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GRA0191 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL GR1838211 - 202110.ead-8946.04 (1)

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LEITURA E PRODUÇÃO
TEXTUAL
CAPÍTULO 2 - A LINGUAGEM ESCRITA
APRESENTA MECANISMOS PRÓPRIOS?
Marlise Buchweitz
INICIAR
Introdução
Antes de iniciar este estudo, reflita sobre as questões: a escrita tem
mecanismos próprios? Ao produzir um texto, você considera questões
relacionadas à coesão e à coerência textual?
Se respondeu afirmativamente às duas perguntas, então já conhece as bases
do processo de escrita e sabe que existem mecanismos para tal. Para
aprofundar seus conhecimentos, este capítulo – além de abordar estas
questões, também discutiráa intertextualidade e a relação entre escrita e
ensino.
Neste sentido, como estudante de Letras e futuro professor de produção
textual, você acredita que, para mediar conhecimento sobre formas de
escrever um texto, são necessárias técnicas próprias? Ao longo deste estudo,
você saberá mais a esse respeito, além de perceber a necessidade de se
aplicarem maneiras próprias e técnicas que conduzam o aluno a aprimorar o
processo de escrita de um texto.
Inicialmente, destacaremos as questões relacionadas à intertextualidade, à
coerência e à coesão textual; no final do capítulo, discutiremos o ensino e a
escrita.
A partir de diferentes teóricos, abordaremos estas questões a fim de permitir
que você, estudante de Letras, tenha uma noção básica destes conceitos e
possa encontrar formas de refletir sobre sua futura prática. Também,
indicamos alguns textos e vídeos que podem auxiliar numa abordagem
diferenciada das temáticas aqui trazidas.
Boa leitura!
2.1 Escrita e intertextualidade
Para que possa auxiliar seu aluno na produção textual, partindo das partes para a
assimilação do todo, a seguir você conhecerá alguns tópicos importantes do
processo. Dessa maneira,compreenderá a relação entre escrita e intertextualidade,
escrita e progressão referencial, escrita e progressão sequencial, escrita e
coerência.
A escrita, portanto, tem mecanismos que favorecem sua produção, e o
entendimento destes aspectos permite uma melhor relação do autor com o texto –
e deste com seu leitor. Toda produção textual será mais bem-sucedida a partir da
prática. Por isso, você pode trazer os conceitos gradativamente, e ir apresentando-
os ao seu aluno, num processo de construção de conhecimento no qual o erro é
parte da aprendizagem, e em que o sucesso está na sistematização e percepção de
modos próprios de escrever. 
Além disso, para o efetivo sucesso da aprendizagem da produção escrita e para
que as categorias aqui discutidas possam ser bem-sucedidas na prática, é
importante apresentar leituras de diferentes gêneros textuais para seu aluno.  
Figueiredo (1999) compara a escrita a qualquer outro aprendizado: inicia-se
aos poucos, assimilando as partes gradualmente. A partir do reconhecimento
de cada parte, o redator/autor chega ao todo, assim como qualquer educando
em diferentes processos de aquisição de conhecimento. São os parágrafos
que nos indicam as partes do texto, e sua compreensão é necessária para o
Figura 1 - A bagagem de leitura será diferencial no momento em que o
aluno partir para a produção escrita. Fonte: ESB Professional,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
sentido do texto como um todo. Portanto, os parágrafos precisam seguir uma
divisão que apresente uma lógica textual, da qual fazem parte a coerência e a
consistência (FIGUEIREDO, 1999).
O texto apresenta sempre uma ideia central, e cada parágrafo é parte desta
ideia. Ainda que apresente ideias secundárias próprias, o parágrafo precisa
conectar-se aos demais e à ideia central. Assim, as ideias devem estar
reunidas nos parágrafos de modo a representarem uma informação central e
informações secundárias. A ideia central é direcionadora do parágrafo, e as
ideias secundárias remetem a detalhes, explicações, ou desdobramentos da
ideia central (FIGUEIREDO, 1999). 
