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Palestra_LSE_UFC_POET

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Parâmetros de Legendagem para
Surdos e Ensurdecidos (LSE) no Brasil:
uma revisão de literatura
Prof. Ms. Ítalo Alves Pinto de Assis (UVA/PosLA-UECE)
Sobre a natureza da legendagem/LSE
A legendagem comumente ofertada ao público ouvinte é do tipo
interlinguística (JAKOBSON, 1995).
Um filme legendado possui três fontes de informação que se sobrepõem: a
imagem visual, os diálogos em língua estrangeira e as legendas em língua
materna (D’YDEWALLE; DE BRUYCKER, 2007, p. 196).
Modalidades de Tradução Audiovisual (TAV): legendagem para ouvintes, a
LSE, a legendagem eletrônica ou surtitling, a dublagem, o voice-over e a
audiodescrição (FRANCO; ARAÚJO, 2011).
Modalidades de Tradução Audiovisual Acessível (TAVa): LSE,
audiodescrição e Janela de LIBRAS (NAVES et al., 2016).
Sobre a natureza da legendagem/LSE
Consiste também de “série de atos de equilíbrio” entre o tempo de
leitura, a equivalência da tradução, os objetivos do programa e as
especificidades do público-alvo (BAKER et al., 1984, p. 31).
A legendagem possui características que a restringem de acordo
com seu gênero, espaço, tempo, sincronização e outras
características técnicas que estão conectadas à sua distribuição e
leitura (readability) (GHIA, 2012, p. 162).
Além disso, questões linguísticas e paralinguísticas também estão
envolvidas nesse processo (ASSIS, 2016).
Sobre a natureza da legendagem/LSE
A LSE pode ser caracterizada como intralinguística, intersemiótica e,
às vezes, como interlinguística (ASSIS, 2016).
A Legendagem para Surdos e Ensurdecidos contempla o público
que se encontra nesta condição fazendo com os mesmos tenham
acesso à informação veiculada pelo canal oral através do texto
escrito em legenda.
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros linguísticos 
Redução (parcial e total), coesão, coerência e segmentação linguística.
Sobre a redução:
1) a versão escrita da fala em legendas é quase
sempre uma versão reduzida do texto de partida oral
(DIAZ CINTAS; REMAEL, 2007, p. 145).
2) A parcial, ou condensação, pode acontecer tanto
no nível da palavra (ao utilizar sinônimos menores,
transformar verbos compostos em simples, mudar a
classe das palavras, etc.) quanto da oração
(simplificar modalizadores, mudar sujeito de uma
oração, etc.) (DIAZ CINTAS; REMAEL, 2007, p. 151-153).
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros linguísticos 
Sobre a redução:
3) A redução total pode ocorrer também no nível da
palavra (com a retirada de modificadores, adjetivos e
advérbios, palavras de função fática, elementos
interpessoais e algumas repetições) e no da oração
(orações com carga informacional pequena), esta
nem sempre aconselhável (DIAZ CINTAS; REMAEL,
2007, p. 166-170).
4) Apesar de a redução linguística ser um parâmetro
comum na legendagem interlinguística para ouvintes,
é um assunto controverso quando se trata de LSE
(ROMERO-FRESCO, 2009; GHIA, 2012).
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros linguísticos 
Sobre a coerência:
1) falta de coerência em legendagem acontece
devido ao cruzamento confuso de referências ou
transições irregulares, levando a um estilo telegráfico
do texto, sentenças mal feitas, etc. (DIAZ CINTAS;
REMAEL, 2007, p. 172).
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros linguísticos 
Sobre a coesão:
1) é construída a partir da relação com os outros canais
de informação disponíveis ao espectador, atingindo-se,
assim, uma “coesão semiótica” (CHAUME, 2004) ou
“coesão intersemiótica” (DIAZ-CINTAS; REMAEL, 2007).
2) quando se considera apenas os elementos escritos,
temos usos de referência (uso de pronomes), escolha
lexical (repetição), tempo verbal e uso de conectivos
(DIAZ-CINTAS; REMAEL, 2007).
3) Gaps (vazios) entre referentes e referências podem
causar problemas na compreensão do produto
audiovisual caso o leitor não tenha lido parte da legenda
ou se não se recorde do que havia na legenda anterior
(MORAN, 2012, p. 134).
