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Tuberculose pediátrica

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4º período Pediatria Vitória Araújo 
 
Tuberculose 
 
 
 
➢É uma das doenças mais difíceis de diagnóstico. 
➢Doença infecciosa transmissível, causada pelo 
Mycobacterium tuberculoses, que afeta principalmente os 
pulmões, embora possa acometer outros órgãos e 
sistemas. 
➢Principal reservatório é o ser humano. Outros possíveis 
reservatórios são gado bovino, primatas, aves e outros 
mamíferos. 
 
 
 
 
 
 
 
Período de latência 
➢A partir do contato com o bacilo, o sistema imune 
geralmente consegue combater inicialmente, porém 
quando fagocitado não morre, então fica em estado de 
latência, multiplicando-se muito lentamente durante dias 
ou até mesmo anos. 
➢Esse período de latência não é transmissível. 
➢Risco de adoecimento > 2 anos após a primoinfecção, 
uma vez infectada, a pessoa pode adoecer em qualquer 
momento da sua vida. 
 
Período de transmissibilidade 
Bacilos no escarro (baciloscopia de escarro positivo) 
Após 15 dias de tratamento- saída do isolamento 
respiratório, não transmite a doença. 
Crianças < 10 anos com tuberculose pulmonar- 
paucibacilares (pouco bacilos). 
 
➢Fatores que influenciam na cadeia de transmissão da tb 
Suscetibilidade 
Imunidade 
Vulnerabilidade (dia-a-dia, ambientes que frequentam, 
moram) 
 Indígenas, privados de liberdade (presidiários), pessoas 
que vivem com HIV/aids, pessoas que moram em ruas. 
Exposição → infecção 
Tb primária 
Permanece infectado – tb pós-primária (reinfecção) 
 → não infecção: 
Lesão em alteres- complexo de Ghon e infecção latente. 
 
Investigação de contatos 
Caso índice: paciente inicialmente identificado com TB. 
É aquele em torno do qual a investigação de contatos é 
direcionada, embora nem sempre corresponda ao caso 
fonte (caso infectante). 
Caso fonte: é o caso infectante, não necessariamente o 
primeiro caso identificado 
Contato: é toda pessoa que convive no mesmo ambiente 
com o caso índice, ou ainda, com o caso fonte (em casa, 
ambiente de trabalho, instituições de longa permanência 
ou nas escolas). 
⚠ Importante lembrar que identificar cada um não é 
necessário para a clínica, e sim, investigar com quem teve 
contato para tratar caso tenha sido infectado. 
 
O objetivo da investigação é identificar e tratar 
precocemente novos casos de TB ativa, para interromper 
a cadeia de transmissão, identificar e tratar os casos com 
ILTB, para prevenir o desenvolvimento de TB ativa. 
Em casos de crianças com TB, identificar o caso fonte, 
para interromper a cadeia de transmissão. 
 
Rastreio em pacientes com infecção latente: PPD e 
IGRA. 
 
Manifestações clínicas 
A grande maioria possui manifestações pulmonares 
A baciloscopia positiva é responsável pela cadeia de 
transmissão da doença 
Atenção: um exame negativo em uma criança não 
descarta tb. 
Sintomas < 10 anos: 
Tosse (3 semanas ou mais) 
Febre moderada, por 15 dias ou mais, vespertina 
Irritabilidade 
Inapetência 
Sudorese noturna 
Perda de peso 
Fadiga 
A ausculta pulmonar: diminuição do MV (murmúrio 
vesicular), sofro anfórico ou mesmo ser normal 
(geralmente não se encontra alterações aparentes na 
ausculta). 
 Diagnóstico 
É uma associação entre a história clínica e o exame 
laboratorial 
 
Diagnostico laboratorial 
Bacteriológico 
Exame microscópico direto - baciloscopia direta 
(pesquisa do bacilo álcool-acido resistente (BAAR). 
Através do escarro, lavado gástrico, lavado brônquico. 
Simples e de baixo custo 
Duas amostras 
Indicações: paciente sintomático respiratório, suspeita 
clínica ou radiológica e acompanhamento do tratamento 
ou confirmação da cura. 
 
Cultura 
Método “padrão ouro” e quando associada ao teste de 
sensibilidade antimicrobiana, permite o diagnóstico da 
tuberculose resistente. 
Tuberculose 
Transmissão 
Transmissão aérea: inalação de aerossóis oriundos das 
vias aéreas, expelidos pela tosse, espirro ou fala de 
doentes com tuberculose pulmonar ou laríngea. 
 Pessoas com TB ativa, transmitem a doença. 
 
 
4º período Pediatria Vitória Araújo 
Não fácil de se encontrar e existe mais tempo, ñ dá 
resultados de imediato. 
 
