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11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 1/22 Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4 Sessão 5 Referências Caro Aluno, a primeira unidade de aprendizagem foi produzida com o propósito de apresentar concepções básicas de monitoramento e avaliação (M&A). Além disso, buscar-se-á desenvolver e discutir as tipologias de avaliação e a importância das chamadas perguntas avaliativas para orientar e dar sentido aos processos avaliativos. Esperamos estimulá-los a refletirem sobre as práticas de monitoramento e avaliação e, também, que possam entendê- las como potentes dispositivos para a realização de mudanças positivas no Sistema Único de Saúde (SUS), em particular na Atenção Primária em Saúde, ampliando o debate a respeito do acesso e da qualidade dos serviços. 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 2/22 Fazemos a você um convite para ler e pensar na situação relatada por uma enfermeira que trabalha em uma Unidade de Saúde da Família (USF) de um município brasileiro. Amanda é uma dedicada enfermeira que compõe uma das equipes da unidade de saúde da família na qual trabalha há cinco anos. Em recente reunião realizada pela coordenação das Linhas de Cuidado do município, na qual foram apresentados resultados do último ano de gestão, Amanda ficou desapontada com a apresentação, que, segundo ela, não refletia a realidade do serviço que ela conhecia tão bem. A reunião ganhava certa tensão à medida que os resultados eram apresentados pela coordenadora. Amanda, então, pediu a palavra e fez algumas perguntas na tentativa de melhor compreender o quadro que se formava para ela: (1) como vocês podem apresentar resultados tão ruins a respeito do que estamos fazendo, se temos trabalhado tanto no atendimento aos usuários da unidade para atingir as nossas metas? (2) De onde vocês extraíram essas informações? 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 3/22 (3) Por que vocês escolheram esses indicadores e não outros? (4) Por que nós não fomos ouvidos sobre os dados? (5) Por que tudo que foi realizado fica tão reduzido aos números? (6) Que providências devemos tomar, se o atendimento é tão bem reconhecido pelos usuários desse território? Num clima que beirava o alvoroço, a coordenadora das Linhas de Cuidado percebeu que o que estava em xeque era o sentido e a lógica daquela avaliação. Tudo indicava que era preciso rever conceitos e práticas avaliativas. Enquanto tentava justificar os dados, lembrando que eles haviam sido compilados a partir dos registros de atendimento realizados pelas unidades de saúde da família, a coordenadora insistia na importância que as práticas de monitoramento e avaliação teriam para a secretaria de saúde a partir daquele ano, sustentando que havia espaço para ajustes, mas que era preciso avançar na prática de avaliação dos serviços. Intrigada com a situação, Amanda foi reler seus materiais de formação do primeiro ciclo do programa de Melhoria do Acesso e Qualidade (PMAQ) da Atenção Básica em Saúde a fim de se preparar melhor para dialogar com o anúncio da coordenadora. Afinal de contas, o que ela deveria aprender a respeito de monitoramento e avaliação? Mas, afinal, o que é Monitoramento? No Brasil, o termo monitoramento é o mais comumente utilizado para designar o acompanhamento sistemático de objetivos e metas que foram definidos para um projeto, programa ou serviço. Também conhecido como monitoria, monitoração ou monitorização, a depender das opções regionais e influências teórico-práticas, monitoramento é habitualmente definido como "o processo de acompanhamento da implementação de determinadas ações, tomando-se como base o que um projeto (ou equivalente) estabelece como metas de sua implementação (planejamento)" (BRASIL, 2009, p. 11). Nesse sentido, a prática do monitoramento requer acompanhar e conhecer em que medida os objetivos e metas de uma determinada intervenção estão sendo alcançados, por isso monitora-se sempre aquilo que está planejado, preestabelecido, pactuado ou esperado. O monitoramento, portanto, "[...] detecta os desvios quando comparados ao plano para, oportunamente, definir ações corretivas para se manter em curso o objetivo da ação ou até mesmo decidir sobre a revisão do planejamento do programa ou projeto" (ANTERO, 2008, p. 806). Como importante ferramenta de gestão, deve ser ágil para identificar obstáculos, retrocessos e paralisações, a fim de oferecer a gestores e equipes 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 4/22 p ç g q p informações tempestivas (rápidas), precisas (adequadas) e confiáveis a respeito do curso das ações, o que amplia as possibilidades de fazer correção de rumos. Um processo de