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros linguísticos 
Sobre a segmentação:
1) Pode ser do tipo linguística, visual e retórica (IVARSSON;
CARROLL, 1998; DIAZ CINTAS; REMAEL, 2007; ARAÚJO; ASSIS,
2014).
Sobre a segmentação linguística:
1) pode ocorrer tanto na divisão dos blocos de legenda ao
longo do texto legendado, quanto entre linhas (também
chamada de ‘line break’) (DIAZ-CINTAS; REMAEL, 2007, p.
173).
2) auxilia um processamento mais rápido do texto
audiovisual legendado caso siga diretrizes linguísticas que
coloquem essa divisão de texto no “mais alto nível sintático
possível” (KARAMITROGLOU, 1998).
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros linguísticos 
Contudo, ainda é muito comum na prática da legendagem a
preferência por dividir as legendas a partir da geometria (formato)
das mesmas (ARAÚJO; ASSIS, 2014, p. 161-162).
Formato Legendas
Em forma de retângulo O guardinha me parou por causa
de uma bobagem da placa que caiu!
Em forma de triângulo com a linha de
cima maior
Um tutuzinho de feijão,
um lombinho.
Em forma de triângulo com a linha de
cima menor
[Deolinda] já imaginava,
por isso fiz o tutuzinho logo hoje.
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros Técnicos
Espaciais: número de linhas, posicionamento, tipo de fonte e
número de caracteres por linha (cpl).
Temporais: marcação e duração das legendas, sincronização,
intervalo entre legendas consecutivas, velocidade da legenda e
tempo de exposição das legendas (DIAZ CINTAS; REMAEL, 2007).
Nº de linhas: até 2 linhas na legendagem
para ouvintes, mas alguns tipos de LSE usam
3, 4 linhas (Ex: Teletexto, closed caption).
Posicionamento: alinhadas à esquerda ou
centralizadas na parte de baixo da tela.
Nº de cpl: Na tv - até 37; no cinema e DVD
– até 40; Em alguns festivais de cinema –
até 43.
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros Técnicos
Sobre a marcação:
1) deve levar em consideração o ritmo do filme e dos
atores, as pausas e outras características prosódicas
da fala original (DIAZ CINTAS; REMAEL, 2007, p. 88-89).
Sobre a sincronização:
1) responsável por reforçar a coerência interna do
produto audiovisual traduzido, além de auxiliar o
telespectador a identificar quem está falando (DIAZ
CINTAS; REMAEL, 2007, p. 90).
2) Por questões de densidade semântica do diálogo
original, uma dose de assincronismo é permitida (DIAZ
CINTAS; REMAEL, 2007, p. 90-91).
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros Técnicos
Sobre o intervalo entre legendas:
1) sem um tempo de intervalo entre duas legendas, os olhos
podem encontrar dificuldade em perceber que uma nova
legenda foi inserida (DIAZ CINTAS; REMAEL , 2007, p. 92).
2) um mínimo de 2 a 3 frames de intervalo é necessário,
cerca de 80 a 120 milissegundos em uma taxa de 25 frames
por segundo.
3) O grupo LEAD-UECE como um todo, um padrão de 100
milissegundos de intervalo mínimo.
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros Técnicos
Sobre o tempo de exposição da legenda:
1) A regra dos seis segundos: Mínimo: 1 segundo;
máximo: 6 segundos (D’YDEWALLE et al., 1987).
2) O Grupo LEAD-UECE costuma adotar o tempo
máximo de 4 segundos.
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros Técnicos
Sobre a velocidade da legenda:
1) são três as velocidades normalmente utilizadas: 145,
160 e 180 palavras por minuto (ppm).
2) a velocidade da legenda depende da velocidade de
fala dos personagens em vídeo, assim como da
capacidade, digamos assim, dos leitores de lerem essa
legenda de maneira confortável ou não (DIAZ-CINTAS;
REMAEL, 2007, p. 95).
3) se as diferenças em termos de velocidade de leitura
são distintas em grupos de ouvintes, no público surdo é
ainda mais diverso devido a sua heterogeneidade em
termos de constituição e posicionamento (DE LINDE; KAY,
1999).
