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Dismitificando a perícia Fonoaudiológica

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Guia prático LAFFORBA:
Desmistificando a Perícia
Fonoaudiológica 
Apresentação
A Liga Acadêmica de Fonoaudiologia Forense da
Bahia (LAFFOR-BA) foi fundada por discentes
da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e
tem como objetivo principal o estudo da Perícia
Fonoaudiológica , reconhecida pelo Conselho
Federal de Fonoaudiologia como especialidade
em dezembro de 2020 . 
Atualmente , formamos uma equipe que conta
com vinte e dois graduandos do curso de
Fonoaudiologia , regularmente matriculados , e
supervisão da fonoaudióloga e docente Renata
D 'Arc Scarpel . A l iga recebe ainda apoio de
especialistas na área para a realização de
projetos como este que você terá em mãos . É
com imenso prazer que apresentamos nossa
primeira produção a respeito da perícia em
Fonoaudiologia , o "título" . 
 Neste material , você terá acesso a respostas
para as dúvidas mais frequentes quando o
assunto é perícia , além de dicas e opiniões de
nossos colaboradores !
Desejamos a você uma boa leitura !
Atenciosamente ,
Equipe LAFFOR-BA
Índice
10. Quais os principais desafios de trabalhar com perícia?
1. Qual o processo de formação para quem pretende seguir na
área de Perícia Fonoaudiológica?. 
2. Existem pré-requisitos para atuar nessa área? 
3. Principais diferenças entre o trabalho clínico e o pericial 
4. Quais os conhecimentos da área de Direito o fonoaudiólogo
precisa ter para atuar na área criminal? 
5. Pode um fonoaudiólogo que atua em perícia no Brasil
realizar laudos ou pareceres em outros países?
6. Qual a porta de entrada para quem deseja ser perito
judicial?
7. O que não pode faltar na preparação de quem deseja
prestar concurso para perito criminal oficial?
8. A perícia fonoaudiológica pode ser decisiva para a
conclusão de um caso na ausência de demais provas
criminais?
9. Qual a sua opinião sobre a inserção da Perícia
Fonoaudiológica no cronograma curricular do curso de
Fonoaudiologia?
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
 "O processo de formação é amplo e contínuo,
pense sempre na sigla LLL (Life Long Learning),
pois trata-se de um aprendizado constante. O tema
central da formação sempre estará ligado à ciência
da comunicação, entretanto, todos os meios que
permitem a interação humana deverão ser
conhecidos. Além dos temas comuns da profissão,
conhecimento de fotografia, telecomunicações,
sistemas de biometria, segurança eletrônica,
pesquisa em fontes abertas e modalidades de
crime cibernético são apenas algumas das áreas
que o perito precisa avançar no conhecimento."
1 . Qual o processo de formação para quem pretende
seguir na área de Perícia Fonoaudiológica?
3
 "O processo de formação para quem deseja seguir a
área de perícia inicia na própria graduação,
dedicando-se a formação de base, no nosso caso a
Fonoaudiologia. Vale ressaltar que a depender do
tipo de perito que deseja se tornar (judicial ou
criminal), os caminhos a serem trilhados em termo de
formação, podem ser diferenciados. Destaca-se que
independente da área escolhida, é de suma
importância o domínio técnico-científico a ser
empregado de forma responsável no desempenho
das atividades periciais. Este processo de
aprendizado, pode passar por cursos de formação,
capacitação, especialização e pós-graduação stricto
sensu ou lato sensu."
Anderson Fernandes
Residente em TI - UTI
Fonoaudiólogo, BA
 "Legalmente falando, o profissional fonoaudiólogo
não possui exigência de ter formação específica para
atuar como Perito. Ao lermos o CPC, depreendemos,
em seu artigo 156, que o profissional precisa ser
graduado e estar regular com seu Conselho de
Classe."
4
Carla Vasconcelos
 SEPLAG-MG e Núcleo de Otorrino BH
Fonoaudióloga Perita, MG
 "NA ÓTICA DO JUDICIÁRIO (CPC, Art.156)
O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.
§ 1° (...) nomeados entre os profissionais Quando consideramos também
as Resoluções do Conselho Federal de Fonoaudiologia, não
encontramos exigência de realização de curso de especialização ou
aperfeiçoamento em Perícia para que o profissional inicie sua atuação.