No vídeo Interpretação de texto (ROCHENBACH, 2017) o professor Wilson Rochenbach aborda a
organização de um texto, explicando a ideia central, as ideias secundárias e outros elementos que
fazem parte da produção textual. Para assistir, acesse o endereço: <https://www.youtube.com/watch?
v=RwBYc8579UQ (https://www.youtube.com/watch?v=RwBYc8579UQ)>. 
Com base no que estudou até aqui, na sequência você verá alguns aspectos
relativos à intertextualidade. Você sabe o que ela indica? Observe a relação
representada na figura a seguir.
VOCÊ QUER VER?
Figura 2 - Organograma com o conceito de intertextualidade e como
pode ser utilizada em um texto escrito. Fonte: Elaborada pela autora,
baseada em ZANI, 2003.
Deslize sobre a imagem para Zoom
https://www.youtube.com/watch?v=RwBYc8579UQ
Cronologicamente, destaca-se que a ideia da intertextualidade é embasada
nos estudos de Mikhail Bakhtin, que na década de 1920 foi o primeiro teórico
a destacar o dialogismo de um texto com outro:
[...] o objeto do discurso do falante, seja esse objeto qual for, não se torna pela
primeira vez objeto do discurso em um dado enunciado, e um dado falante não
é o primeiro a falar sobre ele. O objeto, por assim dizer, já está ressalvado,
contestado, elucidado e avaliado de diferentes modos; nele se cruzam,
convergem e divergem diferentes pontos de vista, visões de mundo, correntes
(BAKHTIN, 2011, p. 300). 
Em outras palavras, significa que cada enunciado não ocorre pela primeira
vez por determinado falante, e que cada falante se utiliza de diferentes
pontos de vista, já mencionados anteriormente, para compor seu discurso. 
A pesquisadora Elaine Cristina Medeiros Frossard (2008) publicou o artigo “A
teoria do dialogismo de Bakhtin e a polifonia de Ducrot: pontos de contato”,
no qual compara o dialogismo de Bakhtin com a polifonia de Ducrot, outro
teórico importante que também discute a questão do texto como polifônico,
resultante de várias vozes do discurso. Observe que a polifonia também
remete a uma multiplicidade de vozes. O texto está disponível em:
<http://www.periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/5215
(http://www.periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/5215)>. 
Essa ideia do dialogismo de Bakhtin (2011) foi, posteriormente, usada por
Julia Kristeva, que trouxe o conceito de intertextualidade. Neste sentido,
podemos dizer que um texto é formado de várias vozes, ou seja,tanto o
enunciado falado quanto o texto escrito são produzidos a partir de um
conhecimento adquirido de outros textos, de outros discursos. As múltiplas
vozes dentro de uma produção textual são, então, essas conexões que o
sujeito faz com outros gêneros, outros textos.
VOCÊ QUER LER?
http://www.periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/5215
Julia Kristeva nasceu na Bulgária, em 24 de junho de 1941, e tornou-se
cidadã francesa naturalizada. É filósofa, escritora, crítica literária, psicanalista
e feminista. Pensadora do estruturalismo e pós-estruturalismo, introduziu a
intertextualidade ao discurso popular (THYNUS, 2015). Para saber mais
sobre a vida e a obra de Kristeva, acesse o endereço:
<http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/julia-kristeva-nascida-em-24-de-junho-489275
(http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/julia-kristeva-nascida-em-24-de-junho-489275)>.
Com base na ideia de que a intertextualidade está relacionada às
interferências de outros textos em nossa produção escrita, ou seja, que
nossas leituras, nosso conhecimento, serão parte daquilo que escrevemos, a
seguir abordaremos outros aspectos relevantes para a produção textual.
2.1.1 Intertextualidade e coerência
A coerência, como o próprio nome diz, é a relação coerente que as partes de
um texto estabelecem entre si (LOPES, 1998). O autor destaca que a
coerência está diretamente ligada à correspondência das informações
existentes na mente do leitor com as informações do contexto em que se
insere.
A partir da explicação de Lopes (1998) pode-se pensar que a ideia remete,
principalmente, à leitura. Porém, ela é aplicável à produção escrita: o autor de
um texto precisa fazer com que os dados sejam correspondentes entre si, de
modo a produzir sentido.
