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Ciclo Cardíaco e Eletrocardiograma

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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 Turma XV 
 
É um padrão contínuo de eventos relacionados ao 
início de um batimento cardíaco a outro, com variações 
de fluxo e pressão sanguíneas intercaladas. Ocorre 
para que o sangue seja bombeado pelo corpo. 
Consiste em alguns estágios que acontecem no 
intervalo de um batimento, incluindo a sístole e 
a diástole cardíacas. 
 Sístole 
É o período de contração muscular do coração. Nesse 
período do ciclo cardíaco as válvulas pulmonar e 
aórtica são abertas e o sangue é ejetado rapidamente 
do ventrículo esquerdo para a aorta e, do ventrículo 
direito para a artéria pulmonar. 
 Diástole 
 É o período de relaxamento do coração. O sangue 
entra na aurícula direita e na aurícula esquerda, vindo, 
respectivamente, das veias cavas (superior e inferior) 
e das veias pulmonares. Nesta fase, as válvulas 
tricúspide e bicúspide encontram-se abertas, 
permitindo, assim, a entrada passiva de sangue das 
aurículas para os ventrículos. As válvulas semilunares 
encontram-se fechadas, o que impede a saída de 
sangue do coração. 
Esses dois momentos são a base fundamental do 
ciclo cardíaco. 
Obs. O ciclo cardíaco é controlado involuntariamente 
por um plexo (rede de nervos ou de vasos) autonômico 
nervoso chamado de plexo cardíaco. 
Os sopros auscultados durante a sístole podem ou 
não representar alguma patologia, seja ela cardíaca 
ou sistêmica, enquanto os sopros auscultados 
durante a diástole sempre serão patológicos. 
Durante o ciclo cardíaco o coração produz os 
batimentos, que podem ser ouvidos com o 
estetoscópio. O primeiro batimento corresponde 
marca o início da sístole e o segundo marca o início da 
diástole. 
 O CICLO 
O ciclo começa com um período de alongamento e 
enchimento ventricular (diástole) e termina com um 
período de encurtamento e esvaziamento ventricular 
(sístole). 
Dois sons cardíacos (bulhas) são auscultados com um 
estetoscópio: um som “TUM” (1°) quando o sangue é 
transferido dos átrios para os ventrículos e um som 
“TÁ” (2°) quando os ventrículos ejetam o sangue do 
coração. Os sons do coração são produzidos pelo 
estalido de fechamento das valvas unidirecionais que 
normalmente impedem o refluxo do sangue durante as 
contrações do coração. 
 BULHAS CARDÍACAS 
1ª bulha cardíaca (TUM) – som produzido pelo 
turbilhonamento do sangue a partir do fechamento das 
valvas AV, determinando o início da sístole. Apresenta 
maior amplitude, menor frequência e maior duração. 
2ª bulha cardíaca (TA) – som produzido pelo 
turbilhonamento do sangue a partir do fechamento das 
valvas SL, determinando o início da diástole. Apresenta 
menor amplitude, maior frequência e menor duração. 
3ª bulha cardíaca (TU) – é produzida durante o período 
de enchimento rápido na diástole a partir da entrada 
intensa e abrupta de sangue nos 
ventrículos. Possui baixa 
frequência, é dificilmente 
auscultada, não sendo um 
critério diagnóstico na clínica 
médica → palpação. 
4ª bulha cardíaca – ocorre no 
fim da diástole, pela brusca 
desaceleração do fluxo 
sanguíneo na contração atrial 
em encontro com o sangue no 
interior do ventrículo, no final da diástole. Possui som 
menos claro e baixa frequência. Na maioria das vezes, 
possui caráter patológico. 
Em resumo: 
• Sístole – fechamento das válvulas mitral e 
tricúspide (B1) e abertura das semilunares 
• Diástole – fechamento das válvulas semilunares 
(B2) e abertura da mitral e tricúspide. 
 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 Turma XV 
• B4- imediatamente 
antes de B1. 
• B1- som mais forte 
• B2- após B1. 
• B3- imediatamente 
após B2. Sua presença pode ser indicativa de 
insuficiência cardíaca 
 CONDUÇÃO 
Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de 
potencial de ação no nodo sinusal, que está localizado 
na parede lateral superior do átrio direito, próximo da 