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros Técnicos
Sobre a velocidade da legenda:
1) Existem estudos que mostram vantagens no uso de
legendas com uma velocidade mais baixa (e,
consequentemente,enfatizando o aspecto positivo no
uso de estratégias de redução linguística) (CAMBRA et al.,
2009).
2) e estudos que advogam em favor de taxas de
velocidade de legenda maiores (SZARKOWSKA et al.,
2016).
Sobre os parâmetros da Legendagem/LSE
• Parâmetros Paralinguísticos (ASSIS, 2016)
Sobre a identificação de falantes:
1) O surdo deve ter conhecimento de quem está falando
o que em cena, ainda mais quando há várias
interlocutores em tela ou quando a câmera não está
focalizada em que detém o turno de fala (IVARSSON;
CARROLL, 1998, p. 131).
2) Como ocorre:
Na Europa (maior parte): diferentes cores para cada
personagem;
Portugal: cores branca (falas) e amarela (identificação
dos falantes e efeitos sonoros), além da a movimentação
da legenda sobre o personagem que detém o turno de
fala.
Brasil: uso de colchetes com os nomes dos personagens
dentro.
Pesquisas Exploratórias
A Universidade Estadual do Ceará vem investigando os
parâmetros empregados na Legendagem para Surdos e
Ensurdecidos desde 2002.
O estudo de Franco e Araújo (2003) teve como participantes 12 surdos
de nascença do Instituto de Educação de Surdos do Ceará e 13
ouvintes.
Esse estudo propôs uma análise da LSE veiculada na Rede Globo,
testando, principalmente, questões relativas à sincronia fala, legenda e
imagem.
Pesquisas Exploratórias
Os resultados mostraram que a falta de harmonia entre os três
elementos em questão causou dificuldades na compreensão do
filme legendado pelos participantes, o que está em acordo com
o que era previsto na literatura da área (DIAZ CINTAS; REMAEL,
2007).
Contudo, mesmo assim alguns surdos não entenderam o
conteúdo do vídeo.
Pesquisas Exploratórias
Assim, um segundo estudo foi realizado (ARAÚJO, 2004b). Este
consistiu de três estágios: relegendagem dos programas da
Globo; reelaboração do questionário - agora com questões
abertas e fechadas, diferentemente das questões de múltipla
escolha que causaram um pouco de confusão entre os surdos
no estudo anterior - e a pesquisa em si.
Apesar de resultados melhores do que no primeiro estudo, os
resultados não foram satisfatórios, pois alguns participantes
entendiam o conteúdo, mas não mencionavam os detalhes ou
as imagens, e vice-versa.
Pesquisas Exploratórias
No terceiro estudo (ARAÚJO, 2008), o foco foi uma reedição ainda
maior das legendas. Nesse estudo, participaram 12 surdos
vinculados ao CAS (Centro de Apoio ao Surdo), que assistiram aos
mesmos programas legendados pela Rede Globo e pela equipe
de legendagem, sendo a legenda desta vez baseada nos padrões
de edição da legenda para ouvintes, mas com o acréscimo de
informações adicionais necessárias aos surdos entre colchetes.
As respostas dos surdos apontaram algumas questões sobre o
formato ideal para a legenda para surdos, assim como a
velocidade ideal de 145ppm: 1) a cor deve ser amarela em um
fundo transparente; 2) a identificação de falantes e os efeitos
sonoros devem aparecer entre colchetes; 3) a voz filtrada (voz
fora da tela, vinda da televisão, por exemplo) deve estar em
itálico; e 4) a linguagem utilizada deve ser o português formal.
Pesquisas Exploratórias
 O Projeto MOLES.
Dando prosseguimento a esse percurso de pesquisas exploratórias
com LSE no país, um estudo nacional com 34 surdos em 4 regiões
brasileiras foi realizada (ARAÚJO; NASCIMENTO, 2011; ARAÚJO, 2012;
ARAÚJO et al., 2013).
 Hipóteses:
1) quando a velocidade da legenda é de 145ppm, os surdos conseguem
entender o conteúdo do filme, bem como seus detalhes;.