monitoramento deve, portanto, observar, medir e definir as informações prioritárias para o funcionamento de uma intervenção, seja um programa, projeto, linha de cuidado ou serviço (BRASIL, 2013). Deve, também, acompanhar informações relativas aos custos envolvidos no desenvolvimento de uma intervenção. A Figura 1 ilustra, por exemplo, quantas famílias estão sendo acompanhadas por um determinado serviço e quantas visitas estão sendo realizadas. A informação, comparada com os números esperados, permite saber em que medida as metas estabelecidas estão sendo alcançadas, o que possibilita que um serviço observe a cobertura de suas ações e modifique seu processo de trabalho. Figura 1 – Série histórica do percentual de famílias visitadas em um território para um caso hipotético. Como o termo intervenção está sendo citado com grande frequência, é importante aprofundá-lo. Uma intervenção é um conjunto de ações organizadas que visam modificar uma certa realidade insatisfatória. Em outras palavras, nossos processos de planejamento, via de regra, partem de problemas que precisam ser enfrentados, realidades que precisam ser transformadas, agravos que precisam ser reduzidos, ou melhor, manejados, etc. Se observamos, por 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 5/22 exemplo, que certa região de um estado ou cidade é foco de dengue, devemos perguntar: que intervenção fazer ali para transformar uma situação de saúde tão inadequada e indesejável? No contexto deste curso introdutório, as intervenções de saúde podem ser políticas, programas, projetos ou serviços que visam enfrentar problemas de saúde pública. Dessa forma, qualquer intervenção será desenvolvida a partir da mobilização de recursos capazes de produzir efeitos que levem à resolução dos problemas para os quais foi concebida. Para ficar mais claro, observemos a Figura 2, que ajuda a compreender a conexão entre os componentes que conformam uma intervenção. É sempre importante lembrar que nem sempre os desenhos e a realidade são assim tão lineares. Figura 2 – Os componentes de uma intervenção em saúde. Fonte: Brasil, 2013 Tomemos como exemplo a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), que estabelece as diretrizes para a Atenção Básica em Saúde, orientada pelos princípios da universalidade, acessibilidade, vínculo, continuidade do cuidado, integralidade da atenção, responsabilização, humanização, equidade e participação social. Apesar de bastante complexa, é necessário que a rede da Atenção Básica se organize de forma a enfrentar os problemas, como hipertensão, hepatites virais, tuberculose, dengue, hanseníase, e alcançar todos esses princípios com qualidade. Saiba Mais (Clique) Como você deve estar pensando, as ações de monitoramento dependem muito de bons sistemas de informação (oficiais ou não) para o acompanhamento de ações tão complexas como as de saúde. Na Unidade 3 deste curso essa questão será aprofundada, mas cabe ressaltar aqui que o bom 11/02/2021 Introdução à Avaliaçãoem Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 6/22 funcionamento dos serviços implica superar concepções tradicionais sobre o caráter burocrático dos sistemas de informação. Se tantas vezes nos deparamos com uma grande quantidade de dados produzidos e encaminhados para outros níveis organizacionais, sem que sejam usados para o planejamento e avaliação das ações pelo nível local, precisamos mirar os sistemas de informação como instrumentos de análise e introdução de mudanças profundas no interior das práticas assistenciais (MERHY, 2002). É nesse sentido que compreendemos o monitoramento como parte integrante da gestão da Atenção Básica. Afinal, práticas de monitoramento devem contemplar os aspectos centrais da execução do trabalho previsto para alcançar os objetivos da intervenção. Segundo Contandriopoulos et al. (2000), devemos monitorar diferentes componentes para sermos capazes de acompanhar a concretização das mudanças esperadas. No Quadro 1, adaptado do trabalho de Donabedian (2005), estão os componentes importantes dos processos de monitoramento; logo, dos processos de planejamento. Quadro 1 – Componentes dos processos de monitoramento A estrutura – são os recursos previamente disponíveis para a execução das atividades de uma intervenção (projeto, programa ou serviço). A estrutura física diz respeito ao volume e estruturação dos diferentes recursos mobilizados (materiais, financeiros, humanos, técnicos, informacionais...). A estrutura organizacional compreende o conjunto de leis, regulamentos, convenções, regras de gestão, que definem como os recursos (financeiros, poder, influência e compromissos) são repartidos e trocados. A estrutura simbólica refere-se ao conjunto de valores, crenças e representações