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Isabell� Alve� HABILIDADES CLÍNICAS TÓRAX EXAME FÍSICO PERCUSSÃO A percussão vem a ser a utilização da percepção tátil e sonora da vibração de áreas torácicas subjacentes ao local onde se pesquisa com o uso dessa técnica. Realiza-se através de toques rápidos e fortes dados com a flexão palmar da falange distal do dedo médio de uma das mãos sobre a falange intermediária do dedo médio da outra mão, que se encontra apoiada no tórax. Com isso produz-se um som que se relaciona com a textura da área pulmonar que se encontra abaixo da área percutida. O som ouvido normalmente é chamado claro atimpânico (quando contém ar). Nos processos em que há acúmulo de líquido ou secreção, ou ainda atelectasia ao nível do parênquima ou mesmo pleural, geralmente ocorre diminuição da sonoridade. O som passa a ser submaciço ou maciço, dependendo da dimensão e intensidade do processo. Quando há dissecção aérea (pneumatoceles volumosas), pneumotórax ou hiperinsuflação (por corpo estranho ou asma), ocorre hipersonoridade, havendo uma exacerbação do som claro, que passa a se assemelhar ao timpânico produzido por vísceras ocas. A percussão detecta apenas áreas com dimensões maiores e serve normalmente como mais um dado semitécnico que auxilia o raciocínio. Tem grande utilidade quando se reúne a todas as outras informações obtidas com a história, a inspeção, a palpação e a ausculta. AUSCULTA A ausculta é uma das etapas mais importantes do exame clínico do aparelho respiratório, pois pode fornecer dados bastante elucidativos na questão da patologia de base, intensidade do processo e localização da lesão. Deve ser realizada em ambiente silencioso e tranqüilo; a campânula do estetoscópio deve ser adequada ao tamanho do tórax, sempre que possível aquecida previamente para melhorar a aceitação do exame pela criança. Testa-se previamente a tolerância da temperatura no braço ou dorso da mão do paciente. Recém-natos e lactentes são habitualmente examinados em decúbito. Lactentes poderão também ser auscultados no colo, principalmente quando ansiosos, situação na qual geralmente o examinador inicia pelo dorso para diminuir a ansiedade. Crianças maiores podem ser auscultadas tanto sentadas quanto em pé, de acordo com a oportunidade de comodidade do paciente. Quanto menor a criança, menor a capacidade de colaborar inspirando profundamente, o que pode confundir o examinador menos atento. O choro constante pode dificultar a percepção de detalhes mais sutis da ausculta. Porém, utilize o Isabell� Alve� intervalo de acesso do choro, quando a criança inspira, para explorar a ausculta. Também poderá ser utilizado o recurso de pedir que a criança, em geral pré-escolar, assopre qualquer objeto colocado à sua frente, pois, após assoprar, ela naturalmente necessitará inspirar mais profundamente, facilitando a ausculta tanto da expiração forçada quanto da inspiração. Deve-se auscultar a maior área possível dos dois hemitórax, sempre comparando simetricamente os resultados. Inicialmente, observam-se a intensidade e a característica do murmúrio broncovesicular bilateralmente em áreas simétricas. O murmúrio broncovesicular vem a ser a soma do som produzido pela passagem do ar através da glote (sopro glótico) com o som da chegada do ar ao nível dos alvéolos. Variações de intensidade são inespecíficas e podem significar diferença na ventilação de uma determinada área. A obstrução parcial das vias respiratórias superiores, como laringe, glote e traquéia, pode produzir um ruído inspiratório musical que vem a ser o estridor. Os roncos geralmente se associam a secreção nos brônquios principais e traquéia. Estertores grossos são ruídos não-musicais, descontínuos, que representam movimento de líquido ou secreção através de bronquíolos, produzidos pela movimentação e ruptura da interface ar-líquido provocados pelas alterações da pressão no ciclo respiratório. Também podem ser ouvidos quando se coloca o estetoscópio próximo à boca aberta. Estertores finos são ruídos semelhantes aos grossos, porém se localizam no final da inspiração. Geralmente são provocados pela presença de líquido nos alvéolos ou pela sua súbita abertura quando atelectasiados. Os sibilos são ruídos musicais agudos, contínuos, com duração mais longa, que se assemelham a um silvo, que ocorrem por constrição ou edema ao nível dos bronquíolos. Ocorrem geralmente na asma. O sopro tubário ocorre quando o componente vesicular está abolido, sendo ouvida apenas a passagem do ar pela glote (sopro glótico) através da parede torácica. Isso se dá nos processos pneumônicos com hepatização do parênquima pulmonar das pneumonias lobares. Outros ruídos também importantes podem estar presentes, como o atrito pleural, o gemido e o estridor. O atrito pleural pode ser auscultado na fase inicial dos processos inflamatórios pleurais e se assemelha ao ruído produzido pelo atrito de duas superfícies de couro, portanto rude, não musical. O gemido, comum em recém-natos, é produzido , pela oclusão parcial das cordas vocais na fase expiratória. E musical, contínuo, de longa duração, e traduz uma tentativa do organismo de manter os alvéolos distendidos na expiração e melhorar as trocas gasosas. O estridor é um som inspiratório musical, de longa duração, geralmente causado por Isabell� Alve� obstrução parcial das vias respiratórias superiores, como laringe, glote e traquéia, produzido por edema, constrição ou corpo estranho nessas áreas. Outros dados complementares que eventualmente podem ser obtidos "à beira do leito", como oximetria de pulso, transiluminação do tórax, análise de parâmetros do ventilador mecânico e da gasometria arterial, e outros mais específicos como oscilação de dreno torácico e permeabilidade de cânula de traqueostomia.
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