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[RESUMO] MICOSES SUPERFICIAIS/CUTÂNEA

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MICOSES SUPERFICIAIS/CUTÂNEA 
prof. SARAH 
 
INTRODUÇÃO 
 
As ​MICOSES SUPERFICIAIS PROPRIAMENTE DITAS afetam a ​camada córnea ou a ​cutícula do                         
pelo​. A RI, nessas infecções, é ​mínima ou ausente​, sendo ​raramente sintomática​. Exemplos dessas                           
micoses são ​pitiríase versicolor​, piedra branca, piedra preta, tinha negra.  
 
As ​MICOSES SUPERFICIAIS CUTÂNEAS​, por sua vez, acometem a ​pele​, os ​pelos e as ​unhas​, sendo                               
sintomáticas​. Exemplos podem ser ​dermatófitos​, Candida e fungos filamentosos não                   
dermatofíticos. 
 
 
 
MALASSEZIA SPP. 
 
É um ​fungo polimórfico encontrado em ​toda superfície da pele em humanos (microbiota) e uma                             
variedade de animais homeotermos. Fazem colonização da pele após o nascimento. Esse fungo                         
pode ser comensal ou patogênico​. O gênero consiste em 17 espécies, 10 colonizando a pele                             
humana ou ​causam doenças em humanos​.  
 
O gênero Malassezia é ​lipodependente         
(exceção: M. pachydermatis), e faz ​reprodução           
por brotamento​, por estruturas reprodutivas         
chamadas ​blastoconídios​. A Malassezia não         
consegue fazer a síntese ácido graxo, por isso               
habita ​regiões mais gordurosas (seborreicas) e           
libera lipases para realizar a hidrólise de lipídios               
(principal fonte de energia). 
 
 
Apresentam ​pseudomicélio e ​micélio verdadeiro​. A identificação, portanto, é mais complicado e é                         
realizada em base a fisiologia, morfologia, assimilação do Tween-20, 40, 60 e 80 (tensoativo),                           
catalase e meios de cultura. Utiliza-se a cultura, analisando-se a prova de catalase e de temperatura,                               
por exemplo, seguindo a tabela de classificação das espécies para diferenciar e identificar qual a                             
espécie em questão. 
 
A identificação recomendada, no entanto, é a ​técnica molecular​, em ​enfoque polifásico​, ou seja, a                             
Malassezia passa por várias fases e testes de identificação (tradicionais + molecular). Faz o                           
sequenciamento das regiões ITS e D1/D2 do rDNA, bem como genes codificadores de proteínas.                           
Fazendo-se o ​Maldi-TOF​, um teste de espectrometria de massa, que reconhece bem a espécie do                             
fungo. 
 
As espécies de Malassezia estão adaptadas a pele humana e estão implicadas em algumas                           
doenças de pele, incluindo: pitiríase versicolor, dermatite seborreica/caspa, dermatite atópica,                   
foliculites, psoríase.  
Obs.:​ M. globosa é a espécie mais frequentemente associada com doenças em humanos.  
 
A Malassezia também pode causar ​doenças mais graves como a pneumonia, sepse, peritonite e                           
fungemia.. Infecções sistêmicas podem ser causadas por M. furfur, M sympodialis, M.                       
pachydermatis.  
 
Estados de Convivência de Malassezia com a Pele 
 
A Malassezia pode estar em ​estado comensal​, em que a levedura está em equilíbrio com a pele, não                                   
causando doenças. Pode também estar em ​estado patogênico​, em que a levedura prolifera                         
amplamente sem infligir inflamação (PV). Ainda, pode estar ​implicada com doenças com                       
inflamação visível​ (dermatite seborreica, dermatite atópica e psoríase). 
 
 
 
PITIRÍASE VERSICOLOR 
 
A ​pitiríase versicolor é uma ​micose           
benigna crônica​. Há a presença de placas             
com ​descamação fina​, que podem ser           
hipocrômicas ou ​hipercrômicas​, podendo       
comprometer tronco, ombros, parte       
superior dos braços, pescoço e face.  
 
Obs.: ​A etiologia da doença é           
representada por M. globosa (97%), M.           
sympodialis, M. furfur. 
 
As máculas causadas pela pitiríase         
versicolor tem bordas irregulares e         
tamanhos diferentes podendo confluir e         
formar o que chamamos de “mapa           
geográfico”. 
 
