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Mecanismo do Parto

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 Mecanismo do parto ➔ conjunto de 
movimentos e fenômenos ativos, e 
principalmente, passivos do feto 
durante a passagem pelo canal de 
parto 
 As contrações uterinas são a força 
motriz do TP, a qual impulsiona o feto 
através da pelve da gestante para 
alcançar a vulva e desprender-se, 
finalizando o ato de nascer 
 Divide-se mecanismo de parto em 6 
tempos 
 Essa divisão tem apenas fins didáticos, 
uma vez que esses tempos se 
sobrepõem continuamente, 
configurando um movimento 
harmônico de espira, segundo Briquet 
 Os 6 tempos são descritos de forma 
generalizada, podendo-se extrapolá-
los para outros tipos de apresentação 
 Nomeiam-se pelo emprego de duas ou 
três letras: 
 A primeira, indicativa da 
apresentação, é símbolo da região 
que a caracteriza; 
 As demais correspondem ao ponto de 
referência ao nível do estreito superior. 
 Exemplos: 
o OEA significa que a 
apresentação é de occipital (O) 
e o ponto de referência, o 
lâmbda, está em 
correspondência com o estreito 
superior, à esquerda (E) e 
anteriormente (A); 
o MDP significa que a 
apresentação é de face e o 
ponto de referência, o mento 
(M), está em relação com o 
estreito superior, à direita (D) e 
posteriormente (P) 
 Em relação a apresentação cefálica 
fletida, em occipital, as variedades de 
posição são: 
 OP: occipitopubiana; 
 OEA: occípito-esquerda-anterior; 
 OET: occípito-esquerda-transversa; 
 OEP: occípito-esquerda-posterior; 
 OS: occipitossacra; 
 ODP: occípito-direita-posterior; 
 ODT: occípito-direita-transversa; 
 ODA: occípito-direita-anterior 
A variedade de posição complementa a 
orientação espacial do concepto ao 
relacionar um ponto de referência da 
apresentação fetal com um ponto de 
referência ósseo da bacia materna, levando-
se em consideração as faces anterior, 
posterior e lateral da gestante 
 Condiciounou-se para tal, o emprego 
de três letras como nomenclatura 
definidora de apresentação, posição e 
variedade de posições fetais: 
 
 A primeira letra diz respeito ao ponto de 
referência da apresentação fetal: 
o O (occipício), B (bregma), N (naso), 
M (mento), S (sacro) e A (acrômio); 
 A segunda letra refere-se ao lado materno 
para o qual está voltado o ponto de 
referência fetal (posição): 
o D,(direita) e E (esquerda). 
o É importante lembrar que essa letra 
é suprimida nas variedades 
anteroposteriores (sacral e púbica). 
o De modo geral, as posições 
esquerdas são mais frequentes; 
 A terceira letra indica a variedade de 
posição, conforme o feto esteja voltado 
para o ponto de referência ósseo da bacia 
materna: 
o A (anterior) - eminência 
ileopectínea, 
o T (transversa) - extremidade do 
diâmetro transverso, 
o P (posterior ou púbis) - sinostose 
sacroilíaca ou púbis, 
o S (sacro) – materno. 
Tocólogos franceses e latinos consideram 
ordem decrescente: 
1. A posição occipitoesquerda anterior (OEA) 
a mais frequente (1ª posição, 60%); 
2. A occiopitodireita posterior (ODP): 2ª 
posição, 32%; 
3. A occipitoesquerda posterior (OEP): 6%; 
4. A occiopitodireita anterior (ODA): “que não 
se encontra quase nunca”, 1%, é bem mais 
rara 
 
 
 
 
 Onde o osso occipital estiver encostando 
é o posicionamento em direita e esquerda 
e em anterior e posterior, sendo que 
anterior é o púbis e o posterior é o sacro 
 Nesse caso (imagem acima), o osso 
occipital está mais próximo do púbis e da 
perna esquerda da mae. Então ➔ OEA 
(occipitoesquerda anterior) 
 
 Imagem → osso occipital exatamente 
no púbis materno ➔ OP (occipito 
posterior) 
 
 
 
 
 
 OEA E OEP 
 
 ODA e ODP 
 
 
 Os anglo-saxões, com base em 
estudos radiográficos, consideram a 
occipitoesquerda transversa (OET)a 
posição mais frequente da cabeça, 
ao insinuar-se 
 
 Considerando-se todos os tipos de 
bacia, as taxas de frequência são as 
seguintes: 
1. Posição oblíqua posterior: 18,5%; 
2. Posição transversa: 60%; 
3. Posição oblíqua anterior: 16%; 
4. Posição anterior direta: 5,5% 
 De forma da bacia: 
o No tipo ginecoide e no 
platipeloide: preferência 
diâmetros transversos 
o Nas pelves androide e, 
especialmente, nas 
antropoides: há tendência ao 
encaixamento em 
occipitoposterior 
 Divide-se o mecanismo de parto em 6 
tempos 
 
 A insinuação (ou encaixamento) é a 
passagem da maior circunferência da 
apresentação através do anel do 
estreito superior. 
 Nessas condições, e pelo geral, está o 
ponto mais baixo da apresentação à 
altura das espinhas ciáticas (plano “0” 
de DeLee) 
 
 Insinuação é definida como a passagem 
do maior diâmetro da parte apresentada, 
perpendicular à linha de orientação fetal, 
pelo estreito superior da bacia materna. 
 Dessa forma, nas apresentações cefálicas 
o diâmetro de insinuação corresponde ao 
biparietal e nas apresentações pélvicas, 
ao bitrocantérico. 
 
 
 
 No início, a cabeça fetal mostra-se em 
atitude indiferente ou semifletida, 
oferecendo o diâmetro occipitofrontal 
(12 cm) à passagem pelo estreito 
superior da bacia. 
 Sucedendo-se as contrações e sendo 
impelido de encontro ao estreito 
superior, exagera-se a flexão e ocorre 
a substituição por diâmetros menores: 
suboccipitofrontal (10,5 cm) e 
suboccipitobregmático (9,5 cm) 
 O mecanismo de flexão cefálica é 
resultante da pressão axial do feto. 
 A articulação da cabeça com a 
coluna vertebral representa uma 
alavanca de braços desiguais: de um 
lado, o occipício (braço menor); do 
outro, a fronte (braço maior). 
 Pressionado o fulcro dessa alavanca, 
pela contração uterina de cima para 
baixo, e havendo uma contrapressão 
representada pela resistência da 
parede pélvica ou do assoalho 
pélvico, ocorre a flexão (teoria de 
Zweifel) 
 
