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Moldagem de precisão em prótese fixa

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Caso Clínico
46 Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Glauco Rangel ZANETTI*
Marcelo Massaroni PEÇANHA**
Fausto FRIZZERA***
Carlos MONTEIRO JÚNIOR****
 * Professor Adjunto do Departamento de Prótese Dentária da UFES. Doutor em Clínica Odontológica pela FOP/UNICAMP.
 ** Mestre em Clínica Odontológica pela UFES. Professor do curso de Odontologia da ESFA.
 *** Mestrando e especialista em Periodontia na UNESP/FOAr.
 **** Cirurgião-dentista graduado na Universidade Federal do Espírito Santo.
Zanetti GR, Peçanha MM, Frizzera F, Monteiro Jr C
47Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Moldagem de precisão em prótese fixa
Precision impression in fixed prosthetics
Resumo
Diversos materiais são utilizados pelos cirurgiões-dentistas 
na moldagem de preparos para a confecção de restaurações 
indiretas. Várias técnicas de moldagem podem ser empre-
gadas em associação a esses materiais. Os materiais elas-
toméricos possuem ótimas propriedades e, atualmante, são 
amplamente utilizados. Entretanto, dúvidas têm sido levan-
tadas em relação à eficácia de cada técnica, à precisão dos 
materiais quando expostos a fluidos bucais e ao afastamento 
do tecido gengival com fios retratores e soluções adstringen-
tes. O propósito desse trabalho é, mediante uma revisão da 
literatura, discutir as vantagens e desvantagens pertinentes 
aos materiais e técnicas de moldagem de precisão em pró-
tese fixa, descrevendo a técnica defendida pelos autores por 
meio de um relato de caso clínico.
Abstract
Different materials are used by dentists to make impres-
sions of crown preparations to produce indirect restora-
tions. Several impression techniques may be employed in 
combination with these materials. Elastomeric materials 
have excellent properties and are widely used nowadays. 
However, questions have been raised regarding the effi-
ciency of each technique, accuracy of the materials when 
exposed to oral fluids and tissue retraction with cords and 
astringent solution. The aim of this paper is, by means of a 
literature review, to discuss the advantages and disadvan-
tages regarding materials and techniques for precision im-
pression in fixed prosthodontics, describing the technique 
advocated by the authors through a case report.
Keywords: Dental impression technique. Dental impression mate-
rials. Dental prosthesis.
Palavras-chave: Técnica de moldagem odontológica. Materiais 
para moldagem odontológica. Prótese dentária.
48 Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Moldagem de precisão em prótese fixa
INTRODUÇÃO
No processo restaurador indireto, é imprescindível 
observar que os bons resultados só serão alcançados 
se tivermos preparo dentário adequado e um tecido 
gengival sadio, decorrente do estado periodontal e das 
restaurações provisórias. Porém, grande parte do su-
cesso é determinada na fase laboratorial. Sendo o mo-
delo de gesso a plataforma de trabalho do técnico em 
prótese dentária, é fundamental que a sua obtenção for-
neça todas as características anatômicas e dimensio-
nais dos respectivos pilares. A moldagem é uma mano-
bra clínica, do processo de confecção de restaurações 
indiretas, que tem como objetivo a reprodução negativa 
dos preparos dentários e regiões adjacentes¹.
A American Dental Association (ADA) estabeleceu 
um padrão para a adaptação marginal das próteses fixas 
convencionais onde se procurariam linhas de cimenta-
ção não maiores que 25µm. Tal critério busca a diminui-
ção da superfície de contato do cimento convencional 
ao meio bucal úmido2. Margens de coroas protéticas 
com desadaptações maiores resultariam na exposição 
excessiva do cimento e na sua solubilização e, conse-
quentemente, na possibilidade de infiltração marginal. 
Adicionalmente, quando se observa a adaptação de um 
retentor de uma prótese parcial fixa sobre seu pilar, há 
que se considerar a relação desse com os demais. Sen-
do a prótese parcial fixa (PPF) uma peça que interliga 
dois ou mais pilares, é evidente que essa deve se adap-
tar simultaneamente em todos, para que cumpra com 
seu papel restaurador. Sendo assim, a reprodução fiel 
dos detalhes anatômicos e da relação espacial dos pila-
res protéticos torna-se uma das etapas mais críticas do 
processo clínico de confecção das PPFs, determinando 
o sucesso e a longevidade do tratamento.
