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FEOHIFOMICOSE e micetoma prof. SARAH INTRODUÇÃO À FEOHIFOMICOSE A feohifomicose é um termo genérico que abrange infecções subcutâneas e sistêmicas causadas por fungos (pigmentados) demáceos. Esse termo foi introduzido para designar infecções por feóide ou por fungos filamentosos pigmentados contendo melanina na parede celular, porém as leveduras também podem causar esse grupo de doenças. Embora seja uma doença mais rara, observa-se um aumento de casos nos últimos anos, muito em virtude do aumento na população de imunocomprometidos. Através dos achados do tecido a da clínica do paciente, diferencia-se a feohifomicose da cromoblastomicose. Enquanto na CBM observamos as células muriformes, na feohifomicose observa-se a presença de hifas septadas demáceas torulóides. é possível também encontrar elementos leveduriformes demáceas no achado do tecido de paciente com micose subcutânea, também fica sugestivo de feohifomicose. A formação das hifas toruloides se dá por fatores semelhantes aos da formação das células muriformes, ocorrendo devido a menor quantidade de oxigênio, maior temperatura, pH ácido, pressão tecidual, fatores de defesa do hospedeiro, que ocasionam a diferença na forma em relação ao fungo no ambiente. ASPECTOS MORFOLÓGICOS E AGENTES No EMD ou histopatológico, pode-se achar hifas septadas demáceas toruloides, bem como leveduras demáceas e hifas septadas demáceas. É importante também fazer a cultura. Os principais agente são dos gêneros: Alternaria, Bipolaris, Cladosporium, Curvularia e Exserohilum. Obs.: espécies como Cladophialophora bantiana podem ser neurotrópicos. INFECÇÕES E VIAS DE ENTRADA Os agentes de feohifomicose são ubíquos e contaminantes frequentes encontrados na terra, detritos de vegetais, ar, água e em especial polpa de madeira. No caso de feohifomicose subcutânea, a entrada se dá por traumatismo transcutâneo, enquanto na forma sistêmica, se dá pela inalação dos fungos. No tipo superficial cutânea, a infecção se dá em hospedeiro imunocompetente na forma de onicomicose, colorindo de forma enegrecida a unha. Existem agentes neurotrópicos, dermotrópicos e cutâneos superficiais. Forma clínica subcutânea (implantação) As infecções subcutâneas (micoses de implantação) tem evolução crônica, evoluindo no local onde o fungo inoculado com a formação de cistos contendo secreção serosanguinolenta ou seropurulenta. Ocorre em hospedeiros imunocompetentes e imunocomprometidos, formando lesões císticas e nodulares e acometendo normalmente os membros e a face. A lesão cística normalmente é única, podendo ser papular, nodular ou em forma de abscesso. É bem definida, encapsulada, frequentemente assintomática, de 2-4 cm de diâmetro. Podem ter consistência mole, não aderida a pele (flutuantes). A lesão nodular pode ser disseminada, principalmente em pacientes imunocomprometidos, porém é menos frequente. Os nódulos se disseminam com facilidade, ocupando todo o membro inferior ou superior, de aspecto papular e de aspecto verrucoso. Tende a apresentar prurido e dor. Feohifomicose sistêmica É uma forma rara, que ocorre em maior frequência em hospedeiros imunocomprometidos, podendo acometer SNC, pulmões, ossos, coração, baço, causar fungemia. Ocorre normalmente por um fator predisponente, como HIV/AIDS, uso de corticoterapia, transplantes, uso crônico de cateter. A via de entrada é a inalação, podendo disseminar e causar infecções em diversos órgãos. Obs.: caso o agente seja neurotrópico, essa infecção tem mortalidade de 70%. TRATAMENTO A feohifomicose subcutânea é tratada com remoção cirúrgica + itraconazol. Pode ser tratado com outros azólicos (resposta variável) dependendo do agente, por isso é importante traçar o perfil de susceptibilidade depois de ter o agente isolado. Para tratamento sistêmico, opta-se por voriconazol e posaconazol. Obs.: anfotericina B é inferior aos azólicos para fungos demáceos. Para onicomicose, trata-se de forma tópica com esmalte de amorolfina ou ciclopirox. Porém esse tratamento é complicado. MICETOMA O micetoma é uma infecção crônica que acomete a pele e o tecido subcutâneo, apresentando lesões nodulares subcutâneas que progridem e com o passar do tempo fistulam e drenam uma secreção, contendo grãos parasitários. Esses grãos são microcolônias do agente infeccioso que fazem parte da tríade para diagnóstico inicial de micetoma: tumefação, fístulas e grãos. Obs.: tratam-se de grãos negros. A população mais acometida é a população rural de regiões tropicais e subtropicais. A localização é podal (70%), podendo também acometer mãos, pescoço, braço, cabeça, porém o acometimento facial é raro. Os agentes etiológicos do eumicetoma também podem ser também hialinos, porém dentre os demáceos os mais importante são: Madurella, Curvularia, Leptosphaeria, Exophiala e etc. O tratamento depende do agente e da extensão. Utiliza-se antifúngicos, principalmente itraconazol, bem como anfotericina B, terbinafina, griseofulvina. No entanto, muitas vezes há a necessidade de desbridamento, ou seja, a amputação do membro.
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