que permitem aos diferentes atores envolvidos nas ações de saúde comunicar-se entre si e dar sentido às suas ações. Os processos – é o conjunto de atividades durante as quais e pelas quais os recursos são mobilizados e empregados pelos atores para produzir bens e serviços requeridos para atender as finalidades do sistema organizado da ação. Os produtos – são as consequências imediatas das atividades da intervenção; Os resultados 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 7/22 – são os efeitos intermediários da intervenção, observados, em geral, na população-alvo. Eles podem ser classificados em de médio e de longo prazo; Os impactos - referem-se aos efeitos acumulados do conjunto das intervenções na população geral, a longo prazo e associado a efeitos finalísticos. Fonte: Donabedian, 2005. Para compreender melhor esses componentes, observe o Quadro 2, que classifica os componentes segundo estrutura, processo, produto, resultado ou impacto. Quadro 2 – Classificação de componentes segundo estrutura, processo, produto, resultado ou impacto. São Paulo, 2016 Exemplos de componentes Estrutura Processo Produto Resultado I 25 profissionais capacitados para atuar no controle e prevenção do câncer de colo de útero X Aumento de 28% da captação precoce da gestante nas áreas de abrangência da unidade de saúde X Disponibilidade de medicamentos para poliquimioterapia no tratamento da hanseníase X Visita domiciliar aos usuários que têm faltado à consulta para acompanhamento da tuberculose X 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 8/22 Vacina do H1N1 disponível para a campanha a ser realizada com vistas a aumentar a cobertura no território de atuação da equipe de saúde da família X Redução da taxa de mortalidade por dengue de 14 para 12 por 100.000 hab. no município Melhoria da adesão da equipe de saúde bucal ao uso de equipamento de proteção individual X Redução de 5% da letalidade em pacientes diagnosticados com dengue grave Vacina tetravalente disponível para as unidades básicas de saúde X Redução da prevalência de sífilis de 15 casos por 100.000 hab. no município de Benguela Capacitação dos agentes comunitários para o acompanhamento dos bebês com microcefalia de mães que tiveram zika X 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 9/22 A implantação de um processo de monitoramento envolve a articulação de uma proposta, de natureza técnico-política, com a prática dos sujeitos que estão executando as ações de saúde e com o cotidiano dos usuários que delas usufruem. Compreende-se, portanto, que esse processo envolve o acompanhamento de uma cadeia de efeitos, pois, quando não há disponibilidade de recursos (estrutura), não é possível mobilizar recursos para a realização das ações (processos), o que, por sua vez, não levará a efeitos imediatos (produtos), intermediários (resultados) ou finalísticos (impactos de longo prazo). Tomemos como exemplo o próprio caso da enfermeira Amanda. Para as unidades de saúde da família, um dos aspectos a ser monitorado é o objetivo de Assegurar ampliação de acesso, cuidado integral e resolutivo, crucial para a qualidade dos serviços. Nesse caso específico, tal objetivo deveria ser monitorado pelos indicadores que aparecem no Quadro 3, já com o desempenho esperado. Quadro 3 – Indicadores para monitoramento de um serviço de atenção básica 100% dos usuários com impossibilidade de deslocamento contam com serviço de atendimento farmacêutico domiciliar; 90% de casos acolhidos dentre os usuários que procuram a unidade diariamente; 100% de casos agudos acolhidos; 75% de casos não agudos acolhidos, com consultas agendadas para até 10 dias a partir da procura do Serviço; 75% de usuários com quadros agudos acolhidos e atendidos em até 30 minutos a partir da chegada ao Serviço. Quando monitoramos algo, em geral respondemos a perguntas como: (1) os dados encontrados revelam o alcance de produtos e resultados planejados? (2) As informações que acompanhamos indicam a possibilidade de mudanças para superação da situação-problema? Para responder a perguntas como essas, no caso da enfermeira Amanda, a coordenação de Linhas de Cuidado viu a necessidade de utilizar indicadores capazes de refletir o alcance ou não das metas, 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 10/22 que poderiam representar os processos instalados e/ou produtos obtidos. Mais adiante, voltaremos a falar de indicadores. As ações de monitoramento também integram os requisitos necessários para fazer uma avaliação, tema sobre o qual falaremos em breve. Sem monitoramento, as avaliações podem perder força, já que gestores e equipes pouco conhecem o alcance do que foi planejado e pouco identificam campos que merecem um olhar avaliativo. O