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Curso de Graduação em Educação Física – Bacharelado Tutor: Edson Donizetti Verri Aluno: Moisés Lembrança de Sá – 8085494 Resumo aula de Neuroanatomia Porto Alegre - RS 20 -Neurônio Neurônios são as células responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos e constituem cerca de 10% do tecido nervoso. -Constituição dos neurônios Os neurônios apresentam as seguintes estruturas em sua constituição: • Corpo celular ou pericário: região onde se encontra o núcleo e na qual se concentra o citoplasma; • Dendritos: ramificações presentes no corpo celular que recebem os impulsos nervosos; • Axônio: prolongamento do neurônio por onde os impulsos nervosos são levados a outro neurônio ou outro tipo de célula. A transmissão desse impulso ocorre na porção final do axônio, denominada de telodendro, por meio dos bulbos terminais, onde se encontram mensageiros químicos. Alguns axônios podem alcançar 1 metro de comprimento. Muitos axônios são envoltos por células que formam uma estrutura denominada estrato mielínico ou bainha de mielina. Dois tipos de células podem formar o estrato mielínico: os oligodendrócitos e as células de Schwann, ou neurolemócitos. Os oligodendrócitos estão presentes no sistema nervoso central e atuam como isolantes elétricos. As células de Schwann, ou neurolemócitos, produzem substâncias nutritivas. Junto com o axônio, essas células formam a neuro fibra ou fibra nervosa. -Classificação dos neurônios Os neurônios podem ser classificados de diversas formas. Segundo a sua morfologia, são classificados da seguinte maneira: • Bipolares: apresentam um dendrito e um axônio; • Multipolares: apresentam mais de dois prolongamentos. A maioria dos neurônios são multipolares; • Pseudounipolares: apresentam apenas um prolongamento, no entanto, este se divide em dois: um se dirige para a periferia, e o outro, para o sistema nervoso central. De acordo com a sua função, os neurônios podem ser classificados como: • Sensoriais: transmitem as informações captadas pelos órgãos sensoriais; • Motores: transmitem os impulsos nervosos aos diversos órgãos; • Interneurônios: estabelecem conexões entre os diversos neurônios sensoriais e motores. Transmissão dos impulsos nervosos As informações chegam aos neurônios por meio da sua captação a partir dos órgãos sensoriais, que as enviam à medula ou encéfalo. Nessas regiões, os impulsos nervosos chegam aos neurônios por meio dos dendritos e são transmitidos a outros neurônios, ou outros tipos de células, pelos axônios. -Neuroglias ou Células da glia Os neurônios são as células responsáveis pela propagação dos impulsos nervosos, já as células da glia apresentam diversas funções, mas por muito tempo foram relacionadas apenas com a função de proteção e nutrição dos neurônios. As células da glia, que foram descritas há mais de 150 anos, são um conjunto de vários tipos celulares, sendo as suas células principais os astrócitos, oligodendrócitos, micróglias e ependimócitos. Os astrócitos, células da glia mais comuns, são células grandes em forma de estrela, com prolongamentos, núcleo grande, cromatina frouxa e nucléolo central. Estão relacionados à homeostase do Sistema Nervoso Central (SNC), desempenhando funções como: funcionamento e formação de sinapses, nutrição dos neurônios, liberação de neurotransmissores, participação na barreira hematoencefálica, guia para a migração dos neurônios e impedimento da propagação desordenada de impulsos nervosos. Dentre as suas funções, destaca-se a de nutrição. As extremidades dos prolongamentos dos astrócitos (pés vasculares) circundam os vasos sanguíneos e através deles os nutrientes são levados até o neurônio. Podemos classificar os astrócitos em diferentes subtipos, dentre eles os protoplasmáticos e fibrosos. Os astrócitos protoplasmáticos apresentam diversos prolongamentos curtos, enquanto os fibrosos apresentam poucos prolongamentos e estes são longos. Os astrócitos protoplasmáticos são encontrados na substância cinzenta, e os astrócitos fibrosos, na substância branca. Os oligodendrócitos possuem núcleo esférico e são menores que os astrócitos. Essas células são encontradas na substância branca e cinzenta. Na substância branca, eles são encontrados envolvendo os axônios de alguns neurônios, formando, assim, uma membrana rica em substância lipofílica denominada bainha de mielina. As células da micróglia também estão presentes nas substâncias brancas e cinzenta do sistema nervoso central. Essas células são alongadas e pequenas, com núcleo em forma de bastão e cromatina condensada. Elas