hicks (fase latente) 2. Expulsão: Dilatação completa, dinâmica uterina 3. Dequitação: Baudeloque – schultze (75 – 80%) Baudeloque – ducan (25-20%) 4. Período de Greenberg: Miotamponagem (ligaduras vivas de pinard); Trombotamponagem; Indiferença uterina; Contração fixa (globo de segurança) MECANISMOS DO PARTO: No mecanismo do parto o feto é ‘’móvel’’, e percorre o trajeto (bacia), impulsionado pelas contrações uterinas. Sua flexão, se assemelha com um ovoide e vai se chamar ‘’ovoide fetal’’ e aí se divide em ovoide cefálico (cabeça) e o córmico (tronco e membros). O polo cefálico é o mais importante durante a parturição. à O feto é compelido a executar certo número de movimentos passivos à Adaptam o feto as diferentes formas do canal à Com esses movimentos os diâmetros fetais se reduzem e se acomodam aos pélvicos. TEMPOS DO MECANISMO: à Costuma-se dividir-se em vários tempos, em cada fase de uma forma minuciosa. à Insinuação: • A insinuação, é a passagem da maior circunferência (coroa) através do anel do estreito superior. • Tem como tempo preliminar a redução dos diâmetros, o que na apresentação cefálica é conseguido pela flexão (apresentação do vértice) ou pela deflexão (apresentação da face) • Na apresentação pélvica, a redução dos diâmetros é obtida comprimindo os membros Lídia negrao – med 3 3 inferiores sobre o tronco ou desdobrando dos troncos • Nas apresentaçōes córmicas, a insinuação não ocorre com feto de tamanho normal, por conta dos diâmetros. Ou seja, parto vaginal é impossível. • Para que se processe a insinuação, é necessário haver redução dos diâmetros da cabeça, o que será obtido pela orientação de diâmetros e por flexão. • No inicio dessa fase, a cabeça fetal encontra-se acima do estreito superior da bacia em flexão moderada, com a sutura sagital no sentido obliquo esquerdo e com a pequena fontanela voltada pra esquerda. • O encaixamento depende essencialmente da morfologia da pelve. • Na ginecoide, ele se dá, geralmente pelo diâmetro transverso; • Na androide, as posições transversas são cerca de 3x mais comuns que as anteriores e as posteriores reunidas, sendo essas ultimas de maior incidência. • Na antropoide, é menor a frequência de encaixamento pelo diâmetro transverso; • Na platipeloide, a cabeça deve ser encaixada quase obrigatoriamente através dos diâmetros transversos. De qualquer maneira, o aproveitamento dos diâmetros oblíquos ou transversos (os amplos do estreito superior) é indispensável para a passagem do diâmetro anteroposterior, o maior da circunferência de encaixamento. • Atitude de moderada flexão (indiferente), a cabeça se encontra no inicio do mecanismo, apresenta ao estreito superior da bacia o diâmetro occipitofrontal, maior que o suboccipitobregamatico, que mede 9,5cm. • A flexão da cabeça é explicada por 3 teorias distintas. 1. Teoria de Zweifel, a implantação da coluna cervical na base do crânio se faz mais para o lado occipital do que a da face, criando a condição de uma alavanca de braços desiguais, onde a contrapressão exercida pelo contato das bordas da pelve, representando forças iguais nos dois extremos da alavanca, domina o braço mais longo, que é a face, por isso um extremo sobe e o outro desce 2. Teoria de Lãs, define que pressões laterais exercidas sobre a cabeça pelo canal de parto alcançam níveis diferentes, sendo o mais baixo o lado occipital. A ação das linhas de força em sentido Lídia negrao – med 3 4 oposto resulta no abaixamento occipital. 