 Em primigestas a insinuação ocorre, na 
maioria das vezes, por volta de 15 dias 
antes do parto 
 Já em multíparas, a insinuação pode 
ocorrer a qualquer momento, desde 
antes do início do trabalho de parto até 
após a dilatação completa do colo 
uterino (segundo período). 
 A ausência de insinuação em nulíparas 
requer exame cuidadoso no sentido 
de descartar desproporção 
cefalopélvica, apresentação anômala 
ou algo que possa estar bloqueando o 
canal de parto (tumores, placenta 
etc.) 
 Na ausência dessas ocorrências, não 
há motivo para maiores 
preocupações, uma vez que a maioria 
dos casos irá evoluir normalmente para 
parto vagina 
A insinuação ocorre por dois processos 
diferentes: 
 Insinuação estática, processada na 
gravidez, em mais de 50% das 
primigestas. Flexão por aconchego no 
segmento inferior e na descida, 
conjuntamente com o útero, por 
tração dos ligamentos sustentadores 
do órgão e pressão das paredes 
abdominais; 
 Insinuação dinâmica, que surge no fim 
da dilatação cervical ou no início do 
período expulsivo nas multíparas. 
Flexão por contato com o estreito 
superior da bacia e descida à custa 
das contrações expulsivas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assinclitismo e sinclitismo 
 Considerando que a articulação entre 
a cabeça e a coluna vertebral do feto 
é bastante móvel, o polo cefálico 
assume não só movimentos de flexão 
anteroposterior como também 
movimentos de flexão lateral. 
 Durante o processo de insinuação, um 
dos ossos parietais atravessará o 
estreito superior da pelve antes do 
outro, aproximando a sutura sagital de 
um dos ossos do eixo anteroposterior 
da bacia materna (púbis ou sacro) 
 Dessa forma, quando a sutura sagital 
se aproxima da pube e o parietal 
posterior desce até ultrapassar o 
promontório materno, diz que há 
assinclitismo posterior. 
 Ao contrário, quando a sutura sagital 
está mais próxima ao sacro, mais 
baixo está o parietal anterior, e o 
assinclitismo é chamado de anterior. 
 Em jovens primíparas, a cabeça fetal 
mostra-se mais frequentemente em 
assinclitismo posterior, uma vez que ascontrações uterinas e a contenção da 
prensa abdominal levam o corpo do 
feto em direção posterior 
 Sinclitismo e assinclitismo ➔ movimento 
de rotação dentro do estreito para 
que haja evolução do TP ➔ inclinação 
lateral da cabeça (sinclitismo). 
Basculação da cabeça pela parte 
posterior (assinclitismo, pode ser 
posterior ou anterior) 
 Quando a sutura sagital está mais 
próxima do cócix, é o assinclitismo 
posterior 
 Quando a sutura sagital está mais 
próxima do púbis, é assinclitismo 
posterior 
 
 
 A cabeça, antes da insinuação, é 
observada em posição transversa, 
com o parietal posterior apresentando-
se sobre a região anterior da pelve 
(obliquidade de Litzmann). 
 A sutura sagital permanece 
horizontalmente sobre a sínfise, 
ligeiramente por detrás dela. 
 A insinuação ocorre por mecanismo 
de alavanca: flexão lateral da cabeça 
para o lado oposto, ficando a sutura 
sagital no diâmetro transverso da 
bacia (sinclitismo). 
 Simultaneamente, começa a descida, 
e logo a apresentação do parietal 
posterior, no estreito superior, é 
substituída pela apresentação do 
parietal anterior, na escavação 
(obliquidade de Nägele). 
 A superfície lateral do parietal posterior 
fica quase paralela à superfície 
anterior do sacro. 
 
 Além de flexão e assinclitismo, outro 
processo que contribui para o 
mecanismo de insinuação é o 
cavalgamento dos ossos do crânio 
fetal, fenômeno que reduz as 
dimensões do polo cefálico, posto que 
o maciço frontal e o occipital se locam 
por baixo dos parietais. 
 Do mesmo modo, a borda interna de 
um dos parietais se sobrepõe à outra. 
 O cavalgamento é mais acentuado 
nas cabeças com menor grau de 
ossificação e maior grau de deflexão, 
com exceção das de apresentações 
de face. 
 Devido à grande capacidade plástica 
da cabeça fetal, esse mecanismo 
torna possível como que bipartir o polo 
cefálico em duas metades para, 
então, imprimi-las em direção ao canal 
de parto (teoria de Sellheim) 
 
 
 A descida ou progressão, também 
considerada segundo tempo do 
mecanismo de parto, é o momento 
definido pela passagem do polo 
cefálico (ou da apresentação fetal em 
geral) do estreito superior para o 
estreito inferior da pelve materna. 
 É de suma importância ter em mente 
que, enquanto a descida está 
ocorrendo, a insinuação pode não ter 
ocorrido ainda e a rotação interna 
está acontecendo 
concomitantemente. 
 Como esse movimento é harmônico e 
complexo, acredita-se que a divisão 
desse tempo facilita o entendimento. 
 Na prática clínica, usa-se o esquema 
de DeLee, com os planos ditos em cm, 
a partir das espinhas isquiáticas: 
o Móvel: > -3cm 
o Ajustada ou fixada: -3, -2 ou -
1cm 
o Insinuada: 0cm 
o Fortemente insinuada: +1, +2 ou 
+3cm 
o Baixa: +4 ou +5cm (já aflorando 
na vulva) 
 O canal de parto não é um cilindro 
regular, possuindo uma curvatura em 
sua porção mais inferior. Assim, o feto 
tem que atravessar esse canal de 
modo a adaptar-se ao cilindro 
contingente, cujo eixo possui forma de 
"J" 
 
 Contribuem para a descida um ou 
mais dos seguintes elementos: 
contração uterina, contração dos 
músculos abdominais, pressão do 
líquido amniótico e extensão do 
ovoide fetal, que se transforma em 
cilindro. 
 O objetivo é coincidir o diâmetro 
anteroposterior do polo cefálico com o 
maior diâmetro da bacia materna 
 