atuam na defesa imune do SNC. Os ependimócitos são células cúbicas ou colunares, com núcleo ovoide e cromatina condensada. Suas funções são revestir os ventrículos encefálicos e o canal central da medula. -Encéfalo e medula espinhal O sistema nervoso central (SNC) é responsável por receber e processar informações. Ele é constituído pelo encéfalo e medula espinal, que estão protegidos pelo crânio e coluna vertebral, respectivamente. Ambas as estruturas são reforçadas por três lâminas conjuntivas, denominadas de meninges. São elas: dura-máter, aracnoide e pia-máter. Há entre as duas últimas a presença de um líquido, o líquor, que é responsável pela nutrição do SNC e pela minimização dos possíveis traumas causados por choques mecânicos. • Encéfalo O encéfalo é constituído pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Esse último é formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. • Cérebro O cérebro é constituído pelos hemisférios cerebrais (telencéfalo) e diencéfalo. Esses primeiros são unidos pelo corpo caloso: uma estrutura constituída de fibras nervosas. Em cada uma dessas duas regiões existem divisões de determinadas áreas, delimitadas por sulcos mais profundos: os lobos frontais, parietais, temporais e occipitais. Estes se dão aos pares (um em cada hemisfério) e cada tipo coordena uma função específica - como a audição, ligada aos lobos temporais. A região mais externa do cérebro é denominada de córtex cerebral, que é rico em corpos de neurônios e, em razão de sua tonalidade, era denominado de “substância cinzenta”. O córtex possui áreas sensoriais, motoras e associativas (interpretação de sensações e elaboração de planos de ação). A região mais interna do cérebro, rica em dendritos e axônios, geralmente revestidos por mielina, é a “substância branca”, que leva informações ao córtex e recebe dele instruções acerca do funcionamento do corpo. As mensagens sensoriais, exceto olfativas, passam antes pelo tálamo. Outra estrutura, localizada sob o tálamo, é o hipotálamo, que ativa glândulas produtoras de hormônios e exerce um papel muito importante em relação à homeostase do organismo. Há ainda o epitálamo, que é formado basicamente pela glândula pineal, é responsável pelo controle dos ciclos circadianos, influenciando diretamente nosso relógio biológico, e produz a melatonina. Tálamo, hipotálamo e epitálamo constituem o diencéfalo. • Cerebelo O cerebelo coordena os movimentos e a postura corporal, mantendo nosso equilíbrio e permitindo que façamos determinadas tarefas, como andar de bicicleta. Isso só é possível porque ele recebe diversas informações do encéfalo e medula espinal. Também possui substância cinzenta, externamente, e substância branca, internamente. • Tronco encefálico O tronco encefálico é formado apenas por substância branca e é composto pelo mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano: ⇒ O mesencéfalo recebe e coordena informações relativas ao tônus muscular e postura corporal. É também responsável pelos reflexos visuais e auditivos. ⇒ A ponte também auxilia em relação ao tônus muscular, postura e equilíbrio. Além disso, controla a respiração e coordena a movimentação do corpo, inclusive dos olhos e pescoço. ⇒ O bulbo raquidiano, também chamadode medula oblonga, participa de processos vitais, como respiração, batimentos cardíacos e vasoconstrição. - Medula A medula espinal localiza-se em nossas vértebras, na região onde elas são perfuradas. Ao contrário do cérebro e cerebelo, a camada cinzenta da medula encontra-se mais internamente que a camada branca. Ela é quem recebe primeiramente as informações transmitidas pelas mais diferentes regiões do corpo. As informações oriundas deste passam pela medula e, depois, são conduzidas às regiões específicas. -Lobo frontal No lobo frontal, localizado na parte da frente do cérebro (testa), acontece o planejamento de ações e movimento, bem como o pensamento abstrato. Nele estão incluídos o córtex motor e o córtex pré-frontal. O córtex motor controla e coordena a motricidade voluntária, sendo que o córtex motor do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo, enquanto que o do hemisfério esquerdo controla o lado direito. Um trauma nesta área pode causar fraqueza muscular ou paralisia. A aprendizagem motora e os movimentos de precisão são executados pelo córtex pré- motor, que fica mais ativa do que o restante do cérebro quando se imagina um movimento sem executá-lo. Lesões nesta área não chegam a comprometer a ponto do indivíduo sofrer uma paralisia ou problemas para planejar ou agir, no entanto a velocidade de movimentos