Vide a seguir as principais legislações do CFFa a respeito (para maiores
informações, favor ler as legislações citadas).
habilitados* e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos
em cadastro(...)
§ 5° (...) Na localidade onde não houver inscrito no cadastro
disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha
pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico
comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização
da perícia. (* Grifos meus).
Quando consideramos também as Resoluções do Conselho Federal de
Fonoaudiologia, não encontramos exigência de realização de curso de
especialização ou aperfeiçoamento em Perícia para que o profissional
inicie sua atuação. Vide a seguir as principais legislações do CFFa a
respeito (para maiores informações, favor ler as legislações citadas)."
 "Segundo o Conselho Federal de Fonoaudiologia –
CFFa, qualquer profissional fonoaudiólogo registrado
sob número de registro de Conselho Regional, pode
atuar como perito, a instância também reconhece
como especialidade da profissão a “Perícia
Fonoaudiológica”. Vale pontuar que o perito precisa
ter domínio do conteúdo a ser periciado e utilizar de
expertises acerca de sua formação de base e ou
conhecimentos correlacionados ao habitual na
Ciência Forense." 
2 . Existem pré-requisitos para atuar nessa área? 
5
Anderson Fernandes
Residente em TI - UTI
Fonoaudiólogo, BA
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
 "Capacidade de identificar e lidar com problemas
simultaneamente, discriminando partes de um todo,
englobando-as em uma percepção geral.
Capacidade de reagir de modo apropriado às
situações imprevistas. As necessidades são mais de
ordem do comportamento e habilidade em lidar com
as de demandas da área pericial, do que
propriamente o conhecimento acadêmico. Como
forma de se ter um profissional mais experiente, ter ao
menos uma especialização é uma boa linha de corte."
 "São diversas as diferenças entre o trabalho clínico e
o pericial. A primeira abrange a questão da formação
do profissional, pois o fonoaudiólogo clínico se
preocupa com o diagnóstico fonoaudiológico e o
prognóstico do paciente do ponto de vista
terapêutico. Já o perito, além do diagnóstico terá que
estimar a extensão ou efeito, sobre a vida do
periciando, no caso as perícias ocupacionais, bem
como definir sobre a concessão ou não de benefícios. 
3 . Qual a principal diferença entre o trabalho
clínico e o pericial? 
6
Carla Vasconcelos
 SEPLAG-MG e Núcleo de Otorrino BH
Fonoaudióloga Perita, MG
A segunda diferença é quanto ao exame. Enquanto na clínica o
profissional conta com a colaboração do paciente para a descoberta e
tratamento de suas alterações de saúde, no contexto pericial o
fonoaudiólogo precisa, muitas vezes, diagnosticar as alterações sem
contar com a colaboração do periciando.
Há, quase sempre, uma relação de desconfiança mútua entre o
periciando e o perito. A terceira diferença é que, no contexto pericial, os
resultados das avaliações não são entregues somente ao periciando,
como ocorre no contexto clínico, em que os resultados de exames são
entregues somente a paciente ou a seus familiares. Na área pericial o
resultado será sempre encaminhado para a autoridade que solicita a
avaliação, seja o juiz, delegado, promotor, autoridade administrativa ou
semelhante sendo que a decisão pericial pode ser totalmente contrária
aos interesses do periciando. "
“No trabalho clínico o resultado é individual,
beneficia o sujeito e seu entorno, já no trabalho
pericial, quando atrelado à justiça, os resultados
beneficiam a sociedade, trazendo um alcance muito
maior para o resultado. Existem diversas diferenças
como: o vínculo estabelecido com o periciado e o
paciente, o prazo de duração do trabalho,o valor
financeiro da hora de trabalho e os limites da
atuação são bem diferenciados, bem como a
responsabilidade e suas consequências."
7
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
"Além dos conhecimentos técnicos, relativos à sua área de
formação, será necessário entender que o funcionamento
da perícia criminal é completamente diferente das outras
áreas do Direito. Exigirá saber o papel do perito criminal
oficial e como ele, na condição de Assistente Técnico (AT),
poderá contribuir na defesa dos interesses de seu
contratante. Por exemplo, dificilmente o AT terá acesso às
provas materiais antes da entrega do laudo oficial. Outra
coisa é que a atuação do AT é regulada no Código de
Processo Penal. Como Fonoaudiólogo, todos os crimes
envolvendo sua área de conhecimento (voz, fala, vídeo,
áudio, textos, linguagem, anomalias pertinentes etc)
comporta sua atuação como AT - desde que contratado
pela parte interessada."