2) quando a velocidade de legenda é de 160ppm, os surdos conseguem
entender o conteúdo do filme, mas não os seus detalhes;
3) quando a velocidade da legenda é de 180ppm, os surdos não conseguem
entender o conteúdo do filme e tampouco os detalhes;
4) quando o sistema português de legendagem é utilizado (cor branca para as
falas e amarela para identificação dos falantes e efeitos sonoros, além da
movimentação em tela para acompanhar o personagem que detém o turno
de fala), a recepção é dificultada.
Pesquisas Exploratórias
 Hipótese 3 - Uma vela para Dario, 8 minutos. Diretora: Soraya
Ferreira Alves – 180 ppm.
 “Logo quando começou, ficou um
pouco trêmula, a imagem. Parecia
que o carro tava buzinando e o sinal
de trânsito tava vermelho
[inaudível] e passando o verde,
continuou tremendo e foi nessa hora
que começou a buzinar. E... dentro
tinha umapalavra que não
conhecia...Tá, eu não conheço essa
palavra [A palavra era "barulho"], o
resto eu consegui”. (participante
surdo do Rio de Janeiro)
Hipótese refutada: os surdos, de uma forma geral,
tiveram uma recepção bastante satisfatória do filme
que testava essa hipótese.
Pesquisas Exploratórias
 Hipótese 4 - Águas de Romanza, 10 minutos. Diretoras: Patrícia Baía
e Gláucia Soares. Sistema europeu e velocidade de 145ppm.
 “Por exemplo, aqui eu entendi que
era a vó [sic] não entendi que era
a menina. Mas não mostrava “aqui
é fala da vovó” aí eu tinha que
olhar a legenda e relacionar com
a pessoa que estava abaixo. Não
mostrava, mas outras pessoas
surdas podem confundir, porque
não conseguiram acompanhar,
mas isso varia”. ( participante surdo
do Rio de Janeiro)
Hipótese refutada: os surdos tiveram uma recepção eficiente para
este tipo de legendagem. O estranhamento estaria mais relacionado
à falta de costume da comunidade surda brasileira com esse tipo de
legendagem do que a uma impossibilidade de se utilizar esse sistema
de LSE.
Pesquisas Exploratórias
Os resultados de Araújo (2012) sugeriram que, ao invés da
velocidade da legenda e da edição linguística necessária
para a adequação às velocidades da legenda (145, 160 e
180ppm), talvez o parâmetro da segmentação linguística,
presente em todos filmes utilizados no estudo, fosse o
responsável pelo processamento bem sucedido dos filmes
legendados pelos participantes surdos.
Pesquisas descritivas baseadas em 
corpus
A Linguística de Corpus (LC) é o ramo da Linguística que trata da
análise eletrônica de linguagem natural através de
computadores, coletando e explorando corpora, ou conjunto de
dados linguísticos textuais criteriosamente armazenados, para o
estudo de uma língua ou de uma variedade linguística (BERBER
SARDINHA, 2004, p. 3).
O uso da Linguística de Corpus pelos Estudos da Tradução remonta 
ao trabalho de Baker (1993).
No âmbito do grupo LEAD, o uso da LC se deu através de
etiquetagem e utilização de software de análise linguística
Wordsmith Tools descrição-classificação ares de análise linguística,
para de problemas de segmentação linguística.
Pesquisas descritivas baseadas em 
corpus
Trabalhos realizados no âmbito do grupo utilizando essa
metodologia:
 Chaves (2012) sobre LSE de filme em DVD;
 Assis (2013, 2016), Araújo e Assis (2014), Gabriel (2015) e Araújo et
al. (2017) sobre LSE de telenovela;
 Franco (2016) sobre LSE de séries.
 Arraes (2015) sobre LSE de filme veiculado em TV.
Os trabalhos sobre LSE na TV, de uma forma geral, apontaram um
número grande de legendas com problemas de segmentação
linguística, principalmente em legendas rápidas e de 3 linhas
(ARAÚJO et al., 2017).
Pesquisas descritivas baseadas em 
corpus
Após a anotação do corpus
com etiquetas de parâmetros
técnicos e linguísticos da LSE, o
arquivo está pronto para ser
analisado quantitativamente
pelo Wordsmith Tools 5.0 (ASSIS,
2016).
