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CONSUMIDOR

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO - UNIFSANota: 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO - NUAPE
CURSO: Direito
DISCIPLINA: Direito do Consumidor
PROFESSOR(A): Rochele J. L. Firmeza
ALUNO (A):_______________________________
 Nome do aluno (a) completo e legível
 TURMAS: 09N7A
 DATA: 19.03.21 
1ª AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO
	1. Esta atividade contém 04 (quatro) questões discursivas que contemplam os conteúdos e habilidades da (s) unidades I da nossa disciplina e terá um valor total de 10,0 pontos, com pontuações variantes em cada questão.
2. Esta atividade pode ser feita individual, em dupla ou em trio. Não serão aceitas atividades fora dos padrões aqui estabelecidos.
3. Verifique a data ou período de acesso a essa atividade e resolução das questões, para não perder o prazo. Deverá ser postada entre 19.03.21 a 25.03.21, ressaltando que os alunos terão acesso dias antes.
4. Leia com atenção cada item desse instrumento avaliativo, observe as instruções para respostas das questões objetivas (marque apenas uma resposta por questão)
5. Responda cada questão discursiva em no mínimo 12 e no máximo 15 linhas, com posicionamentos fundamentados no material didático disponibilizado na sala de aula do AVA e nas discussões nos momentos síncronos, respeitando a organização de parágrafos, correção gramatical, ideias logicamente encadeadas, reflexão crítica, leitura e interpretação. 
6. Você terá 100 minutos para responder às questões objetivas e discursivas no horário da nossa aula ou conforme instrução definida na especificidade desse instrumento avaliativo. Porém, a mesma pode ser postada até o dia 25.03.21.
7. Quando terminar, envie sua avaliação no espaço indicado na própria ferramenta disponibilizada para essa atividade e aguarde a correção, resultado e feedback pelo professor responsável.
1 - (FGV – XXII EXAME DA OAB – 2017 – ADAPTADA) 
Carla é condômina de um edifício residencial. Alegando falha na prestação do serviço no elevador do seu prédio, a mesma ingressou com ação para reparação de danos. Na sua petição inicial, narrou ser moradora do 8º andar e que hospedou parentes – dentre eles, seus quatros avós – do Natal ao Carnaval. Alegou que, conforme contrato, o serviço no elevador estava previsto para ser concluído em duas semanas, mas atrasou mais de seis semanas, o que resultou na falta do elevador durante o período em que recebeu seus hóspedes, obrigando-os ao uso das escadas, fato este que gerou transtornos e dificuldades, já que os hóspedes deixaram de fazer passeios e outras atividades turísticas diante das dificuldades para saírem e chegarem ao apartamento de Carla. Sentindo-se constrangida e tendo que alterar todo o planejamento de atividades para o período, Carla afirmou ter sofrido danos extrapatrimoniais decorrentes da mora do fornecedor de serviço, que, ainda que regularmente notificado pelo condomínio, manteve-se inerte, não apresentando qualquer justificativa que impedisse o cumprimento da obrigação de forma tempestiva e não agindo para a rápida solução da situação. 
A partir do caso narrado, indaga-se:
a) Pode-se afirmar que existe relação de consumo apenas entre o condomínio e o fornecedor de serviço, não tendo Carla legitimidade para ingressar com ação indenizatória? Explique de forma fundamentada e coerente, valendo-se dos regramentos legais, doutrinários e jurisprudenciais (1,0 ponto)
No conceito do autor Rizzatto Nunes consumidor, não se trata apenas de adquirir, mas também de utilizar o produto ou o serviço, ainda quando quem o utiliza não o tenha adquirido. Isto é, a norma define como consumidor tanto quem efetivamente adquire (obtém) o produto ou o serviço como aquele que, não o tendo adquirido, utiliza-o ou o consome, sendo o caso. O artigo 17 do CDC traz a equiparação do consumidor às vítimas do acidente de consumo que, mesmo não tendo sido ainda consumidoras diretas, foram atingidas pelo evento, cuida da responsabilidade civil objetiva. Portanto, não se pode afirmar que a relação de consumo era apenas entre o condomínio e o fornecedor, existindo a relação entre Carla e o fornecedor, 
Podendo Carla ingressar com ação em busca de seus direitos, já que ela era destinatária final.
b) Pode-se afirmar que não há relação consumerista na hipótese, e sim relação contratual regida pelo Código Civil, entre o condomínio e o prestador do serviço? Explique de forma fundamentada e coerente, valendo-se dos regramentos legais, doutrinários e jurisprudenciais (1,0 ponto)
Existe relação consumerista, pois Carla é destinatária final. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, podem ser consumidores as pessoas físicas e as jurídicas desde que sejam destinatárias finais de determinados produtos ou serviços.