 "Considerando a atuação enquanto peritos ou
assistentes técnicos de processos na área criminal, é
desejável o conhecimento de noções de direito
processual penal e direito administrativo."
 
Adv. Marivaldo Cazumbá
Andressa Boer
P. Criminal do IGP/SC
Fonoaudióloga, SC
 "As leis não podem ser interpretadas “friamente”. Por
isso, é importante que se realizem cursos voltados a
essa formação ou se busque a supervisão de um
advogado. Todas as leis são elaboradas baseadas em
princípios, ou seja, ideias jurídicas que embasam o
ordenamento jurídico, que podem ou não estar
explícitos. "
4. Quais os conhecimentos do direito o fonoaudiólogo
precisa ter para atuar na área criminal? Qual a
relação entre essas áreas?
Denise Berejuk
P. Criminal Oficial 
Fonoaudióloga, PR
8
 "Todos os ramos do Direito precisam respeitar os princípios. Conhecer
profundamente os princípios constitucionais é condição essencial. Dessa
forma, se o especialista desejar atuar como assistente técnico na área
criminal, é importante aprofundar muito seus conhecimentos em Direito
Penal e Processual Penal. 
É necessário ainda que, após tomar conhecimento do tipo penal que se
refere ao caso, estude a lei específica. Por exemplo, se envolver menor,
deve-se aprofundar em Estatuto da Criança e do adolescente, se
envolver organização criminosa, deve estudar a Lei de Organização
Criminosa. As leis não podem ser interpretadas “friamente”. Por isso, é
importante que se realizem cursos voltados a essa formação ou se
busque a supervisão de um advogado. Todas as leis são elaboradas
baseadas em princípios, ou seja, ideias jurídicas que embasam o
ordenamento jurídico, que podem ou não estar explícitos. Todos os
ramos do Direito precisam respeitar os princípios. Conhecer
profundamente os princípios constitucionais é condição essencial. 
Dessa forma, se o especialista desejar atuar como assistente técnico na
área criminal, é importante aprofundar muito seus conhecimentos em
Direito Penal e Processual Penal. 
Uma lei importantíssima à atuação em perícias de áudio é a Lei de
Interceptações Telefônicas, pois na ausência de observância de certos
preceitos, o perito pode violar princípios e ser responsabilizado por isso.
Se o perito deseja atuar como assistente técnico ou perito judicial nas
áreas cível e trabalhista, necessita conhecer o Código Civil e Código de
Processo Civil, além das leis trabalhistas."
 
 
 "Extrajudicialmente para atender demandas
particulares sim, desde que o material esteja de sua
posse aqui no Brasil. Eu, mesma, já realizei uma perícia
para cidadão português (ele queria a transcrição de um
arquivo de áudio, a identificação dos falantes e a
verificação de edição fraudulenta). Mas vejam, esse caso
foi para uma satisfação pessoal do cliente. No entanto,
para trabalhar em casos com reconhecimento legal no
exterior, em âmbito judicial ou previdenciário, o
profissional precisa estar habilitado no país onde há a
demanda pericial."
 "Sim, desde que domine bem a língua do país onde
deseja atuar, ou se o objeto da perícia se relacione
com sua língua nativa."
11
9
5 . Pode um fonoaudiólogo que atua em perícia no
Brasil realizar laudos ou pareceres em outros países?
Carla Vasconcelos
 SEPLAG-MG e Núcleo de Otorrino BH
Fonoaudióloga Perita, MG
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
 "O profissional precisa se cadastrar nas varas, fóruns
ou tribunais de sua cidade. Alguns fóruns têm setor
próprio e geral de cadastro dos peritos. Outros optam
por se cadastrar por vara. E ainda existe a
possibilidade de cadastramento no– Tribunal de
Justiça. Para se cadastrar, o fonoaudiólogo precisa
levar cópia do seu currículo, do diploma, da Cédula de
identidade profissional e a certidão de nada consta do
Conselho da sua jurisdição. Os documentos exigidos
podem variar um pouco dependendo da vara, então é
importante ligar antes ou ir até o fórum para verificar a
documentação exigida."