Também, existe unidade de sentidonum texto quando este está coerente.
Isso se deve ao fato de que os sentidos são contínuos a partir dos
conhecimentos ativados pelos períodos do texto (LOPES, 1998). As frases,
portanto, devem ser coerentes entre si, bem como cada parágrafo precisa de
uma relação com o anterior e o posterior, e todos os parágrafos juntos
precisam ser coerentes para que a ideia central do texto seja compreendida.
VOCÊ O CONHECE?
http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/julia-kristeva-nascida-em-24-de-junho-489275
Para que isso ocorra de forma efetiva, há as palavras transicionais, aquelas
que fazem a transição/conexão entre uma informação e outra. Observe a
explicação de Figueiredo (1999, p. 29):
[...] as palavras e as frases transicionais ajudam a conectar as ideias
secundárias com a ideia central, e as ideias secundárias entre si; são
conectivos (conjunções, pronomes, sinônimos etc.) que ajudam a desenvolver
explicações, mudar o curso da discussão, enfatizar ou ilustrar; são importantes
para organizar ideias e dar coesão interna ao parágrafo. Assim, depois do
período tópico, os outros períodos do mesmo parágrafo ligam-se uns aos
outros (ou à ideia principal) por palavras ou frases de ligação, identificando as
relações entre as partes do parágrafo e fazendo avançar a ideia semeada no
início. São pontes entre um período e outro. 
Não somente as ideias do texto em si precisam ser coerentes, como também
os elementos, o diálogo com outros textos que o escritor busca, precisam ter
coerência com as ideias pretendidas e com o sentido do texto todo.
Leia o caso descrito a seguir e observe exemplos de coerência e
intertextualidade. 
CASO
A educação brasileira ainda enfrenta grandes desafios,
em pleno século XXI. Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2016,
51% da população nacional com 25 anos ou mais
possuía apenas o nível fundamental de instrução
(BRASIL, 2017). Por outro lado, Schwartzman (2005, p.
1) destaca que “[...] os problemas principais são a má
qualidade das escolas e a repetência, ou seja, a tradição
de reter os alunos que não se saem bem nas provas,
prática amplamente disseminada no Brasil”. 
No texto do estudo de caso apresentado, ao incluir uma citação de
Schwartzman – ou seja, uma informação que não é sua – se faz a
intertextualidade, a qual dá suporte ao pensamento manifestado na escrita,
em relação à educação do Brasil.
Destacam-se, assim, as múltiplas vozes dentro de um mesmo texto. Isso quer
dizer que, ao trazer uma intertextualidade, nos embasamos na voz de outro
autor para dar suporte a algo que pretendemos enfatizar. Dessa forma, a
intertextualidade é possível de ser realizada a partir da bagagem de leituras
de um autor, o que permitirá discussão e argumentação com bastante
propriedade sobre o assunto a que se propuser escrever. 
2.1.2 Intertextualidade no ensino da produção escrita
Falar de intertextualidade na produção escrita é saber que a escrita não está
desvinculada da leitura. Para que você, enquanto professor de Letras,
instigue seu aluno a produzir um texto contendo intertextualidades, é
necessário indicar leituras ou levar para a sala de aula diferentes textos que
possam dar ao estudanteuma base para a escrita de seu próprio texto.
Juntamente com as leituras que faz, o educando também traz para o texto
elementos de seu contexto de vida e de seu conhecimento de mundo. Assim,
ele cria conexões entre o que pensa e o que leu, uma vez que suas ideias não
são isoladas das informações que já obteve previamente e dos fatos que
vivenciou.
Encarnação (2005) sugere que, durante o processo de leitura, sejam
realizadas perguntas que podem guiar o entendimento do leitor, as quais
sejam: 
[...] – De que trata o livro todo? Compete-lhe descobrir o tema principal do
livro, e de que modo o autor desenvolve esse tema de maneira metódica ao
subdividi-lo em temas subordinados essenciais ou tópicos.
– O que está sendo dito em detalhe, e como? [...] descobrir as principais
ideias, asserções e argumentos que constituem a mensagem própria do
autor.