 
 Durante a descida do feto, ocorre 
movimento de rotação para locar o 
polo cefálico sob o púbis. 
 Descreve-se assim um movimento de 
espira. 
 A linha de orientação (sutura sagital) 
fica orientada na direção do maior 
diâmetro do estreito inferior 
(anteroposterior) ao terminar a 
descida. 
 A rotação normalmente traz o ponto de 
referência fetal para a frente, junto ao 
púbis, o que é denominado rotação 
anterior (ou púbica). 
 Quando, excepcionalmente, o feto 
roda para trás, diz-se que ocorreu 
rotação posterior (ou sacra). 
 O grau de rotação varia conforme a 
variedade de posição. 
 Nas apresentações cefálicas fletidas, o 
occipício é o ponto de referência que 
irá percorrer a distância de um arco de 
circunferência, necessária para sua 
locação no subpúbis 
 Dessa forma, será observada a 
rotação, em graus, conforme as 
seguintes variedades: 
o 45º nas anteriores 
(occipitoesquerda anterior e 
occipitodireita anterior). 
o 90º nas transversas 
(occipitoesquerda transversa e 
occipitodireita transversa). 
o 135º nas posteriores 
(occipitoesquerda posterior e 
occipitodireita posterior). 
 As teorias que explicam a rotação 
interna invocam o princípio de 
mecânica segundo o qual um cilindro 
com zonas de flexibilidade desiguais 
(feto), deslizando dentro de outro 
cilindro encurvado (canal 
pelvigenital), executa movimento de 
rotação em torno de seu eixo 
longitudinal, para adaptar-se à 
curvatura do continente (eixo pélvico). 
 No mecanismo de parto das 
apresentações cefálicas fletidas 
observa-se que a flexão da cabeça 
fetal é maior no sentido 
anteroposterior, enquanto a coluna 
vertebral apresenta maior flexibilidade 
no sentido lateral (teoria de Sellheim). 
 
A rotação interna é essencial para que ocorra 
ultimação do parto, exceto quando o feto é 
muito pequeno. Em aproximadamente dois 
terços das mulheres, a rotação interna 
completa-se no tempo que a cabeça chega 
ao assoalho pélvico e, em aproximadamente 
um quarto, é completada pouco depois, 
podendo não ocorrer em 5% das vezes. Os 
principais fatores que impedem que essa 
rotação ocorra são contrações de baixa 
intensidade, ausência de flexão cefálica e 
fetos grandes. A analgesia peridural pode 
predispor às rotações incompletas, por 
diminuir a força da musculatura abdominal e 
relaxar a musculatura pélvica 
 O desprendimento cefálico ocorre 
com a descida final da cabeça fetal 
em posição occipitopúbica, até que 
seja possível a locação do 
suboccipício no subpúbis materno. 
 Como o polo cefálico está em flexão, 
é necessário que ocorra movimento de 
deflexão ou extensão da cabeça para 
ocorrer exteriorização do maciço 
frontal. 
 Dessa forma, o diâmetro 
suboccipitobregmático (9,5 cm) 
ocupa o diâmetro anteroposterior do 
estreito inferior e a fronte do feto 
rechaça o cóccix, aumentando esse 
diâmetro de 9 para 11 cm, o que se 
denomina retropulsão coccígea. 
 
 A região que se fixa ao subpúbis como 
ponto de apoio para o movimento de 
expulsão, também chamada 
hipomóclio, é o suboccipício, que se 
localiza 7 cm abaixo da fontanela 
lambdoide. 
 O hipomóclio é o ângulo anterior do 
bregma e, por vezes, é impossível 
distinguir tal mecanismo com o 
desprendimento cefálico das 
apresentações defletidas de 1 º grau 
 
 Por meio de duas forças antagônicas 
(contração uterina e resistência 
perineal), o feto é impulsionado para 
baixo e para fora do canal de parto. 
 Ao vencer tal resistência, a cabeça 
fetal desfere movimento abrupto de 
extensão, externando os diâmetros 
anteroposteriores do polo cefálico na 
sequência: suboccipitobregmático 
(9,5 cm), suboccipitofrontal (10,5 cm) e 
suboccipitomentoniano (9,5 cm). 
 Nas rotações posteriores, em que o 
occipício se alinha com o sacro 
materno, a extensão a ser vencida 
pelo occipício é a parede posterior da 
pelve, que mede 10 a 15 cm, muito 
maior quando comparada à parede 
anterior (púbis), que mede 4 a 5 cm. 
 Além disso, o diâmetro cefálico que 
solicita e comprime a fenda vulvar é o 
suboccipitofrontal, que mede 10,5 cm. 
 Por esse motivo, o desprendimento 
cefálico em posição occipitossacra é 
lento, por vezes necessitando de 
auxílio instrumental com fórcipe 
 
 Ocorre, portanto, a exteriorização do 
bregma, da fronte, do nariz e do 
mento do feto, sucessivamente 
 
 A rotação externa da cabeça fetal, 
também denominada movimento de 
restituição, leva o occipício a voltar-se 
para o lado maternoque ocupava no 
interior do canal de parto. 
 Nessa ocasião, as espáduas, que se 
insinuaram no diâmetro oblíquo oposto 
ao da cabeça fetal, rodam, trazendo o 
diâmetro biacromial para o diâmetro 
anteroposterior do estreito inferior. 
 Esse movimento que ocorre com os 
ombros se deve, aparentemente, aos 
mesmos fatores que determinam a 
rotação interna da cabeça 
 O desprendimento do ovoide córmico 
caracteriza-se pela exteriorização das 
cinturas escapular e pélvica do feto 
 
 
 Após a rotação das espáduas, o 
ombro anterior fixa-se no subpúbis, 
apresentando a inserção braquial do 
deltoide como ponto de apoio, e 
desprende-se por movimento de 
abaixamento. 
 Desprende-se então o ombro posterior 
por movimento de elevação e, em 
seguida, completa-se a expulsão da 
cintura escapular. 
 
 A determinação da apresentação 
fetal e da variedade de posição no 
curso do trabalho de parto é passo 
crucial na avaliação da gestante. 
 O exame interno, realizado por meio 
do toque vaginal com cérvix dilatada, 
permite a identificação das 
apresentações pélvicas e defletidas 
que costumam ter superfície mais 
macia e irregular. 
 As apresentações cefálicas defletidas 
geralmente derivam de cefálicas 
fletidas. 
 A cabeça em atitude indiferente ou de 
semiflexão, em virtude da pressão 
axial, não evolui para flexão quando 
ocorre impedimento à descida do 
occipício. 
 Isso ocorre em casos de bacias 
viciadas, contração ineficiente, 
anomalias de conformação da 
cabeça fetal e modificações na forma 
uterina, sobretudo quando o fundo 
uterino está muito desviado para um 
dos lados e arrasta consigo o tronco 
fetal, como ocorre nas grandes 
multíparas 
 
 
 
 
 
