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Resumo Expandido-Direitos Fundamentais

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A IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO DO NOME SOCIAL À LUZ DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL
SILVA, Emilly Pires[footnoteRef:1] [1: Acadêmico do Curso de Direito da UNEMAT, cursando 2º semestre; acadêmico @hotmail.com
² Mestra em Direitos Difusos e Coletivos; Professora e Coordenadora do Curso de Direito da Faculdade de Alta Floresta (FADAF) e Professora do Curso de Direito da Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT); Advogada. edileuzafarias@hotmail.com] 
VENTURIN, Edileuza Valeriana de Farias[footnoteRef:2] [2: ] 
1. INTRODUÇÃO 
A sociedade é composta por vários indivíduos diferentes que se relacionam em âmbitos familiares, comercial e jurídico. Para isso ocorrer é necessário que os indivíduos sejam perfeitamente identificados de forma individual. Essa identificação da pessoa natural é formada por três elementos de individualização: o nome, o estado e o domicílio. 
O nome é considerado um dos elementos mais importantes de individualização, sendo protegido juridicamente. ‘
Essa importância se dá, pois, é através do nome que o indivíduo é inserido no núcleo familiar e social, caracterizando-o e diferenciando-o de outras pessoas, bem como é um atributo de personalidade inato ao ser humano, assegurado desde a formação do nascituro. 
Por esse motivo torna-se necessário o estudo da importância do reconhecimento do nome social à luz da individualização da pessoa natural.
2. METODOLOGIA 9
A abordagem metodológica do presente trabalho c onsiste uma pesquisa bibliográfica sobre o tema a partir de do código civil e pesquisas em sites da internet. 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O direito ao nome é protegido juridicamente no art. 16 do Código Civil, o qual dispõe que:
art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
 Essa proteção se dá não somente para organizar uma sociedade através de identificação social, mas, principalmente, pelo nome estar intrínseco a esfera íntima e aos direitos da personalidade da pessoa. 
Para resguardar esses direitos é imprescindível que a legislação acompanhe as transformações sociais e evolua conjuntamente. Nesse sentido, no ano de 2018 o STJ, por meio do entendimento firmado pelo colegiado da Quarta Turma, acolheu pedido de modificação do prenome de um indivíduo transexual, bem como do seu gênero, sem que este precisasse ser submetido à intervenção cirúrgica para retirada do seu órgão genital masculino a fim de possibilitar a modificação do seu sexo no registro civil.
Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 761 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário. Vencidos parcialmente os Ministros Marco Aurélio e Alexandre de Moraes. Nessa assentada, o Ministro Dias Toffoli (Relator), reajustou seu voto para adequá-lo ao que o Plenário decidiu na ADI 4.275. Em seguida, o Tribunal fixou a seguinte tese: "i) O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa; ii) Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo 'transgênero'; iii) Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial; iv) Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos". Vencido o Ministro Marco Aurélio na fixação da tese. Ausentes, neste julgamento, o Ministro Gilmar Mendes, e, justificadamente, a Ministra Cármen Lúcia (Presidente). Presidiu o julgamento o Ministro Dias Toffoli (Vice-Presidente). Plenário, 15.8.2018.  (RE 670422)
No mesmo ano o Plenário do Supremo Tribunal Federal reafirmou jurisprudência da corte permitindo que a pessoa transexual fizesse a alteração do nome pela via administrativa. 
Outras modificações ocorreram a respeito da possibilidade de adoção do nome social em identificações não oficiais, como crachás, matrículas escolares, na inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), bem como, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também reconhece, desde 2017, que transexuais e transgêneros podem usar nome social no lugar do nome civil para exercer a profissão, já tendo realizado várias inscrições de advogados (as) com o nome social, conforme prevê o artigo 4°, da Resolução n° 5, de 7 de junho de 2016, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados: 
art. 4º O art. 33 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei n. 8.906, de 1994) passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: Art. 33. Parágrafo único. O nome social é a designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida e será inserido na identificação do advogado mediante requerimento. 
Com base na tese defendida pelo STF à alteração do prenome e a sua classificação de gênero no registro civil, é um direito fundamental do transgênero, bastando para sua efetivação a manifestação de vontade do indivíduo. 
Através desse direito há a promoção da igualdade social, baseada em princípios à luz da própria Constituição Federal, como a dignidade da pessoa humana, que comporta uma dimensão existencial capaz de permitir que os cidadãos busquem a própria felicidade.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Proteger a dignidade humana significa permitir que cada indivíduo tenha liberdade para manifestar a sua verdadeira identidade, o que inclui o reconhecimento da sua real identidade de gênero, em respeito à pessoa humana como valor absoluto.
Dessa forma, é notório que tais evoluções no direito brasileiro significam grandes conquistas para sociedade, sendo de extrema relevância as decisões do STF e STJ acerca da alteração de prenome e gênero sem a imposição de cirurgia. 
No entanto, ainda é necessário evoluir mais, reconhecendo e respeitando esse direito no ordenamento jurídico. Bem como, excluindo de instituições de ensino comemorações que dão ênfase ao gênero, como dia dos pais e dia das mães e adicionando banheiros específicos para quem se identifica como transgênero, pois evitará constrangimentos e transtornos psicológicos para aqueles que não se identificam como ‘’masculino’’ ou ‘’feminino’’. 
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Vade Mecum. 29. Ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
BRASIL. Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais. Ordem dos Advogados do Brasil. Conselho Nacional. Conselho Pleno. Resolução n. 5 de 7 de junho de 2016. Diário Oficial da União. Disponível em: <https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/23169503/do1-2016-07-05-resolucao-n-5-de-7-de-junho-de-2016-23169236>. Acesso em: 19 de Set. de 2020.
RODRIGUES, Beatriz. Diversidade sexual, gênero e inclusão social. RBED Educação Básica, 2017. Disponível em: <https://rbeducacaobasica.com.br/diversidade-sexual-genero-e-inclusao-escolar/>. Acesso em: 19 de Set. de 2020.
MEDEIROS, Douglas Saviato. A garantia do nome social pelo STF e o aumento de candidaturas trans nas eleições de 2018 . Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23, n. 5575, 6 out. 2018. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/69414.> Acesso em: 19 set. 2020.
POSSIDONIO, Carine Teresa Lopes de Sousa. Identidade de gênero e utilização do nome social: propósitos e desafios Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 19 set 2020. Disponivel em: <https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/52247/identidade-de-genero-e-utilizacao-do-nome-social-propositos-e-desafios>. Acesso em: 19 set 2020.

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