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IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 1 de 37 A DERIVADA Introdução: O cálculo é a matemática das variações. O instrumento principal do cálculo para estudar as taxas de variação é um método conhecido como derivação. Neste estudo, vamos descrever esse método e mostrar como ele pode ser usado para determinar a taxa de variação de uma função [em qualquer um de seus pontos] e também a inclinação de qualquer reta tangente a uma curva. Exemplo intuitivo: Num experimento científico em laboratório, um móvel se desloca sobre uma trajetória retilínea obedecendo à função horária S(t) = 3t2 – 5t + 2 [sendo S em metros e t em segundos]. Assim: a) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 4 ] ? b) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 3 ] ? c) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 2,1 ] ? d) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; (2 + h) ], com h ≠ 0? e) Como você interpreta fisicamente a velocidade média da partícula no item anterior, quando “h” tende a zero? f) Qual a velocidade da partícula no instante t = 2 s? Resolução: a) A velocidade média mV de um móvel num certo intervalo de tempo é definida pelo quociente entre o espaço percorrido liniciafinal SSS e o intervalo de tempo gasto para percorrê-lo inicialfinal ttt . Assim: 13 2 26 2 430 24 )2()4( SS tt SS t S inicialfinal liniciafinal mV Logo: smVm /13 b) Neste item, temos: 10 1 10 1 414 23 )2()3( SS tt SS t S inicialfinal liniciafinal mV Logo: smVm /10 c) E neste item, temos: 3,7 1,0 73,0 1,0 473,4 21,2 )2()1,2( SS tt SS t S inicialfinal liniciafinal mV Logo: smVm /3,7 d) Neste caso, calcularemos primeiramente )2( hS . Ao h denominamos ”incremento”. Então: 253)( 2 tttS 2)2(5)2(3)2( 2 hhhS 251044(3)2( ) 2 hhhhS hhhhS 5831212)2( 2 2 374)2( hhhS h h hh h hh h hh h ShS tt SS t S inicialfinal liniciafinal mV 37 )37(37]4[]374[ 22 )2()2( 22 Cálculos auxiliares: 253)( 2 tttS 2)2(5)2(3)2( 2 S 210)4(3)2( S 812)2( S 4)2( S 253)( 2 tttS 2)4(5)4(3)4( 2 S 220)16(3)4( S 1848)4( S 30)4( S 253)( 2 tttS 2)3(5)3(3)3( 2 S 215)9(3)3( S 1327)3( S 14)3( S 253)( 2 tttS 2)1,2(5)1,2(3)1,2( 2 S 25,1023,13)1,2( S 73,4)1,2( S IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 2 de 37 Logo: smV hm /[ ]37 Observe que este item com o incremento genérico h na verdade engloba os itens calculados anteriormente. Veja: No item (a) temos: sh 2 smVm /1367)2.(37 No item (b) temos: sh 1 smVm /1037)1.(37 No item (c) temos: sh 1,0 smVm /3,73,07)1,0.(37 e) No item anterior [d] obtivemos a velocidade média da partícula no intervalo de tempo ])2(,2[ h , com 0h . Quando h tende a zero ]0[ h , o segundo extremo de intervalo de tempo tende a 2 e o referido intervalo tende para ]2,2[ , que podemos definir como um “intervalo de amplitude nula”, caracterizando exatamente o instante st 2 . Assim, fisicamente, quando h tende a zero ]0[ h , a velocidade média tenderá para o que chamaremos de velocidade instantânea da partícula no instante st 2 e esta velocidade poderá ser denotada por )2(V . f) Considerando o exposto no item [e], concluímos que: smhV h /7]37[lim)2( 0 Nota: O gráfico abaixo representa a função 253)( 2 tttS do exemplo intuitivo em questão. Trace a reta secante para st 2 e st 4 e observe os valores utilizados para calcular a velocidade média nesse intervalo. Trace também a reta tangente para st 2 e observe que isso resultou no cálculo da velocidade instantânea para esse instante. Observação: Taxas de variação normalmente podem ser identificadas através de suas unidades. São exemplos de taxas de variação: m/s km/h ºC/min m/s2 g/dia habitantes/m2 litros/h peças/min libras/pol2 g/cm3 entre outras. A velocidade média é uma TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA [TVM], pois indica a variação entre duas grandezas [o espaço percorrido em relação ao tempo gasto para percorrê-lo] e é definida como: mV t S . Quando calculamos a velocidade no instante st 2 encontramos a velocidade instantânea, e assim, temos neste caso uma TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA [TVI], que chamaremos de derivada de “S” em relação à “t” no instante 2 s, e podemos denotar por: smV dt dS t /7)2( 2 De maneira análoga, para funções com as variáveis x e y , a derivada é a taxa de variação [instantânea] de y em relação à x , e podemos denotar por: dx dy . IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 3 de 37 Agora podemos formalizar o conceito de derivada: DEFINIÇÃO Derivada de uma função: A derivada de uma função )(xf em relação à x é a função )(xf [que se lê: “f linha de x”] dada por: Uma função )(xf é derivável [ou diferenciável] num ponto ax , se )(xf existe, ou seja, se o limite [acima] existe no ponto em que ax . Observação: O processo para calcular uma derivada é chamado de derivação. Notação de derivada [Operadores]: A derivada )(xf muitas vezes é escrita na forma y , ou ainda, na forma: dx dy . Nesta última notação, o valor da derivada da função f no ponto em que ax , ou seja, )(af , é escrito na forma: axdx dy . Assim: ax dx dy af )( Pronúncias e outras notações: y [lê-se: “y linha”, ou melhor: derivada de y] )(xy [lê-se: “y linha de x”, ou melhor: derivada de y em relação à x] dx dy [lê-se: “dê y sobre dê x”, ou melhor: derivada de y em relação à x]. y [lê-se: “y ponto”, ou melhor: derivada de y] fDx [lê-se: “dê-f de x”, ou melhor: derivada de f em relação à x] dx df [lê-se: “dê f sobre dê x”, ou melhor: derivada de f em relação à x]. Algumas similaridades de operadores: Com indicação que a derivada é no ponto ax : )()()()( afDa dx df ay x axdx dy af Apenas a indicação do operador de derivação: yfD dx