– O livro é verdadeiro no todo ou em partes? Você não pode responder a
esta pergunta enquanto não houver respondido as duas primeiras. Precisa
saber o que está sendo dito para que possa decidir se é verdadeiro ou não.
[...]
– Que resulta daí? Se o livro lhe transmitiu informação, indague da
significação dela.
– Por que o autor acha que é importante conhecer essas coisas? É
importante para você conhecê-las? E se o livro lhe proporcionou ilustração,
além de informação, é necessário buscar mais esclarecimento perguntando
o que resulta daí, o que está subentendido ou insinuado (ENCARNAÇÃO,
2005, p. 10).
As respostas para estas perguntas servem como base para a escrita do texto
deste sujeito-leitor. Ou seja, o processo de escrita nunca é feito sozinho, sem
que o produtor de um texto se baseie em outros textos, quer seja na forma,
na maneira de escrever, na informação dada, sempre haverá um texto-base
para que a escrita seja produzida. Essa relação pode ser consciente ou
inconsciente, já que o repertório de leituras interferirá na produção de um
texto e, às vezes, o leitor pode não se dar conta de que está buscando dados
em algo que já leu.
É nesse sentido, portanto, que se observa a intertextualidade vinculada à
produção escrita. Você sempre deverá fazer seu aluno ler informações, textos
de diferentes gêneros, discursos de diferentes áreas, para, depois disso, fazê-
lo produzir um texto escrito.
Também, vale destacar que:
[...]quando se pensa em recepção e produção de textos, a informação, o
conteúdo como um “todo” é que é essencial. Não se pode pensar somente nas
estruturas textuais, ou nos movimentos mentais do leitor, ou mesmo no
contexto de produção da comunicação. Todos esses aspectos encontram-se
num processo de imbricamento que é responsável para uma leitura completa.
Esse processo não deve envolver apenas os aspectos essenciais do texto, do
leitor e da comunidade discursiva em que o outro está inserido, mas também
de que modo esses aspectos se autoinfluenciam. A abordagem interativa, na
medida em que perpassa diferentes linhas teóricas, permite o estudo dos
vários elementos que compõem a leitura, de maneira distribuída e equilibrada,
evitando a centralização num único foco de interesse (ENCARNAÇÃO, 2005,
p. 12).
Portanto, priorizar a interatividade, discutir diferentes textos e fazer com que
os alunos apreendam sentido é tarefa do professor no momento de trabalhar
a produção escrita. Você deve sempre levar múltiplos textos para que seu
aluno tenha mais possibilidades de realizar intertextualidades de acordo com
as preferências pessoais. 
2.2 Escrita e progressão referencial
Você sabe o que é referenciação? Ela é fundamental para que possamos
realizar adequadamente a compreensão de um texto escrito.
A referenciação é parte da coesão textual, ou seja, é outra categoria que
precisa sempre ser levada em consideração ao se escrever um texto. Os
elementos que indicam coesão são os que garantem a continuidade das
expressões do texto, e a correta articulação das ideias. Quando se observam
os recursos coesivos, atenta-se também para a coerência textual e para os
sentidos que o leitor construirá a partir daquilo que lê.
Assim, percebe-se que a intertextualidade com outros textos e com o
contexto é sempre ativado no momento de se escrever um texto. Tal
processo é realizado a partir de uma escolha pessoal, já que inserimos num
texto nossos pensamentos, modos de ver e pensar sobre um assunto, enfim,
nossa intencionalidade e nossa visão de mundo estão postas no texto escrito.
Nesse sentido, a referenciação é um dos dispositivos que nos permite criar a
coesão textual. Segundo Marcuschi (2000, p. 5), pode-se entender a
referenciação como: 
[...] um processo de geração de domínios referenciais com objetos discursivos
para referir-se a um estado do mundo. Neste caso, a língua é muito mais do
que simples mediadora; se explica como atividade cognitiva e não apenas
como forma cognoscitiva (mapeadora) da realidade.A realidade não é um
dado a priori, mas uma construção discursiva motivada. 
VOCÊ QUER LER?
O teórico Luiz Antonio Marcuschi (2000) faz uma análise importante sobre a
referenciação no artigo intitulado “Referenciação e progressão tópica:
aspectos cognitivos e textuais”.  Para ler, acesse o endereço:
<https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9306/6660
(https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9306/6660)>.
