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Alginato e Gesso Modelos Odontológicos Os modelos odontológicos, obtidos a partir de uma cópia negativa dos arcos dentais, devem apresentar grande fidelidade com as estruturas bucais. Para isso, o material empregado na confecção dos moldes deve possuir algumas características, como: a) Boa fluidez para se adaptar facilmente aos tecidos dentais e, ao mesmo tempo, apresentar uma viscosidade tal que permita que ele se acomode no interior de uma moldeira sem escoar b) Após ser posicionado no interior da cavidade bucal, deve transformar-se em material elástico em espaço de tempo adequado (não muito longo, costuma ser em torno de 3 minutos) c) O material não pode sofrer distorções ou rasgamento ao ser removido da cavidade bucal d) Finalmente, deve manter-se estável para ser vazado e produzir um modelo fiel Alguns termos Moldagem: procedimento clínico de impressão utilizado para a obtenção do molde, que é a cópia negativa utilizada para a obtenção do modelo de gesso Moldeira: dispositivo utilizado para levar o material de moldagem à boca. Existem dois tipos de moldeiras: a moldeira de estoque, que é pré-fabricada, geralmente de metal ou plástico, e a moldeira individual, confeccionada em laboratório ou mesmo no consultório pelo profissional. A moldeira individual, geralmente de resina acrílica, apresenta melhor fidelidade na reprodução de detalhes e melhor adaptação, por ser personalizada Molde: reprodução, cópia negativa da arcada dentária e de estruturas vizinhas, cuja finalidade é a obtenção de um modelo Modelo: cópia/réplica positiva da estrutura bucal obtida em gesso Modelo de trabalho: é o modelo confeccionado em material de alta dureza, tal como gesso tipo III ou IV, e é empregado como base para a construção de aparelhos ortodônticos ou protéticos Troquel: modelo individual de um dente ou grupo de dentes que pode ser deslocado de um modelo total de arcada dentária. É confeccionado com gesso tipo IV, sendo que sobre ele é realizado o enceramento ou mesmo a aplicação de porcelana na fase de confecção do trabalho definitivo de prótese Alginato O hidrocoloide irreversível, popularmente chamado de alginato, surgiu após um químico escocês verificar que certas algas produziam um extrato mucoso chamado de “algin”, hoje conhecido como Ácido Algínico. Sua aceitação superou as expectativas iniciais, devido suas características de: fácil manipulação, conforto dado aos pacientes, baixo custo por moldagem e a não exigência de equipamentos especiais para seu emprego ou manuseio. O alginato é altamente hidrofílico, ou seja, a umidade presente nos tecidos bucais não representa problemas para a obtenção de modelos de boa precisão. É geralmente empregado para a confecção de modelos destinados a estudo de casos clínicos, confecção de próteses totais ou parciais, diagnóstico e construção de aparelhos ortodônticos, construção de moldeiras individuais e para a realização de moldagens de transferência de trabalhos protéticos e de casquetes de moldagem. Passo a passo da manipulação do alginato Observações: • Antes da manipulação do material de moldagem, devemos selecionar a moldeira e individualizá-la, se necessário, para que melhor se adapte na boca do paciente, evitando desperdício de material e erros operacionais. A moldeira deve estar compatível a ponto de possibilitar uma espessura mínima considerável de material, para que não haja rasgamento da moldagem • Verifique a validade do material, o qual deve estar corretamente acondicionado em pote fechado • Descompacte o pó, sem inalação dele, por conta da sílica, que é tóxica • Use sempre os dosadores do fabricante • Água fria retarda a geleificação do material e água morna acelera: escolha o que melhor se encaixa no seu caso, caso precise usar • Antes de vazar o gesso, deve ser feita a análise da qualidade do molde, a fim de não correr o risco de verter o gesso em um molde insatisfatório, evitando perda de material e repetição de consultas • O alginato é um material que sofre com os efeitos físicos de ganho de umidade (embebição) e perda de umidade (sinerese), podendo sofrer alterações dimensionais, diminuindo de tamanho nos casos de sinerese e aumentado de tamanho nos casos de embebição. Portanto, este material não deve ser ressecado nem encharcado, devendo ser acondicionado em pote umidificador, sobre uma esponja umedecida e com o pote fechado, por no máximo 30 minutos até o gesso ser vertido Vamos lá: 1) Antes de tudo, sente o paciente, oriente e tranquilize sobre possíveis sensações de náuseas durante a execução da moldagem. 2) Proporcione a água e o alginato, seguindo sempre as recomendações e as medidas de proporção do fabricante. 3) Para obter uma mistura lisa, de consistência firme e cremosa, deve-se sempre verter o pó na água, e não o contrário. Use sempre uma cuba de borracha limpa e espátula de plástico ou metal para a manipulação. 