df y x dx dy xf )( Notas: A notação dx dy é devida a Leibnitz. A notação )(xf é atribuída a Lagrange. A notação y é atribuída a Newton. h xfhxf xf h )()( lim)( 0 Veja e Reflita: Na TVM temos: x y TVM = 12 12 )()( xx xfxf Na TV temos: dx dy TV = 11 11 0 )()( lim xhx xfhxf h IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 4 de 37 Agora, revisitando o exemplo intuitivo visto anteriormente... Para encontrarmos a velocidade no instante st 2 , calculamos a derivada da função 253)( 2 tttS no ponto em que st 2 . Assim: smVS dt dS t /7)2()2( 2 Isso implica em dizer que a derivada da função horária da posição nos fornece a função da velocidade, ou seja: )(tV dt dS Veremos a seguir que, a derivada da função horáriada velocidade nos fornece a função da aceleração, ou seja: )(ta dt dV A derivada como coeficiente angular da reta tangente à curva num determinado ponto Seja f uma função derivável [qualquer] representada no gráfico abaixo: Gostaríamos de encontrar a inclinação da reta tangente a este gráfico em um determinado ponto, vamos supor o ponto ),( yxP , que representaremos por ),( )(xfxP . Sabemos que o coeficiente angular de uma reta nos dá a inclinação da mesma. Sendo assim, vamos encontrar o coeficiente angular da reta tangente à curva [gráfico] no ponto ),( )(xfxP . Agora, sejam ),( )(xfxP e ),( )( hxfhxQ dois pontos da função f onde h [incremento] representa a diferença entre as abscissas de P e Q . Já é de nosso conhecimento como determinar o coeficiente angular da reta que passa por P e Q utilizando os conceitos de trigonometria no triângulo retângulo PQR . Então: y xx f x( ) y xx f x( ) f P f P s IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 5 de 37 Seja s a reta secante ao gráfico de f pelos pontos P e Q . y x Q P x x + h f x( ) f x+h( ) f x( ) s R Observando o triângulo PQR , sabemos que o coeficiente angular sm da reta secante s é dado por: PR QR adjcat opcat tgms .. .. xhx xfhxf ms )()( h xfhxf ms )()( Agora, vamos considerar no gráfico de f os pontos nQQQQ ,...,,, 321 posicionados cada vez mais próximos de P . Imagine que a reta s permaneça passando pelo ponto P , entretanto, o ponto Q será trocado gradativamente pelos nQQQQ ,...,,, 321 que se aproximam de P . Isso fará com que a reta s que é secante à curva, “tenda” para a posição de tangência no ponto P [tornando-se a reta t ] fazendo, consequentemente, o acréscimo [ou incremento] h , tender a zero. y x Q P x x + h f x( ) f x+h( ) f x( ) s RQ3 Q2 Q1 Assim, o coeficiente angular tm da reta tangente t à curva no ponto P , será dado por: h xfhxf m h t )()( lim 0 . Note que o valor de tm coincide com o valor da derivada de uma função, conceito este visto anteriormente. Assim concluímos que: h xfhxf xfm h t )()( lim)( 0 Conclusivamente: A derivada de uma função f [diferenciável] no ponto ),( )(afaP é: O coeficiente angular tm da reta tangente à curva da função f nesse ponto P . ou A [TV] taxa de variação )(af [da grandeza )(xf em relação à x ] nesse ponto P . Simbolicamente temos: h afhaf afm h t )()( lim)( 0 f f t IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 6 de 37 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1) Considere o movimento de um corpo ao cair de uma grande altura. De acordo com a física clássica, em t segundos de queda, o corpo percorre uma distância 2 9,4)( ttS metros. Suponha que estejamos interessados em determinar a velocidade do corpo após 2 segundos. A menos que o corpo caia equipado por um velocímetro, é difícil medir diretamente a velocidade. Entretanto podemos determinar a distância percorrida pelo corpo entre o instante 2t e ht 2 e calcular a velocidade média durante esse intervalo de tempo e, fazendo 0h , teremos a velocidade instantânea em st 2 . Resolução: h h hh h hh h h h ShS t S Vm 9,46,19 9,46,19)4.(9,4)44.(9,4)2.(9,4)2.(9,4 22 )2()2( 2222 Se o intervalo de tempo h é pequeno, a velocidade média está próxima da velocidade instantânea no instante st 2 . Assim, é razoável determinar a velocidade instantânea tomando o limite da expressão anterior quando h tende a zero: smhV h /6,19]9,46,19[lim)2( 0 ou, usando a notação de Leibnitz: sm dt dS t /6,19 2 Dessa forma, após 2 segundos de queda, o corpo estará viajando a uma velocidade de sm /6,19 . 2) [FLEMMING] Uma região X é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da epidemia) é, aproximadamente, dado por: 3 64)( 3 t ttN Pergunta-se: a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo 4t ? b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo 8t ? c) Quantas pessoas são atingidas pela epidemia no º5 dia? Resolução: A taxa com que a epidemia se propaga é dada pela razão de variação da função )(tN em relação à t . Aplicaremos a definição de derivada para resolver os itens [a] e [b]. a) Para diast 4 : Aplicando a definição, temos: h NhN h NhN N hh )4()4( lim 4)4( )4()4( lim)4( 00 h hhh h h h h N hh 3 704 3 )644812( 25664 lim 3 )4( 4.64 3 )4( )4(64 lim)4( 23 0 33 0 48 3 )12144( lim 3 )12144.( lim 3 12144 lim)4( 2 0 2 0 23 0 hh h hhh h hhh N hhh Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: diaatingidaspessoas dt dN t /48 4 b) Para diast 8 : Aplicando a definição, temos: h NhN h NhN N hh )8()8( lim 8)8( )8()8( lim)8( 00 IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 7 de 37 h hhh h h h h N hh 3 1024 3 )51219224( 51264 lim 3 )8( 8.64 3 )8( )8.(64 lim)8( 23 0 33 0 0 3 )16( lim 3 )16.( lim 3 16 lim)8( 2 0 2 0 23 0 hh h hhh h hh N hhh Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: diaatingidaspessoas dt dN t /0 8 Qual o significado deste resultado? Ao lado, a representação gráfica de 3 64)( 3 t ttN . Nota: Poderíamos “otimizar” os cálculos das questões [a] e [b] calculando a derivada da função )(tN genericamente para ht e somente ao final, substituir os valores de 4t e 8t [Veja o exemplo (2) de sala de aula, indicado a seguir!]