"Conhecer as áreas de atuação de acordo com sua
formação e especialidade. Alguns tribunais exigem uma
formação mínima ou cursos específicos para determinada
área do conhecimento como a documentoscopia. O ideal
é visitar o site dos tribunais que pretende atuar, procurar
pelo campo “auxiliares da justiça” e identificar toda a
documentação para cadastro. Cada estado tem suas
peculiaridades, assim de posse dessas informações você
poderá providenciar toda a documentação e se cadastrar
de acordo com a área e localidade de atuação pretendida.
E não esqueça de fazer um curso de noções em perícia
judicial para compreender o universo jurídico."
12
10
6. Qual a porta de entrada para quem deseja ser
perito judicial?
Carla Vasconcelos
 SEPLAG-MG e Núcleo de Otorrino BH
Fonoaudióloga Perita, MG
Lucilene Cazumbá
Servidora do MPSP (F. Forense)
Fonoaudióloga, SP
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
"Justiça Gratuita é a principal porta de entrada, ir ao
Tribunal de Justiça de sua comarca e procurar se
informar sobre o cadastro para peritos judiciais. Há
também o TRT (Tribunal de Justiça do Trabalho), que,
em geral, mantém um cadastro de peritos para
consulta dos magistrados."
13
 "Minha primeira dica é ler o Edital do Concurso. É
nele que terão todas as informações sobre a
descrição das atribuições do cargo que você estiver
concorrendo, datas das provas, número de vagas,
graduações admitidas, o valor dos proventos, o
conteúdo da prova de conhecimentos gerais e
específicos, se terá, ou não, teste de aptidão física,
teste psicotécnico, prova de títulos, além dos
requisitos da investigação social e inspeção de
saúde. Após a leitura do edital, você deve organizar
seu cronograma de estudos para a prova teórica e se
preparar fisicamente para o teste de aptidão física,
caso for necessário para a investidura no cargo. "
11
7 . O que não pode faltar na preparação de quem deseja
prestar concurso para perito criminal oficial?
Andressa Boer
P. Criminal do IGP/SC
Fonoaudióloga, SC
 "Os concursos para perito criminal, geralmente, não
exigem formação específica em fonoaudiologia.
Qualquer profissional de nível superior pode se
candidatar. Os interessados precisam ler
cuidadosamente o Edital do concurso para saberem
o conteúdo que será cobrado, eventualmente
participar de cursinhos preparatórios e estudarem
muito, pois as provas costumam ser bastante
concorridas. Saliento, entretanto, que um
fonoaudiólogo não precisa, necessariamente, prestar
concurso público para atuar na área criminal. Não
precisa se tornar um policial civil. O profissional pode
se cadastrar nas varas a onde tem interesse de
trabalhar e atender as demandas ad hoc."
Carla Vasconcelos
 SEPLAG-MG e Núcleo de Otorrino BH
Fonoaudióloga Perita, MG
15
 "Os editais para concursos da perícia oficial
costumam variar muito de acordo com o estado e a
banca. Há estados que realizam concursos para
formação específica (por exemplo, Paraná), divididos
por áreas, enquanto outros preferem aceitar algumas
formações que prestam o mesmo tipode prova (por
exemplo, São Paulo)."
12
Denise Berejuk
P. Criminal Oficial 
Fonoaudióloga, PR
"Um primeiro passo é buscar pelos editais e provas anteriores de alguns
concursos, de estados que sejam de seu interesse. Ao verificar o
conteúdo, deve-se iniciar os estudos pelas matérias que são comuns a
todos, que geralmente compreendem: Direito Constitucional, Direito
Penal, Direito Processual Penal, Direito
Administrativo, Língua Portuguesa (incluindo redação), alguma língua
estrangeira (geralmente inglês, mas alguns estados podem oferecer
uma segunda alternativa), Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei
Maria da Penha, Lei do Feminicídio, Pacote Anticrime, Estatuto do Idoso.