º
 A etiologia é desconhecida, mas 
aventa-se a presença de fatores 
predisponentes; 
 Os fatores de risco incluem 
multiparidade, desproporção 
cefalopélvica, braquicefalia fetal, 
bacias muito amplas ou feto pequeno 
 Acredita-se que grande parte das 
apresentações defletidas de 1 ° grau 
decorra de deflexão discreta das 
fletidas occipitoposteriores 
 O diagnóstico de apresentação 
cefálica defletida de 1º grau é 
realizado intraparto, por meio do toque 
vaginal, com o qual se identifica a 
linha de orientação sagitometópica e 
a fontanela bregmática. 
 O diâmetro transverso de insinuação é 
o biparietal 
 O diagnóstico diferencial é feito com 
as variedades occipitoposteriores, nas 
quais se toca o lâmbda e a linha 
sagital; 
 Antes da insinuação, já a 
apresentação defletida de 1° grau 
pode acentuar ainda mais seu grau de 
deflexão, originando as defletidas de 
2º e 3º graus. Assim, o diagnóstico se 
firma com a insinuação do polo 
cefálico e a persistência desse grau de 
deflexão 
 
 O diâmetro anteroposterior de 
insinuação é o occipitofrontal, que 
mede 12 cm; 
 A circunferência que se oferece ao 
trânsito mede, por sua vez, 34 cm; 
 Os parâmetros mais amplos da 
cabeça fetal requerem acentuado 
grau de moldagem cefálica e 
solicitam intensamente a vagina, que 
pode se lacerar devido à distensão. 
 A descida é lenta e se faz sem que se 
modifique a atitude da cabeça; 
 O hipomóclio é um ponto variável 
entre a glabela e o limite do couro 
cabeludo; e quanto mais próximo ao 
bregma, melhor o prognóstico, já que 
a circunferência de desprendimento 
será menor; 
 A cabeça desprende-se em dois 
tempos: flete e libera o occipício para 
em seguida defletir e exteriorizar a 
fronte e a face 
 
 Apresentação cefálica defletida de 10 
grau ➔ a região occipital está virada 
para o sacro, e não para o púbis, o que 
dificulta a saída do feto de maneira 
plena 
 Por conta dos maiores riscos para gestante 
e feto, deve-se estar preparado para parto 
por via abdominal; 
 Essa apresentação é relativamente 
frequente e possui chance de evolução 
para parto vaginal; 
 Só se justifica a opção pela condução do 
trabalho de parto, nessas apresentações, 
em mulheres com bacia ginecoide, de 
dimensões adequadas e vitalidade fetal 
assegurada; 
 Recomenda-se evitar o parto vaginal 
instrumentalizado e o uso indiscriminado 
de ocitócicos 
 
º
 Os fatores predisponentes repetem-se 
em relação às defletidas de 1º grau, 
acrescentando-se também causas 
como feto volumoso, feto pequeno, 
feto morto, dolicocefalia, polidrâmnio 
e placenta prévia; 
 São extremamente raras e, a não ser 
em fetos muito pequenos ou 
macerados, não é possível a evolução 
para parto vaginal. Para que ocorra, a 
apresentação defletida de 2° grau 
deve ser transitória, evoluindo para 
apresentação fletida ou defletida de 1 
° ou 3° graus; 
 O parto é distócico na quase 
totalidade dos casos 
 No exame vaginal, é possível sentir a 
sutura metópica (como linha de 
orientação) e a glabela ou raiz do 
nariz, que corresponde ao ponto de 
referência fetal; 
 O diâmetro transverso é o bitemporal, 
que, por possuir medida pouco 
extensa, não contribui para possíveis 
dificuldades. Em relação aos planos de 
DeLee, a apresentação situa-se 
sempre em nível mais alto 
 
 A apresentação cefálica defletida de 
2° grau ou de fronte é a que oferece o 
maior diâmetro em direção ao canal 
de parto; 
 Assim, o diâmetro 
occipitomentoniano, que mede 13 a 
13,5 cm em um feto a termo, não é 
capaz de realizar a insinuação do polo 
cefálico; 
 Caso ocorra essa insinuação, será em 
feto pequeno, macerado ou à custa 
de extensos mecanismos de 
moldagem cefálica. 
 Para que se suceda a descida, uma 
série de teorias aventa a necessidade 
de desnivelamento do mento ou do 
occipício, já que esses se encontram 
no mesmo nível e perpendiculares ao 
eixo da bacia materna. Nessa 
eventualidade, é mais provável que a 
apresentação evolua para as formas 
fletida ou defletida de 3° grau do que 
para um mecanismo próprio dessa 
apresentação; 
 A rotação é custosa e muitas vezes a 
cabeça fetal permanece em 
variedade transversa 
 O hipomóclio é realizado locando-se a 
região da glabela ou raiz do nariz 
abaixo da sínfise púbica; 
 Por mecanismos de flexão, 
desprendem-se os diâmetros 
subnasofrontal, subnasobregmático e 
subnaso-occipital; 
 Apoiado o polo cefálico com a 
porção suboccipital na fúrcula 
vaginal, ocorre deflexão e desprende-
se a porção restante da face. 
 
 
º
 Não se sabe ao certo a etiologia da 
ocorrência das apresentações de 
face, mas é possível que estejam 
relacionadas a fatores que 
predisponham à extensão e/ ou 
limitem a flexão cervical; 
 Entre os fatores fetais estão hidrocefalia 
acentuada, tumores cervicais 
anteriores, excesso de líquido 
amniótico e rotura intempestiva das 
membranas ovulares. 
 Dos fatores maternos já citados em 
outros graus de deflexão, a 
multiparidade é o mais importante, 
pois a flacidez da musculatura 
abdominal faz com que o dorso fetal 
fique pendente, o que predispõe à 
extensão cervical do feto 
 Ao toque vaginal, reconhece-se a 
linha de orientação representada pela 
linha facial, na qual é possível sentir 
glabela, nariz, boca e mento - este é o 
ponto de referência fetal; 
 No momento do diagnóstico, 60% das 
apresentações de face serão 
variedades mentoanteriores; 15%, 
mentotransversas; e 25%, 
mentoposteriores. 
 No entanto, quase metade das 
ocorrências transversas e posteriores 
evoluirão para variedades anteriores; 
 Conforme a evolução do trabalho de 
parto, forma-se uma bossa 
serossanguínea na face, podendo 
dificultar o diagnóstico diferencial com 
apresentação pélvica, contudo a 
pirâmide nasal nunca se infiltra, o que 
é útil para diferenciar do polo pélvico. 
 