. c) Para determinarmos quantas pessoas foram atingidas pela epidemia no º5 dia, basta calcular )4()5( NN . Assim: ...66,43 3 131 3 704 3 835 3 )4( )4.(64 3 )5( )5.(64)4()5( 33 NN Logo, no º5 dia serão atingidas pela epidemia aproximadamente 44 pessoas. 3) Uma partícula caminha sobre uma trajetória retilínea de modo que sua velocidade obedece à função 28)( ttV , com V em m/s e t em segundos. Determine a aceleração da partícula no instante st 4 . Resolução: Para obter a aceleração instantânea da partícula no instante st 4 , deve-se inicialmente calcular a aceleração média da mesma no intervalo de tempo ])4(,4[ h . A aceleração média ma de um móvel num certo intervalo de tempo é definida pelo quociente entre a variação de velocidade liniciafinal VVV e o intervalo de tempo correspondente: inicialfinal ttt . Assim: 8 8]30[]830[]2)4.(8[]2)4.(8[ 4)4( )4()4( h h h h h h h VhV tt VV t V inicialfinal liniciafinal ma Assim: 2 /8 smma Para obtermos a aceleração instantânea em st 4 , devemos calcular )4(a fazendo com que 0h . Como 8ma é uma função independente de h [função constante], quando 0h , a ma continua sendo 8 , ou seja: 2 /8)4( sma . Veja: 2 0 /8]8[lim)4( sma h [Quando a aceleração é constante temos um MUV!] Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: 2 /8 4 sm dt dV t IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 8 de 37 Observe que a derivada da velocidade em função do tempo nos fornece a função aceleração: )()( tatV dt dV . Notação: Quando derivamos a função horária da posição encontramos a velocidade. Se a derivarmos novamente encontramos a aceleração. Sendo assim, podemos dizer que a aceleração é a segunda derivada da posição e indicamos por: )()( tV dt dS tS e )()( 2 2 ta dt Sd tS Nota: Abordaremos esse conteúdo [derivadas sucessivas] com detalhes mais adiante! 4) Obtenha a equação da reta tangente à curva 2 xy no ponto )1,1(A . Resolução: Inicialmente, vamos calcular o coeficiente angular sm da reta secante à parábola dada, que passa pelos seus pontos de abscissas 1x e hx 1 . Assim: h h hh h hh h hh h h ms 2 )2.(21)21( 11 )1()1( 2222 O coeficiente angular tm da reta tangente à parábola no seu ponto )1,1(A será obtido a partir de sm , fazendo-se h tender a zero. Desta forma: 2]2[lim 0 hm h t . Então, a reta tangente à parábola no ponto )1,1(A tem coeficiente angular 2tm . Substituindo em )( AA xxmyy temos: )1.(21 xy 221 xy 12 xy Logo, a equação da reta tangente à curva 2 xy no ponto )1,1(A é: 12 xy . EXEMPLOS ADICIONAIS [resolução em sala]: 1) Determine a [fórmula da] derivada da função 65)( 2 xxxf , através da definição de derivada e calcule 2 19 f . IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 9 de 37 Observação: Para simplificar o texto, poderemos escrever a questão 2(c) assim: Determine o coeficiente angular da curva )(xf no ponto 2x . 2) Dada a função 42)( 3 xxxf , determine: a) a TV quando 0x . b) a equação da reta t tangente à curva )(xf no ponto em que 1x . c) o coeficiente angular da reta tangente à curva )(xf no ponto em que 2x . [veja observação abaixo] Nota: O gráfico acima foi plotado no Winplot. IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 10 de 37 3) Determine a derivada da função cbxaxxf 2 )( aplicando a definição. EXERCÍCIOS – DEFINIÇÃO DE DERIVADA 1) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer de modo que sua velocidade obedece à função: v(t) = t2 – 4t [sendo: “v” em m/s e “t” em segundos]. Sabe-se que a aceleração média da partícula [am] num certo intervalo de tempo, é dada por am = ∆v/∆t , determine: a) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 ; 1 ] ? b) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 ; 0,5 ] ? c) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 ; 0,1 ] ? d) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 , h ] , com h ≠ 0? e) Como você interpreta fisicamente a aceleração média da partícula no item anterior, quando “h” tende a zero? f) Qual a aceleração da partícula no instante t = 0 s? 2) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo à função horária: S(t) = t3 + t2 – 2t + 3 [com S em metros e t em segundos]. Determinar a velocidade no instante t = 5 s. 3) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo à função horária: S(t) = t2 – 7t + 10 [com S em metros e t em segundos]. Assim: a) Determine a lei de sua velocidade em função do tempo. b) Calcular a velocidade da partícula no instante t = 3 s c) Obter a lei de sua aceleração em função do tempo. d) Calcular a aceleração da partícula no instante t = 3 s. 4) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo a função horária: S(t) = 4t3 – 5t2 + 8t +1 [sendo S em metros e t em segundos]. Então: a) Determine a lei de sua velocidade em função do tempo. b) Calcular a velocidade da partícula no instante t = 1 s c) Obter a lei de sua aceleração em função do tempo. d) Calcular a aceleração da partícula no instante t = 4 s. 5) Encontre a equação da reta tangente à curva y = x2 – 2x + 1 no ponto (2 , 1). 6) Determine a equação da reta tangente à curva y = 2x2 +3 no ponto P(2 , 11). 7) Dada a função f(x) = 5x2 + 6x –1, calcule f’(2). IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 11 de 37 Nota: Com o objetivo de simplificar o “texto”, onde escrevemos: “o coeficiente angular da reta tangente à curva no ponto P”, escreveremos: “o coeficiente angular da curva no ponto P”. 