A empresa de manutenção dos elevadores se enquadra como fornecedora, e como já explicado Carla se define como consumidora destinatária final do serviço.
Aplica-se a teoria finalista pois amplia o conceito de consumidor incluindo todo aquele que possua vulnerabilidade em face do fornecedor. A condômina se apresenta em situação de vulnerabilidade. Assim, o conceito-chave no finalismo aprofundado é a presunção de vulnerabilidade, ou seja, uma situação permanente ou provisória, individual ou coletiva, que fragiliza e enfraquece o sujeito de direitos, desequilibrando a relação de consumo.
c) Pode-se afirmar que existe relação de consumo entre a condômina e o fornecedor, com base da teoria finalista, podendo Carla ingressar individualmente com a ação indenizatória, já que é destinatária final e quem sofreu os danos narrados. Explique de forma fundamentada e coerente, valendo-se dos regramentos legais, doutrinários e jurisprudenciais (1,0 ponto)
A teoria finalista foi a adotada expressamente pelo art. 2º do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor para a qualificação do consumidor, pela presença do elemento da destinação final do produto ou do serviço. Tem prevalecido no Brasil a ideia de que o consumidor deve ser destinatário final fático e econômico, conforme as lições de Claudia Lima Marques. E o artigo 81 do CDC ampara Carla, pois dispõe que a defesa dos interesses e direitos dos consumidores e vítimas poderá ser exercida de forma individual
2 - “Na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o Direito do Consumidor é uma das mais desafiadoras disciplinas que a Corte debate em seus julgamentos. Um dos pontos mais complexos da atuação do STJ está na definição do que seja consumidor, o que permite delimitar o âmbito de incidência das normas ao caso concreto. Há diversas acepções de consumidor, com base na legislação e na interpretação doutrinária. De rigor, quatro podem ser diretamente extraídas da Lei 8.078/1990, sendo que um deles é material e os outros três sentidos são por equiparação.”
O autor continua aduzindo: “Evidentemente que ainda persistem muitos problemas na delimitação do conceito de consumidor, mesmo na jurisprudência do STJ. A ampliação excessiva desse conceito pode gerar mais efeitos negativos do que vantagens ao próprio consumidor, na medida em que se todos são assim considerados, ao final ninguém o será verdadeiramente. Essa é uma preocupação que tem sido enfatizada pelo ministro Antonio Carlos Ferreira em seus estudos e em seus eruditos acórdãos.” (disponível em https://www.conjur.com.br/2016-ago-15/direito-civil-atual-relacao-consumo-visao-superior-tribunal-justica-parte”)
A partir dos trechos acima, de autoria de Humberto Martins (Ministro do STJ), e de todos os ensinamentos em sala, é essencial, para o enquadramento correto do CDC, a identificação do consumidor numa relação de consumo. Assim, cite quais são as figuras de consumidor previstas no CDC e explique a posição atual do STJ na conceituação de destinatário final, abordando as suas teorias explicativas. Responda de forma coerente e harmônica, valendo-se dos regramentos legais, doutrinários e jurisprudenciais cabíveis. (3,0 pontos)
O código de defesa do consumidor evidencia no seu artigo 2º caput, que consumidor não é apenas quem celebrao contrato com o fornecedor, mas quem utiliza-se também do serviço, sendo um consumidor equiparado. Temos o consumidor destinatário final, e econômico do serviço ou produto, o artigo 17 traz os consumidores que são vitimas do evento, o consumidor por equiparação com a coletividade de pessoas do parágrafo único do artigo 2º, e o artigo 29 que diz que todas as pessoas que estão expostas as práticas comerciais e contratuais.
E as teorias finalista que procura encaixar o consumidor como aqueles que realmente não considerados vulneráveis, e maximalista que procura encaixar o maior numero de agentes. 
O STJ adota a corrente finalista atenuada: pessoa jurídica (microempresas, empresas de pequeno porte) ou o profissional liberal poderão ser considerados consumidores, desde que comprovada a vulnerabilidade.
Com base no art. 29 do CDC, pode considerar que pequenas empresas ou determinados profissionais liberais poderiam ser considerados consumidores, desde que comprovada a vulnerabilidade no caso concreto em situações de consumo intermediário, ou seja, eles consomem para reempregar o bem ou serviço na sua atividade econômica. A exemplo a ementa do REsp 1.195.642/RJ: 
A jurisprudência do STJ se encontra consolidada no sentido de que a determinação da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita mediante aplicação da teoria finalista, que, numa exegese restritiva do art. 2º do CDC, considera destinatário final tão somente o destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica.