 A insinuação faz-se por um aumento 
da deflexão, pois inicialmente se 
apresenta em fase frontal de deflexão; 
 O diâmetro anteroposterior que se 
oferece é o mentorretrobregmático; e 
o transverso, bimalar; 
 Conforme a insinuação cefálica 
progride, a deflexãoaumenta e ocorre 
a substituição do diâmetro 
mentorretrobregmático pelo diâmetro 
submentobregmático, também 
chamado hiobregmático (9,5 cm); 
 Em razão da menor extensão dos 
diâmetros insinuados, o parto nas 
apresentações de face costuma não 
apresentar dificuldades 
 Os fenômenos plásticos do polo 
cefálico observados durante o 
mecanismo de parto são o 
cavalgamento ósseo e a bossa 
serossanguínea. 
 O primeiro tem grande importância no 
processo de insinuação e descida, 
sobretudo nas apresentações 
defletidas de 1 ° e 2° graus, nas quais 
esse processo ocorre de forma 
acentuada. 
 O segundo é consequente ao 
mecanismo de parto e tem valor no 
diagnóstico de parto distócico 
 O cavalgamento ósseo tem por 
objetivo reduzir os diâmetros cefálicos, 
facilitando a adaptação e a descida 
da cabeça fetal pelo canal de parto; 
 Ocorre por conta da grande 
plasticidade do polo cefálico, 
constituído por tábuas ósseas 
articuladas por suturas mais ou menos 
elásticas; 
 Essas características conferem 
maleabilidade entre as partes ósseas 
do crânio, permitindo que uma porção 
se ajuste abaixo de outra, subtraindo a 
extensão das medidas cefálicas. 
Assim, observa-se mais 
frequentemente a locação dos ossos 
frontais e occipital sob os parietais e de 
um parietal sob o outro; 
 Nos casos de malformações do crânio 
fetal, por exemplo, craniossinostose, a 
fusão precoce dos ossos leva à 
impossibilidade de ocorrência desse 
fenômeno, podendo impedir o parto 
vaginal 
 
 A bossa serossanguínea consiste na 
transudação dos vasos presentes entre 
a derme e o periósteo do crânio ou da 
face fetal, com instalação de 
infiltração local decorrente da pressão 
negativa gerada no centro do canal 
vaginal; 
 Para que essa pressão negativa possa 
interferir na filtração plasmática local, 
é preciso que a bolsa das águas esteja 
rota; 
 Mesmo as bossas grandes não 
apresentam significado clínico na 
saúde do neonato, desaparecendo 
dentro de 24 a 48 horas após o parto; 
 O diagnóstico diferencial é feito 
principalmente com o cefalematoma, 
que consiste na rotura de vasos e no 
extravasamento sanguíneo entre o 
periosteo e o osso craniano. O 
cefalematoma é decorrente, na 
maioria das vezes, de 
tocotraumatismos durante o parto. Em 
razão de sua localização, respeita os 
limites das suturas, que são regiões em 
que há fixação do periósteo à tábua 
óssea, diferentemente da bossa. O 
cefalematoma desaparece dentro de 
1 a 2 meses 
 
 
 
 A incidência de apresentação pélvica 
nas gestações a termo é de 3 a 4%; 
 A frequência dessa apresentação é 
tanto maior quanto menor for a idade 
gestacional; 
 Com 32 semanas de gestação, por 
exemplo, 16% dos fetos estarão em 
apresentação pélvica; 
 A chance de ocorrer versão cefálica 
espontânea sempre existe, mas diminui 
com a idade gestacional, sendo 
equivalente a 25% a partir de 36 
semanas; 
 Diversos fatores contribuem com a 
versão cefálica espontânea ao longo 
do terceiro trimestre, a saber: 
 desenvolvimento vertical do útero, 
ocorrência de contrações de Braxton 
Hicks, distensão progressiva do 
segmento inferior e aumento do tônus 
fetal; 
 Existem três tipos de apresentações 
pélvicas que ocorrem nas seguintes 
frequências: 
o Apresentação pélvica 
completa: o feto permanece 
em atitude de flexão 
generalizada, com as coxas 
fletidas sobre o tronco e as 
pernas fletidas sobre as coxas (5 
a 10% das apresentações 
pélvicas); 
o Apresentação pélvica no modo 
de nádegas ou agripina: o feto 
fica com as coxas fletidas sobre 
o tronco e as pernas estendidas, 
de tal forma que os pés se 
encontram próximos ao polo 
cefálico (50 a 70%); 
o Apresentação pélvica 
incompleta ou modo de joelho 
ou de pé: o feto apresenta uma 
ou ambas as coxas estendidas, 
de tal forma que permaneçam 
um ou ambos os joelhos ou pés 
no estreito superior (10 a 40% ). 
 