As mais variadas técnicas de moldagem são utiliza-
das rotineiramente pelos profissionais para a obtenção 
de modelos de trabalho precisos, entretanto cada técnica 
é melhor aproveitada quando o material de moldagem é 
corretamente indicado3. Dentre os materiais disponíveis 
utilizados na realização de moldagens de precisão em 
prótese fixa, podemos citar vários grupos de elastôme-
ros. Dentre eles se destacam: silicones por condensa-
ção, silicones por adição, poliéteres e polissulfetos.
Além disso, os profissionais têm à sua disposição 
várias marcas comerciais dentro de um mesmo grupo 
químico de materiais elastoméricos. Os fabricantes re-
lacionam vantagens como: estabilidade dimensional, re-
produção de detalhes, tixotropismo, hidrofilia etc. Todas 
são características desejáveis na obtenção de modelos 
mais exatos, porém outros aspectos também devem 
ser considerados na seleção do material4. A facilidade 
operacional da técnica ou mesmo a relação custo/be-
nefício têm sido ponderadas pelos profissionais.
Diante disso, esse trabalho tem como objetivo re-
visar e discutir, com dados encontrados na literatura, 
os benefícios decorrentes da aplicação da técnica e do 
material de moldagem indicados, descritos por meio do 
relato de um caso clínico.
REVISÃO DA LITERATURA
Quando nos referimos à moldagem de precisão em 
prótese parcial fixa, muitas técnicas podem ser encon-
tradas na literatura. Cada técnica pode ser uma variação 
de outra e, geralmente, são denominadas em função 
dos materiais ou da forma como esses são emprega-
dos. A escolha por um tipo de técnica em detrimento à 
outra é realizada em função de aspectos peculiares de 
cada material e preferência do profissional, razão pela 
qual são obtidos melhores resultados em uma ou outra 
característica do molde2,5.
Com o desenvolvimento progressivo dos materiais 
de moldagem elastoméricos e a popularização do seu 
emprego como materiais de moldagem em prótese de 
precisão, cada vez menos tem se indicado a utilização 
de hidrocoloides reversíveis para esse fim. Embora te-
nham representado ao longo da história uma excelente 
opção como material de moldagem, sua sensibilida-
de técnica, baixa resistência ao rasgamento e rápida 
49Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Zanetti GR, Peçanha MM, Frizzera F, Monteiro Jr C
alteração dimensional ofuscaram as qualidades de 
hidrofilia e de reprodução de detalhes. Já os elastô-
meros, além de serem facilmente manipulados, são 
polímeros com cadeias helicoidais que podem sofrer 
grandes flexões e retornar à sua forma original sem 
sofrer deformações permanentes, portanto, mais está-
veis e resistentes do que os hidrocoloides5.
A grande maioria das técnicas se baseia em três pre-
missas. A primeira é que, se a linha de terminação cervical 
estiver posicionada dentro do sulco gengival, algum mé-
todo de afastamento gengival deverá preceder ou ocorrer 
concomitantemente à moldagem, para que se possa re-
gistrar a superfície dentária além da margem do preparo. 
A segunda é que o material deverá ter fluidez suficiente 
para reproduzir os detalhes dos pilares preparados e, evi-
dentemente, do sulco gengival. A terceira é que o material 
de baixa viscosidade — ou seja, que apresenta escoa-
mento devido à sua fluidez — não deverá ser aplicado em 
espessuras demasiadamente grandes, pois geralmente 
apresentam alterações dimensionais diretamente pro-
porcionais ao seu volume3. Cada técnica de moldagem 
de precisão procura aplicar as características do material 
elastomérico atendendo às três premissas anteriores.
 Quando se utiliza um material de moldagem de con-
sistência fluida ou regular, o uso de uma moldeiraindivi-
dual reduz o volume empregado e, consequentemente, 
sua alteração dimensional, além de economizar material 
de moldagem3,4. O casquete de moldagem construído 
em resina acrílica é considerado uma moldeira individual 
unitária, que permite o afastamento gengival mecânico 
além da redução do volume do material elastomérico 
empregado5,6. Tal técnica requer materiais de viscosida-
de intermediária e que possam ser aderidos por adesi-
vos ao acrílico7. Apesar de alguns silicones por adição 
serem também apropriados8, os polissulfetos e poliéte-
res de consistência regular continuam sendo os mate-
riais mais indicados para a técnica4,6.