3. Teoria de Sellheim explica que mediante uma diferença de pressão atmosférica, quando um elipsoide de rotação, colocado obliquamente ao seu eixo, progride através de um tubo reto, igual ao canal do parto, o elipsoide dispõe-se de modo que seu eixo maior coincida com o eixo do tubo. Essas teorias não se contradizem, explicam a mesma coisa de formas diferentes. A insinuação ocorre por dois processos diferentes à Estática, processada na gravidez em 50% primigestas. Flexão por aconchego no segmento inferior e na descida, juntamente com o útero, por tração dos ligamentos sustentadores do órgão e pressão das paredes abdominais à Dinâmica, que surge no fim da dilatação cervical, ou no inicio do período expulsivo nas multíparas. Flexão por contato com o estreito superior da bacia e descida à custa das contrações expulsivas. à PARA QUE SE PROCESSE A INSINUAÇÃO É NECESSÁRIO QUE OCORRAM A FLEXÃO, O ACAVALGAMENTO E O ASSINCLITISMO. A insinuação estática é a mais favorável para o parto, desde que proporcione boa proporção céfalopélvica. à Acavalgamento Ósseo • Reduz as dimensões da cabeça óssea fetal porque os frontais e o occipital se locam por baixo dos parietais, e a borda interna de um parietal se sobrepõe a outra. à Assinclitismo • Devido ao volume grande da cabeça fetal e a dificuldade da passagem ela se movimenta, oferecendouma das metades de cada vez 1. Sinclitismo: a satura sagital está a igual distância do pube e do sacro 2. Assinclitismo posterior; a sutura sagital esta mais próximas do pube 3. Assinclitismo anterior; a sutura sagital está mais proxima do sacro. à Descida • Depois da insinuação, a cabeça migra ate as proximidades do assoalho pélvico, onde começa o cotovelo do canal. • O ápice do ovoide cefálico atinge o assoalho pélvico e a circunferência máxima se encontra na altura do estreito médio da bacia. Lídia negrao – med 3 5 • Ocorre também desde o inicio do trabalho de parto e só termina com a expulsão total do feto • Durante esse mecanismo do parto, o movimento da cabeça é turbinal, a media que o polo cefálico roda, vai progredindo no seu trajeto descendente. É a penetração rotativa. à Rotação interna da cabeça • Uma vez que a extremidade cefálica distenda e dilate, o conjunto musculoaponeurotico que compõe o diafragma pélvico sofre movimento de rotação que leva a sutura sagital a se orientar no sentido anteroposterior da saída do canal; • O assoalho pélvico, principalmente depois de distendido pela cabeça fetal, é côncavo para cima e para diante, escavado em forma de goteira. • Apresenta planos inclinados laterais por onde o feto desliza para nascer • Ao forçar a distensão do assoalho pélvico, a cabeça fetal, desliza nas paredes laterais (planos inclinados) e roda para acomodar os seus maiores diametros na fenda vulvar; • A passagem das espaduas só se fará com movimento de rotação que oriente o facilimum de flexão desse segmento também no rumo da curvatura no canal, que forçará as espaduas a se orientarem no sentido anteroposterior. à A cabeça descreve um arco de circulo e o grau de rotação varia conforme a variedade de posição (VP) Nas variedades anteriores = 45 (OEA e ODA) Nas variedades transversas = 90 (OET e ODT) Nas variedades posteriores = 135 (OEP e ODP) Quando excepcionalmente a cabeça roda para trás, diz-se rotação sacra ou posterior. à Insinuação das espaduas; Silmutaneamente coma rotação da cabeça e com a sua progressão no canal, vai haver a penetração das espaduas através do estreito superior da bacia. à Desprendimento • Terminado o movimento de rotação, o suboccipital coloca-se sob a arcada púbica; a sutura sagital orienta-se em sentido anteroposterior. • O desprendimento ocorre por movimento de extensão e deflexão. • A nuca do feto apoia-se na arcada púbica e a cabeça oscila em torno desse ponto, em um movimento de bisagra. àRotação externa da cabeça: • Imediatamente após a saída, a cabeça sofre novo e ligeiro movimento de flexão, pelo seu próprio peso e executa rotação de Lídia negrao – med 3 6 ¼ e 1/8 de circunferência, voltando