Pesquisas descritivas baseadas em 
corpus
Casos de PROSEGL no corpus (ASSIS, 2016)
Pesquisas descritivas baseadas em 
corpus
TCR No. de
linhas
Duraçã
o
Velocidade Legenda
00:06:28,754 -
-> 
00:06:31,555
2 2,8s 180ppm 
(alta)
EU NÃO QUERIA 
TRAZER PROBLEMA PRA 
VOCÊS
Legenda com sugestão 
de ressegmentação
(ASSIS, 2016)
Eu não queria trazer
problema para vocês.
Legenda com 
caso de PROSEGL
(ASSIS, 2016)
Pesquisas com rastreamento ocular
A tecnologia baseada em rastreamento ocular tem sido efetiva ao
dizer “[...] onde as pessoas olhando, mesmo em situações
semioticamente densas, como a recepção de um filme legendado”(PEREGO, 2012, p. 7).
Tendo sido utilizado por Gery D’ydewalle e parceiros (D’YDEWALLE et
al., 1987) primeiramente nos anos 80, a atenção da tradução
audiovisual voltou-se novamente as possibilidades do rastreamento
ocular nos últimos anos.
Assim, o Grupo LEAD iniciou o projeto ExLeg (Estudos Experimentais em
Tradução Audiovisual para Surdos: Análise da Velocidade e da
Segmentação), tendo os trabalho de Monteiro (2016) e Vieira (2016)
investigando a segmentação linguística em campanhas publicitárias e
documentários de TV, respectivamente.
Pesquisas com rastreamento ocular
 Jensema et al. (2000a) apontam que a aparição das
legendas transforma o processamento de um vídeo de um
processo de visualização para, principalmente, um processo
de leitura (hipótese da automaticidade).
Mapa de calor da mesma cena vista sem e com legenda
(KRUGER et al. 2015, p. 4)
http://refractory.unimelb.edu.au/wp-content/uploads/2015/02/3-Kruger.png
http://refractory.unimelb.edu.au/wp-content/uploads/2015/02/3-Kruger.png
Pesquisas com rastreamento ocular
 O acompanhamento da movimentação ocular de
legendas pressupõe uma inspeção manual das fixações.
No caso do Tobii Studio, isso pode ser feito através da
ferramentaGazePlot.
GazePlot durante inspeção da movimentação do olhar
Pesquisas com rastreamento ocular
 D’ydewalle et al. (1987) – estudo basilar da área sobre
a ‘regra dos seis segundos’ e número de linhas.
 Verfaillie e D’ydewalle (1987) – estudo sobre o uso de
interpretação de língua de sinais e legendas por
pessoas surdas.
 De Linde e Kay (1999) – estudo sobre vários parâmetros
de legendagem, dentre eles o de velocidade da
legenda, com participantes surdos, ensurdecidos e
ouvintes.
Pesquisas com rastreamento ocular
 Pesquisas com rastreamento ocular e legendagem na UECE
 Vieira (2016) – estudo sobre a influência da
segmentação linguística e velocidade no
processamento de legendas de um documentário
televisivo por surdos e ouvintes.
 Monteiro (2016) – estudo sobre a influência da
segmentação linguística e velocidade no
processamento de legendas de propagandas políticas
por surdos e ouvintes.
 Assis (em andamento) - estudo sobre a influência da
do número de linhas (1 ou 2) e velocidade no
processamento de legendas de filme.
Proposta de Relegendagem (ASSIS, 2016)
 Parâmetros Paralinguísticos (identificação dos falantes)
Proposta de Relegendagem (ASSIS, 2016)
Relegendagem dos parâmetros técnicos e linguísticos
TCR Duraçã
o
N° de 
caracteres
Velocidad
e da 
legenda
Legenda
00:31:56,380 
--> 
00:32:03,185
6,8s 62c 9,1cps
(baixa)
E AÍ, ELE PASSOU
POR AQUELA EXPERIÊNCIA
DE QUASE MORTE... A EQM.
TCR Duração N° de 
caracteres
Velocidade 
da legenda
Legenda
00:05:02,125 --
> 00:05:05,254
3,1s 52c 16,7cps
(média) E aí ele passou
por uma experiência de quase morte...
00:05:05,454 --
> 00:05:06,651
1,2s 6c 5cps (baixa)
A EQM.