Embora essa técnica seja capaz de produzir moldes 
com detalhes precisos7, muitos aspectos pesam contra 
a sua adoção pelos profissionais. Para que de fato seja 
considerada uma técnica econômica, o material de mol-
dagem elastomérico deve ser utilizado apenas no interior 
dos casquetes3, sendo a moldagem total realizada com 
alginato. Mesmo que os moldes dos pilares preparados 
sejam bem precisos, a relação espacial entre eles não o 
será, já que o alginato não é uma material preciso e muito 
menos dimensionalmente estável. Além disso, o afasta-
mento gengival conseguido pelo reembasamento prévio 
dos casquetes em resina é um procedimento demorado 
e de difícil execução para muitos profissionais. Há dúvidas 
quanto à precisão obtida na região cervical, tendo em vis-
ta que o molde dessa área crítica é invariavelmente obtido 
com a exposição do acrílico dos casquetes6. A remoção 
do modelo do interior dos moldes eventualmente fratura 
ou danifica o preparo, em virtude da rigidez da resina dos 
casquetes. Embora o modelo de gesso possa ser remo-
vido intacto quando os casquetes são amolecidos pelo 
calor, tal operação danifica irreversivelmente o casquete, 
impedindo que um modelo auxiliar extra seja vazado.
A técnica de moldagem com casquete é fruto da 
necessidade de se promover adequado afastamento 
gengival em preparos intrassulculares. O afastamento 
gengival só pode ser alcançado quando, ao final de su-
cessivos reembasamentos do casquete, se evidenciar 
uma bainha nítida ao redor do término, formada pela 
resina no interior do sulco. Embora seja considerada 
por muitos como uma técnica atraumática de afasta-
mento mecânico, é evidente que o uso de monômeros 
acrílicos no interior do sulco promove irritação quími-
ca do epitélio sulcular. Não se pode acreditar que o 
afastamento mecânico promovido pelo acrílico polime-
rizado não promova nenhuma agressão ou ruptura do 
epitélio juncional, já que o objetivo do afastamento é 
exatamente a moldagem além da terminação.
Por outro lado, os silicones por adição ou conden-
sação são materiais que dispensam o uso de moldeiras 
individuais, já que são fornecidos também na consistên-
cia densa9. Esses materiais, com menor escoamento, 
50 Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Moldagem de precisão em prótese fixa
apresentam alteração dimensional menor do que em sua 
versão fluida ou regular, já que uma concentração maior 
de carga foi incorporada à sua massa. O uso prévio ou 
concomitante do material denso reduz o volume final do 
material fluido e, consequentemente, torna o molde mais 
estável. Quando os materiais de consistência densa e flui-
da são manipulados simultaneamente e inseridos por so-
breposição, a técnica é denominada de um tempo ou de 
dupla mistura. Quando os materiais são manipulados um 
de cada vez, ou seja, moldando-se com o material denso 
seguido pelo material fluido, a técnica é denominada de 
técnica de dois tempos ou reembasamento.
Os silicones por condensação são materiais que poli-
merizam-se por condensação, através de uma reação cru-
zada entre um polímero de silicone e um silicato alquílico, 
de onde resultam subprodutos como o álcool, que volati-
lizam-se facilmente. Além dos subprodutos que induzem 
alterações dimensionais, os silicones por condensação 
apresentam também a indesejável natureza hidrófoba (não 
toleram umidade no sulco gengival), apresentando hidrofilia 
inferior quando comparada à de materiais como o poliéter 
e o silicone por adição10,11. Embora alguns autores12 não 
tenham encontrado alterações dimensionais significativas 
em modelos obtidos com silicones por adição hidrofílicos 
em ambientes secos, úmidos ou molhados, a capacidade 
de reprodução de detalhes foi significativamente melhor 
quando foram utilizados em ambiente seco.
