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25-Agentes bacterianos de ITV 1

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Davi Cassiano, 119B
Agentes bacterianos de Infecções transmitidas por vetores (ITV)
- Em geral, doenças transmitidas por vetores não são contagiosas e sua transmissão se dá por meio de artrópodes que se alimentam de sangue. 
- Ocorrem mais comummente em países quentes por conta da presença dos vetores. 
- Entre as principais doenças estão: 
. Causadas por carrapatos: 
· Febre maculosa: Rickettsia rickettsii.
· Doença de Lyme: Borrellia burgdorferi. 
· Febre recorrente: Borrelia recurrentis. 
· Tularemia: Francisella tularensis.(Pode ser transmitida por outros vetores e possui também outras formas de transmissão),
. Causadas por pulgas: 
· Tifo endêmico: Rickettsia typhi
· Peste: Yersinia pestis. 
. Causadas por piolho: 
· Tifo epidêmico: Rickettsia prowazekii.
- A febre maculosa é uma doença de notificação compulsória: 
. Muito comum nas regiões sudeste e sul. 
-Rickettsia rickettsii- 
- Taxonomia: 
. Família Rickettsiaceae. 
. Gênero Rickettsia. 
. Parasitas intracelulares obrigatórios de transmissão por artrópodes. 
. 31 espécies validadas. 
- Significado clínico: 
. Febres maculosas. Ex.: febre maculosa das Montanhas Rochosas; febre maculosa Brasileira. 
+ Agente: R. rickettsii.
+ Vetor: carrapato (a espécie varia de acordo com a localidade). 
+ Reservatório vertebrado: cães e roedores silvestres (febre maculosa das Montanhas Rochosas); equídeos e roedores silvestres (febre maculosa Brasileira). 
+ Distribuição: Estados das Montanhas rochosas (leste do EUA) e Brasil. 
+ OBS: outras espécies do mesmo gênero causam outros tipos de febre maculosa e os principais vetores são carrapato e/ou ácaros e os reservatórios cães e camundongos. 
. Tifo epidêmico: 
+ Agente: R. prowazekii
+ Vetor: piolho corporal.
+ Reservatório vertebrado: Humano.
+ Distribuição: África, América do sul e Ásia.
. Tipo endêmico: 
+ Agente: R typhi.
+ Vetor: pulga.
+ Reservatório vertebrado: roedores.
+ Distribuição: Cosmopolita.
OBS: tifo e febre tifoide são doenças diferentes. A febre tifoide é causada pela bactéria Salmonella typhi. 
-Aspectos morfológicos e fisiológicos- 
- Coco bacilos Gram negativos ou bacilos Gram negativos. 
- Pequenos, intracelulares obrigatórios. 
- Grupos: a divisão em grupo se dá pelo critério antigênico podendo ser: 
. da febre maculosa. 
. do tifo. 
- O cultivo somente é possível em cultura de células, animais e ovos embrionários. Não é possível o seu cultivo em meios artificiais de cultura. 
-Epidemiologia- 
- É uma zoonose.
- A distribuição geográfica se relaciona com a distribuição do artrópode vetor. 
. O vetor é o carrapato: Amblyomma sculptum. 
. Pertence ao complexo Amblyomma cajennese. 
. Também conhecido como carrapato estrela. 
- Reservatórios: marsupiais(ex.: gambás), cavalos, cães e roedores silvestres (capivaras por ex.). 
. O cão pode apresentar susceptibilidade a doença, geralmente de forma benigna e de difícil detecção clínica. 
- Transmissão e manutenção na natureza: 
. Apresenta curta sobrevivência fora do hospedeiro ou do vetor. 
. A infecção em humanos ocorre apenas a partir da picada do carrapato infectado. 
. O carrapato precisa se aderir a pele do indivíduo por certo tempo para a transmissão bem sucedida. 
. O carrapato adquire a bactéria ao realizar o repasto sanguíneo em animais reservatórios. Sua infecção acontece em qualquer estágio da vida do carrapato. 
. A bactéria se mantém no carrapato por toda a sua vida: manutenção transestagial. 
. O carrapato infetado põe ovos infectados também pela bactéria: transmissão trans ovariana entre os vetores, o que amplifica os vetores infectados no ambiente. 
. Carrapatos infectados podem infectar novos reservatórios em qualquer estágio. 
. Assim, os animais mantêm a bactéria em determinada região. 
- Fatores de risco: estar em áreas endêmicas e se expor ao vetor. 
-Manifestações clínicas- 
- Período de incubação de 2 a 15 dias. 
- Sintomas: febre, cefaleia, mal-estar, prostração, náusea , emese, mialgia, exantema, aumento do baço e fígado. 
- Exantema nos membros iniciado entre 3 a 5 dias após o início dos sintomas. 
- Alta taxa de mortalidade sem tratamento. 
-Patogênese- 
- A bactéria penetra no hospedeiro pela picada do carrapato infectado. 
- A disseminação se dá por via hematogênica e linfática. 
- Invade e se multiplica em células endoteliais. 
. Vasos de pequeno e médio calibre são os principais alvos. 
- Nas células, escapa do fagossoma e forma cauda de actina que auxilia na saída da célula hospedeira. 
- Pode também, em menor proporção, infectar células perivasculares como monócitos, macrófagos e hepatócitos disseminando a infecção por todo o sistema vascular. 
- A lesão ao endotélio se segue de resposta inflamatória, alteração na coagulação, produção e liberação de citocinas e desregulação da imunidade. 
- Como as bactérias são capazes de infectar células endoteliais de todo o organismo, podem levar a vasculite disseminada e diferentes manifestações clínicas são observadas: 
. Lesão no endotélio. 
. Resposta inflamatória. 
. Alteração na coagulação. 
. Produção e liberação de citocinas.
. Acometimento de músculo esquelético, cardíaco, gastrointestinal, renal e neurológico.
-Diagnóstico laboratorial específico- 
- Cultivo, sorologia ou PCR. 
- Imunofluorescência em material de biópsia. 
- Histopatologia e imuno-histoquímica em material de biópsia e necrópsia. 
- Não crescem em meios de cultura artificiais: 
. O cultivo deve ser realizado em animais suscetíveis, cultura de células ou ovo embrionário. 
. Raramente é realizado. 
- Sorologia: imunofluorescência indireta é o método mais utilizado e disponível na rotina laboratorial: 
. Altamente específico e sensível. 
. Os anticorpos são detectados do 7 ao 10º dia da doença. 
. Normalmente, são requeridas duas amostras sorológicas com intervalo de 2 a 4 semanas para evitar falsos negativos. 
- PCR: indicada em casos fatais com óbitos nos primeiros 7 dias e em necessidade de confirmação sem que seja possível obter segunda amostra de soro. 
. Detecta o material genético da bactéria. 
- Histopatologia e imuno-histoquímica: pesquisa a bactéria diretamente em tecido de biópsia de pele, petéquias ou material de necrópsia (fragmento de pele com lesões de diferentes órgãos). 
-Tratamento- 
- Antibioticoterapia: 
. Doxiciclina como 1ª opção. 
. Cloranfenical opção alternativa. 
- Contraindicação: sulfonamidas. 
- Deve ser iniciado o mais precoce possível. 
-Prevenção e controle- 
. Evitar sentar ou deitar em gramados. 
. Examinar o corpo com frequência. 
. Uso de EPI em capina e limpeza de pastos. 
. Manter os pastos, lotes e áreas públicas limpas. 
. Carrapaticidas em cães e cavalos.
. Manter fechados vidros de veículos em áreas com infestação de carrapatos.
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