o occipital para o lado onde se encontrava na bacia (lambda). • Rotação interna das espaduas: Desde a passagem pelo estreito superior da bacia, as espaduas estão com o bicromial orientado no sentido do obliquo direito ou do transverso da bacia. • Desprendimento das espaduas: Nessa altura, tendo o feto os braços cruzados para diante do tórax a espadua anterior se transpõe a arcada púbica e aparece através do orifício vulvar, ponde se encontra recoberta pelas partes moles. à Desprendimento do ovóide córmico; • Tempo em que se completa a expulsão fetal; 1. Desprendimento das espáduas; por um movimento de abaixamento para liberação do ombro anterior e elevação para liberação do ombro posterior 2. Desprendimento do polo pélvico; basta uma leve inflexão lateral, no sentido do plano ventral para liberá-lo ESTÁTICA FETAL; à Relação do feto com o útero e a bacia • Atitude • Situação • Apresentação • Posição • Variedade de Posição ASAPVP à Atitude: relação das partes fetais entre si • Fletida • Defletida à Situação: relação do maior eixo fetal com o maior eixo materno • Longitudinal • Transverso • Obliqua à Apresentação: parte fetal que se apresenta no estreito superior da bacia • Céfalica • Pélvica • Córmica à Posição: relação do dorso fetal com a coluna materna • Direita e esquerda à longitudinal • Anterior e posterior à transversa à Variedade de posição: relação dos pontos de referencia fetais com os pontos de referencia maternos Lídia negrao – med 3 7 • Pontos de referencias fetais; • Pontos de referencias maternos: 1. Pube (P) 2. Eminencia ileopectinea (A) 3. Extremidade do diâmetro transverso máximo (T) 4. Articulacao sacro-iliaca (P) 5. Sacro (S) 1º grau: B – bregma 2º grau: N – glabela (de fronte) 3º grau: M – mento (face) • Nomenclatura obstétrica: • OP - occipito-pubica • OEA - occipito esquerda anterior • OEP – occipito esquerda posterior • OS – occipito sacral • ODP – occipito direita posterior • ODT – occipto direita transverso • ODA – occipto direita anterior PLACENTA: à Composição: Parte fetal: córion frondoso Parte materna: decídua basal Se classifica como: • Discoidal, vilosa (unidade de troca), hemocorial (relação que estabelece entres os tecidos fetais e maternos), decidual (expulsa de maneira espontânea) • A placenta tem enzimas glicogenias e glicoliticas, que lhe permitam sintetizar glicogênio a partir de monossacarídeos, armazená-lo e transferindo-o como glicose ao feto; • Estrutura ativa e seletiva • Troca por difusão e pinocitose; • Indispensável para que o feto respire, se nutra e elimine produtos residuais • Sistema respiratório fetal: a partir do nascimento • Rim: maturação tardia; • Concentração de uréia, muito elevada no feto ou mãe: retenção pela placenta. • Nutrientes do plasma sanguíneo materno previamente atacados pelas enzimas maternas; • Função endócrina placentária é complexa e muito importante Lídia negrao – med 3 8 • hCG é o primeiro hormônio que ela produz (sinciciotrofoblasto) • Hormônios esteroides (testosterona) administrados à mãe, passam para o feto e podem masculinizar os órgãos genitais • Medicamentos: podem atravessar sem dificuldade a barreira placentária = teratogênicos (toxico ou mortal) • Álcool, cocaína e outras drogas consumidas pela mãe levam a morbidade, imaturidade, prematuridade e defeitos congênitos. • Partículas virais, cruzam facilmente a placenta (rubéola, sarampo, hepatite B e C, herpes simples, citomegalovírus e aids através de transmissão vertical • Sífilis, toxoplasmose: causam grau de lesão diferente intra e pós uterino • Anticorpos igG inespecífica; imunidade transitória (difteria, sarampo e varíola) • Antígenos Rh+, passa do feto para a mae • Antígenos ABO
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