 Ao diagnosticar a apresentação 
pélvica durante o processo de 
trabalho de parto, o obstetra se 
depara com duas preocupações: a 
existência de uma condição de base 
que predisponha a tal apresentação e 
evitar lesões durante o parto; 
 Na admissão da gestante cujo feto 
está em apresentação pélvica, é 
mandatária a investigação da 
presença de fator predisponente para 
evitar complicações inerentes a esses 
fatores, sendo eles: 
o Malformações e anomalias de 
conformação da cavidade 
uterina (mioma, tumores etc.); 
o Inserção anômala de placenta 
(prévia ou cornual); 
o Multiparidade; 
o Polidrâmnio; 
o Malformação fetal 
(anencefalia, hidrocefalia ou 
teratoma sacrococcígeo); 
o Gestação múltipla; 
o Prematuridade; 
o Restrição do crescimento fetal; 
o Óbito fetal; 
o Cordão curto. 
 A identificação de apresentação 
pélvica por meio de palpação 
abdominal pode ser difícil, 
necessitando de complementação 
ultrassonográfica para a confirmação 
diagnóstica; 
 São achados de exame físico 
sugestivos de apresentação pélvica a 
escava ocupada incompletamente, 
palpação de polo cefálico no 
epigástrio materno e ausculta de foco 
cardíaco fetal acima da cicatriz 
umbilical; 
 Eventualmente, o exame de toque 
vaginal pode revelar apresentação 
pélvica somente durante o trabalho de 
parto; 
 O diagnóstico diferencial é feito com a 
apresentação cefálica defletida de 3º 
grau, pelas semelhanças entre as 
características das superfícies da face 
e das nádegas; 
 Estudos recentes mostraram que a 
cesárea eletiva reduz 
significativamente a mortalidade 
perinatal, a mortalidade neonatal e a 
ocorrência de morbidades neonatais 
graves, mas, por outro lado, não se 
associa à mortalidade materna ou a 
morbidades maternas graves; 
 A cesárea com data agendada reduz 
as chances de versão cefálica 
espontânea, que pode ocorrer 
inclusive após 40 semanas em até 20% 
dos casos; 
 Para decisão pela via vaginal, 
recomenda-se que alguns cuidados 
sejam tomados no sentido de reduzir 
eventuais prejuízos, sendo que apenas 
30% dos casos de apresentação 
pélvica cumprem os critérios para 
parto vaginal. 
 Preconiza- -se, para isso, algumas 
regras descritas a seguir: 
o Ausência de contraindicação 
para parto vaginal; 
o Ausência de malformação 
fetal; 
o Peso do concepto: permite-se o 
parto de conceptos com peso 
estimado entre 2.500 e 3.499 g; 
o Idade gestacional maior que 36 
semanas; 
o Avaliação da flexão e do 
volume do polo cefálico, 
utilizando-se ultrassonografia 
para medida dos diâmetros 
occipitofrontal e biparietal 
(ângulo de extensão do polo 
cefálico menor que 90°); 
o Avaliação da bacia com 
pelvimetria nas primíparas e 
avaliação do peso ao 
nascimento em gestações 
anteriores nas multíparas; 
o Apresentação pélvica 
completa ou de nádegas: as 
pélvicas incompletas oferecem 
diâmetros acentuadamente 
menores ao colo. 
O parto em apresentação pélvica é tido 
como o parto das dificuldades crescentes, 
porque os cintos de distocia, que vão sendo 
expulsos sucessivamente (cintura pélvica, 
cintura escapular e cabeça fetal), 
apresentam diâmetros cada vez maiores; 
Além disso, a cabeça fetal não sofre 
compressões por tempo suficiente para haver 
moldagem óssea. Por esse motivo, a versão 
cefálica externa pode ser uma solução para 
reduzir as taxas de parto vaginal pélvico ou 
de cesárea eletiva. 
 Versão cefálica externa é uma 
manobra de modificação da , 
apresentação fetal córmica ou pélvica 
para cefálica. 
 Apresenta sucesso em dois terços dos 
casos reduzindo aproximadamente 
pela metade o risco de parto cesáreo; 
 Recomenda-se a realização da versão 
nos casos de apresentação pélvica 
próximo ou após o termo (36 a 37 
semanas), podendo inclusive ser 
realizada no início do trabalho de 
parto; 
 As contraindicações para a versão 
externa incluem: 
o Gestação múltipla; 
o Presença de oligoâmnio;o Alteração da vitalidade fetal; 
o Restrição do crescimento fetal; 
o Presença de placenta prévia; 
o Malformações uterinas. 
 Podem ocorrer complicações durante o 
procedimento e, por isso, especial 
atenção deve ser oferecida aos quadros 
sugestivos de descolamento prematuro 
de placenta (DPP), sofrimento fetal, 
sangramento genital, compressão 
funicular, entre outros. 
 Para evitar tais complicações, 
preconizam-se alguns cuidados a serem 
realizados antes e durante o 
procedimento: 
o Certificar-se da apresentação 
fetal antes do procedimento com 
auxílio de ultrassonografia; 
o Garantir a presença de bem-estar 
fetal com avaliação da vitalidade 
fetal pouco antes do início da 
manobra; 
o Localizar a inserção placentária, 
evitando sua manipulação; 
o Garantir que não há vício pélvico 
ou qualquer outra intercorrência 
que impeça o parto vaginal 
o Suspender o procedimento se a 
paciente se queixar de dor intensa 
ou sangramento genital ou se 
houver grande resistência; 
o Monitorizar o feto durante a 
manobra; 
o Realizar o procedimento em 
ambiente hospitalar capacitado 
para parto de urgência, se houver 
complicação. 
 Não é necessário utilizar tocolíticos 
durante ou após a manobra. 
 A técnica consiste em elevação 
delicada da apresentação (no caso, 
do polo pélvico) e apreensão dos dois 
polos, cada um com uma das mãos, 
reforçando a flexão cefálica. 
 Desloca-se a pelve fetal para cima e a 
cabeça para baixo do abdome 
materno, suave e lentamente; 
 Aguarda-se 1 a 2 horas para repetir a 
avaliação da vitalidade fetal após o 
procedimento e autoriza-se a alta 
hospitalar da paciente. 
 Se realizada no início do trabalho de 
parto, recomenda-se a condução 
deste com amniotomia, se a altura da 
apresentação assim o permitir, 
facilitando o processo de insinuação 
do polo cefálico. 
 O mecanismo das apresentações 
pélvicas em geral é o mesmo para os 
diferentes tipos, independentemente 
de ser a apresentação completa ou 
de nádegas; 
 Os tempos do mecanismo de parto 
nessas apresentações diferem das 
apresentações cefálicas por conta da 
ordem de desprendimento das 
extremidades fetais; 
 Assim, ocorrem insinuação, descida e 
rotação do polo pélvico, 
desprendimento das espáduas e 
desprendimento da cabeça; 
 Durante a insinuação, o diâmetro 
bitrocantérico ocupa um dos oblíquos 
do estreito superior, enquanto o 
diâmetro sacrotibial (pélvicas 
completas) ou o sacropúbico 
(agripinas) ocupa o diâmetro oblíquo 
perpendicular. 
 O ponto de referência é o sacro; e a 
linha de orientação, o sulco 
interglúteo. 
 
 A rotação interna, em vez de levar a 
linha de orientação para o diâmetro 
anteroposterior do estreito inferior, 
como nas apresentações cefálicas, 
leva o bitrocantérico, que lhe é 
perpendicular; a rotação é sempre de 
45°, já que nesses casos independe o 
lado para o qual o feto roda; 
 Assim, o diâmetro bitrocantérico, que 
mede 12 cm, por aconchego dos 
tecidos moles chega a 9,5 cm, 
ocupando o diâmetro anteroposterior 
do estreito inferior da bacia materna. 
 O hipomóclio é a região 
imediatamente acima da crista ilíaca. 
Desprende-se o quadril anterior 
seguido do posterior; 
 Quando o parto é assistido, o diâmetro 
biacromial insinua-se em um dos 
diâmetros oblíquos, desce e roda 45 °, 
colocando-se em sentido 
anteroposterior e assim se 
desprendendo. 
 Os braços desprendemse, em 
condições normais, junto ao tórax; 
 Quando, no parto não assistido, deixa-
se pender o tronco fetal por ação da 
gravidade, ocorre rotação e 
consequente desprendimento do 
diâmetro biacromial alinhado ao 
diâmetro transverso da bacia materna; 
 A cabeça, quando tudo evolui 
normalmente, apresenta-se fletida. 
 A rotação interna leva o suboccipício 
por baixo da pube, recalca o cóccix 
pela região frontal e desprende-se 
libertando, sucessivamente, mento, 
face e fronte. 
 