A hidrofilia dos silicones por adição, a sua estabilidade 
dimensional, excelente recuperação elástica e resistência 
ao rasgamento são todas características desejadas em 
um material de moldagem de precisão13. Esses materiais 
geram moldes bastante precisos, permitindo que o va-
zamento seja realizado após uma hora, um dia ou até 
mesmo após uma semana, sem que o mesmo apresente 
perda significativa de sua exatidão. Quando houver ne-
cessidade de um segundo vazamento, o modelo obtido 
será também preciso, desde que o molde não seja dani-
ficado na remoção do modelo anterior1. A possibilidade 
de se ter um modelo de trabalho onde os troquéis repro-
duzam fielmente os detalhes dos preparos e a relação 
espacial entre os mesmos, e um modelo extra onde essa 
relação não foi perdida pela troquelização, torna o empre-
go desses materiais bastante vantajoso, já que a união de 
infraestruturas por solda pode ser evitada clinicamente. 
Tecnicamente, a moldagem com silicone por conden-
sação é semelhante à do silicone por adição. Basicamen-
te se diferem pela forma de apresentação. Os silicones 
por adição são fornecidos em dois potes de material 
denso contendo, respectivamente, massa base e massa 
catalisadora. Já os materiais de consistência fluida ou re-
gular são fornecidos em doses iguais de base e catalisa-
dor acondicionado em cartuchos duplos de automistura. 
Esses cartuchos são utilizados em pistolas especiais que 
injetam os materiais através de uma ponta automisturado-
ra, levando o material diretamente à região a ser moldada. 
Essa forma de apresentação, além de otimizar o tempo 
de trabalho, torna mais fácil e preciso o proporcionamento 
e a homogeneização dos materiais de moldagem13. Já os 
silicones por condensação são fornecidos em um pote 
contendo material de consistência densa, uma bisnaga 
de material fluido e uma bisnaga de catalisador também 
fluido, que é utilizado como reagente para ambos os ma-
teriais. Embora se dê muita importância às qualidades dos 
silicones por adição, é possível obter-se ótimos resultados 
mesmo com a utilização de silicones por condensação, 
desde que cuidados com o seu vazamento sejam ado-
tados14. Os moldes em silicones por adição devem ser 
vazados cerca de uma hora após a sua remoção da boca. 
Tal cuidado evita que bolhas resultantes do hidrogênio li-
berado do material se formem na superfície do gesso. A 
espera também permite a completa recuperação elástica 
do material, assim como dá tempo para que procedimen-
tos de desinfecção química tenham o efeito desejado.
DISCUSSÃO
Atualmente, os materiais elastoméricos têm sido 
amplamente utilizados e indicados no meio odontológi-
co e diversas técnicas de moldagem podem ser empre-
51Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Zanetti GR, Peçanha MM, Frizzera F, Monteiro Jr C
gadas para esses materiais. Embora muitos profissio-
nais tenham predileção pela técnica de moldagem de 
um tempo2, estudos têm demonstrado que a técnica 
de dois tempos confere maior precisão e estabilidade 
dimensional, quando comparada à técnica de um único 
tempo8. Além disso, a falta de sincronia na manipulação 
simultânea dos dois materiais pode resultar em falhas 
na execução do procedimento9.
Ainda que os poliéteres sejam considerados mate-
riais de excelente estabilidade dimensional, a necessi-
dade de se utilizar grandes volumes em moldeiras totais, 
em geral moldeiras individuais confeccionadas em acrí-
lico ou moldeiras plásticas, pode torná-los menos pre-
cisos do que os silicones por adição3,5. Mesmo quando 
silicones por adição sãoutilizados, principalmente em 
consistências mais densas e/ou na técnica de passo 
único, a utilização de moldeiras de estoque metálicas 
rígidas é mais segura que a de moldeiras de estoque 
plásticas, já que a possibilidade de deformação é maior 
nessas últimas, afetando especialmente a dimensão de 
moldes para próteses parciais fixas14-17.
Mesmo sendo elastômeros de excelência, os silico-
nes por adição não são materiais infalíveis. Os sulfetos 
encontrados nas luvas de látex são capazes de inibir a 
polimerização desses materiais, em qualquer uma de 
suas consistências. Para contornar esse problema o 
cirurgião-dentista deve remover as luvas e lavar bem as 
mãos antes de manipular o material ou fazer uso de lu-
vas compostas por material à base de polietileno18. Além 
disso, é importante ressaltar que a temperatura tem um 
papel fundamental na reação de polimerização desses 
materiais, sendo que seu aumento diminui consideravel-
mente o tempo de trabalho9,19.
