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Davi Cassiano, 119B Agentes bacterianos de Infecções transmitidas por vetores (ITV) - Em geral, doenças transmitidas por vetores não são contagiosas e sua transmissão se dá por meio de artrópodes que se alimentam de sangue. - Ocorrem mais comummente em países quentes por conta da presença dos vetores. - Entre as principais doenças estão: . Causadas por carrapatos: · Febre maculosa: Rickettsia rickettsii. · Doença de Lyme: Borrellia burgdorferi. · Febre recorrente: Borrelia recurrentis. · Tularemia: Francisella tularensis.(Pode ser transmitida por outros vetores e possui também outras formas de transmissão), . Causadas por pulgas: · Tifo endêmico: Rickettsia typhi · Peste: Yersinia pestis. . Causadas por piolho: · Tifo epidêmico: Rickettsia prowazekii. - A febre maculosa é uma doença de notificação compulsória: . Muito comum nas regiões sudeste e sul. -Rickettsia rickettsii- - Taxonomia: . Família Rickettsiaceae. . Gênero Rickettsia. . Parasitas intracelulares obrigatórios de transmissão por artrópodes. . 31 espécies validadas. - Significado clínico: . Febres maculosas. Ex.: febre maculosa das Montanhas Rochosas; febre maculosa Brasileira. + Agente: R. rickettsii. + Vetor: carrapato (a espécie varia de acordo com a localidade). + Reservatório vertebrado: cães e roedores silvestres (febre maculosa das Montanhas Rochosas); equídeos e roedores silvestres (febre maculosa Brasileira). + Distribuição: Estados das Montanhas rochosas (leste do EUA) e Brasil. + OBS: outras espécies do mesmo gênero causam outros tipos de febre maculosa e os principais vetores são carrapato e/ou ácaros e os reservatórios cães e camundongos. . Tifo epidêmico: + Agente: R. prowazekii + Vetor: piolho corporal. + Reservatório vertebrado: Humano. + Distribuição: África, América do sul e Ásia. . Tipo endêmico: + Agente: R typhi. + Vetor: pulga. + Reservatório vertebrado: roedores. + Distribuição: Cosmopolita. OBS: tifo e febre tifoide são doenças diferentes. A febre tifoide é causada pela bactéria Salmonella typhi. -Aspectos morfológicos e fisiológicos- - Coco bacilos Gram negativos ou bacilos Gram negativos. - Pequenos, intracelulares obrigatórios. - Grupos: a divisão em grupo se dá pelo critério antigênico podendo ser: . da febre maculosa. . do tifo. - O cultivo somente é possível em cultura de células, animais e ovos embrionários. Não é possível o seu cultivo em meios artificiais de cultura. -Epidemiologia- - É uma zoonose. - A distribuição geográfica se relaciona com a distribuição do artrópode vetor. . O vetor é o carrapato: Amblyomma sculptum. . Pertence ao complexo Amblyomma cajennese. . Também conhecido como carrapato estrela. - Reservatórios: marsupiais(ex.: gambás), cavalos, cães e roedores silvestres (capivaras por ex.). . O cão pode apresentar susceptibilidade a doença, geralmente de forma benigna e de difícil detecção clínica. - Transmissão e manutenção na natureza: . Apresenta curta sobrevivência fora do hospedeiro ou do vetor. . A infecção em humanos ocorre apenas a partir da picada do carrapato infectado. . O carrapato precisa se aderir a pele do indivíduo por certo tempo para a transmissão bem sucedida. . O carrapato adquire a bactéria ao realizar o repasto sanguíneo em animais reservatórios. Sua infecção acontece em qualquer estágio da vida do carrapato. . A bactéria se mantém no carrapato por toda a sua vida: manutenção transestagial. . O carrapato infetado põe ovos infectados também pela bactéria: transmissão trans ovariana entre os vetores, o que amplifica os vetores infectados no ambiente. . Carrapatos infectados podem infectar novos reservatórios em qualquer estágio. . Assim, os animais mantêm a bactéria em determinada região. - Fatores de risco: estar em áreas endêmicas e se expor ao vetor. -Manifestações clínicas- - Período de incubação de 2 a 15 dias. - Sintomas: febre, cefaleia, mal-estar, prostração, náusea , emese, mialgia, exantema, aumento do baço e fígado. - Exantema nos membros iniciado entre 3 a 5 dias após o início dos sintomas. - Alta taxa de mortalidade sem tratamento. -Patogênese- - A bactéria penetra no hospedeiro pela picada do carrapato infectado. - A disseminação se dá por via hematogênica e linfática. - Invade e se multiplica em células endoteliais. . Vasos de pequeno e médio calibre são os principais alvos. - Nas células, escapa do fagossoma e forma cauda de actina que auxilia na saída da célula hospedeira. - Pode também, em menor proporção, infectar células perivasculares como monócitos, macrófagos e hepatócitos disseminando a infecção por todo o sistema vascular. - A lesão ao endotélio se segue de resposta inflamatória, alteração na coagulação, produção e liberação de citocinas e desregulação da imunidade. - Como as bactérias são capazes de infectar células endoteliais de todo o organismo, podem levar a vasculite disseminada e diferentes manifestações clínicas são observadas: . Lesão no endotélio. . Resposta inflamatória. . Alteração na coagulação. . Produção e liberação de citocinas. . Acometimento de músculo esquelético, cardíaco, gastrointestinal, renal e neurológico. -Diagnóstico laboratorial específico- - Cultivo, sorologia ou PCR. - Imunofluorescência em material de biópsia. - Histopatologia e imuno-histoquímica em material de biópsia e necrópsia. - Não crescem em meios de cultura artificiais: . O cultivo deve ser realizado em animais suscetíveis, cultura de células ou ovo embrionário. . Raramente é realizado. - Sorologia: imunofluorescência indireta é o método mais utilizado e disponível na rotina laboratorial: . Altamente específico e sensível. . Os anticorpos são detectados do 7 ao 10º dia da doença. . Normalmente, são requeridas duas amostras sorológicas com intervalo de 2 a 4 semanas para evitar falsos negativos. - PCR: indicada em casos fatais com óbitos nos primeiros 7 dias e em necessidade de confirmação sem que seja possível obter segunda amostra de soro. . Detecta o material genético da bactéria. - Histopatologia e imuno-histoquímica: pesquisa a bactéria diretamente em tecido de biópsia de pele, petéquias ou material de necrópsia (fragmento de pele com lesões de diferentes órgãos). -Tratamento- - Antibioticoterapia: . Doxiciclina como 1ª opção. . Cloranfenical opção alternativa. - Contraindicação: sulfonamidas. - Deve ser iniciado o mais precoce possível. -Prevenção e controle- . Evitar sentar ou deitar em gramados. . Examinar o corpo com frequência. . Uso de EPI em capina e limpeza de pastos. . Manter os pastos, lotes e áreas públicas limpas. . Carrapaticidas em cães e cavalos. . Manter fechados vidros de veículos em áreas com infestação de carrapatos. 2
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