8) Dada a função f(x) = 3x2 – 1 e g(x) = 5 – 2x, determinar: a) f’(1) b) g’(1) c) f’(1) + g’(1) 9) Usando a definição, determinar a derivada das seguintes funções: a) f(x) = 1 – 4x2 b) g(x) = 2x2 – x –1 c) h(x) = 3x + 2 d) y = x3 10) A população inicial de uma colônia de bactérias é 10000. Depois de t horas a colônia terá uma população P(t) que obedece a lei: P(t) = 10000 + 8600t + 10000t2. Assim: a) Determine o número de bactérias presentes depois de 10 horas. b) Encontre a lei que dá a taxa de variação da população P em relação ao tempo t. c) Determine a taxa de variação [instantânea] da população quando t = 10 horas. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) –3 m/s2 1b) –3,5 m/s2 1c) –3,9 m/s2 1d) 4h 1e) aceleração instantânea 1f) – 4 m/s2 2) 83 m/s 3a) v(t) = 2t – 7 3b) v(3) = –1 m/s 3c) a(t) = 2 3d) a(3) = 2 m/s2 4a) v(t) = 12t2 – 10t + 8 4b) v(1) = 10 m/s 4c) a(t) = 24t – 10 4d) a(4) = 86 m/s2 5) y = 2x – 3 6) y = 8x – 5 7) f’(2) = 26 8a) f’(1) = 6 8b) g’(1) = –2 8c) 4 9a) f’(x) = –8x 9b) g’(x) = 4x – 1 9c) h’(x) = 3 9d) y’ = 3x2 10a) P(10) = 1.096.000 bactérias 10b) dP/dt = 8600 + 20000t 10c) 208600 bactérias/hora Para refletir: O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente. EXERCÍCIOS EXTRAS – DEFINIÇÃO DE DERIVADA 1. Determine: a) o coeficiente angular da curva x y 1 no ponto em que 3x . b) para qual valor de “ x ”, o coeficiente angular da curva x y 1 será 4 1 ? c) o coeficiente angular da curva x y 1 no ponto em que ax e avalie o seu sinal [quando será positivo e/ou negativo]. Observação: represente graficamente a função x y 1 para avaliar melhor seus resultados. 2. [Queda livre em Júpiter] A equação para a queda livre na superfície de Júpiter é S = 11,44t2 , com S em metros e t em segundos. Suponha que uma esfera de aço seja largada do topo de um penhasco de 500m de altura. Determine a velocidade [em km/h] e a aceleração dessa esfera [em m/s2], quando t = 2s. 3. [Círculo de área variável] Qual é a taxa de variação da área de um círculo em relação ao raio, quando r = 3? Lembre-se que a área do círculo é: 2 .)( rrA . 4. Mostreque a reta y = mx + n é sua própria tangente em qualquer um de seus pontos (x0 , mx0 + n). RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) –1/9 1b) para x = 2 1c) m < 0 para a * 2) v(2) = 164,736 km/h e a(2) = 22,88 m/s2 3) dA/dr = 6 Os exercícios extras acima foram extraídos/adaptados do livro: THOMAS, George B. Cálculo. V. 1. Pearson. São Paulo: 2002. IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 12 de 37 x y REGRAS E TÉCNICAS DE DERIVAÇÃO [Usando a Tabela de Derivadas] Inicialmente, vamos determinar a derivada de algumas funções “bem elementares”... Nota: você deverá ter em mãos a “nossa” tabela de derivadas [que também está apresentada no final deste material]. Derivada de uma Função Constante: 3)( xf Outras notações: 0 dx fd 0)( xf 0)3( dx d Generalizando, temos: ky 0y [ com Rk ] Regra 1 da Tabela! Derivada de uma Função do 1º Grau: xxf 2)( 2)( xf 13)( xxg 3)( xg Nota: “Função Identidade” xy 1y Generalizando, temos: nmxy my [ com *Rm e Rn ] x y x y x y IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 13 de 37 A Derivação é uma TRANSFORMAÇÃO LINEAR. Sejam: )(xuu u é uma função com variável independente )(x . )(xvv v é uma função com variável independente )(x . Rka , a e k são constantes reais. Assim, dada a função genérica: vkuaxf ..)( , a sua derivada [genérica] será: )()()..( v dx d ku dx d avkua dx d [Propriedade da Linearidade da Derivação] Ou simplesmente: vkuaxf ..)( Nota: A Regra 2 da Tabela, indica como derivar uma função u que é multiplicada por uma constante k . Veja: uky . uky . “para derivar uma função que é multiplicada por uma constante, basta multiplicar a constante pela derivada da função”. Derivada de uma Função Polinomial [de qualquer grau]: Observe a Regra 3 da Tabela: a uy uuay a .. 1 Exemplos: a) 4 )( xxf b) 5 3)( xxg c) 14342)( 23 xxxxh d) 3 45 2 25 x x xy Para concluir, veja: )(xf x 2 x 3 x 4 x 5 x )(xf 1 x2 23x 34x 45x IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 14 de 37 Derivada de Funções Trigonométricas: Veja na tabela: Regra 11: useny uuy cos. Regra 12: uy cos usenuy . Regra 13: utgy uuy 2 sec. Nota: Observe as regras [14 a 20] da nossa tabela de derivadas. Elas envolvem outras funções trigonométricas, inversas de trigonométricas e trigonométricas hiperbólicas. Exemplos: a) )()( xsenxf Outra notação: xxsen dx d cos)( b) )13(cos2 2 xy Derivada de “Outras” Funções: Exemplos: a) 4 )32()( xxA [Aplicaremos a Regra 3]: a uy uuay a .. 1 b) 32 4)( x xB [Aplicaremos a Regra 4]: u ay uaay u ..ln c) x xxC 4 )32()( [Aplicaremos a Regra 10]: v uy vuuuuvy vv .ln... 1 Observação: As Regras 3 e 4 são casos particulares da Regra 10. IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 15 de 37 d) 14 )( x exD [Aplicaremos a Regra 5]: u ey uey u . e) )4(log)( 2 xxE [Aplicaremos a Regra 6]: uy alog u u a y ln 1 Derivada de Funções com Radicais: Você não encontrará na tabela, funções com “raízes”. Assim, para funções que contenham radicais, faremos inicialmente uma preparação para aplicarmos adequadamente alguma regra, geralmente, a Regra 3 da tabela. A Regra 3 da Tabela: a uy uuay a .. 1 Lembre-se que: n mn m aa Exemplo: 1310 xy Nota: Para: x ey Temos: x ey Observação: Note que a Regra 5 é um caso particular da Regra 4. IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 16 de 37 Derivada de Multiplicação [Produto] de Funções: Regra 8: vuy vuvuy .. Exemplos: a) )42()( 23 xxxxf b) )(.4 2 xsenxy Derivada de Divisão [Quociente] de Funções: Regra 9: v u y 2 .. v vuvu y Exemplos: a) x x y 7 13 2 b1) 3 142 4 x y IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 17 de 37 Nota: Em alguns casos, como este, pode ser “interessante” evitarmos a aplicação da “Regra da Divisão”. Veja: b2) 3 142 4 x y Dica do Prof. Tomio! Para encontrar a derivada de funções [utilizando as regras e a tabela], seguiremos basicamente três passos: 1) identificar a(s) função(ões) a ser(em) derivada(s) e observar se é necessário “preparar” a expressão para melhor adaptá- la à(s) regra(s) de derivação correspondente(s). 