 
Essa doença ocorre quando a Malassezia que coloniza a pele muda da forma leveduriforme para a                               
forma de hifa que ​invade o estrato córneo​, podendo ser consequência de alterações imunológicas                           
locais.  
 
Obs.: ​descamação X inflamação: causa ou consequência da superpopulação fúngica.  
 
A pitiríase versicolor pode ser chamada também de ​micose de praia​, pano branco, tínea versicolor,                             
dermatomicose furfurácea, manchas de fígado. A doença está distribuída mundialmente 50% nos                       
climas tropical e subtropical. Atinge todas as raças, estado socioeconômico e ambos os sexos. Há                             
relato desde recém-nascidos até idosos, sendo que a ​incidência maior está entre 18-25 anos                           
(​fatores hormonais, glândulas sebáceas​). Há controvérsias, porém tem-se que há maior prevalência                       
no sexo masculino. O período de incubação da doença é indeterminado em zonas tropicais e                             
úmidas, porém para viajantes temporários nessas zonas apresentam incubação entre 5 e 20 dias.  
 
Fatores predisponentes ​para a doenças são calor, umidade, exposição ao sol, uso de cremes e                             
bronzeadores oleosos, corticosteróides, falta de higiene, deficiência na produção de linfocinas,                     
gravidez, deficiência nutricional, hiperidrose e contraceptivos orais.  
 
A ​patogenia se dá pela ​produção de queratinases e lipases e pelo ​polimorfismo​. A pitiríase                             
versicolor pode ser ​hipercromiante​, em que há ​aumento no tamanho dos melanossomos​, assim                         
como sua distribuição na epiderme.  
Já a pitiríase versicolor ​hipocromiante cursa com ​diminuição da produção de melanina​. A levedura                           
lipofílica (M. furfur) ​degrada os lipídios da pele e forma o ácido azelaico que ​compete com a                                 
tirosinase​, inibindo sua atividade, assim inibindo a cadeia para produção de melanina a partir da                             
tirosina, produzindo ​manchas claras​. A produção de ácido azelaico pode ser estimulada pela luz                           
solar e, junto à pitiriacitrina, podem prejudicar os melanócitos. 
 
Essa doença apresenta lesões fáceis de identificar, com máculas descamativas com bordas bem                         
definidas, apresentando tamanho, forma e cor variáveis. Geralmente é assintomática, mas as lesões                         
aumentam de tamanho com o tempo e confluem, ocupando áreas extensas do corpo. As lesões                             
podem ser hipopigmentadas ou hiperpigmentadas. Superpopulação fúngica é responsável pela                   
inflamação e descamação.  
 
O diagnóstico clínico pode ser feito pelo ​sinal de Besnier ​(descamação furfurácea da lesão quando                             
é raspada pela unha) e pelo ​sinal de Zileri ​(discreto esfacelamento da queratina local após leve                               
estiramento com os dedos na região sugestiva de pitiríase). Além disso, pode ser feita a                             
fluorescência que se mostra ​verde -amarelada sob a lâmpada de Wood​.  
 
Para o ​diagnóstico laboratorial​, faz-se um raspado das escamas da lesão ou um retirado com fita                               
adesiva e posterior envio ao laboratório. Para o exame micológico direto, adiciona-se o KOH                           
(clarificante responsável por degradar estrutura não-fúngicas) e tinta Parker, que é uma                       
pigmentação. Ao EMD, vê-se ​hifas e pseudohifas curtas​, bem como ​emaranhados de leveduras                         
(macarrão com almôndegas), indicando invasãoe estado patogênico. 
 
Obs.: a análise da micromorfologia de Malassezia de cultura não permite identificação, pois apenas                           
vê-se leveduras (blastoconídios). 
 
 
 
O ​tratamento pode ser feito com ​azólicos tópicos (cetoconazol), sulfeto de selênio, hipossulfito de                           
sódio. Além disso, pode ser feito com ​medicamento sistêmicos (itraconazol 200mg/5d ou                       
cetoconazol 200mg/10d). Em caso de ​recorrência comum​, recomenda-se como tratamento                   
profilático uma dose única de itraconazol 1 vez ao mês por 6 meses, como ​tratamento profilático​. 
 
A ​evolução clínica pode ser: (1) com cura clínica e micológica; (2) recidivante intimamente                           
relacionada a fatores de predisposição; (3) crônica sem melhora clínica e micológica apesar do                           
tratamento adequado. 
 