A partir das ideias já apresentadas, na sequência abordaremos a questão da
referenciação e de sua função dentro de um texto. A escrita depende deste
mecanismo para que seja realizada a correta produção de sentido pelo autor
e pelo leitor. 
2.2.1 Referenciação: uma atividade discursiva
Conforme mencionado anteriormente, a referenciação é um dispositivo que
faz parte da coesão textual e, consequentemente, colabora para a coerência
das ideias apresentadas num texto. Neste sentido, não se pode construir um
texto, ou ajudar nosso aluno na produção textual, sem passar pela
aprendizagem desse elemento importante no processo de escrita. Dessa
maneira, para discutir a questão da referenciação, observe a figura a seguir,
que apresenta algumas questões indicadas por Koch (2001, p. 75). 
 Figura 3 - Características
de referenciação, dispositivo que integra a coesão textual e que importa
Deslize sobre a imagem para Zoom
https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9306/6660
Com base nisso, estabelece-se que “[...] o processamento do discurso, por
ser realizado por sujeitos ativos, é estratégico, isto é, implica, da parte dos
interlocutores, a realização de escolhas significativas entre as múltiplas
possibilidades que a língua oferece” (KOCH, 2001, p. 75).
Dentre a questão da referenciação estão os denominados “referentes”, ou
seja, elementos que permitem a produção de sentido do leitor em relação ao
texto, conforme representa a figura a seguir. 
Assim, entendemos que os referentes dizem respeito aos objetos do discurso,
construídos ao longo da produção textual. Eles são fundamentais para que se
estabeleça a correta coesão textual.  Observe o exemplo a seguir, extraído de
matéria publicada em 14/02 no site da revista Veja (REDAÇÃO VEJA, 2018,
s. p):
“Carnaval: Beija-Flor é a grande campeã de 2018” (título da matéria).
para a produção escrita. Fonte: Elaborada pela autora, baseada em KOCH,
2001.
 Figura 4 - Definição do
que são os referentes, elementos-base da referenciação e componentes
da coesão textual. Fonte: Elaborada pela autora, baseada em KOCH,
2001.
Deslize sobre a imagem para Zoom
“Com enredo sobre ‘monstruosidades’ e estrelas em destaque, a escola de
Nilópolis agitou a Sapucaí falando de problemas sociais” (linha de apoio, ou
“olho”, da matéria).
Observe que o referente a escola de Nilópolis está substituindo o substantivo
Beija-Flor.
A referenciação está muito conectada à coerência, e ambas são aspectos
centrais para a produção de sentido de um texto. Ou seja, 
[...] ambos são de algum modo co-dependentes, não se podendo determinar
uma hierarquia de relevância entre ambos. Contudo, embora se interpenetrem,
são duas noções bastante diversas. Há casos em que a referenciação de um
elemento só é inferível a partir de estratégias globais sugeridas por atividades
mentais como no caso de referentes de pronomes sem antecedente explícito.
Figura 5 - O texto, ao ser produzido, é dependente das referenciações
realizadas pelo autor e pelos leitores. Fonte: ESB Professional,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
Há casos em que a coerência fica na dependência de relações referenciais
estabelecidas no texto. E casos em que tudo depende de conhecimentos
prévios em alto grau (MARCUSCHI, 2000, p. 9). 
Ao escrever, podemos recorrer a duas maneiras de trazer referentes para o
texto: a “ativação ancorada e a não-ancorada” (KOCH; ELIAS, 2010, p. 134),
sendo que a primeira diz respeito a informações já conhecidas, como base no
contexto de seus interlocutores, e a segunda é quando o escritor traz para o
texto algo totalmente novo. 
2.2.2 Formas de progressão referencial
Dentro de um texto é necessário, sempre, estabelecer a coesão e a coerência.
Para que exista uma progressão referencial, ou seja, para que todos os
referentes estejam cumprindo a função de manter a coesão e a coerência,
estes referentes precisam retomar a ideia anterior sem que ocorra repetição
ou qualquer problema de concordância na frase. Em outras palavras, “[...] um
elemento designa um universo e fenômenos nomeados por sinonímia ou até
mesmo por substituição.” (MARCUSCHI, 2000, p. 4).