2) realizar a operação de derivação através da(s) regra(s), observando atentamente cada procedimento. 3) simplificar e organizar a expressão o máximo possível. Resumidamente, temos: 1) identificar função / prepará-la, se necessário. 2) derivar através da(s) regra(s). 3) simplificar a expressão. Para descontrair [se puder] com o Calvin... IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 18 de 37 REGRA DA CADEIA [Para Funções Compostas] Inicialmente, vamos relembrar de forma simples e breve, o conceito de composição de funções através de um exemplo. Veja: Sejam as funções 6)( 5 xxf e 42)( 3 xxg . Vamos encontrar a função composta de f com g , que é indicada por ))(( xgf . Assim: Agora... Em muitas situações, a taxa de variação de uma grandeza pode ser expressa como um produto de outras taxas. Por exemplo, um automóvel que esteja viajando a 80 hkm / e o consumo degasolina a esta velocidade seja de 0,1 km/ . Para calcularmos o consumo de gasolina, em litros por hora, basta multiplicarmos as duas taxas em questão. Veja: h h km km /8801,0 Atente que, na situação acima, multiplicamos duas taxas de variação do problema para encontrar a taxa de variação de interesse. Essa expressão é um caso particular de uma regra importante conhecida como Regra da Cadeia. A partir dessa “ideia”, podemos diferenciar [derivar] funções compostas, aplicando o processo de diferenciação [derivação] separadamente nas funções que compõem essa função composta. Assim: A Regra da Cadeia: Se f e g forem diferenciáveis [deriváveis] e a função composta de f com g definida por ))(( xgfy , então y é diferenciável e y é dada pelo produto: )())(( xgxgfy Na notação de Leibniz, se )(ufy e )(xgu forem funções deriváveis, então: dx du du dy dx dy Reflita: O fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grandes, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta. [Benjamim Franklin] Notação: A função composta ))(( xgf , também pode ser representada por gf ou ainda por ))(( xgf . Observação: Com as funções f e g também podemos gerar outras funções compostas, tais como: ))(( xfg , ))(( xff , )))((( xfgf , entre outras. Como se lê: ))(( xgf f composta com g ou simplesmente f de )(xg . gf f composta com g ou simplesmente f bola g . IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 19 de 37 Exemplo: 1) Calcule a derivada de 6)42( 53 xy utilizando a regra da cadeia. 2) Utilizando a regra da cadeia, determine dt dy para )]2(5[ tsentgy . Para descontrair... Coleção: As Melhores Tiras – Cebolinha / Autor: Maurício de Souza / Editora: Globo IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 20 de 37 APLICAÇÕES DE DERIVAÇÃO: Taxas de Variação A abordagem deste tema se dará através da resolução e discussão de situações-problema, dadas a seguir. 1) Um copo de limonada a uma temperatura de Fº40 é colocado em uma sala com temperatura constante de Fº70 . Considerando um princípio da Física, denominado Lei de Resfriamento/Aquecimento de Newton, pode-se mostrar que, se a temperatura da limonada atingir Fº52 em uma hora, então a temperatura T da limonada como função do tempo decorrido é modelada aproximadamente pela expressão t etT 5,0 .3070)( , onde T é dado em Fº e t , em horas. Responda: a) Qual a fórmula que define a taxa de variação [instantânea] da temperatura T em relação ao tempo t ? b) Qual a taxa de variação quando 1t e 5t horas? [Explique o significado dos resultados encontrados] c) Represente graficamente a função )(tT . 2) Analistas de produção verificaram que, em uma determinada fábrica montadora, o número de peças produzidas nas primeiras x horas diárias de trabalho é dado por: 84,)1.(200 40,).(50 )( 2 xparax xparaxx xf Pergunta-se: a) Qual a razão de produção (em peças/hora) ao final de 3 horas de trabalho? b) E ao final de 7 horas? c) Quantas peças são produzidas na quarta e na oitava hora de trabalho? IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 21 de 37 Observação: Para simplificar o texto, poderemos escrever a questão 1(a) assim: Determine o coeficiente angular da curva )(xf no ponto 5x . APLICAÇÕES DE DERIVAÇÃO: Problemas de Reta Tangente à Curva Já fizemos uma abordagem deste tema no momento em que estudamos a derivada de uma função através da sua definição. Com o objetivo de relembrar e fixar alguns conceitos, vamos resolver e discutir os problemas dados a seguir. 1) Dada a função 56)( 2 xxxf , determine: a) o coeficiente angular da reta tangente à curva )(xf no ponto em que 5x . [veja observação abaixo] b) a equação da reta t tangente à curva )(xf no ponto em que 5x . c) o coeficiente angular da curva )(xf no ponto em que 0x . d) o ponto de )(xf em que a reta tangente a essa curva é horizontal. 2) Dada a função x xsen y )( , determine: a) a derivada dx dy . b) o coeficiente angular da curva no ponto em que 0x . c) o que se pode concluir com o resultado encontrado em (b)? Nota: Os gráficos acima foram plotados no Maple 13. IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 22 de 37 EXERCÍCIOS – Regras e Técnicas de Derivação [Usando a Tabela de Derivadas] 1) Determine a derivada das funções dadas a seguir [as respostas estão na coluna da direita]. 