4) A espatulação deve ser realizada de 45 segundos a 1 minuto, de forma vigorosa, representando a figura de um oito. Esprema a mistura de encontro às paredes da cuba, permitindo a perfeita incorporação do pó na água, sem que haja o aprisionamento de bolhas de ar no interior da massa. 5) Uma vez que a massa esteja corretamente preparada, leve a quantidade desejada à moldeira de uma única vez. O material restante poderá ser levado com os dedos devidamente enluvados às regiões interdentais e faces oclusais (ou até mesmo injetado por uma seringa plástica em áreas de vestíbulo e rebordos edentados) para, posteriormente, posicionar-se a moldeira no local desejado. 6) A resistência dos alginatos aumenta significativamente alguns minutos após a geleificação, devendo, portanto, manter-se as moldagens na boca por mais 3 minutos após sua total geleificação. Este simples procedimento melhora a resistência, elasticidade e minimiza as distorções, melhorando a reprodução das áreas retentivas. 7) Recomenda-se que a remoção dos moldes da cavidade bucal seja feita em um golpe único, ou com movimentos lentos e intercalados, sem a realização de torções ou movimentos de báscula. 8) Os moldes obtidos devem ser lavados em água corrente para remoção de resíduos de saliva e sangue, e em seguida devem ser desinfetados com borrifos de soluções de hipoclorito de sódio a 1% ou glutaraldeido a 2%, sem que haja alteração dimensional mensurável. Deixe a solução agir por 1 minuto 9) O molde deve ser armazenado por mais 10 minutos em umidificador para que a desinfecção seja otimizada. 10) Lave e seque o molde novamente antes de vazar o modelo. Gesso Existem 5 principais tipos de gesso odontológico segundo a norma N25 da ADA (American Dental Association): • Gesso Tipo I: Atualmente em desuso, esse gesso para moldagem já foi completamente substituído. • Gesso Tipo II: É usado para modelos de estudo e planejamento, preenchimento de muflas, fixador de modelos em articulador. Sua relação água/pó é entre 45 a 50ml de água para 100g de pó. • Gesso Tipo III (Pedra): É usado para montagem em articulador de alta precisão, modelos de trabalho em ortodontia, modelos de placas relaxantes etc., pois confere maior resistência e precisão. Sua relação água/pó é entre 28 a 30ml de água para 100g de pó. • Gesso Tipo IV: É usado para confecção de troqueis (trabalhos cerâmicos, Emax), prótese total, prótese parcial fixa, prótese parcial removível, núcleos etc. Sua relação água/pó é entre 22 a 24ml de água para 100g de pó. • Gesso Tipo V: É usado para fundição de ligas com alta contração de solidificação. Sua relação água/pó é de 18 a 22ml de água para 100g de pó. As propriedades do gesso são: resistência à compressão, resistência à abrasão, resistência à tração e reprodução de detalhes. Passo a passo da manipulação do gesso Observações: • O excesso de água aumenta a fluidez e facilita o escoamento do gesso nos rebaixesdos moldes, mas compromete a resistência e aumenta o tempo de presa • A escassez de água pode gerar um gesso mais resistente, porém com maior possibilidade de incorporação de bolhas durante o vazamento, em razão de sua menor fluidez • O aumento na relação água/pó diminui a resistência do modelo de gesso • O aumento no tempo e na velocidade de espatulação diminui o tempo de presa, mas diminui também a resistência do gesso • O gesso com maior resistência é o que necessita de menor quantidade de água • O gesso deve estar na validade, devidamente acondicionado em pote fechado • O tempo e a energia de espatulação são fatores que aceleram a presa • Cloreto de Sódio e raspas de geso são aceleradores de presa • Bórax e Citrato de Potássio são retardadores de presa Vamos lá: 1) Pese o gesso e dose a água em seringa na proporção recomendada pelo fabricante de acordo com o tipo de gesso 2) O pó deve ser dispensado sobre a água e o gesso espatulado de maneira vigorosa até obter-se uma mistura cremosa e brilhante. Utilize movimentos vibratórios para evitar a incorporação de bolhas ao modelo. O tempo máximo de espatulação do gesso é de 45 segundos. 3) Inicie o preenchimento do molde pelos dentes da região posterior e vá preenchendo todos os dentes da arcada. Pode-se utilizar um pincel ou um pequeno instrumento para preencher as cavidades. 4) Após ter todos os dentes preenchidos, complete com gesso o restante do molde, de forma que fique com pelo menos meio centímetro de espessura em sua base. Remova do molde somente após a presa total do material. Para saber quando o modelo está pronto, é só checar sua temperatura (precisa estar frio). Esse tempo geralmente oscila em torno de 50 minutos, quando então é possível separar com segurança o modelo do molde.
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