➔ A assistência nesses moldes deve contar 
com a paciência do obstetra, que deve 
aguardar a sequência dos diversos tempos, 
evitando o instintivo desejo de tracionar o 
feto. 
 Nas primíparas, recomenda-se fazer a 
episiotomia tardiamente. Se o polo 
pélvico chegar à vulva, não se tem 
necessariamente as condições para 
um parto vaginal, pois o colo poderá 
estar com dilatação menor que a total, 
o que ocorre mais frequentemente nas 
apresentações pélvicas incompletas. 
Como o períneo da primípara possui 
tensão, as contrações uterinas, ao 
imprimir o feto contra ele, garantem a 
dilatação total do colo. Na multípara, 
o períneo é flácido e não retém o feto 
dentro da pelve materna; 
 Quando a cabeça se encontra fletida 
e os braços juntos ao tórax, o feto 
habitualmente nasce bem e não são 
necessárias manobras assistenciais. Se, 
acidentalmente, o colo da primípara 
não se dilatar integralmente, acaba 
por romper-se ao nível das comissuras, 
por ser muito fino; mas não leva à 
deflexão dos braços e do polo 
cefálico; 
 A manobra recomendada para o 
sucesso da expulsão fetal é a de 
Thiessen, que consiste em impedir o 
desprendimento da pelve fetal por 
duas ou três contrações, pressionando-
se o períneo. 
 O aumento da pressão interna 
promove a dilatação completa da 
cérvix e a condensação do ovoide 
fetal. Com a realização em seguida da 
episiotomia, a expulsão do feto ocorre 
em bloco; 
 A assistência ao parto pélvico tem por 
objetivo um parto eutócico, devendo-
se indicar resolução por via alta diante 
da ocorrência de distocias, em razão 
da possibilidade de desproporção 
fetopélvica e do maior risco de 
desfechos perinatais desfavoráveis. 
 A progressão do trabalho de parto 
deve ser monitorada e registrada na 
forma de partograma; Recomenda-se, 
ainda, monitorização dos batimentos 
cardíacos fetais. 
 Analgesia, especialmente peridural ou 
de duplo bloqueio, é útil pois, além de 
prover melhora da dor, evita que a 
paciente faça movimentos 
involuntários de puxo antes da 
dilatação total, assim como facilita a 
eventual execução de manobras pelo 
obstetra. 
 Preconizada por Bracht, em Berlim, no 
ano de 1935, a manobra que recebe 
seu nome consiste em atender ao 
parto em apresentação pélvica 
adotando uma atitude passiva, sem 
executar tração alguma, apenas 
orientando o feto, que é rebatido 
sobre o abdome da mãe; 
 Evoluindo espontaneamente à 
medida que se sucedem as 
contrações, vai sendo expulso o polo 
pélvico, e, em seguida, as mãos do 
parteiro abarcam-no, com os quatro 
últimos dedos aplicados sobre a região 
sacrococcígea de cada lado da 
coluna vertebral, e os polegares 
mantendo as coxas aconchegadas. 
Respeitando a lordose natural do feto, 
sem tracioná-lo, soergue-se o feto em 
tom o do púbis da mãe. 
 No momento oportuno, faz-se a alça 
no cordão. 
 Por último, o feto é rebatido 
progressivamente sobre o abdome da 
mãe e a cabeça também se 
desprende de modo espontâneo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nas apresentações pélvicas de 
nádegas, orienta-se realizar a 
manobra de Pinard, que consiste na 
transformação desse tipo de 
apresentação em pélvica completa; 
 Dessa forma, a, toma-se a perna fetal 
anterior, imprimindo os dedos 
indicador e médio na face posterior do 
joelho fetal e o polegar na face 
anterior da coxa; 
 Comprime-se suavemente o cavo 
poplíteo, levando à flexão da perna e 
alcançando-se o pé; 
 Repete-se a manobra para a perna 
posterior, com opção de torná-la 
anterior por rotação axial fetal. 
 
 Se baseia em movimentos pendulares 
de abaixamento e elevação do corpo 
fetal, procurando fazer com que o 
ombro anterior se encaixe no subpúbis 
e, em seguida, desprenda com auxílio 
digital. 
 O movimento seguinte, de elevação, 
toma possível a expulsão do ombro 
posterior. 
 Caso o ombro anterior se apresente 
impactado, orienta-se emprimeiro 
lugar iniciar a manobra com a 
tentativa de exteriorização do ombro 
posterior. 
 
 Consiste na transformação da 
espádua posterior em anterior, por 
meio de tração, rotação axial e 
translação fetal. 
 Ao realizar tal movimento, o braço 
posterior flexiona-se pela face anterior 
do tronco do feto, desprendendo-se 
no subpúbis. 
 Durante a manobra, o obstetra deve 
fixar as mãos na pelve do feto, 
girando-o no sentido do dorso (dorso 
para face materna anterior) com um 
movimento helicoidal, formando um 
arco de 180º. A seguir, repete-se o 
movimento no outro sentido, para que 
se desprenda o outro ombro, agora 
posterior (previamente anterior). 
 
 A manobra de Pajot está indicada nos 
casos em que não houve apenas 
deflexão dos braços, mas também o 
deslocamento destes para a face 
anterior ou posterior da cabeça fetal. 
 Apreende-se o braço anterior com os 
dedos médio e indicador na face 
externa e o polegar no cavo axilar, 
realizando movimento de flexão do 
cotovelo e descida do braço pela 
região anterior da face e do tronco 
fetal. 
 Se o braço anterior não for acessível, 
recomenda-se tornar o braço posterior 
em anterior, girando o dorso por trás, 
para evitar que o braço anterior passe 
para trás da cabeça fetal ("braço 
nucal"). 
 
 
 As espáduas costumam desprender-se 
com facilidade no parto pélvico se for 
mantida a posição fisiológica de 
flexão. 
 A deflexão das espáduas ocorre quase 
sempre pela tração do feto por 
manobra intempestiva. 
 
 As dificuldades de extração da 
cabeça derradeira podem ocorrer por 
causa da não insinuação do polo 
cefálico ou, quando a insinuação 
acontece, do encravamento da 
cabeça nas partes moles ou estreitos 
médio e inferior. 
 O desprendimento cefálico é o tempo 
mais difícil e arriscado do mecanismo 
do parto pélvico, por ser causa 
frequente de asfixia perinatal nessas 
apresentações. 
 A manobra mais utilizada nesse tempo 
é a de Bracht, mas quando não há 
sucesso, pode-se lançar mão de outras 
manobras 
 A manobra de Liverpool consiste em 
manter pendente o corpo fetal por 20 
segundos, até que o polo cefálico 
desça e seja possível visualizar a raiz 
da nuca. 
 Em seguida, segurando o feto pelos 
pés, eleva-se e traciona-se 
suavemente o corpo fetal, 
direcionando-o para o ventre materno, 
com consequente desprendimento 
cefálico; 
 A manobra de McRoberts, também 
muito utilizada para distocia de 
biacromial, consiste na hiperflexão da 
coxa materna para aumentar a 
amplitude dos estreitos médio e inferior 
da bacia. 
 