5 63 2 )1(.5 3 x x y 4 2 12 23 )12( 5 )( x x x xf IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 23 de 37 Curiosidade: Dizem que nenhum pedaço de papel pode ser dobrado ao meio mais de 7 vezes. Será verdade? )( xx eseney )3()3sec(3 xtgxy IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 24 de 37 2) Calcule a derivada das funções e encontre a taxa de variação indicada [as respostas estão na coluna da direita]. a) 2.)( rrA ?)10( A rrA ..2)( e 20)10( A b) )2)(13( 45 xxy ? 1 xdx dy 348 43027 xxx dx dy e 1 1 xdx dy c) xexxf .2)( ?)6( f )1(.2)( xexf x e 6.14)6( ef d) 32 2 )( x x xh ?)0( h 2)32( 7 )( x xh e 9 7 )0( h e) 21 x e y x ? 1 xdx dy 22 2 )1( )1( x xe dx dy x e 0 1 xdx dy f) 54 53 )( xx xg ?)1( g 65 2512 )( xx xg e 37)1( g g) )63( 2 1 )( 2 xx x x xy ?)0( y 2 23 )2( 1236276 )( x xxx xy e 3)0( y 3) Derive as funções dadas a seguir, aplicando a Regra da Cadeia [as respostas estão na coluna da direita]. a) )3(ln)( 2 xxf 3 2 )( 2 x x xf b) )4()( xsenxg )4(cos4)( xxg c) )8(cos)( 2tth )8(.16)( 2tsentth d) )12ln(2 ty 12 4 tdt dy e) xey 5 xe dx dy 5.5 f) 42 )3()( ttf 32 )3.(8 tt dt df g) 13 xy 13.2 3 x y 4) Em quais pontos do gráfico da função xxxy 2 2 3 3 1 23 é possível traçarmos uma reta tangente horizontal a essa curva? Utilize um software gráfico para “visualizar” a resposta. Resposta: Os pontos procurados são: 6 5 ,1 e 3 2 ,2 . IFSC / A Derivada Prof.Júlio César TOMIO Página 25 de 37 EXERCÍCIOS – Aplicações de Derivação: Taxas de Variação 1) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo à função horária: S(t) = t3 + t2 – 2t + 3 [com S em metros e t em segundos]. Determinar a velocidade no instante t = 5 s. 2) [Queda livre em Júpiter] A equação para a queda livre na superfície de Júpiter é S = 11,44t2 , com S em metros e t em segundos. Suponha que uma esfera de aço seja largada do topo de um penhasco de 300m de altura. Determine a velocidade [em km/h], quando t = 3 s. 3) [FLEMMING / Adaptada] Uma região X é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da epidemia) é, aproximadamente, dado por: 3 64)( 3 t ttN A representação gráfica desse fenômeno se encontra ao lado. Pergunta-se: a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo 4t ? b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo 8t ? c) Quantas pessoas são atingidas pela epidemia em 8 dias? d) Quantas pessoas são atingidas pela epidemia no º8 dia? 4) A população inicial de uma colônia de bactérias é 000.10 . Depois de t horas, a colônia terá a população )(tP que obedece a lei: t tP )2,1(000.10)( . a) Qual o número de bactérias depois de 10 horas? b) Encontre a lei que dá a variação da população P em relação ao tempo t . c) Determine essa variação instantânea da população quando 10t horas. 5) Uma partícula se move segundo a equação S(t) = t3 – 2t2 + 5t – 1, sendo S medido em metros e t em segundos. Em que instante a sua velocidade vale 9 m/s? 6) Mariscos Zebra são mariscos de água doce que se agarram a qualquer coisa que possam achar. Apareceram primeiro no Rio St. Lawrence no começo da década de 80. Estão subindo o rio e podem se espalhar pelos Grandes Lagos. Suponha que numa pequena baía o número de mariscos zebra ao tempo t seja dado por 2300)( ttZ , onde t é medido em meses desde que esses mariscos apareceram nesse lugar. Assim: a) Quantos mariscos zebra existirão na baía depois de quatro meses? b) A que taxa a população está crescendo em quatro meses? 7) Um reservatório de água está sendo esvaziado e a função 2 )30(200)( ttV indica o volume [em litros] de água presente no reservatório no tempo t [em minutos], com 300 t . Pergunta-se: a) Qual a quantidade de água existente no reservatório depois de 8 minutos de escoamento? b) A que taxa o volume de água do reservatório varia após 8 minutos? c) Qual a taxa média de variação do volume de água durante os primeiros 8 minutos? 8) Sabe-se que o volume V de um cubo é função de seu lado. Assim, determine a taxa de variação do volume em relação ao lado quando este mede 5 uc. [Nota: pense em como você indicará a unidade da taxa de variação] IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 26 de 37 9) [FLEMMING] Numa granja experimental, constatou-se que uma ave em desenvolvimento pesa, em gramas: 9060,6044,24 600,)4( 2 1 20 )( 2 tpara tparat tw t , onde t é medido em dias. a) Qual a razão do aumento do peso da ave quando t = 50 dias? b) Quanto esta ave aumentará no 51º dia? c) Qual a razão de aumento de peso quando t = 80 dias? 10) [THOMAS] A resposta R do corpo a uma dose de medicamento, às vezes, é representada por uma equação da forma 32 2 MC MR onde C é uma constante positiva e M é a quantidade de medicamento absorvida pelo sangue. Se a resposta esperada for uma variação na pressão sanguínea, então R deverá ser medida em mmHg; se a resposta for uma variação da temperatura, R será medido em Cº e assim por diante. Determine dM dR . Essa derivada [em função de M ] é chamada “sensibilidade do corpo ao medicamento”. 11) Um paraquedista salta de um avião. Supondo que a distância que ele cai, antes de abrir o paraquedas, é de tttS 176)1835,0(986)( , onde S está em pés e t em segundos; calcule a velocidade instantânea (em m/s) do paraquedista quando 15t segundos. Observação: 1 pé = 0,3048 m. 12) De uma pequena comunidade se obteve uma estimativa que, daqui a t anos, a sua população será de . 1 5 20)( pessoasdemilhares t tP Daqui a 18 meses, qual será a taxa de variação da população desta comunidade? 13) Certa imobiliária aluga salas comerciais por R$ 600,00 mensais. Este aluguel sofre um reajuste mensal de 2%. Calcule a taxa de variação do aluguel daqui a 10 meses. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1) 83m/s 2) v(3) = 247,104 km/h 3a) N’(4) = 48 pessoas atingidas/dia 3b) N’(8) = 0 pessoas atingidas/dia 3c) N(8) 341 pessoas 3d) N(8) – N(7) 8 pessoas 4a) P(10) = 61917 bactérias 4b) P’(t) 1823.