Trecho da LSE de partida com problema de segmentação retórica
Proposta de relegendagem de LSE com problema de segmentação retórica
Proposta de Relegendagem (ASSIS, 2016)
Relegendagem dos parâmetros técnicos e linguísticos
Exemplo de redução/condensação na proposta de relegendagem
Exemplo de redução/condensação na proposta de relegendagem
TCR N° de 
caracteres
Velocidade 
da legenda
Legenda
3,9s 74c 19cps (alta) [JULINHO] QUE É ISSO?
NÃO FOI ISSO DAQUI QUE
A GENTE COMBINOU, NÃO, BROTHER!
3,9s 55c 14,1cps
(baixa)
[Julinho] Que é isso?
Esse não foi o combinado, brother!
TCR N° de 
caracteres
Velocidade 
da legenda
Legenda
3,8s 84c 22,1cps (alta) O QUÊ QUE VOCE ACHA DE VOLTAR
A CUIDAR DE BÚFALOS NUMA FAZENDA
AQUI NO RIO DE JANEIRO?
3,8s 59c 15,5cps
(baixa)
Que tal voltar a cuidar
de búfalos numa fazendo aqui no Rio?
Proposta de Relegendagem (ASSIS, 2016)
Relegendagem dos parâmetros técnicos e linguísticos
LSE de partida com problemas técnicos e linguísticos e a proposta de 
relegendagem
TCR N° de 
caracteres
Velocidade 
da legenda
Legenda
4,7s 79c 16,8cps
(média) [GABRIEL] NÃO, FILHA,
COINCIDENTEMENTE, EU ACABEI 
DE LER UMA REPORTAGEM, ENFIM...
3,9s 58c 14,8cps
(baixa)
Filha, coincidentemente,
eu acabei de ler uma reportagem...
Considerações Finais
 O processo tradutório da legendagem não deve ser visto como algo
prescritivo, mas que abarca determinados parâmetros que devem ser
apropriados pelo tradutor quando se está legendando, ao mesmo
tempo em que há espaço para as idiossincrasias do legendista.
 Os parâmetros da tradução audiovisual (legendagem inclusa),
teoricamente, são estabelecidos pelos leitores a partir da sua
capacidade de recodificar a informação presente nos vários canais
de informação que compõe a compõem (MORAN, 2012, p. 184).
 [...] se um leitor não consegue processar a legenda durante o seu
tempo de exposição, o conteúdo e a qualidade da legenda são
irrelevantes” (MORAN, 2012, p. 184).
Considerações Finais
 Sendo assim, os caminhos das pesquisas em TAV no
âmbito do Grupo LEAD apontam para o uso do
rastreamento ocular no estudo de outros
parâmetros da legendagem, como o número de
linhas, caracteres por linhas, redução, etc.
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, V. L. S. Closed subtitling in Brazil. In: Topics in audiovisual translation. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company,, v.1,
p. 199-212, 2004.
ARAÚJO, V. L. S. Por um modelo de legendagem para Surdos no Brasil. In VERAS, V. (org.). Tradução e Comunicação, Revista
Brasileira de Tradutores, São Paulo: UN BERO, n. 17, p. 59–76, 2008.
ARAÚJO, V. L. S; NASCIMENTO, A. K. P. Investigando parâmetros de legendas para Surdos e Ensurdecidos no Brasil. In: FROTA, M. P.;
MARTINS, M. A. P. (orgs.). Tradução em Revista, v. 2, p. 1-18, 2011. Disponível em https://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/18862/18862.PDF. Acesso em: 10 de Janeiro de 2018.
ARAÚJO, V. L. S. Legendagem para surdos: em busca de um modelo para o Brasil.Relatório Técnico n. 306948/2008-7. Fortaleza:
CNPq. Fev/2012.
ARAÚJO, V. L. S.; MONTEIRO, S. M. M.; VIEIRA, P. A. Legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE): um estudo de recepção com
surdos da região Sudeste. TRADTERM, v. 22, p. 273-292, 2013. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/tradterm/article/view/69132>. Acesso em: 10 maio 2020.
ARAÚJO, V. L. S; ASSIS, Í. A. P. A segmentação linguística na legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE) de ‘Amor Eterno Amor’:
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Estadual do Ceará, Fortaleza, 2016.
OBRIGADO!!!
=)
E-mail: italoalves1991@gmail.com

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