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Eventos mecânicos do ciclo cardíaco

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Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A 
Transcrição da aula + Guyton e um pouco de Margarida 
Eventos mecânicos do ciclo 
cardíaco 
O ciclo cardíaco regula o fluxo de sangue nas 
câmaras e artérias do coração. Consiste em: 
 Sístole: fase na qual a musculatura 
cardíaca se contrai e há o aumento de 
pressão dentro das câmaras. 
 Diástole: momento de relaxamento da 
musculatura e consequente redução na 
pressão dentro das câmaras. 
As valvas cardíacas garantem um fluxo 
unidirecional, evitando o refluxo de sangue (fluxo 
retrógrado), e tem suas aberturas e fechamentos 
gerados de forma passiva (por diferença de 
pressão). 
As características do potencial de ação 
cardíaco já estudadas nos permitem entender que 
os dois átrios se contraem simultaneamente, assim 
como os dois ventrículos. Só que, enquanto os 
átrios já fizeram sístole, os ventrículos ainda estão 
em diástole. Isso ocorre, pois o nodo 
atrioventricular lentifica o potencial de ação 
gerado no nodo sinoatrial que será propagado 
para os ventrículos. 
Cada cíclico cardíaco tem duração de 800 ms 
em uma frequência cardíaca de 75 batimentos/ 
min. A fase de diástole ventricular dura 
aproximadamente 500 ms, sendo a fase mais 
longa. 
A maior parte do enchimento ventricular ocorre de 
forma passiva e a sístole atrial contribui em menor 
parte para tal. 
A pressão nos átrios (curva pontilhada) é baixa 
para permitir o retorno venoso. A curva de 
pressão atrial tem três ondas: 
a) Aumento de pressão causada pela sístole 
atrial; 
c) Sístole ventricular e consequente 
abaulamento da valva atrioventricular 
fechada e 
v) Enchimento atrial com sangue venoso. 
A curva de pressão ventricular (curva vermelha) 
apresenta maior variação de pressão. A pressão 
de sístole tem que ultrapassar a pressão no interior 
da artéria aorta (curva pontilhada superior) para 
Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A 
Transcrição da aula + Guyton e um pouco de Margarida 
que ocorra ejeção de sangue. E, durante a 
diástole, a pressão ventricular tem de ficar menor 
que a atrial para que o sangue possa encher o 
ventrículo. 
OBS: incisura dicrótica marcada pelo 
abaulamento da valva semilunar na curva de 
pressão da aorta. 
 SÍSTOLE VENTRICULAR: 
Contração isovolumétrica com ejeção rápida e 
lenta: imediatamente após o início da contração 
ventricular, a pressão ventricular sobe, de modo 
abrupto, fazendo com que as valvas A-V se 
fechem. É necessário mais 0,02 a 0,03 segundo 
para que o ventrículo gere pressão suficiente 
para empurrar e abrir as válvulas semilunares 
(aórtica e pulmonar) contra a pressão nas artérias 
aorta e pulmonar. Portanto, durante esse período 
os ventrículos estão se contraindo, mas não 
ocorre esvaziamento. É o chamado período de 
contração isovolumétrica ou isométrica, 
significando que a tensão aumenta no músculo 
cardíaco, mas ocorre pouco ou nenhum 
encurtamento das fibras musculares. 
Quando a pressão no interior do ventrículo 
esquerdo aumenta até pouco acima de 80 mmHg 
(e a pressão do ventrículo direito, pouco acima 
de 8 mmHg), a pressão ventricular força a 
abertura das valvas semilunares. Imediatamente, o 
sangue começa a ser lançado para diante, para 
as artérias. Em torno de 60% do sangue do 
ventrículo no final da diástole são ejetados 
durante a sístole; cerca de 70% dessa porção são 
ejetados durante o primeiro terço do período de 
ejeção, e os 30% restantes do esvaziamento 
ocorrem nos outros dois terços do período. Assim, 
o primeiro terço é o chamado período de ejeção 
rápida, e os demais dois terços, período de 
ejeção lenta. 
 DIÁTOLE VENTRICULAR: 
Relaxamento isovolumétrico, enchimento rápido, 
enchimento lento (passivos) e sístole atrial (ativa): 
logo quando a pressão dentro do ventrículo fica 
menor que a pressão aórtica, ocorre o 
fechamento da valva semilunar. Conforme a 
pressão cai mais e fica menor que a pressão atrial, 
começa o enchimento das câmaras ventriculares. 
Mas, antes da abertura da valva atrioventricular, 
tem-se um momento no qual as valvas semilunar e 
atrioventricular estão fechadas e ocorre o 
relaxamento isovolumétrico. 
A partir da abertura das valvas atrioventriculares, 
se inicia a fase de enchimento rápido e lento, 
onde o sangue passa dos átrios para os 
ventrículos por diferença de pressão. 
A última fase da diástole ventricular é a sístole 
atrial. 