A alta estabilidade dimensional da silicona por adição 
permite, se necessário, novo vazamento mesmo dias 
após a realização da moldagem. Por outro lado, moldes 
em silicone por condensação devem ser vazados qua-
se que imediatamente após a sua remoção da boca, já 
que a alteração dimensional é progressivamente maior 
quanto mais se retarda o seu vazamento10.
O afastamento gengival é uma etapa prévia e se faz 
absolutamente necessário quando temos margens de 
preparo subgengivais. Como o material de moldagem não 
possui a capacidade de promover o afastamento lateral 
da gengiva marginal, dilatando o sulco gengival, torna-se 
necessário o emprego de técnicas que consigam promo-
ver a exposição da região apical ao término do dente pre-
parado, permitindo dessa forma que o material de molda-
gem copie os detalhes dessa área20. 
Nessa altura da execução do tratamento, é necessá-
rio ter saúde periodontal, importante para permitir uma 
moldagem precisa da área subgengival. Isso se obtém, 
principalmente, a partir do adequado posicionamento do 
término cervical do preparo, respeitando o espaço biológi-
co da inserção periodontal, e de uma restauração provisó-
ria com contornos anatômicos e corretamente adaptada 
às margens do preparo, bem como dotada de superfícies 
polidas e regulares que dificultem a fixação da placa bac-
teriana e/ou que facilitem a sua remoção21.
O afastamento gengival para moldagem intrassulcu-
lar pode ser realizado mecanicamente, quimicamente 
ou pela associação de ambos os métodos. O uso cons-
tante e indiscriminado dos fios retratores no interior do 
sulco provoca um aumento nos níveis de citocinas in-
flamatórias, devido à ruptura de fibras do ligamento pe-
riodontal20. Mesmo quando fios não impregnados são 
utilizados por longo período, ou com diâmetro inapro-
priado, a inflamação pós-operatória é observada. Por 
outro lado, quando os fios são utilizados com diâmetros 
apropriados e impregnados em soluções adstringentes 
menos agressivas, respeitando-se a tolerância dos teci-
dos gengivais, a inflamação torna-se mais branda e se 
extingue ao longo de uma semana, sem que sequelas 
possam ser detectadas em médio ou longo prazos21. 
Outro aspecto que deve ser considerado na seleção 
da técnica de afastamento gengival para moldagem é 
que, embora a técnica de afastamento com fios retrato-
res possa causar algum dano às estruturas periodontais, 
52 Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Moldagem de precisão em prótese fixa
esse é de baixa intensidade e curta duração. Tal técnica, 
não parece ser muito diferente de outros procedimentos 
corriqueiros, como a raspagem subgengival, instalação 
de bandas ortodônticas ou mesmo invaginação do iso-
lamento absoluto por meio de amarrias. Um afastamento 
menos traumático pode produzir uma moldagem defi-
ciente, gerando, assim, uma agressão crônica muito mais 
danosa, já que a prótese com bordos insuficientemente 
adaptados agride mecanicamente o periodonto e poten-
cializa a agressão microbiana pela adesão de placa22.
Diante disso, há que se considerar a técnica de afasta-
mento gengival com fios retratores duplos em associação 
à dupla moldagem (ou reembasamento) utilizando-se sili-
cones por adição como uma opção extremamente con-
fiável na obtenção de moldes precisos em tratamentos 
por meio de prótese parcial fixa8. Deve-se considerar que, 
apesar de ser uma técnica com materiais de custo signi-
ficativamente mais alto do que outras, seu custo opera-
cional e sua eficiência tornam o custo final do tratamento 
desprezível frente aos resultados obtidos.
Figura 1 - Seleção da moldeira que per-
mita a obtenção de volume adequado do 
material de moldagem.
Figura 2 - Manipulação do material (pro-
porções iguais de base e catalizador), sem 
luvas à base de látex e com as mãos secas.
Figura 3 - Manutenção das coroas pro-
visórias em posição, quando não houver 
pônticos.
Figura 4 - Inserção e assentamento da 
moldeira mantendo a centralização em re-
lação à arcada.
Figura 5 - Molde retirado da boca após a 
polimerização do material. A presença das 
coroas provisórias auxilia no alívio do molde. 