(1,2)t 4c) P’(10) = 11288 bactérias/hora 5) t = 2 s 6a) Z(4) = 4800 mariscos 6b) Z’(4) = 2400 mariscos/mês 7a) V(8) = 96.800 7b) V’(8) = – 8800 /min 7c) Vm = –10400 /min 8) V’(5) = 75 ua/uc 9a) w’(50) = 54 g/dia 9b) w(51) – w(50) = 54,5 g 9c) w’(80) = 24,4 g/dia 10) dR/dM = M(C – M) 11) v(15) 164,1 pés/s 50 m/s 12) P’(1,5) = 800 pessoas/ano 13) aprox. 14,48 reais/mês IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 27 de 37 x y EXERCÍCIOS – Aplicações de Derivação: Problemas de Reta Tangente à Curva 1) Seja a função 22 24 xxy e seu gráfico representado abaixo. a) Determine dx dy . b) Calcule 2/1x dx dy e 2/3x dx dy . c) Qual o significado geométrico dos valores encontrados no item (b)? d) Encontre os valores de x , para os quais 0 dx dy . e) O que os valores de x , encontrados no item (d), representam geometricamente? 2) Determine: a) o coeficiente angular da curva x y 1 no ponto em que 3x . b) para qual valor de “ x ”, o coeficiente angular da curva x y 1 será 4 1 ? c) o coeficiente angular da curva x y 1 no ponto em que ax e avalie o seu sinal [quando será positivo e/ou negativo]. Observação: represente graficamente a função x y 1 para avaliar melhor seus resultados. 3) Determine a equação da reta tangente à curva 32)( 2 xxf no ponto )11,2(P . 4) Determine a equação da reta tangente à curva )()( xsenxf no ponto )0,(Q . 5) As funções baxxxf 2 )( e 2 )( xcxxg têm uma tangente comum em )6,3(T . Encontre as funções em questão e plote os seus gráficos no mesmo sistema cartesiano para verificar sua solução. 6) Mostre [através do processo de derivação] que a abscissa do vértice de uma parábola qualquer cbxaxy 2 pode ser encontrada através da fórmula a b xV 2 . RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) xx dx dy 44 3 1b) 2 3 2/1 x dx dy e 2 15 2/3 x dx dy 1d) }1,0,1{ 1c–1e) Resposta teórica 2a) 9 1 m 2b) Para 2x ou 2x 2c) 2 1 a m e m será negativo para *Ra 3) 58 xy 4) xy 5) 187)( 2 xxxf e xxxg 5)( 2 NOTA: Com o objetivo de simplificar o “texto”, onde escrevemos: “o coeficiente angular da reta tangente à curva no ponto P”, escreveremos: “o coeficiente angular da curva no ponto P”. IFSC / A DerivadaProf. Júlio César TOMIO Página 28 de 37 DERIVADAS SUCESSIVAS [Derivadas de Ordem Superior] As derivadas sucessivas [ou de ordem superior] têm diversas aplicações. Algumas delas estão na: Construção e Interpretação de Gráficos; Otimização de Funções [Máximos e Mínimos]; Cálculo Avançado [Equações Diferenciais, Séries, etc.]; Física Superior, Áreas Aplicadas da Tecnologia/Engenharia, entre outras. Neste momento, vamos abordar o tema através de alguns exemplos. Veja: 1) Dada a função polinomial de 5º grau: 33)( 25 xxxf , determine sua derivada de 6ª ordem. 2) Sendo )ln(2 xy , determine 4 4 dx yd . Lembre-se da similaridade das notações: )()( )()( xfDfD dx fd dx yd xfy nn xn n n n nn Notações: )(xf y )(xf dx dy )(xf 2 2 dx yd )(xf 3 3 dx yd )( )4( xf 4 4 dx yd )( )5( xf 5 5 dx yd )( )( xf n n n dx yd IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 29 de 37 3) Determine )(cos 27 xDx , ou seja, para )(cos xy , encontre )27( y . 4) Dada a função horária das posições 58102)( 23 ttttS de um móvel em certa trajetória [no SI], determine a sua velocidade, aceleração e arranque, no instante 3t s. Nota: o arranque [também chamado de arranco ou de sobreaceleração] é a taxa de variação da aceleração em relação ao tempo. No SI, sua unidade é o m/s3. A letra [símbolo] utilizada para representá-lo é o “j” [Jota], provavelmente oriundo da palavra inglesa “jerk” que tem significado similar. Reveja as Notações: Velocidade: )()( tStv )(tv dt dS Aceleração: )()( tSta )()()( tStvta )( 2 2 ta dt Sd Arranque: )()( tStj )()()()( tStvtatj )( 3 3 tj dt Sd IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 30 de 37 Utilizando derivadas para encontrar [calcular] LIMITES A REGRA DE L'HOPITAL [ou L'Hôspital] Ocorrendo, em limites, a forma indeterminada 0 0 ou , então: )( )( lim )( )( lim )( )( lim xg xf xg xf xg xf axaxax até que “desapareça” a indeterminação! Nota: Ra ou a . Caso ocorra, num limite, uma das outras 5 indeterminações: 1,,0,0, 00 , poderemos “transformá-la” em 0 0 ou para então aplicarmos a regra de L’Hopital, caso seja de interesse. Exemplos: Calcule os limites: a) 1 2 lim 0 xx e x b) 30 )( lim x xsenx x c) 23 6 lim 2 2 2 xx xx x d) x x x 2 ln lim IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 31 de 37 e) x x x 1 )93(lim As Origens da Regra de L'Hopital: A regra de L'Hopital foi publicada pela primeira vez em 1696, no livro Analyse des Infiniment Petits, do matemático Guillaume François Antoine, o Marquês de L'Hopital, mas na verdade ela foi descoberta em 1694 pelo matemático suíço John (Johann) Bernoulli. Uma explicação para esse fato é que esses dois matemáticos fizeram um curioso acordo, que dava ao Marquês de L'Hopital os direitos das descobertas de Bernoulli. Entretanto, parece não existir um consenso sobre a história do tal “acordo”. Baseado num texto de: STEWART, James. Cálculo. v.1. 5. ed. São Paulo: Thomson, 2006. EXERCÍCIOS – Derivadas Sucessivas [Derivadas de Ordem Superior] + Regra de L'Hopital 1) Encontre as derivadas primeira e segunda das funções dadas a seguir. a) e) b) f) c) g) d) h) 2) Determine para . IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 32 de 37 3) Se , encontre . 4) Se , encontre . Nota: Você poderá optar por utilizar, em algum momento, a relação: . 5) Encontre uma fórmula para sabendo que: . 6) Determine . 7) Encontre um polinômio de 2º grau , tal que: , e . 8) Dois móveis têm seus movimentos sobre uma mesma trajetória retilínea, dados pelas equações e . Determine as velocidades e as posições desses móveis quando as suas acelerações forem iguais. Considere em metros e em segundos. 