abertura da veia cava superior. 
O potencial se difunde desse ponto rapidamente por 
ambos os átrios e, depois, por meio do feixe A-V para 
os ventrículos. Por conta da disposição do sistema de 
condução, há um retardo de mais de 0,1 segundo na 
passagem do impulso dos átrios para os ventrículos. 
Esse retardo permite que os átrios se contraiam antes 
dos ventrículos e bombeiem sangue para o interior 
deles antes do começo da sua contração. 
 FASES DO CICLO CARDÍACO 
1ª fase - contração isovolumétrica: O início é marcado 
pela contração isovolumétrica (sístole ventricular). A 
sístole ventricular começa com o fechamento da valva 
atrioventricular esquerda (mitral), que ocorre durante 
o complexo QRS (despolarização ventricular). O 
ventrículo se contrai, mas não altera o seu volume 
porque as valvas atrioventriculares, aórtica e 
pulmonares estão fechadas. Ocorre uma contração 
ventricular sem ejeção de sangue. O início dessa fase 
é a onda R no ECG que marca o fechamento da valva 
atrioventricular e a 1ª bulha cardíaca. 
2ª fase - ejeção: É marcada pela abertura das valvas 
semilunares, que fazem com que a ejeção ventricular 
(sístole ventricular), aconteça. Essa ejeção se 
subdivide em: 
• Ejeção rápida: inicia-se com a abertura das valvas AV 
e corresponde ao primeiro terço do período de 
enchimento, quando o volume de sangue acumulado 
nos átrios passa abruptamente aos ventrículos, 
ocasionando a saída de 70% do fluxo sanguíneo átrio-
ventrículo. → 3ª bulha cardíaca 
• Ejeção lenta: corresponde ao segundo terço do 
período de enchimento, quando o sangue 
proveniente das VCI e VCS passa pelos átrios e segue 
para os ventrículos, sem parar nos átrios, 
ocasionando a saída de cerca de 10% do fluxo 
sanguíneo átrio-ventrículo. Termina imediatamente 
antes da sístole atrial. No gráfico do ECG essa fase é 
iniciada em S e vai até o T (essa onda representa 
repolarização dos ventrículos). Essa fase de ejeção 
ventricular termina com o fechamento das valvas 
semilunares. 
3ª fase - relaxamento isovolumétrico: Inicia-se com o 
fechamento das valvas semilunares, há uma queda 
rápida de pressão ventricular sem alteração de volume. 
Essa fase vai até a abertura das valvas 
atrioventriculares. Leva cerca de 50ms para que o 
ventrículo desenvolva pressão suficiente para forçar a 
abertura da valva aórtica, período em que os miócitos 
estão se contraindo em torno de um volume fixo de 
sangue. Nessa fase é encontrada a 2ª bulha cardíaca. 
 4ª fase - afluxo rápido ou enchimento rápido: Inicia-
se com a abertura das valvas atrioventriculares. O 
sangue que está nos átrios passa rapidamente para os 
ventrículos relaxados, com isso há redução na pressão 
atrial e ventricular e aumento do volume nos 
ventrículos. A fase de enchimento rápido sinaliza o 
início da diástole. 
5ª fase – enchimento ventricular lento (diástase): o 
ciclo cardíaco termina com um enchimento reduzido. 
Esta fase, também conhecida como diástase, 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 Turma XV 
geralmente desaparece quando a FC aumenta, porque 
a duração do ciclo é grandemente reduzida à custa da 
diástole. O aumento da pressão no interior do 
ventrículo força o fechamento da valva para evitar o 
refluxo de sangue. Ocorre o enchimento ventricular 
lento pelo sangue que vem das veias cavas e da veia 
pulmonar. As valvas atrioventriculares permanecem 
abertas. 
6ª fase - sístole atrial: Consiste na contração atrial que 
termina de encher os ventrículos de sangue. Ela 
promove um pequeno aumento das pressões atriais, 
ventriculares e venosas e do volume ventricular. 
Ocorre a onda P no início da sístole atrial causada pela 
despolarização dos átrios, seguida das ondas QRS, 
recomeçando o ciclo cardíaco. 
Curva de pressão atrial – a pressão atrial é máxima no 
final da diástole, quando ocorre a contração atrial 
(onda a). Não se notam variações significativas na 
curva de pressão atrial,uma vez que os átrios 
funcionam basicamente como um “primer pump” (ou 