Durante a escrita, é preciso garantir a continuidade de um texto, objetivo que
se estabelece a partir da repetição e da progressão. Ou seja, devemos
sempre remeter a referentes que já foram apresentados anteriormente no
texto (KOCH; ELIAS, 2010).
A progressão referencial dentro do texto escrito pode ocorrer a partir de
alguns elementos, que são:
formas de valor pronominal, como em: “Carlos está doente. Fui vê-lo
para saber notícias.”;
numerais, como em: “Fiz uso de duas técnicas no processo: a primeira
diz respeito ao método e a segunda refere-se à execução.”;
certos advérbios locativos, como em: “João estava na praia com alguns
amigos. Lá eles descobriram Pedro.”;
elipses, como em: “Carla curte estar nas redes sociais; Mari, sair para
conhecer pessoas.” (Mari curte sair para conhecer pessoas);
formas nominais reiteradas, sinônimas ou quase sinônimas, e
hiperonímicas;
alguns nomes genéricos.
Para os dois últimos – formas nominais reiteradas e alguns nomes genéricos
–, observe o exemplo a seguir, também extraído da matéria publicada em
14/02 (REDAÇÃO VEJA, 2018, s. p.).
A grande surpresa do Carnaval de 2018 acabou ficando por conta da Paraíso
do Tuiuti, que no ano passado viu um de seus carros alegóricos causar um
grave acidente na Sapucaí, e em 2018 foi a vice-campeã. Neste ano,  a
escola trouxe o enredo Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?, sobre os
130 anos da Lei Áurea. [...]
A agremiação  ainda  ironizou manifestantes que pediram o impeachment de
Dilma Rousseff [...] 
As expressões em destaque são referentes/formas nominais – a escola, a
agremiação – para o substantivo Paraíso do Tuiuti.
A partir disso, destaca-se que as formas de progressão referencial,
elementos que mantêm a coesão textual, possuem funções de diferentes
ordens no texto. Vejamos algumas:
Cognitivas:
Os elementos do texto podem remeter a outros já apresentados e possibilitar
a (re)ativação na memória do leitor.
[...] por outro lado, ao operarem uma recategorização ou refocalização do
referente ou, em se tratando de nominalizações, das informações-suporte, elas
têm, ao mesmo tempo, função predicativa. Trata-se, pois, de formas híbridas,
referenciadoras e predicativas, isto é, veiculadoras tanto de informação dada
(KOCH, 2001, p. 77).
Sumarização:
As informações-base do texto podem ser sumarizadas relacionadas a
referentes textuais abstratos, tais como o fato, o evento, o estado, a atividade
etc. Segundo Koch (2001, p. 76): “[...] essa especificação vai constituir uma
seleção particular e única dentre uma infinidade de lexicalizações possíveis,
efetuada a partir das proposições veiculadoras das informações-suporte.”
De organização textual:
a) No nível microestrutural: as formas nominais funcionam como anafóricos
(elementos cuja referência depende de outro previamente mencionado, como,
por exemplo, os pronomes esse, aquele etc.) ou catafóricos (elementos que
se referem a algo que será dito posteriormente no texto, como, por exemplo:
“Ao olhá-lo, Maria disse: Pedro, você precisa fazer esta atividade”), ou ambos
ao mesmo tempo. 
b) No nível macroestrutural: as formas nominais possuem papel importante
na organização textual, bem como na conexão entre tópicos e subtópicos.