3 - Zico, Advogado renomado em Teresina, estudioso do Direito do Consumidor, decidiu fazer o seu Mestrado nessa área. Dessa forma, sempre tem muitos clientes na sua cartela de clientes. Analise as alternativas abaixo e diga qual foi a resposta correta que ele deu a um cliente, ao passo em que irá justificar o porquê das outras estarem incorretas. Responda de forma fundamentada, coerente e harmônica, valendo-se da sua atuação profissional.
a) Diego Ribas alugou a casa a qual Michael é proprietário, porém, não pagou os últimos 4 meses. Logo, tal contrato pode ser reviso na esfera do CDC, já que os contratos de locação sujeitam-se às disposições do CDC? Explique de forma fundamentada e coerente, valendo-se dos regramentos legais, doutrinários e jurisprudenciais (1,0 ponto)
As normas consumeristas não se aplicam aos contratos de locação uma vez, que estes são regidos pela lei 8.245/91, as partes do contrato não se amoldam ao conceito de consumidor e fornecedor dos artigos 2º e 3º do CDC, com entendimento já consolidado como podemos ver no seguinte acordão:
“Primeiramente, é de se destacar que a questão debatida nos autos não se sujeita aos ditames do Código de Defesa do Consumidor, já que a os artigos 2º e 3º assim prescrevem: Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. (...). Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (...) Com fundamento na legislação citada, destaco a ausência manifesta da natureza consumerista da relação jurídica envolvida, uma vez que o vínculo estabelecido entre as partes não se amolda nos artigos supramencionados. Ademais, existe legislação específica que regulamenta as relações jurídicas locatícias, qual seja, a Lei 8245/91, que dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes.”
(Acórdão 1130834, 20170110075839APC, Relatora Desa. MARIA DE LOURDES ABREU, 3ª Turma Cível, data de julgamento: 10/10/2018, publicado no DJe: 22/10/2018)
b) Arrascaeta, para sobreviver, decidiu revender roupas, tornando-se autônomo, sendo esta a sua profissão. Porém, não há registro da sua atividade como empresário. Assim, Arrascaeta pode ser considerado fornecedor? Explique de forma fundamentada e coerente, valendo-se dos regramentos legais, doutrinários e jurisprudenciais (1,0 ponto)
Ao prestar o serviço de forma autônoma e habitual, enquadra-se no conceito legal de fornecedor do artigo 3º do CDC, podendo, então ser considerado fornecedor. 
Seguindo o entendimento do STJ:
Profissional liberal – fornecedor de serviços
“3. A relação entre o profissional liberal (fornecedor de serviços) e o seu cliente (consumidor) nasce, em regra, de um contrato de prestação de serviços, tendo, por isso, a sua responsabilidade natureza predominantemente contratual.” AgRg no REsp 1537273/SP
4 - De forma clara, a defesa do consumidor encontra sua guarida constitucional em vários dispositivos da Carta Magna brasileira. Assim , aborde a defesa do consumidor em um desses parâmetros abaixo elencados, dentro do arcabouço da dignidade da pessoa humana, fundamentando a elaboração da lei protetiva ao consumidor a partir desse ditame constitucional que você escolher. (2,0 pontos)
a) como direito fundamental (art. 5º, XXXII, CF: XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
b) como norma orientadora ao poder de tributar (art. 150, § 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
c) como princípio da ordem econômica (art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: V - defesa do consumidor;)
A Constituição Federal em seu artigo 5º trouxe os direitos fundamentais que buscam proteger a dignidade da pessoa humana, é o instrumento essencial para regular as relações de consumo como promove o inciso XXXII.
O instrumento constitucional busca equilibrar e regular os interesses nas relações de consumo, promovendo a defesa do consumidor e a necessidade de reconhecer a vulnerabilidade do consumidor, trazendo a lei para assegurar acesso a informações claras e precisas com a publicidade verdadeira dos produtos, e a proteção na garantia dos consumidores adquirem produtos com a qualidade esperada. A defesa do consumidor implementa a proteção e segurança aos consumidores, como direito fundamental a lei criada em decorrência do artigo 5º traz o direito de representação e compensação por eventuais prejuízos causados.
A lei parte do pressuposto que não há igualdade entre consumidores e fornecedores, nesse sentido a o direito do consumidor resguarda a vida, segurança do consumidor decorrentes do fornecimento de bens e serviços perigosos.

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