automáticos, como a fala e os gestos, é perturbada. A atividade no lobo frontal de um indivíduo aumenta somente quando este se depara com uma tarefa difícil em que ele terá que descobrir uma sequência de ações que minimize o número de manipulações necessárias para resolvê-la. A decisão de quais sequências de movimento ativar e em que ordem, além de avaliar o resultado, é feito pelo córtex-frontal, localizado na parte da frente do lobo frontal. Suas funções incluem o pensamento abstrato e criativo, a fluência do pensamento e da linguagem, respostas afetivas e capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e determinação para ação e atenção seletiva. Lesões nesta região fazem com que o indivíduo fique preso obstinadamente a estratégias que não funcionam ou que não consigam desenvolver uma sequência de ações correta. -Lobos occipitais Localizados na parte inferior do cérebro e cobertos pelo córtex cerebral, os lobos occipitais processam os estímulos visuais, daí também serem conhecidos por córtex visual. Possuem várias subáreas que processam os dados visuais recebidos do exterior depois destes terem passado pelo tálamo, uma vez que há zonas especializadas a visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância e assim por diante. Depois de passarem por esta área, chamada área visual primária, estas informações são direcionadas para a área de visão secundária, onde são comparadas com dados anteriores, permitindo assim o indivíduo identificar, por exemplo, um gato, uma moto ou uma maçã. O significado do que vemos, porém, é dado por outras áreas do cérebro, que se comunicam com a área visual, considerando as experiências passadas e nossas expectativas. Isso faz com que o mesmo objeto não seja percepcionado da mesma forma por diferentes indivíduos. Quando esta área sofre uma lesão provoca a impossibilidade de reconhecer objetos, palavras e até mesmo rostos de pessoas conhecidas ou de familiares. Esta deficiência é conhecida como agnosia. -Lobos temporais Na zona localizada acima das orelhas e com a função principal de processar os estímulos auditivos encontram-se os lobos temporais. Como acontece nos lobos occipitais, as informações são processadas por associação. Quando a área auditiva primária é estimulada, os sons são produzidos e enviados à área auditiva secundária, que interage com outras zonas do cérebro, atribuindo um significado e assim permitindo ao indivíduo reconhecer ao que está ouvindo. -Lobos parietais Na região superior do cérebro temos os lobos parietais, constituídos por duas subdivisões, a anterior e a posterior. A primeira, também chamada de córtex somatossensorial, tem a função de possibilitar a percepção de sensações como o tato, a dor e o calor. Por ser a área responsável em receber os estímulos obtidos com o ambiente exterior, representa todas as áreas do corpo humano. É a zona mais sensível, logo ocupa mais espaço do que a zona posterior, uma vez que tem mais dados a serem interpretados, captados pelos lábios, língua e garganta. A zona posterior é uma área secundária e analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela anterior, que é a zona primária, permitindo ao indivíduo se localizar no espaço, reconhecer objetos através do tato etc. Além disso, a medula é responsável por reflexos rápidos em resposta a situações de emergência, como retirar imediatamente a mão da tomada ao receber choque. Tudo isso acontece nessa região graças aos trinta e um nervos espinhais que ela apresenta. -Classificação funcional do sistema nervoso Funcionalmente, o sistema nervoso pode ser classificado em: Somático (vida de relação): sistema nervoso que atua em todas as relações que são percebidas por nossa consciência. Possui componentes aferentes (sensitivos: tato, dor, etc.) e eferentes (motores: contrações musculares). Visceral: interage de forma inconsciente, no controle e na percepção do meio interno e vísceras. Possui componentes aferentes (percebe informações de paredes de vísceras, como dilatações, aumento da pressão ou relaxamento) e eferentes (sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático). O sistema simpático e o sistema parassimpático realizam funções contrárias, um corrigindo os excessos do outro. Quando o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. De forma geral, o simpático estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse com ação essencialmente vasoconstritora e o parassimpático estimula atividades relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, com ação vasodilatadora.
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