Quando o concurso é para área específica (Fonoaudiologia), a prova
costuma contemplar questões da própria formação, geralmente sem
relação com a área de perícia. Quando o fonoaudiólogo pode prestar o
concurso para a área geral, as matérias mais frequentes são Biologia,
Física, Química, Raciocínio Lógico, além das já citadas acima. A dica é:
estude antecipadamente o que costuma cair na maior parte dos
concursos e, quando abrir o edital, dedique-se a estudar as matérias
que sejam diferentes. 
Pode ser que você não encontre, de modo contínuo, cursos
preparatórios para concursos de perito para estudar as matérias
básicas. Veja outros cursos de carreiras policiais e inicie seus estudos
(Delegado, Escrivão, Papiloscopista, Investigador)."
13
13
8 . A perícia fonoaudiológica pode ser decisiva para a
conclusão de um caso na ausência de demais provas
criminais?
 "A prova pericial pode ser decisiva para a conclusão
de um caso, uma vez que a depender da matéria
julgada o juiz não terá conhecimento suficiente para
entender determinado litígio e precisará contar com
auxílio de um expert, e embora o laudo pericial pode
ser descartado pelo juiz, ou por algum motivo a
sentença pode divergir da conclusão pericial, em
regra o resultado da perícia aponta para o resultado
da decisão. Mas devemos lembrar que o perito não
julga! O perito apresenta provas, e quem julga é o
juiz."
Danilo Gil
P. Judicial filiado ao CONJEP
Fonoaudiólogo, BA
 "Muitos autores classificam a perícia como a rainha
das provas. A prova técnica quando bem feita e
estruturada na ciência será, certamente, um peso
muito importante na conclusão do juiz."
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
17
 "A perícia é a análise técnica de uma situação,
fato ou estado realizada por um especialista em
uma determinada área do conhecimento ou
disciplina, neste caso a comunicação humana. Na
ausência de outras provas a perícia
fonoaudiológica poderá subsidiar a decisão do
magistrado/juiz. Inúmeros são os casos em que a
voz/fala/linguagem é a única “testemunha” de um
fato ou ameaça, considerando o avanço
tecnológico que atingimos e o volume de
informações compartilhadas cotidianamente que
se tornam material para comprovação de algo.
Pode-se dizer o mesmo das inúmeras
possibilidades de identificação de pessoas em
imagens captadas pelos equipamentos de
segurança elucidando um crime ou absolvendo
um inocente."
14
Lucilene Cazumbá
Servidora do MPSP (F. Forense)
Fonoaudióloga, SP
18
 "A inserção da perícia na grade curricular dos cursos de
fonoaudiologia representa um avanço na evolução do
nosso curso. Hoje a perícia fonoaudiológica é uma
especialidade reconhecida pelo CFFa, embora antes
fonoaudiólogos já eram habilitados a realizar pericia,
respaldados por outras legislações, hoje a
especialidade ganha força. Eu posso assegurar que eu
me formei (há mais de 10 anos), sem ter ouvido falar em
perícia na graduação. Hoje os alunos já podem sair da
faculdade com conhecimento suficiente para dar os
primeiros passos no mundo da perícia."
 "A "perícia Fonoaudiológica” sobretudo, como
toda especialidade reconhecida pelo conselho
federal, ou área de inserção do profissional
fonoaudiólogo, merece ser contemplada no
processo de formação deste profissional. O
profissional necessita de uma formação
integrada que possa garantir a plena autonomia
de poder exercer a sua profissão com recursos
básicos adquiridos em sua formação. Cabe ao
profissional, exercer seu papel em educação
continuada, a fim de estar sempre atualizado
sobre a área, buscando aprimorar suas
atribuições."
15
9. Qual a sua opinião sobre a inserção da Perícia
Fonoaudiológica no cronograma curricular do
curso de Fonoaudiologia?
Danilo Gil
P. Judicial filiado ao CONJEP
Fonoaudiólogo, BA
Anderson Fernandes
Residente em TI - UTI
Fonoaudiólogo, BA
19
 "Acredito que a perícia deva ser incluída de forma
informativa e geral, que apresente as possibilidades
de atuação." 
 "Hoje, eu diria que muitos promotores e juízes do
Estado do Rio de Janeiro conhecem mais as
capacidades de um fonoaudiólogo atuando como
perito, do que muitos profissionais. Esse
conhecimento se dá pela quantidade de laudos
produzidos por fonoaudiólogos no MPRJ, que é a
grande vitrine da perícia em fonoaudiologia no Brasil.
