Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Física Experimental III http://www.if.ufrj.br/~fisexp3 Unidade 7 - Circuitos RLC em corrente alternada: ressonância 63 Como vimos na Unidade 3, quando um circuito RLC opera no regime sub-crítico aparecem oscilações. Se deixarmos esse circuito oscilante evoluir livremente após receber uma certa energia inicial, as oscilações irão diminuindo de amplitude até que toda a energia seja dissipada, fazendo com que o sistema pare de oscilar. Essa atenuação dependerá do valor da constante α = R/2L (veja Unidade 3). Essas oscilações correspondem a trocas da energia armazenada no sistema entre o capacitor e o indutor, ou seja, a ressonância. A atenuação das amplitudes aparece devido à dissipação de energia no resistor por efeito Joule. Para mantermos a amplitude constante ao longo do tempo, deveríamos constantemente fornecer energia de modo a compensar essa dissipação. Esse tipo de circuito também é conhecido como circuito RLC forçado. No caso presente vamos utilizar voltagens senoidais para fornecer energia continuamente ao circuito de modo a compensar a atenuação. Como vimos na Unidade 4, a corrente, a impedância e o ângulo de fase do circuito serão dados por 0 0 VI Z = onde 2 2Z R [(1/ C) L]= + ω − ω e C LX X(1/ C) L Xtg R R R −ω − ω ϕ = = = A potência instantânea fornecida pelo gerador ao circuito é dada por: G 0P(t) V (t) i(t) V sin( t)sin( t )= = ω ω + φ Desta relação podemos concluir que nem sempre, instantaneamente, o gerador estará fornecendo ao circuito toda a potência que gera. Sempre que P < 0, ele estará consumindo parte da potência fornacida ao circuito, mas se tomarmos a média sobre um período, a potência fornecida pelo gerador será igual à potência dissipada pelo resistor. Isso pode ser visto na figura abaixo, onde indicamos a potência fornecida pelo gerador para alguns ângulos de fase. R L C a b cVS + Física Experimental III – Unidade 7 64 Para este circuito, existe uma freqüência do gerador que anula a diferença de fase (φ = 0). Isto acontece quando ω = (1/LC)1/2 onde (1/LC)1/2 é a freqüência de ressonância do circuito. Nesta condição a amplitude da corrente é máxima, I0 = V0/R, ou seja, tudo se passa como se o indutor e o capacitor não se encontrassem mais no circuito pois a diferença de fase torna-se igual a zero e a impedância do circuito fica puramente resistiva. Nesta situação, dizemos que a fonte está em RESSONÂNCIA com o circuito. É nessa situação, pois, que ocorre a máxima transferência de energia para o circuito. Procedimento experimental: Montagem do circuito: Leia atentamente o procedimento experimental até o final, antes de começar a trabalhar em sua montagem. Observe que em alguns casos, certas medidas podem ser feitas simultaneamente. 1) Com o auxílio do osciloscópio, ajuste a tensão de saída do gerador para onda senoidal de 6VPP e uma freqüência qualquer (sugestão: comece com 1 kHz). 2) Monte o circuito da figura abaixo Circuito RLC com monitoração das voltagens na fonte e no resistor. Utilize uma bobina disponível na bancada, resistor R=1kΩ e o capacitor com a menor capacitância. V B A C R L CH 1 CH 2 + -1 0 1 2 3 4 5 6 7 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 po tê nc ia (W ) fase (rad) ϕ = 0 ϕ = π/8 ϕ = π/4 ϕ = 3π/8 ϕ = π/2 Física Experimental III – Unidade 7 65 Procedimento 7-1: Comportamento da corrente em função da freqüência. 1) Varie a freqüência do sinal do gerador e meça o valor da amplitude da corrente para cada valor de freqüência. Faça uma tabela com os valores de amplitude de corrente obtidos para cada freqüência. Escolha cerca de 20 valores de freqüência, 10 valores abaixo da freqüência de ressonância, ω2 = 1/LC, e 10 valores acima. Antes de começar a anotar os resultados, certifique- se de que as amplitudes de corrente no primeiro e no último ponto são muito menores do que na ressonância. • Lembre-se que a corrente pode ser obtida através da tensão no resistor, i(t)=V(t)/R. • Lembre-se também de se certificar que a amplitude do sinal do gerador permaneça constante para todos os valores de freqüência . R = L = C = f (Hz) VR (V) ∆ϕ f (Hz) VR (V) ∆ϕ 2) Meça também a diferença de fase entre a tensão do gerador e a corrente do circuito (lembre-se que no resistor a corrente está em fase com a voltagem). Faça a medida, através da diferença de fase temporal ( ∆t) entre as duas ondas. A diferença de fase angular é dada por ∆ϕ = 2π∆t f = 2π∆t/T. Complete a Tabela acima com os valores de ∆ϕ. 3) Trace um gráfico i x f e identifique graficamente a freqüência de ressonância. Estime o erro em sua medida e compare o valor obtido com o valor esperado. Explique se houver discrepância. Além do gráfico em escala linear, faça um gráfico monolog e discuta a diferença entre eles. 4) Trace dois gráficos ∆φ x f, um em escala linear e outro monolog e identifique graficamente a freqüência de ressonância. Estime o erro em sua medida e compare o valor obtido com o valor esperado. Explique se houver discrepância. 5) Explique o significado da curva em termos do caráter capacitivo ou indutivo do circuito. Procedimento 7-2: Medida da diferença de fase através da figura de LISSAJOUS 1) Varie novamente a freqüência do gerador e meça a diferença de fase entre a tensão do gerador e a corrente do circuito (lembre que a corrente está em fase com a tensão no resistor). 2) Para medir a diferença de fase agora, utilize a função XY do osciloscópio: coloque a voltagem do gerador no eixo X e a do resistor (corrente) no eixo Y. Obtenha a fase para os mesmos pontos (valores de freqüência ) utilizados anteriormente, sabendo que sen ϕ = |A/B| onde A e B são definidos na figura abaixo. Física Experimental III – Unidade 7 66 Figura de LISSAJOUS para o circuito RLC. 3) Estime o erro em suas medidas através deste novo método e compare seus resultados com a medida anterior. 0 -1 -1 1 1 sin ϕ = |A/B| B A VR V0
Compartilhar