monitoramento deve ser um processo contínuo e regular, mas isso não é suficiente para o sucesso da avaliação, que deve ser pontual e utilizar informações adicionais, de outras fontes, na medida em que visa ao julgamento de valor ou de mérito da intervenção e ao aprofundamento da explicação sobre o não alcance dos resultados esperados, ou mesmo a não mudança da situação-problema que a intervenção busca enfrentar. Sendo assim, entende-se que o monitoramento e a avaliação são complementares, não se sobrepõem (HARTZ, 2000; ANTERO, 2008). Vejamos por quê. Importante começar dizendo que não existe consenso na literatura sobre o que seja avaliação e que essa é uma terminologia que apresenta muitos sentidos. De qualquer forma, há um consenso entre diferentes atores de que a avaliação deve levar a um juízo de valor sobre o objeto avaliado, nos cabendo dar aqui destaque para esta definição: Avaliação é a coleta sistemática de dados sobre atividades, características e efeitos de programas para uso de interessados, de forma a reduzir incertezas, melhorar a efetividade e tomar decisões com respeito ao que aquele programa está fazendo, quais são seus resultados ecomo pode ser ajustado (PATTON, 1990). Ao definir avalição, o autor traz na base de seu conceito características importantes, que podem responder às seguintes questões: O que avaliar? Para que avaliar? Para quem avaliar? Quem avalia? O Quadro 4 mostra como tais perguntas estão respondidas. Quadro 4 – O que, para que, para quem e quem avaliar? 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 11/22 O que avaliar? remete ao objeto da avaliação, isto é, intervenção ou parte da intervenção a ser avaliada; Para que avaliar? diz respeito à finalidade da avaliação, que pode estar relacionada à prestação de contas, ao compartilhamento de experiências, ao desenvolvimento organizacional, ao aprimoramento da intervenção e da comunicação; Para quem? define quem demanda a avaliação e também seus possíveis usos; daí a importância de definir os potenciais interessados e/ou usuários da avaliação (gestores, profissionais de saúde, prestadores de serviços, planejadores, sociedade civil organizada, usuários, financiadores e outros); Quem avalia? refere-se a quem julga necessária a avaliação. Pode estar restrito apenas ao avaliador definir a pergunta de interesse da avaliação, seus passos e critérios de julgamento, como pode ser ampliado para diferentes atores envolvidos com a intervenção e/ou interessados na avaliação. Desde o reconhecimento da avaliação como conjunto de conhecimentos e práticas organizados e sistemáticos, a mensuração sempre foi uma característica marcante dessa área (Furtado, 2001). No entanto, com o tempo, outras características foram agregadas à avaliação, que ganharam destaque, como a descrição dos processos, o julgamento e a negociação. Entretanto, ainda nos dias atuais, vemos que há uma predominância da mensuração na avaliação. Saiba Mais (Clique) Nesse momento, apresentamos uma segunda história que pode enriquecer seu processo de aprendizagem. Rebeca é assistente social do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e recentemente foi convidada a participar de uma reunião na secretaria municipal de saúde de um município brasileiro, onde os resultados do primeiro ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) seriam apresentados à rede. 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 12/22 Os profissionais de saúde da família estavam com grande expectativa para conhecer a avaliação do trabalho realizado em cada uma das unidades de saúde da família e logo cedo encheram a sala. Para grande surpresa, não foram apresentados os resultados do município, e o estado aparecia um pouco abaixo da média em termos de desempenho das equipes PMAQ. Esse resultado implicaria o não recebimento do incentivo para a Atenção Básica em Saúde, o que poderia prejudicar as unidades de saúde da família. Descontente com o resultado, Rebeca pediu alguns esclarecimentos ao pessoal da Secretaria de Saúde: por que não estão explícitos os resultados do município? Como se dá a mensuração da qualidade das ações realizadas? Quais os critérios de desempenho utilizados? Se o desempenho não foi aceitável, quais as recomendações para melhoria? Disse que, do pouco que sabia sobre avaliação, não adiantaria só medir sem qualificar. Rebeca traz questões que nos levam a pensar um pouco mais sobre a necessidade de não reduzir a avaliação a medições e a refletir em que medida uma avaliação pode fornecer informações para orientar as mudanças necessárias para as práticas em saúde. O que mais parece preocupá-la é a vinculação da ideia de medida com produtividade, desempenho e incentivo. Essa relação muitas vezes distancia a avaliação