📌Teste rápido para diagnóstico da tuberculose (TRM-
TB) 
Utiliza técnicas de biologia molecular (PCR em tempo 
real) para identificar o DNA do Mycobacterium 
tuberculosis, permitindo seu diagnóstico em apenas duas 
horas. 
 A proposta do ministério é substituir a baciloscopia 
diagnóstica pelo teste rápido, e assim aumentar o número 
de pessoas identificadas e de diagnóstico precoce, 
proporcionando a quebra da cadeia de transmissão e o 
controle da doença. 
Vale salientar que as baciloscopias de acompanhamento 
(mensais) continuam sendo fundamentais na manutenção 
do tratamento de tuberculose. 
Esse teste pode rastrear de resistência a rifampicina. 
 
PPD X IGRA 
PPD- a PT (prova tuberculínica) consiste na inoculação 
intradérmica de um derivado protéico purificado (PPD) 
da bactéria, com finalidade de medir da 
hipersensibilidade a este antígeno. 
Não é diagnóstico para TB ativa e sim TB latente. 
 
 
 
IGRA- é um teste in vitro que detecta a produção de IFN-
gama no sangue periférico pelas células T do hospedeiro 
infetado pelo M. tuberculosis. 
 
 
 
➢ Cultura: elevada especificidade e sensibilidade 
➢ Teste de sensibilidade: detectar resistência dos 
isolados de M, tuberculosis aos fármacos utilizados no tto 
da TB. 
➢ Histopatologia: TB ativa nas formas extrapulmonares 
ou pulmonares- doença difusa ou em indivíduos 
imunossuprimidos. 
➢ Adenosinas deaminase: altos níveis nos líquidos 
pleural, pericárdico, sinovial, ascético e no liquor, 
associados a outras evidencias, tem sido aceitos como 
critérios diagnostico para TB extrapulmonar, 
principalmente de TB pleural. 
 
 
 
 
Diagnóstico por imagem 
Não existe nenhuma imagem radiológica 
patognom6onica de tuberculose 
Lesões sugestivas localizam-se, em geral, nas partes altas 
e dorsais dos pulmões, particularmente no pulmão direito 
ou em ambos, e podem apresentar-se como opacidades, 
infiltrados, nodúlos, cavidades, fibroses, retrações, 
calcificações, linfadenomegalia, aspecto miliar. 
 
 
Imagem de consolidação em terço superior esquerdo com 
cavitação 
 
PNM de evolução lenta e/ou dissociação clínico-
radiológica. 
Clínica não compatível com imagem. 
 
 
➢ Não são imagens patognomônicas de TB, por isso a 
primeira hipótese seria pneumonia, trata, mas essa 
imagem ainda permanece e os sintomas também, fazer 
diagnóstico diferencial para TB. 
4º período Pediatria Vitória Araújo 
Tratamento 
Seis meses com uso de múltiplas drogas. 
Quanto mais cedo diagnosticadas e tratadas, melhor, pois 
evita a disseminação rápida da doença, sequelas graves e 
óbito. 
Dosagens recomendadas, os fármacos antituberculose são 
bem toleradas na população pediátrica, os adventos 
graves são raros e a maioria transitórios. 
A frequência de efeitos tóxicos pode estar relacionada à 
gravidade da doença, o tempo em que ela está tomando 
esse medicamento. 
Crianças menor de 10 anos: 
 
Fases do tratamento Fármacos 
2 meses RHZ Rifampicina (R) 
Isoniazida (H) 
Pirazinamida (Z) 
4 meses RH Rifampicina (R) 
Isoniazida (H) 
 
Criança maior ou igual a 10 anos: 
➢ A diferença do tratamento para crianças com 
10 anos ou mais de idade, é a adição de mais um 
medicamento, que é a Etambutol. 
➢ Etambutol não faz parte do tratamento de 
menores de 10 anos pelo baixo risco de resistência 
primeria e pela ausência de formulações 
disponíveis desse fármaco para faixa etária 
pediátrica. 
Efeito mais tóxico- neurite retrobulbar (reversível 
se detectada precocemente). 
 
Esquema Duração 
RHZE 
150/75/400, 275 mg 
(comprimidos em doses fixas 
combinadas) 
2 meses (fase 
intensiva) 
RH 
150/75 mg 
(comprimidos em doses fixas 
combinadas) 
4 meses (fase 
de manutenção) 
 
Tratamento para TB latente 
Isoniazida ✨ 
dose única diária, por 6-9 meses. 
Associar piridoxina (vitamina B6) 
A izoniazida compete com a vitamina B6 na sua 
ação como cofator na síntese de 
neurotransmissores. 
Sintomas neurológicos como neuropatia, ataxiae 
parestesias dependerão da dose utilizada do 
fármaco. 
 
Disseminação da tuberculose extrapulmonar 
Pode se disseminar pelos vasos sanguíneos e 
linfáticos. 
Mal de Pott- acometimento na coluna, biópsia 
para confirmar. 
Tuberculose pleural 
Tuberculose gânglio-cervical 
Contiguidade meningoencefalite tuberculosa 
 
TB + HIV 
A tuberculose e a doença que mais mata pacientes 
portadores de HIV. 
Quando diagnosticar alguém com tuberculose, é 
preciso fazer um teste para saber se é portadora de 
HIV.

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