Para formar melhor a mão de obra futura,
conhecimentos mínimos deveriam fazer parte do
cronograma curricular não só no curso de
Fonoaudiologia, mas também do Direito, como meio
informativo aos futuros operadores do Direito."
16
Denise Berejuk
P. Criminal Oficial 
Fonoaudióloga, PR
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
Carla Vasconcelos
 SEPLAG-MG e Núcleo de Otorrino BH
Fonoaudióloga Perita, MG
 "Creio que as IES (Instituições de Ensino Superior)
deveriam avaliar a possibilidade da inclusão de um
conteúdo ao menos introdutório sobre a 13ª
especialidade da Fonoaudiologia. Digo não somente
pelo fato de ser uma das especialidades, mas devido
também à grande demanda por peritos, seja na área
previdenciária, judicial ou securitária, no Brasil todo e
a carência de profissionais com conhecimentos
mínimos para atender a essa demanda reprimida."
Andressa Boer
P. Criminal do IGP/SC
Fonoaudióloga, SC
"É salutar a inserção desta disciplina no
cronograma curricular, haja visto ser uma
possibilidade de atuação no campo da
Fonoaudiologia."
10. Quais os principais desafios de trabalhar com
perícia?
 "O primeiro deles é saber da responsabilidade do
trabalho realizado, já que pessoas podem ser
absolvidas ou condenadas, além de tantas outras
situações que envolvem a perícia como demandas
trabalhistas, de família, previdenciárias etc. Sabendo
da importância de cada conclusão em um exame
finalizado deve-se, então, pensar que não há perícia
sem estudo diário, sem o conhecimento aprofundado
do tema em análise e acima de tudo da necessidade
de imparcialidade nos resultados. Pensar fora da caixa
é a melhor forma de pensar perícia, sempre
observando tudo o que é possível, para além dos limites
das análises, alcançando assim sempre o melhor
resultado."
Lucilene Cazumbá
Servidora do MPSP (F. Forense)
Fonoaudióloga, SP
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
 "O maior desafio está no desconhecimento da
classe. Por ser uma área bastante estimulante,
muitos se lançam no mundo pericial de forma
aventureira. Manter o respeito conquistado pelo
trabalho de excelência é uma tarefa árdua que
requer preparação séria e responsável dos futuros
peritos da Fonoaudiologia."
19
17
21
18
"Em minha experiência, compreender a diferença entre
a avaliação clínica e pericial. Na avaliação clínica,
temos maior liberdade e conforto teórico, enquanto na
pericial dependemos de conhecimentos bastante
distantes da Fonoaudiologia. 
Outro aspecto desafiador é a pressão existente dentro
do meio. Por mais que existam responsabilidades na
área clínica, dificilmente somos questionados
incisivamente sobre procedimentos e intervenções
realizadas. Na área criminal, isso é uma rotina. Ter seu
laudo contestado por juízes, delegados e assistentes
técnicos é esperado e é preciso compreender como
dar uma resposta formal e materialmente adequada.
Por fim, pertencer à área de Segurança Pública é
desafiador or exigir umperfil diferente, assim como
responsabilidades e deveres que extrapolam o código
de ética de cada profissão. "
Denise Berejuk
P. Criminal Oficial 
Fonoaudióloga, PR
 COLABORADORES
Anderson Fernandes
Residente em TI - UTI
Fonoaudiólogo, BA
Denise Berejuk
P. Criminal Oficial 
Fonoaudióloga, PR
Andressa Boer
P. Criminal do IGP/SC
Fonoaudióloga, SC
Carla Vasconcelos
 SEPLAG-MG e Núcleo de Otorrino BH
Fonoaudióloga Perita, MG
Danilo Gil
P. Judicial filiado ao CONJEP
Fonoaudiólogo, BA
Lucilene Cazumbá
Servidora do MPSP (F. Forense)
Fonoaudióloga, SP
Maria do Carmo Gargaglione
Diretora da DEDIT-CSI/MPRJ
Renata D'arc Scarpel
Fonoaudióloga, BA
 
Marivaldo Cazumbá
Advogado, SP
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