bomba de escova/reforço) que melhora a eficiência do 
bombeamento ventricular em no máximo 20%. Isso é 
explicado pelo fato de que 80% do sangue ejetado dos 
átrios para os ventrículos durante a diástole ocorre 
antes mesmo da contração atrial [ejeção rápida e 
diástase]. 
Curva de pressão ventricular – a pressão ventricular é 
mínima durante a diástole - sendo ultrapassada pela 
atrial - o que permite a abertura das valvas AV. Com o 
fim da sístole atrial, as valvas AV rapidamente se 
fecham e o ventrículo começa a se contrair (contração 
isovolumétrica), aumentando progressivamente sua 
pressão. Quando a pressão ventricular alcança 80 
mmHg, a pressão aórtica é superada, ocasionando a 
abertura da valva Semilunar aórtica e o início do 
período de ejeção. 
Curva de pressão aórtica – no início da diástole, a 
pressão aórtica é de 100 mmHg e diminui ao longo do 
período de relaxamento, alcançando 80 mmHg ao final 
da diástole/início da sístole. Durante a sístole, no 
momento da contração ventricular, a pressão aórtica 
alcança os 120 mmHg (por conta da distensão das 
paredes pela entrada de sangue), igualando-se à 
pressão ventricular. 
 o eletrocardiograma e o ciclo cardíaco 
• O eletrocardiograma tem as ondas P, Q, R, S e T. Elas 
são voltagens elétricas geradas pelo coração e 
registradas pelo eletrocardiógrafo na superfície do 
corpo. 
• A onda P é causada pela disseminação da 
despolarização pelos átrios, e isso é seguido pela 
contração atrial, que causa aumento discreto na 
curva de pressão imediatamente após a onda P 
eletrocardiográfica. 
• As ondas QRS surgem como resultado da 
despolarização elétrica dos ventrículos, o que inicia 
a contração ventricular e faz com que a pressão 
ventricular comece a aumentar. Portanto, o 
complexo QRS se inicia pouco antes do início da 
sístole ventricular. 
• Finalmente, a onda T ventricular representa o 
estágio de repolarização dos ventrículos quando 
suas fibras musculares começam a relaxar. 
Portanto, a onda T surge pouco antes do final da 
contração ventricular. 
• Onda P = ativação (despolarização) dos átrios. 
• Intervalo PR = intervalo de tempo entre o início da 
despolarização atrial e o início da despolarização 
ventricular. 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 Turma XV 
• complexo QRS = despolarização dos ventrículos, 
consistindo nas ondas Q, R e S. 
• Intervalo Q-T = intervalo de tempo entre o início 
da despolarização ventricular e o fim da 
repolarização ventricular. 
• Intervalo R-R = intervalo de tempo entre 2 
complexos QRS. 
• Onda T = repolarização ventricular. 
• Segmento ST e onda T (ST-T) = repolarização 
ventricular. 
• Onda U = provavelmente pós-despolarização dos 
ventrículos (relaxamento). 
Resumo – ciclo Cardíaco 
 Sístole atrial: 
• Valvas atrioventriculares abertas. 
• Valvas semilunares fechadas. 
• Átrios contraem, passando algum sangue para os 
ventrículos. 
 Contração isovolumétrica: 
• Valvas atrioventriculares fechadas. 
• Valvas semilunares fechadas. 
• Início da contração dos ventrículos, com aumento 
de pressão sem alteração de volume sanguíneo. 
 Ejeção ventricular: 
• Valvas atrioventriculares fechadas. 
• Valvas semilunares abertas. 
• Há saída de sangue dos ventrículos para a artéria 
pulmonar e aorta. 
 Relaxamento Isovolumétrico: 
• Valvas atrioventriculares fechadas. 
• Valvas semilunares fechadas. 
• Ocorre relaxamento dos ventrículos. 
 Enchimento ventricular: 
• Valvas atrioventriculares abertas. 
• Valvas semilunares fechadas. 
• Começa a entrar sangue nos ventrículos a partir dos 
átrios, porque as valvas atrioventriculares abrem 
ainda antes da contração atrial. 
 
 
 
Referências: 
• MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 8ª 
edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2019. 
• GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 
13ª ed., 2017. 
• Manual Merck de informação médica: saúde para a família. São Paulo: 
Manole, 2002.

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