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Por Beatriz Valiante Semana da semiologia Aula 3- “Aplicando os 7 passos” Dr. luiz jorge moreira neto – infectologista e fundador da semiologia descomplicada Link para a aula https://www.youtube.com/watch?v=B5r8ENgn1dw Caso Clínico para exemplo · Donizete, 56 anos, pedreiro, casado · Procura pronto-atendimento por febre · Sinais vitais da ficha: PA 110/70 mmHg, TPT 38,7.C, pulso 107 ppm · A ficha está na porta do médico do OS com classificação de risco como verde Os 7 passos do método Passo 1- A aproximação · Apresentação do médico · Como ele faz: saudação + apresentação; chamar pelo nome; Frase de conexão “vamos chegar?”, “Consegue vir andando?” · Observar marcha, se o paciente consegue falar sem ficar dispneico, estado mental, fáceis, aspecto da roupa, odores... · Nada acontece sem que a gente aproveite a chance de extrair algum dado · Chegando no consultório: “Senta, fica a vontade”; após paciente sentar-se continue quebrando o gelo (entender sobre a profissão, hábitos de vida – perguntar sobre o calor é uma boa, “Hoje tá bom pra tomar uma gelada”) pela resposta temos o indicativo de alcoolismo, questões religiosas, etc... Caso clínico · Descobri que o paciente trabalha como pedreiro em uma obra ali perto e que não está com calor não, está com “frio” e “fraqueza” · Comentei que é duro trabalhar dessa maneira, relatei que estamos no meio de uma epidemia de dengue · Paciente fala “Lá na obra tem bastante” · “Minha impressão nesse momento: homem de meia idade, clinicamente bem, mas com um quadro febril agudo, no meio de epidemia de dengue e que também concorda, já suspeitando que seja dengue, dizendo que tem muito mosquito no trabalho”. Passo 2- O acolhimento · Escuta ativa + poucas perguntas · “Você tá ruim mesmo hein... Pra precisar consultar... Quantos dias faz?” – Paciente que faz trabalho braçal que sai do meio do trabalho pra consultar é porque realmente não tá bem ou, em casos mais difíceis, tá sobrevalorizando um sintoma e vai se consultar em busca de ganho secundário · Ouço o paciente enquanto olho atentamente para ele, demonstrando toda a atenção que posso dar · Descubro que está sentindo febre há 3 dias, acha que é alta, mas não mediu em casa · Foi trabalhar os últimos 3 dias e recebeu medicação no próprio canteiro. Ficava bem depois que tomava o remédio · “Corpo ruim”, “cabeça ruim”, “tudo ruim” · “Piorou de ontem pra hoje”. Não quer comer · “Tenho sentido bastante cansaço Passo 3- A suposição · Ponto primordial da consulta · Hipótese óbvia: Dengue · Fatores que pesam: epidemiologia local (obra) e da cidade + sintomatologia característica · Alta probabilidade de estar correto · Lógica habitual- seguir com a anamnese perguntando demais sintomas (dor retrorbitária, prostação, astenia) · Problema- Fechamento precoce: Ter a sintomatologia encaminhando para uma hipótese, relevar os mais característicos e ignorar inconscientemente os outros · No método você não pensa em dengue, pensa em SÍNDROME FEBRIL AGUDA. Aqui já exclui 99% dos diagnósticos · Posso continuar tranquilamente para buscar os 5 a 7 mais prováveis · Pensar em síndromes te obriga a: considerar os diagnósticos diferenciais; parar para pensar se a sua hipótese está correta; dar um passo pra trás e reexaminar a história Passo 4- A verificação · Com uma HD / síndrome levantadas: ouvir mais o paciente, caso perceba que as queixas não se esgotaram · Em caso de esgotamento das queixas espontâneas, parte-se para questionamentos para caracterização dos sintomas e verificação da(s) hipótese(s) · Passos da anamnese propriamente dita · Questiono mais sobre a febre- predominantemente vespertina, começou menos intensa e agora piorou (percepção do paciente, pois não mediu) · Sudorese associada, sede, pouca dor de cabeça · Sem dor retrorbitária · Negou artralgia · Não há dor de garganta, nem coriza/obstrução. Tosse pela manhã (indicou ser pelo tabagismo) e reclama de novo da canseira, descreve como pouco fôlego (só conseguiu rejuntar piso nos últimos 2 dias) · Sem sintoma GI; questionando urina: “escura”, sem disúria, sem nova queixa nos outros sistemas · Bebe aos finais de semana. Tabagista: 1 e ½ maço/dia. · Mora com esposa, 3 filhos e 2 netos; várias pessoas do seu bairro com dengue · Aprofundar a especificidade e sensibilidade dos sintomas das hipóteses mais prováveis Passo 5- o toque · Exame físico e funciona como o passo 4 Passo 6- o resumo passo 7- a decisão · Síndrome Febril Aguda associada a Síndrome dispneica · Pesa os prós e os contras de cada uma das hipóteses e passa a excluir aquelas menos relevantes e a considerar as mais relevantes · Após avaliação detalhada de exames e anamnese: diagnóstico final de Pneumonia bacteriana · Favoreciam: frequência da doença; febre e dispneia; murmúrio discretamente reduzido em base · Excluído clinicamente dengue: evolução bastante atípica de dengue, pois espera-se DP em pacientes piores e mais tardio Letra de hoje · E Resumo por beatriz valiante- p3 – medicina – unit al – 07/04/21
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