 
 A manobra de Mauriceau consiste em 
apreender o corpo fetal com uma das 
mãos sobre o dorso e os dedos 
indicador e médio em torno da região 
cervical. 
 A outra mão deve segurá-lo pelo 
ventre, com os dedos indicador e 
médio locados no interior da boca 
fetal, mais propriamente na base da 
língua; 
 Por meio de movimento de tração 
delicada, flexiona-se o tronco do feto 
para baixo e traz-se o mento de 
encontro ao esterno. 
 Ao se visualizar a raiz do couro 
cabeludo, levanta-se o corpo do feto 
em direção ao ventre materno para 
que ocorra desprendimento cefálico. 
 
 
 É indicada para casos em que o polo 
cefálico ultrapassou o estreito superior. 
 São necessários dois auxiliares para 
realizá-la, além do obstetra; 
 O primeiro auxiliar imprimirá 
compressão abdominal suprapúbica, 
no sentido do estreito inferior; o 
segundo auxiliar segurará o feto pelos 
pés, exercendo leve tração; e o 
obstetra operador apreende o feto, 
como na manobra de Mauriceau, 
mantendo a flexão do polo cefálico; 
 A seguir, o segundo auxiliar eleva o 
corpo do feto, direcionando sua face 
lateral para o ventre materno, 
enquanto o operador imprime pressão 
na base lateral do crânio do concepto 
de baixo para cima, de tal forma que 
ocorra assinclitismo posterior, com 
encaixamento do parietal posterior na 
porção côncava da curvatura do 
sacro; 
 Repete-se a manobra com 
abaixamento do corpo fetal e pressão 
na base do crânio de cima para baixo, 
para haver deslocamento do parietal 
anterior para o subpúbis. 
 
 Nas rotações posteriores, o 
desprendimento da cabeça 
derradeira só irá ocorrer por meio de 
manobras;  Inicialmente, orienta-se 
tentativa de realizar a manobra de 
Mauriceau invertida;  Caso não surta 
efeito, indica-se a manobra de Praga 
invertida, na qual se eleva o feto pelos 
pés, apreendem-se os ombros pelo 
dorso e exerce-se tração para a frente 
até o desprendimento cefálico;  Na 
ausência de êxito com as manobras 
de desprendimento da cabeça 
derradeira, recomenda-se a tentativa 
de aplicação do fórcipe de Piper 
 
 As apresentações córmicas derivam 
de situação transversa, em que o 
maior eixo fetal é perpendicular ao 
maior eixo materno. Suas variações 
são determinadas de acordo com a 
face materna para a qual o dorso fetal 
se direciona. 
 Assim, reconhecem-se as variedades 
de posição dorsoanterior, posterior, 
superior e inferior. 
 A incidência das apresentações 
córmicas é baixa, em torno de 0,3%, 
sendo ainda mais raras as variedades 
dorsossuperior e inferior; 
 Assim como as apresentações 
pélvicas, são mais frequentes quanto 
menor for a idade gestacional, por 
causa da maior proporção entre a 
capacidade uterina e o líquido 
amniótico, quando comparados ao 
volume fetal. 
 O parto vaginal é impossível, salvo em 
situações nas quais o feto é muito 
pequeno; 
 Os fatores predisponentes envolvidos 
na etiologia da apresentação córmica 
são os mesmos que levam à 
apresentação pélvica, sendo os de 
maior prevalência a multiparidade, a 
prematuridade e a rotura prematura 
de membranas ovulares; Em virtude da 
conformação da cavidade uterina e 
da posição do corpo fetal, a presença 
de pequenas partes fetais no colo 
uterino e, por vezes, na vagina, é 
comum, configurando a procidência 
de membro; 
 O prolapso de cordão é acidente 
frequente, já que a parte fetal 
apresentada não ocupa todo o 
estreito superior. 
 Da mesma forma, a rotura prematura 
de membranas ovulares ocorre 
proporcionalmente mais vezes; 
 No exame interno, com colo uterino 
pérvio, é possível tocar o gradeado 
costal e uma das espáduas fetais. 
 A palpação abdominal, observa-se, 
na gestante a termo, os polos pélvico 
e cefálico paralelos e situados um em 
cada fossa ilíaca 
 
Na Clínica Obstétrica do HC-FMUSP, adota-se 
a nomenclatura criada por Briquet, que 
classifica as variedades de posição das 
apresentações córmicas com três letras, 
relacionadas apenas a referências fetais. 
 A primeira letra é sempre A, de 
acrômio; 
 A segunda relaciona-se ao lado do 
acrômio fetal que ocupa o estreito 
superior (D, de direito; E, de esquerdo); 
e 
 A terceira refere-se à orientação do 
dorso (A, de anterior, e P, de posterior). 
A variedade ADA, por exemplo, significa que 
o acrômio direito do feto ocupa a escava e 
que o dorso se direciona para a frente. 
 
 O parto nas apresentações córmicas 
são inerentemente distócico. 
 É impossível ocorrer a passagem do 
feto pelo canal de parto nos casos de 
gestação a termo, ainda que morto; 
 O mecanismo de parto é descrito por 
alguns autores, baseado em casos de 
óbito de fetos muito pequenos. 
 A insinuação é realizada por uma das 
espáduas, seguida do tronco fetal que 
se dobra. 
 Pode ocorrer flexão do tronco em 
diferentes regiões, com descida e 
desprendimento que se inicia próximo 
à pelve fetal ou ao polo cefálico. 
 Se o desprendimento se iniciar pela 
espádua insinuada, com liberação do 
tronco e da cabeça fetais 
sincronicamente, denomina-se 
conduplicato corpore. 
 
Na maior parte das vezes, no entanto, ocorre 
encravamento fetal 
 
 Os riscos que advêm da escolha pela 
via vaginal são grandes, mesmo em 
casos de fetos pequenos. 
 Se o feto já não estivermorto, o óbito é 
inexorável. 
 Entre outras complicações associadas 
a esse tipo de parto estão: 
o prolapso de cordão; 
o asfixia neonatal; 
o hipertonia, atonia e rotura 
uterina; 
o endometrite; 
o e óbito materno; 
Em feto vivo, a indicação de cesárea é 
mandatária como via de parto. A versão 
pélvica interna em trabalho de parto reserva-
se para feto morto. Preconiza-se a incisão 
segmentar transversa no útero e a extração 
pélvica do concepto. A via vaginal com 
embriotomia, nos casos de óbito fetal, já não 
é mais utilizada atualmente.

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