de seu próprio propósito. Vejamos, então, de que maneira Champagne et al. (2011) definem avaliação: Avaliação consiste fundamentalmente em fazer um julgamento de valor sobre uma intervenção, implementando um dispositivo capaz de fornecer informações cientificamente válidas e socialmente legítimas sobre uma intervenção ou qualquer um de seus componentes, com o objetivo de proceder de modo a que os seus diferentes atores envolvidos, cujos campos de julgamento são por vezes diferentes, estejam aptos a se posicionar sobre a intervenção para que possam construir individualmente ou coletivamente um julgamento que possa se traduzir em ações (CHAMPAGNE et al., 2011). Em um primeiro momento, você pode até estranhar tal definição, tanto pela sua abrangência, quanto pela ausência dos conceitos de estrutura, processo e resultado. Podemos perceber, contudo, o quanto a definição ajuda a compreender melhor que as avaliações não apenas buscam informações mais aprofundadas sobre os porquês do não alcance dos objetivos da intervenção, mas também procuram orientar as mudanças necessárias a uma dada intervenção. Nela também é possível perceber a importância do envolvimento de outros 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 13/22 atores no processo avaliativo e, mais especificamente, na definição dos critérios de julgamento, além de nos aproximar das diferentes concepções do que seja qualidade em saúde. Pensemos, então, nas relações entre tal definição de avaliação e aquilo que já está estabelecido para o monitoramento e avaliação na Atenção Básica em Saúde. O Ministério da Saúde definiu para a Atenção Básica uma política de avaliação que contém um conjunto de atribuições, propósitos e recursos. Nessa política está contida a estratégia de institucionalização da avaliação por meio de sua incorporação à rotina dos serviços de saúde. Essa decisão exigia o desenvolvimento de capacidade técnica para adotar as ações de monitoramento e avaliação como elementos essenciais da gestão em saúde (BRASIL, 2006), como evidencia a Figura 3. Figura 3 – As expectativas da avaliação na Atenção Básica no SUS Fonte: Brasil, 2005. 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 14/22 É importante saber que entre os componentes de monitoramento e avaliação da Atenção Básica promovidos pela Coordenação de Acompanhamento e Avaliação do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (DAB/SAS/MS) foram inseridas diferentes estratégias: (a) Avaliação para Melhoria da Qualidade (AMQ); (b) Avaliação para Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (AMAQ-AB); (c) Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) (BRASIL, 2004). Talvez você já conheça os instrumentos de avaliação da Atenção Básica. Nosso intuito, neste módulo introdutório, é recuperar esses dispositivos de avaliação que vêm sendo habitualmente utilizados pelas equipes para avaliar as práticas da Atenção Básica. Tais instrumentos estão centrados nos aspectos de estrutura, processo e resultado. A AMQ e AMAQ correspondem aos instrumentos de autoavaliação das equipes de saúde da família, que têm por finalidade promover a reflexão dos sujeitos e grupos implicados no processo para a autoanálise, a autogestão, a identificação dos problemas e a formulação de estratégias de intervenção para melhoria dos serviços e das relações na Atenção Básica (FELISBERTO, 2004). Da maneira como tais instrumentos foram concebidos, eles implicam a livre adesão das equipes a práticas de autoavaliação, apostando na reflexão a respeito de suas condições de trabalho, suas formas de trabalhar e resultados que alcançam com os usuários (CRUZ et al., 2014). Tais instrumentos têm base em uma metodologia de autogestão dos processos de melhoria contínua da qualidade para gestores municipais, coordenadores e profissionais das equipes ESF, obedecendo a ciclos de melhoria da qualidade: momentos avaliativos e etapas de intervenção. O PMAQ, por sua vez, foi estabelecido como avaliação externa em todo o território nacional (feita por sujeitos externos à intervenção) com vistas a avaliar níveis de acesso equalidade da Atenção Básica (BRASIL, 2012). Essa é uma iniciativa que envolve diretamente as instituições de ensino e pesquisa na condução da avaliação cujo olhar é externo e não interno ao processo. Saiba Mais (Clique) O uso de iniciativas gerenciais, tais como o Pacto de Indicadores da Atenção Básica, negociado entre as três esferas de gestão (municipal, estadual e federal), tem ajudado a incorporar o monitoramento e a avaliação às práticas da gestão. Vejamos, então, de que maneira os resultados do PMAQ ajudam a melhorar os processos de trabalho e, por consequência, o acesso e a qualidade. 