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MARCELO SANTOS 1 São cirurgias que exigem mais destreza e conhecimento do cirurgião Revisão Anatômica • Cavidade oral • Glândulas salivares • Glândula parótida tem formato triangular e se localizada abaixo do conduto auditivo vertical • Glândula mandibular fica entre a veia maxilar e a lingofacial Mucocele Salivar (Sialocele) CONCEITO É o acumulo de saliva no tecido subcutâneo, podendo se localizar em vários locais, a depender da glândula envolvida. A diferença para o cisto é que nele tem a presença epitélio ao redor da formação de liquido, já na mucocele ao redor tem o tecido de granulação devido a inflamação local que a saliva livre causa nos tecidos circundantes. • Rânula: é uma mucocele sublingual • Glândulas mais acometidas: sublinguais e mandibular • Causas: normalmente por trauma; presença de corpos estranhos; neoplasias; raro por sialólito • Diagnostico: Baseia-se em histórico, sinais clínicos e através da punção de liquido, corando com ácido periódico de Schif • Sinais Clínicos: vai depender da localização da mucocele. Aumento de volume facial periorbital, enoftalmia e dor periocular são sinais de mucocele zigomática • Tratamento: o tratamento conservador não é indicado, devido causar fibrose do local. O indicado é o tratamento cirúrgico, consistindo na remoção da glândula acometida • Recorrência é incomum (menos 5%): tendo como causa a retirada da glândula errada ou fechamento incorreto do ducto; ou o animal teve outro trauma e gerou outra mucocele • Técnica cirúrgica para retirada das glândulas: sialoadenectomia MARCELO SANTOS 2 Glossectomia • Amputação da língua • Parcial: quando retira a parte móvel da língua; subtotal: retirada toda língua junto com os músculos genioglosso e genoioideo; quase total: 75% da língua; total: retira toda a língua Fissura palatina Conceito Comunicação anormal da cavidade oral com a cavidade nasal, envolvendo palato mole, palato duro, pré-maxila e/ou lábio • Se envolver o lábio, é nomeado como lábio leporino • Causas: Pode ser hereditária: o animal já nasce com a patologia. Ocorre devido um defeito na junção das duas placas palatinas; Adquirida: acontece por forma traumática (brigas, corpos estranhos, eletrocutado, arma de fogo) • Sinais Clínicos: dificuldade de ingerir alimentos, engasgo, tosse, vomito, regurgitação nasal, descarga nasal. • Técnica cirúrgica: palatoplastia realizada entre 8-12 semanas de vida. Ideal sendo 16 semans de vida, palato muito fraco antes desse período Esôfago • Possui 4 camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia. Não possui camada serosa que normalmente nos outros órgãos é a camada de sustentação e cicatrização • As anomalias do esôfago torácico (na base do coração) realiza-se uma toracotomia lateral direita • O esôfago abdominal é abordado através de uma celiotomia mediana ventral Patologias do esôfago Corpos estranhos Presença de qualquer objeto que não posa ser ingerido ou é ingerido de forma lenta, como os ossos • Sinais clínicos: regurgitação, tosse se desenvolver pneumonia por aspiração, sialorreia, náuseas, prostração, dificuldade respiratória MARCELO SANTOS 3 • Os corpos estranhos podem causar obstrução parcial, total ou necrose por pressão na região do esôfago; • Diagnostico: histórico clinico, radiografia simples, contrastada ou endoscopia; • Tratamento: endoscopia ou realizar a cirurgia (esofagotomia ou esofagectomia parcial) Técnicas cirúrgicas • Esofagotomia: é uma incisão dentro do lúmen esofágico (preconizado o fechamento em duas camadas, pois dá maior posição dos tecidos, maior resistência das camadas e proporciona melhor cicatrização). Primeiro plano: incorpora e assumi mucosa no padrão simples invertido, fio absorvível de baixo calibre 3-0. No segundo plano simples separado extra luminal, continuo ou invaginante para evitar decência (pega camada muscular e adventícia) • Esofagectomia parcial: é a ressecção parcial do esôfago. Indicado em caso de tecido desvitalizado; obstrução isquêmica, neoplasias, divertículos, estenose. Ideal tirar no máximo 5cm se não fica inviável realizar a anastomose. A anastomose é realizada em duas camadas, iniciando pela borda contralateral com pontos simples separados extra luminais. Esôfago • Órgão de cicatrização complicada, pois não apresenta a camada serosa atrapalhando a selagem precoce de fibrina, devido movimento peristáltico constante e irrigação segmentar • Cuidados pós operatórios: jejum para facilitar cicatrização, realizar jejum total durante 24 horas. Depois pode introduzir água e alimento liquido/pastoso. Alimentos pastosos por 5-7 dias Megaesôfago • Causada pela persistência do quarto arco aórtico direito A PRAA é uma má formação congênita normalmente hereditária, dos grandes vasos e ramos que normalmente vão causar uma constrição do esôfago com obstrução total ou parcial e consequente dilatação causando o megaesôfago • O ligamento arterioso é o responsável por causar a constrição no esôfago • A aorta se localiza no lado direito (local de origem) por não ser o seu local correto, a caba causando constrição do esôfago e traqueia. O ligamento arterioso comprime o esôfago • Sinais clínicos: o principal é a regurgitação (só é visível pós desmame devido o animal começar a ingerir alimentos sólidos) • Diagnostico: sinais clínicos, animais jovens, radiografia simples e contrastada, angiografia e tomografia (saber qual a persistência que o animal tem) • Tratamento cirúrgico: toracotomia intercostal esquerda no 4 ou 5 espaços Estomago Corpo estranho • cães são mais susceptíveis devido a forma indiscriminada de comer; Gatos são bem seletivos, diminuindo a incidência. MARCELO SANTOS 4 • Sinais Clínicos: o principal é o vômito. A maioria dos pacientes são assintomáticos, apresentando sinais quando o corpo estranho começa provocar irritação na mucosa gástrica, pressiona o piloro causando vômito. • Diagnostico: Us abdominal, Rx simples, contrastada, endoscopia • Tratamento: indução do vomito (peroxido de hidrogênio 3% 0,5-1ml por kg) • Técnica cirúrgica: gastrotomia • O fechamento faz em 2 planos: primeira camada vai ser de espessura total, vai promover hemostasia, segunda camada pega a muscular e serosa, é invaginante assegura o nó caso haja deiscência. Usar fio monofilamentar pra não ter absorção por capilaridade e ter resistência a acidez gástrica • Fechamento acontece em 14 dias – usar fio que digere com mais de 14 dias Síndrome da dilatação gástrica-vólvulo Consiste no aumento do diâmetro do estômago associado à rotação em seu eixo mesentérico. • Ocorre devido acúmulo de gás e fluído no estômago, causando distensão e torção do mesmo • Não é comum, mas é uma doença de emergência clínica e urgência cirúrgica • Causas: multifatoriais, animais de grande porte são mais susceptíveis; alimentos facilmente fermentados (ração), animais que se alimentam rápido tem maior chance de desenvolver • Sinais Clínicos: prostração, arritmia cardíaca, dispneia respiratória (estomago aumentado comprimindo o diafragma) • Diagnostico: radiografia simples, animal em projeção dorso ventral vaidescompensar logo necessário projeção VD, ou laterais. Necessário realizar os procedimentos emergências primeiro, e depois de estabilizado levar o animal a radiografia; • Procedimentos clínicos de emergência: avaliar as vias aéreas, e fornecer a oxigenação do paciente; Fluidoterapia intensa 90ml/kg em 30-60min (difícil encontrar acesso venoso devido a hipotensão do paciente). Descompressão gástrica: realizar a sondagem gástrica, mas na maioria das vezes impossibilita devido o animal está acordado apresentando as sintomatologias. Necessário realizar a gastrocentese na região do estomago onde estiver mais dilatado. Lavagem gástrica com água morna para retirar o ar e conteúdo presente no local (se conseguir realizar a sondagem gástrica). Retomar a pressão do animal: realizar a prova de carga ringer com lactato 10ml/kg em 15 min, se não reestabelecer é necessário usar drogas vasoativas; Procedimento cirúrgico • Consiste na reposição do estomago • Gastrectomia para retirar todo o conteúdo do estomago, caso não consiga realizar a lavagem gástrica; • Gastropexia (a depender do caso), fixar o estomago na parede abdominal. Grande maioria dos pacientes é necessário realizar esplenectomia; • Avaliar a vitalidade da parede gástrica, caso esteja desvitalizada necessário realizar gastrectomia parcial (retirar uma parte do estomago – prognostico ruim)
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