9) Num equipamento automatizado, um dispositivo móvel descreve uma trajetória definida pela equação [ em centímetros e em segundos]. Determine a velocidade e a aceleração do dispositivo após se deslocar cm. 10) Seja . Verifique que: . 11) A equação é chamada equação diferencial pois envolve a função desconhecida e suas derivadas e . Para que valores de , a função satisfaz a equação diferencial em questão? 12) Um objeto preso a uma mola vertical tem função posição dada por , onde é a amplitude de sua oscilação e é uma constante. Assim: a) Encontre a velocidade e a aceleração como função do tempo. b) Mostre que a aceleração é proporcional ao deslocamento . c) Mostre que a velocidade é máxima quando a aceleração é zero. 13) Calcule os limites [caso existam] aplicando a regra de L'Hopital, adequadamente. a) b) – c) d) e) f) g) – h) – i) j) k) l) Observação: O limite da letra [k]: pode aparecer, principalmente em livros de origem norte-americana, na forma: . Lembre-se que a maioria das calculadoras científicas apresenta a função na forma . Ambas representam a função inversa de . Fique ligado! IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 33 de 37 14) Mostre, através da aplicação da regra de L'Hopital, que os limites fundamentais: a) b) – c) 15) Prove que para todo inteiro positivo. Note que isso mostra que a função exponencial tende mais rapidamente ao infinito que qualquer potência de . 16) Se um montante inicial de dinheiro for investidoa uma taxa de juros composta vezes ao ano, o valor do investimento após anos será: Se fizermos , chamamos isso de juros compostos contínuos. Use a regra de L'Hopital para mostrar que se os juros forem compostos continuamente, então o montante após anos será: RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) e 1e) e 1b) e 1f) e 1c) e 1g) e 1d) e 1h) e 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) e com e 9) e 11) 12a) e 13a) 13b) 13c) 13d) 13e) 13f) 13g) 13h) 13i) 13j) 13k) 13l) Para descontrair com o Calvin… Para refletir… Namorar alguém de exatas é saber que você vair ter com quem contar. [Recebido de um colega através de mensagem em uma rede social] IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 34 de 37 APÊNDICE IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 35 de 37 Nota: Nem todas as retas podem ser representadas em todas as formas citadas ao lado. RELEMBRANDO: TIPOS [FORMAS] DE EQUAÇÃO DE UMA RETA [NO PLANO] A equação de uma reta [no plano] pode ser escrita na forma: ↳ Geral ↳ Reduzida ↳ Segmentária ↳ Paramétrica Detalhando um pouco, temos: Equação Geral: 0 cbyax Sendo que na equação geral: b a m e b c n Observe que, se na forma geral: 0 cbyax Isolarmos o termo em y temos: caxby b cax y Agora, separando o denominador: b c x b a y b c x b a y Assim temos a equação da reta na sua forma reduzida: nmxy Equação Reduzida: nmxy ↳ Coeficiente angular: tgm ou AB AB xx yy m Nota: A função polinomial do 1º grau é representada pela equação reduzida da reta. Equação Segmentária: 1 q y p x ↳ Sendo que: yinterceptoq xinterceptop Equações Paramétricas: )( )( tgy tfx ↳ Sendo que t é um parâmetro comum às equações. Veja um exemplo: ty tx 2 74 RELEMBRANDO: COMO ENCONTRAR [CALCULAR] A EQUAÇÃO DE UMA RETA Quando conhecemos: 2 pontos ),( AA yxA e ),( BB yxB : Substitua os pontos em: nmxy ou aplique: 0 1 1 1 BB AA yx yx yx 1 ponto ),( PP yxP + o coeficiente angular “ m ”: Aplique em: )( PP xxmyy ↳ “Equação Fundamental da Reta” 0 q p ● ● y x 0 n ● ● y x 0m 0 n ● ● y x 0m IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 36 de 37 [Relembrando] Exemplo 1: Escreva a equação da reta “s” na forma geral e reduzida, sabendo que ela passa pelo ponto )2,1(P e tem coeficiente angular igual a 3 . Resolução: Aplicando a “equação fundamental da reta”, temos: )( PP xxmyy Da equação reduzida da reta em questão, fazemos: )1(32 xy 13 xy 332 xy 130 yx s: 13 xy s: 013 yx ↳ equação reduzida da reta ↳ equação geral da reta [Relembrando] Exemplo 2: A reta “ r ” está representada graficamente logo abaixo. Escreva a equação desta reta nas formas: segmentária, geral e reduzida. Resolução: Observando o gráfico ao lado, temos: r: 1 54 yx equação segmentária da reta 20 20 20 45 yx 2045 yx r: 02045 yx equação geral da reta 2054 xy 4 205 x y r: 5 4 5 x y equação reduzida da reta Para refletir: Não aprenda a desejar aquilo que não merece. [retirado de um biscoito da sorte chinês] 4 0 5 ● ● y x IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO Página 37 de 37 TABELA DE DERIVADAS Considere: ( ) , ( ) , ' ' dy du u u x v v x y e u dx dx e ainda “k” e “a” como constantes Propriedade da Linearidade: ( ) ( ) ( ) d d d ku v k u v dx dx dx Fórmulas: 1) y k ' 0y 11) y senu ' ' cosy u u 2) y ku ' 'y ku 12) cosy u ' 'y u sen u 3) y u 1' 'y u u 13) y tg u 2' 'y u sec u 4) , 1 0uy a a e a ' ln 'uy a a u 14) y cotgu 2' 'y u cosec u 5) uy e ' 'uy e u 15) y secu ' 'y u tgu secu 6) logay u '1 ' ln u y a u 16) y cosecu ' 'y u cotgu cosecu 7) lny u ' ' u y u 17) y arcsenu 2 1 ' ' 1 y u u 8) .y u v ' . ' . 'y u v v u 18) y arctg u 2 1 ' ' 1 y u u 9) u y v 2 . ' . ' ' v u u v y v 19) y senhu ' 'y u coshu 10) vy u 1' ' 'v vy vu u u lnu v 20) y coshu ' 'y u senhu Função Composta: Se )(xuu e )(txx , então: dt dx dx du dt du [Regra da Cadeia] Função Paramétrica: Se )(tyy e )(txx , então: dt dx dt dy dx dy Função Inversa: Se )(xfy admite inversa, então: dydxdx dy / 1 Para refletir: A verdadeira viagem de descoberta não está em procurar novas paisagens, mas em adquirir novos olhos. [Marcel Proust, Em busca do tempo perdido]
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