Figura 6 - Preparos mantidos sob isola-
mento relativo, após a remoção das coroas 
provisórias e limpeza do cimento.
DESCRIÇÃO DA TÉCNICA
Figura 7 - Primeiro fio embebido em so-
lução de cloreto de alumínio sendo suave-
mente inserido no interior do sulco gengival.
Figura 8 - Fios completamente inseridos 
ao redor dos términos dos preparos e com 
excessos aparados.
Figura 9 - Segundo fio, de diâmetro mais 
espesso, sendo inserido delicadamente até 
a linha de terminação cervical do preparo.
53Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Zanetti GR, Peçanha MM, Frizzera F, Monteiro Jr C
Figura 10 - Remoção da retenção vestibu-
lar do molde em material denso, para facili-
tar a reinserção da moldeira na boca.
Figura 11 - Desgaste do molde com bro-
cas, aliviando a região correspondente à 
gengiva marginal afastada pelo fio retrator.
Figura 12 - A remoção das interferências 
gengivais e interproximais do molde facilita 
a inserção e o assentamento da moldeira.
Figura 13 - Lavagem do preparo com água 
para remoção do excesso de saliva, assim 
como de solução adstringente.
Figura 14 - Remoção do segundo fio atra-
vés da extremidade excedente.
Figura 15 - Silicone fluido injetado com se-
ringa de automistura. Da porção cervical do 
preparo até o envolvimento total do dente.
Figura 16 - Preenchimento do molde 
com silicone fluido, antes da reinserção na 
boca. A remoção da ponta fina aumenta o 
volume do material injetado pela seringa.
Figura 17 - Avaliação do molde removido, 
após polimerização final do silicone fluido.
Figura 18 - Notar a presença dos fios retra-
tores aderidos ao molde. Nesse caso, os fios 
não devem ser removidos do silicone, evitan-
do-se a ruptura do molde do sulco gengival.
Figura 19 - Modelo a partir do primeiro 
vazamento de gesso tipo IV no interior do 
molde. Os fios não interferem na precisão 
dos términos do modelo, entretanto de-
vem ser removidos apenas pelo técnico, 
na exposição das margens dos troquéis.
Figura 20 - Modelo extra, obtido a partir 
do segundo vazamento de gesso tipo IV. 
Nota-se que, mesmo sem os fios, o mode-
lo apresenta excelente detalhamento dos 
bordos dos preparos.
Figura 21 - Molde em silicone por adição 
seccionado transversalmente no longo 
eixo do preparo, onde se evidencia a qua-
lidade da reprodução dos términos dos 
preparos, mesmo após a obtenção de dois 
modelos de gesso.
54 Rev Dental Press Estét. 2011 jan-mar;8(1):46-54
Moldagem de precisão em prótese fi xa
CONCLUSÃO
A escolha correta de materiais e técnicas de mol-
dagem para confecção de uma prótese fi xa é crucial 
para obter resultados fi nais mais precisos. A utilização 
de materiais de moldagem que apresentem caracterís-
ticas como tempo de trabalho adequado, estabilidade 
dimensional, precisão na reprodução de detalhes, assim 
como a possibilidade de serem utilizados em ambiente 
úmido, melhora o resultado fi nal do molde,do modelo 
e, consequentemente, da restauração protética. A utili-
zação de material de moldagem elastomérico, como a 
silicona de adição, em conjunto com a técnica de afas-
tamento por meio de fi o retrator apresenta resultado sa-
tisfatório e com boa previsibilidade.
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Glauco Rangel Zanetti 
Av. Nossa Senhora da Penha, 699 - Sl. 709A
CEP: 29.055-131 – Vitória / ES
E-mail: glaucozanetti@yahoo.com.br
Endereço para correspondência
Figura 22 - Secção transversal do molde, onde pode-se obser-
var: a) a uniformidade da espessura do material fl uido determinada 
pelo alívio alcançado com as coroas provisórias mantidas durante 
a moldagem com o silicone denso; b) o deslocamento da gengiva 
marginal em direção ao alívio obtido por meio de desgaste com 
broca; c) a reprodução nítida do sulco gengival e da parede radicu-
lar cervical obtida pela técnica de afastamento empregada.
a a
a
b
c
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