 
Também, existem alguns determinantes das formas nominais referenciais,
segundo Koch (2001), que são:
 
1) Uso do demonstrativo (este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
aquela(s), isto, aquilo) – alguns casos nos quais o demonstrativo éusado
são:
quando a expressão referencial produz uma recategorização metafórica
ou não do processo, ou seja, quando o substantivo requalifica o
referente de forma pouco previsível;
quando acontece polifonia ou heterogeneidade discursiva, sempre que
o substantivo-núcleo da expressão referencial não é totalmente
assumido pelo locutor, ou é usado de modo irônico;
quando o nome-núcleo do substantivo nominal vem modificado por um
adjetivo na função de adjunto adnominal;
nos casos de substantivos nominais associativos em que o
demonstrativo não seja passível de substituição por um definido, pois,
se isto acontecesse, teriam alterado seu valor referencial ou haveria
dificuldade na correta interpretação;
quando se usam hiperônimos, de modo a evitar uma referência
genérica;
quando há marcação de parágrafo;
quando há alguma referência problemática: 
[...] o referente da expressão anafórica possui, em geral, um alto grau de
predizibilidade e, portanto, de acessibilidade. Isto é, o referente pode ser
facilmente inferido com base no co-texto prévio e/ou no contexto de uso, de
forma que sua presença na memória discursiva pode ser considerada latente
no momento em que a anáfora aponta para ele. Contudo, os referentes são,
por vezes, menos predizíveis e até mesmo impredizíveis, obrigando o receptor
a introduzir um novo objeto em sua memória discursiva e construir a
informação contextual de modo a permitir que esta introdução seja consistente
e compatível com o estado atual daquela. Neste caso, o uso do demonstrativo
seria praticamente obrigatório (KOCH, 2001, p. 81). 
 2) Uso do artigo definido (o, a, os, as):
quando há um adjunto adnominal ou um complemento nominal que define
um dos atores do processo;
em substantivos predicativos morfologicamente derivados de verbo;
quando os predicativos que designam um atributo da enunciação
nominalizam um processo, não aquele percebido pelo conteúdo
proposicional, mas pelo tipo de “[...] ato de comunicação realizado por sua
enunciação.” (KOCH, 2001, p. 82);
quando o substantivo predicativo é um nome genérico, como coisa, fato,
evento etc.
3)      Uso do artigo indefinido (um, uma, uns, umas, outro(s), outra(s), certo,
tal):
quando se escolhe um referente no interior de um conjunto já
mencionado; 
em casos em que se nomeiam partes de um referente previamente
mencionado;
quando a expressão anafórica enfoca especificamente a informação por ela
veiculada.
A partir do que foi visto, devem-se considerar, então, todas as funções das
expressões referenciais, as quais necessitam ser percebidas como “[...]
multifuncionais, ou seja, possuem uma dimensão ao mesmo tempo
construtiva e intersubjetiva” (KOCH, 2001, p. 87). Mais ainda, as expressões
referenciais não servem apenas para referir; “[...] como multifuncionais que
são, elas contribuem para elaborar o sentido, indicando pontos de vista,
assinalando direções argumentativas, sinalizando dificuldades de acesso ao
referente, recategorizando os objetos presentes na memória discursiva.”
(KOCH, 2001, p. 87). 
2.3 Escrita e progressão sequencial
Dentro da coesão textual, outro tópico importante a destacar é a progressão
sequencial, a qual está relacionada, em especial, aos recursos fonológicos
dentro de um texto. Em geral, as flexões dos verbos (tempo e modo) e as
conjunções sãoos mecanismos responsáveis pela progressão sequencial do
texto. Dessa forma, a progressão sequencial permite que as partes de um
texto estejam articuladas entre si e possam contribuir para a produção de
sentido.
Ou seja, a coesão textual está relacionada à conexão linguística, o que vai
possibilitar que as ideias se associem umas às outras dentro de um texto.
Além disso, a conexão linguística permite a correta transmissão de uma
informação ou do sentido dado pelo autor ao leitor. Fiorin e Savioli (2007, p.
271) apontam para o fato de que os enunciados de um texto nunca estão
agrupados caoticamente, mas “estritamente interligados entre si”.
Vale destacar que há um conjunto de elementos que, “mesmo fazendo o
texto avançar, realizam algum tipo de recorrência” (KOCH; ELIAS, 2010, p.
158).
Assim, neste tópico, abordaremos as questões relacionadas à fonologia da
Língua Portuguesa: quais são alguns dos recursos fonológicos, e a
importância da recorrência dos tempos verbais na produção escrita.