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 15/22 Já abordamos os conceitos estrutura, processo e resultado como componentes estruturais de qualquer intervenção em saúde (projeto, programa ou serviço). Quando relacionamos esses componentes ao monitoramento ou à avaliação, determinamos o foco específico a ser abordado na avaliação. A Figura 4 nos leva a perceber que avaliamos elementos distintos nas diferentes etapas de uma intervenção. Antes, por exemplo, de obter resultados de longo prazo e impacto, são produzidos efeitos do tipo produto (resultados mais imediatos), necessários para que os resultados (efeitos mais intermediários) e impactos (efeitos mais finalísticos) sejam alcançados. Figura 4 – Encadeamento de ações numa teoria de programa Fonte: Rossi, Lipsey e Freeman, 2003. Uma avaliação de estrutura diz respeito à verificação das características relativamente mais estáveis dos projetos, programas e serviços, que são os recursos humanos, financeiros, físicos, incluindo sua organização e financiamento. Em geral, são utilizados o checklist ou os questionários como forma de verificar a conformidade entre 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 16/22 o disponível e o esperado. Também faz parte da estrutura a qualificação profissional, que confere uma condição diferenciada e de muito valor ao setor saúde. Podemos, por exemplo, ter uma unidade de saúde da família muito bem estruturada, com todos os equipamentos, insumos para procedimentos básicos, material de consumo, mas esses recursos não serem devidamente mobilizados por falta de qualificação profissional para tal. Acreditamos que você já tenha se deparado com uma situação como essa. Ao fazermos avaliações com foco na estrutura, buscamos informações e explicações sobre a conformidade ou não da estrutura, partindo do pressuposto de que o cumprimento de determinados requisitos, apesar de não denotar a qualidade do serviço em si, demonstra a capacidade de gerar um cuidado de boa qualidade. Uma avaliação de processo é usualmente equivalente à avaliação de implantação ou implementação de uma intervenção. Diz respeito à relação entre a intervenção e seu contexto de inserção na produção dos efeitos, o que se torna particularmente importante quando a atividade é complexa, com múltiplos componentes e contingencial (VIEIRA DA SILVA, 2005). Uma de suas finalidades é complementar o monitoramento de insumos e produtos com uma dimensão explicativa. A avaliação de implementação tem seu foco direcionado a insumos, atividades e aos efeitos mais imediatos (operacionais) da intervenção. Nesse tipo de avaliação, há maior capacidade explicativa sobre como ocorreu o processo, o que é fundamental para gerar recomendações de mudanças visando à melhoria dos processos. Importa, nesses casos, saber o que aconteceu na interação entre insumos, procedimentos e contexto, para que se possa identificar por que foram obtidos aqueles resultados como efeito, por exemplo, aquela produção de consultas, cobertura vacinal, e como foi viabilizada a aceitação do protocolo do Tratamento Diretamente Observado para Tuberculose. Cabe verificar também se os procedimentos estão de acordo com os critérios e padrões de boas práticas. Quando falamos do contexto, referimo-nos aos contextos físicos, legais, simbólicos, históricos, econômicos e sociais que estruturam o campo dentro do qual a intervenção está colocada e interage com múltiplas realidades. Em geral, tratamos mais o Contexto Político-Organizacional e o Externo (determinantes sociais) como fatores sinérgicos (facilitadores) e antagônicos (barreiras) que influenciam as intervenções e seus resultados. Uma avaliação de resultados contempla as explicações sobre as razões pelas quais as atividades de uma intervenção alcançaram ou não seus resultados, enfatizando as relações causais entre a intervenção e seu efeito na população-alvo. Mesmo levando em conta diferentes terminologias na área da avaliação, em geral os 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 17/22 resultados podem ser de curto, médio e longo prazo; e podem ser definidos como produto (imediato), resultado (intermediário) e impacto (finalístico). A medida do cumprimento dos objetivos dos projetos, programas, serviços de saúde – curar, restabelecer, aliviar, promover, proteger a saúde – demonstra sua capacidade de promover mudança da situação-problema existente. Por exemplo, nas avaliações de resultado, estamos buscando verificar mudanças na população diretamente atendida, em decorrência das ações de Atenção Básica. Por isso, utiliza-se nesse tipo de avaliação indicadores como aumento da proporção de adesão ao aleitamento materno exclusivo, melhoria da qualidade da assistência pré-natal, aumento do diagnóstico precoce de exame de Papanicolau, redução