Durante a diástole, o enchimento normal dos 
ventrículos aumenta o volume de cada um deles 
para 110 ou 120 mL. Esse volume é chamado 
volume diastólico final. Então, à medida que os 
ventrículos se esvaziam durante a sístole, o volume 
diminui por aproximadamente 70 mL, o que é 
Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A 
Transcrição da aula + Guyton e um pouco de Margarida 
chamado débito sistólico (stroke volume). A 
quantidade restante em cada ventrículo, de 40 a 
50 mL, é chamada volume sistólico final. A fração 
do volume final diastólico que é impulsionada 
(ejetada) é denominada fração de ejeção — e 
normalmente equivale a 0,6 (ou 60%). 
 Pré carga: é a carga com a qual o 
coração tem que trabalhar, ou seja, o 
volume de sangue que nele chega. É o 
volume diastólico final. 
A capacidade intrínseca do coração de 
se adaptar a volumes crescentes de afluxo 
sanguíneo é conhecida como mecanismo 
cardíaco de Frank-Starling. Assim, quanto 
mais distendido for o miocárdio durante o 
enchimento, maior será a força da 
contração e maior será a quantidade de 
sangue bombeada para a aorta. 
 Pós carga: é a resistência contra o 
bombeamento cardíaco e regula a força 
com a qual o ventrículo esquerdo tem de 
bombear o sangue. 
Um exemplo de pós carga é a estenose 
aórtica. A estenose aórtica é o 
estreitamento da valva aórtica e impede 
as válvulas de abrirem corretamente, 
forçando o coração a trabalhar mais para 
bombear o sangue através da valva. 
As valvas cardíacas, no geral, impedem o refluxo 
de sangue. 
As valvas atrioventriculares estão ligadas aos 
músculos papilares localizados nos ventrículos 
através dos ligamentos tendíneos. Os músculos 
papilares se contraem durante a sístole e 
tensionam as cordas tendíneas e previnem os 
abaulamentos das valvas e o refluxo de sangue 
dos ventrículos para os átrios. 
As bulhas cardíacas são os sons produzidos pelo 
fechamento das valvas cardíacas. 
 B1: é a primeira bulha produzida pelo 
fechamento das valvas atrioventriculares e 
marca o início da sístole. 
 B2: é a segunda bulha e é produzida pelo 
fechamento das valvas semilunares, 
marcando o início da diástole. 
O intervalo entre B1 e B2 é menor que entre B2 e 
B1, pois a sístole cardíaca é mais rápida que a 
diástole. 
B3 e B4: ocorrem durante a diástole e são 
produzidas quando há diminuição da 
complacência ventricular ou hipertrofia 
ventricular patológica. B3 é audível durante a 
fase de enchimento rápido e passivo do ventrículo 
e pode ser auscultada normalmente na criança. A 
Maria Eduarda de Almeida Leal 219-A 
Transcrição da aula + Guyton e um pouco de Margarida 
B4 pode ser audível durante o enchimento 
ventricular ativo (na sístole atrial) e geralmente é 
patológico. 
Os sopros ocorrem quando o fluxo sanguíneo 
passa a ser turbilhonado e não mais laminar. 
 Estenose: alteração na abertura da valva. 
Estenose aórtica: sopro sistólico começa 
logo após a B1. 
Estenose mitral: sopro na diástole logo 
após B2. AE → VE. Fibrilação atrial. 
Estenose pulmonar: sopro sistólico. 
Estenose tricúspide: sopro diastólico. 
 Insuficiência valvar: não fecha 
completamente e ocorre regurgitação do 
sangue. 
Insuficiência aórtica: sopro diastólico 
começa logo após B2. 
Insuficiência mitral: sopro sistólico logo 
após B1. Edema pulmonar. 
Insuficiência tricúspide: sopro sistólico. 
Insuficiência pulmonar: sopro diastólico. 
OBS: tanto na estenose aórtica quanto na 
regurgitação aórtica, a musculatura ventricular 
esquerda se hipertrofia, devido ao aumento da 
carga dotrabalho ventricular. 
As lesões valvulares aórticas podem estar 
associadas a um fluxo sanguíneo coronariano 
inadequado, pois, se os ventrículos precisam se 
contrair com maior força por causa de uma maior 
resistência oferecida na ejeção (estenose 
aórtica), pode ocorrer compressão das camadas 
internas do miocárdio e redução do fluxo 
sanguíneo coronariano. A redução na pressão 
diastólica que ocorre quando há insuficiência 
aórtica também pode reduzir o fluxo sanguíneo 
coronariano e provocar isquemia do miocárdio. 
No recém-nascido com persistência do canal 
arterial, ocasionalmente nenhum som cardíaco 
anormal é ouvido devido à quantidade do fluxo 
reverso de sangue pelo canal arterial poder ser 
insuficiente para causar sopro cardíaco. 
Porém, enquanto a criança cresce, alcançando a 
idade de 1 a 3 anos, um sopro sibilante e áspero 
começa a ser ouvido na área da artéria pulmonar 
do tórax, como mostrado no registro F. Esse som é 
muito mais intenso durante a sístole, quando a 
pressão aórtica é alta, e muito menos intenso 
durante a diástole, quando a pressão aórtica cai 
para níveis baixos, de modo que o sopro aumenta 
e diminui a cada batimento do coração, criando o 
denominado sopro de maquinário.

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