Obs.: não se sabe se o 3º caso tem a ver com a virulência do fungo características do hospedeiro                                     
ou outro fator. 
 
 
 
UPDATES EM MALASSEZIA 
 
❖ A ​malassezina​ induz apoptose de melanócitos.  
❖ A ​pityrialactona​ é responsável pela fluorescência sob a lâmpada de wood.  
❖ Já as ​pityriarubinas​ são responsáveis pela limitada resposta inflamatória nas lesões de PV. 
 
 
 
 
MALASSEZIA SPP. E FOLICULITE 
 
A ​foliculite é uma infecção superficial do folículo piloso, geralmente de origem bacteriana. Pode ser                             
causada por Malassezia ocorrendo reação inflamatória no folículo piloso.  
 
Obs.: ​as espécies causadoras são M. globosa, M. furfur, M. restricta e M. pachydermatis.  
 
As manifestações clínicas são papilas foliculares e pústulas localizadas no pescoço, tronco e                         
membros superiores. Como fatores predisponentes cabe citar a diabete melitus, a                     
imunossupressão, a infecção por HIV e antibioticoterapia 
 
Essa doença é considerada ​oportunista​. O diagnóstico laboratorial é feito por ​EMD​, em que se                             
observa células leveduriformes no óstio folicular e na porção infundibular do canal pilossebáceo.  
 
Obs.:​ não são observados filamentos. 
 
 
 
MALASSEZIA E DERMATITE SEBORREICA 
 
A ​dermatite seborreica é uma ​micose crônica​, recidivante e inflamatória com predileção para                         
regiões ricas em glândulas. As características clínicas são principalmente: (1) inflamação e                       
descamação branca e amarela​, com placas filamentosas com leve coceira ou desconforto; (2) 50%                           
dos humanos saudáveis; (3) 70-90% em indivíduos imunocomprometidos; (4) Ocorre na infância                       
(primeiros 3 meses de vida) e na fase adulta (30-60 anos); (5) Comum em ​adolescentes e adultos                                 
jovens​.  
 
Obs.: a etiologia compreende as espécies M. globosa e M. restricta, M. furfur, M. sympodialis, M.                               
obtuse e M. slooffiae.  
 
Na infância, manifestações clínicas como ​escamas amareladas​, aderentes e de extensão variável                       
estão presentes. Quanto ao local, 42% está no couro cabeludo, porém é comum o acometimento de                               
outros sítios como face e regiões de dobras (retroauricular, pescoço, axilas e inguinal).  
 
A fisiopatologia da dermatite seborreica ainda não está perfeitamente definida, mas sabe-se que ela                           
depende de 3 fatores: ​produção de sebo + Malassezia spp. + fatores predisponentes​.  
 
Os fatores predisponentes podem ser alterações hormonais, estresse, clima frio e seco, mudanças                         
de temperatura, exposição à luz UV, tintas e géis, imunológicos. Os fatores citados anteriormente                           
estão associados a Malassezia spp. em até 80% dos casos.  
 
Obs.: ​a taxa hormonal aumentada na gravidez influencia na produção sebácea das glândulas.  
 
As manifestações clínicas no adulto compreendem ​dermatose crônica e de curso recidivante​,                       
podendo variar de um eritema leve a lesões papulosas exsudativas e/ou descamativas. Além disso,                           
manifestam-se áreas com elevada ​produção de sebo​: couro cabeludo, face, pavilhão auricular,                       
 
pálpebras e dobras, etc. A complicação principal é a infecção bacteriana secundária, causando                         
piora do eritema e do exsudato.  
 
O ​tratamento ​é feito com corticosteroides tópicos e antifúngicos, bem como com itraconazol em                           
casos severos e não responsivos. 
 
 
 
MALASSEZIA: UM FUNGO OPORTUNISTA 
 
A ​malassezia é, muitas vezes, um fungo oportunista, muito associado a ​surtos hospitalares​. A                           
malasseziose​, por exemplo, é uma doença sistêmica, havendo a apresentação de fungemia. Afeta                         
coração e pulmão. A transmissão é feita por ​cateter (Nutrição Parental Lipídica)​.  
 
Essa doença tem como fatores predisponentes indivíduos imunocomprometidos, neonatos de baixo                     
peso, UTI, febre, surtos hospitalares. Tem diagnóstico difícil.  
 
O tratamento utiliza ​azólicos sistêmicos​.

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