da taxa de incidência de hanseníase e redução da taxa de mortalidade infantil. Queremos agora abordar um último aspecto nesta unidade introdutória: as perguntas avaliativas. Tomemos como exemplo uma situação em que uma equipe de saúde da família se confronta com o seguinte conjunto de perguntas, lançado por um grupo de pesquisadores que visita a unidade de saúde: a) Quanto do que a USF havia planejado foi atingido no ano de 2015? b) As ações da USF estão de acordo com as normas técnicas estabelecidas? c) Os recursos necessários para realização das ações estão disponíveis? d) Qual a efetividade das ações desenvolvidas na USF? e) A população usuária dessa unidade está satisfeita com o serviço ofertado? f) Que impactos na população os serviços ofertados pela USF vêm alcançando? g) Quais os aspectos facilitadores e as barreiras para a garantia do acesso e da qualidade na USF? Você pode gostar de tais perguntas e achá-las desafiadoras, mas em que medida são perguntas avaliativas? É crucial que as perguntas sejam as principais guias de qualquer processo 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 18/22 avaliativo. As perguntas orientam, direcionam e dão sentido ao que se deseja avaliar. Qualquer processo avaliativo exige concentrar esforços para a obtenção de informações confiáveis e válidas, para a produção de análise e julgamento, a partir de critérios definidos e explícitos. Daí a necessidade de ser cauteloso na definição da(s) pergunta(s) a ser(em) respondida(s). O Quadro 5 apresenta algumas perguntas classificadas como avaliativas ou não avaliativas. Quadro 5 – Perguntas classificadas como avaliativas ou não avaliativas. São Paulo, 2016 Perguntas Avaliativa Não avaliativa As ações de prevenção e controle de câncer do colo de útero têm qualidade técnica? X As ações de saúde bucal têm garantido acesso e resolutividade na USF? X Qual a associação entre ter zika na gravidez e o bebê desenvolver microcefalia? X A estratégia de visita domiciliar feita pela equipe de saúde da família é efetiva? X Que fatores estão relacionados ao aumento dos casos de dengue grave no território de atuação da USF? X As atividades de vacinação da USF estão em conformidade com o que está estabelecido no protocolo de imunização? X As perguntas avaliativas guardam semelhança com as perguntas que guiam uma pesquisa,como mostra o Quadro 5. Contudo, é necessário prestar atenção para o que se quer responder com uma pergunta avaliativa, porque ela busca estabelecer uma relação entre a intervenção a ser avaliada e o resultado daquela intervenção. Por exemplo, quando se pergunta se "as ações de prevenção de câncer de mama têm qualidade técnica?" e se "essas ações são efetivas?", será preciso produzir informações sobre como as ações de prevenção de câncer de mama estão sendo realizadas e, tomando como base a definição de qualidade técnica dessas ações, fazer uma comparação para saber se têm ou não qualidade técnica, procurando evidenciar como e por quê. Uma dica importante no momento de construir as perguntas avaliativas é percorrer primeiro uma fase divergente, durante a qual são produzidas perguntas até se alcançar um 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 19/22 mapeamento de todas as perguntas com potencial avaliativo, sem preocupação de filtrar as prioridades. Depois, mergulha- se na fase convergente, que visa à seleção da(s) pergunta(s) relacionadas na fase anterior com base nos critérios de prioridade, utilidade, relevância e viabilidade (CAZARIN; MENDES; ALBUQUERQUE, 2010). Na fase convergente, é crucial chegar a um consenso sobre quais perguntas avaliativas são prioritárias a serem respondidas, assim como o tipo de esforços necessários para isso. Quer ler mais e se aprofundar nos temas da unidade 1? Seguem algumas sugestões. ANTERO, S. A. Monitoramento e avaliação do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo. Revista de Administração Pública, v. 42, n. 5, p. 791-828, 2008. CRUZ, M. M. et al. Usos do planejamento e autoavaliação nos processos de trabalho das equipes de Saúde da Família na Atenção Básica. Saúde em Debate, v. 38, n. especial, p. 124-139, 2014. HARTZ, Z. M. A. Pesquisa em avaliação da atenção básica: a necessária complementação do monitoramento. Divulgação em Saúde para Debate, v. 21, n. especial, p. 29-35, 2000. As perguntas a seguir foram preparadas para apoiar a sistematização de saberes e aprendizagens a ser realizada pelos alunos a respeito da Unidade 1. 1. Como você define monitoramento e avaliação? Quais as sinergias e as diferenças entre as duas práticas? 2. Por que os conceitos de avaliação de estrutura, processos e resultados são tão importantes na avaliação em saúde? 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 20/22 3. O que são perguntas avaliativas, qual sua importância e como construí-las? ANTERO, S. A. Monitoramento e avaliação do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo. Revista de Administração Pública, v. 42, n. 5, p. 791-828, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Avaliação na Atenção Básica em Saúde: caminhos da institucionalização. Brasília, DF, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Monitoramento na Atenção Básica de Saúde: roteiros para reflexão e ação. Brasília, DF, 2004. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Monitoramento e Avaliação na Política Nacional de Humanização na Rede de Atenção e Gestão do SUS: manual com eixos avaliativos e indicadores de referência. Brasília, DF, 2009. (Série B. Textos Básicos de Saúde). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Brasília, 2012.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de Monitoramento e Avaliação em Saúde do SUS.Manual da oficina de capacitação em avaliação com foco na melhoria do programa. Brasília, DF, 2007. CAZARIN, G.; MENDES, M. F. M.; ALBUQUERQUE, K. M. Perguntas Avaliativas. In: SAMICO, I. et al. (Org.). Avaliação em Saúde: Bases Conceituais e Operacionais. Rio de Janeiro: MedBook, 2010. p. 79-87. CHAMPAGNE, F. et al. A avaliação no campo da saúde: conceitos e métodos. In: BROUSSELLE, A. et al. (Org.). Avaliação: conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011. p. 41-60. 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 21/22 CONTANDRIOPOULOS, A. P. et al. L'évaluation dans le domaine de la santé: concepts et méthodes. Revue d'épidémiologie et santé publique, v. 48, n. 6, p. 517-539, 2000. CRUZ, M. M. et al. Usos do planejamento e autoavaliação nos processos de trabalho das equipes de Saúde da Família na Atenção Básica. Saúde em Debate, v. 38, n. especial, p. 124- 139, 2014. DONABEDIAN, A. Evaluating the quality of medical care (1966). The Milbank Quarterly, v. 83, n. 4, p. 691-729, 2005. FELISBERTO, E. Monitoramento e avaliação na atenção básica: novos horizontes. Revista Brasileira de Saúde Materno- Infantil, Recife, v. 4, n. 3, p. 317-321, 2004. FURTADO, J. P. Um método construtivista para a avaliação em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 6, n. 1, p. 165-181, 2001. HARTZ, Z. M. A. Pesquisa em avaliação da atenção básica: a necessária complementação do monitoramento. Divulgação em Saúde para Debate, v. 21, n. especial, p. 29-35, 2000. MERHY, E. E. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: a informação e o dia a dia de um serviço, interrogando e gerindo trabalho em saúde. In: MERHY, E. E.; ONOCKO, R. (Org.). Agir em saúde: um desafio para o público. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2002. PATTON, M. Q. Qualitative Research & evaluation Methods. Newbury Park: Sage Publications, 1990. SABER Tecnologias Educacionais e Sociais. Política Nacional de Atenção Básica PNAB: uma revisão. [Filme-vídeo]. 9 jun. 2015. 6:07 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hBcX-qx3VAk (https://www.youtube.com/watch?v=hBcX-qx3VAk). Acesso em: 10 jun. 2016. TELESSAUDESC. Webconferência sobre o PMAQ 1. [Filme- vídeo]. 13 out. 2011. 9:24 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uZXV4uPcJCM (https://www.youtube.com/watch?v=uZXV4uPcJCM). Acesso em: 10 jun. 2016. VIEIRA DA SILVA, L.M. Conceitos, abordagens e estratégias para a Avaliação em Saúde. In: HARTZ, Z.M.A. & VIEIRA DA SILVA, L.M. (Orgs). Avaliação em Saúde: dos modelos teóricos à prática na avaliação de programas e sistemas de saúde. Rio de Janeiro/Salvador: Editora Fiocruz/Edulba. Pp.15-39. 2005. https://www.youtube.com/watch?v=hBcX-qx3VAk https://www.youtube.com/watch?v=uZXV4uPcJCM 11/02/2021 Introdução à Avaliação em Saúde https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/IAS_2020_3/unidade1.html 22/22 (https://moodle.unasus.unifesp.br/course/view.php? id=38) (https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/resource/view.php? id=763) (https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/resource/view.php? id=764) (https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/resource/view.php? id=765) (https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/resource/view.php? id=766) © 2016 Universidade Federal de São Paulo - Unifesp https://moodle.unasus.unifesp.br/course/view.php?id=38 https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/resource/view.php?id=763 https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/resource/view.php?id=764 https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/resource/view.php?id=765 https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/resource/view.php?id=766
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