2.3.1 Recursos de ordem fonológica
A progressão sequencial apresenta alguns mecanismos que auxiliam no
desenvolvimento da temática do texto, permitindo uma articulação entre as ideias
e os argumentos de um texto. Ou seja, contribuem para a coerência textual.
Assim, a frequência fonológica e de palavras são fatores importantes em um
texto. A fonologia diz respeito à organização dos sons dentro de uma frase,
os fonemas. 
Alguns recursos importantes no texto são, portanto, a repetição, a paráfrase,
os paralelismos e os recursos fonológicos (KOCH; ELIAS, 2010). Observe as
explicações a seguir, segundo Koch e Elias (2010): 
Repetição – é um recurso que deve ser usado com cuidado, pois em alguns
gêneros textuais repetir em demasiado uma mesma palavra incorre em incômodo
para o leitor. Outros gêneros já permitem o uso da repetição como efeito estilístico
e retórico. Leia essa parte do poema “Canto de regresso à pátria”, de Oswald
de Andrade (1971), no qual a repetição não incorre em erro:
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Paralelismo – diz respeito à repetição de uma mesma estrutura sintática, com
elementos lexicais diferentes. 
Exemplo: “A literatura permite não só aprender sobre novas culturas, mas também
compreender outras visões de mundo”.
Os termos não só e mas também servem para conectar fragmentos
gramaticalmente semelhantes.
Paráfrase – é uma explicação de algo dito anteriormente através do uso de
palavras diferentes, geralmente introduzida por ou seja, isto é, entre outros.
Exemplo: “A literatura compreende o contexto social no qual está inserida, isto é,
os textos literários de uma época podem não ser entendidos em outros lugares e
tempos”.
Recursos de ordem fonológica – alguns destes recursos são: a semilicadência
(identidade entre metro, ritmo e rima); os fatos suprassegmentais (entonação,
rima, ritmo e metro) e os fatos segmentais (aliteração – repetição de um som,
como em vozes veladas, veludosas vozes – e assonância – repetição de uma vogal
dentro de uma frase).
2.3.2 Recorrência de tempos verbais
Assim como vimos anteriormente, o tempo e o modo dos verbos também
contribuem para a progressão sequencial de um texto escrito.
Consequentemente, os tempos verbais também são responsáveis pela
coerência textual.
Dependendo da significação que pretendemos dar a um verbo, temos os
modos indicativo (remete a uma certeza, uma possibilidade real de
concretização da ação expressa pelo verbo), subjuntivo (expressa incertezas
e diz respeito a possibilidades remotas de a ação do verbo acontecer) e
imperativo (indica conselhos, ordens, proibições, pedidos etc.).
Quanto aos tempos verbais, são eles: passado ou pretérito, presente e futuro.
Portanto, precisamos sempre preestabelecer  quais são as intenções que
pretendemos a partir do uso dos verbos em nosso texto. São eles que
direcionarão a interpretação por parte do leitor. 
Neste sentido, o uso de tempos verbais está diretamente ligado à nossa
intencionalidade discursiva, e serve para diferentes intenções, tais como:
narrar;
comentar;
criticar;
apresentar reflexões.
Figura 6 - Antes de começar a escrever um texto, o autor precisa definir
qual a intencionalidade pretendida a partir dos tempos e modos verbais.
Fonte: Sofiphoto, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
Ou seja, a escolha dos verbos e seus respectivos modos (indicativo,
subjuntivo ou imperativo) e tempos (passado, presente ou futuro) norteará a
intenção do autor, bem como a intepretação por parte do leitor. Podemos
sempre escolher se vamos narrar, comentar,criticar ou discutir determinada
temática. Tal escolha direcionará nosso texto e também poderá definir seu
gênero textual. 
2.4 Escrita e coerência
Conforme já destacado anteriormente, a coerência é fundamental para a
construção do texto escrito. Ela é condição fundamental para que o discurso
ocorra de maneira adequada e para que a produção de sentido se estabeleça
corretamente.
Koch e Elias (2010, p. 194) ressaltam que a noção de coerência não deve ser
aplicada “[...] isoladamente, ao texto, nem ao autor, nem ao leitor, mas se
estabelece na relação entre esses três elementos.” A coerência exige, tanto
por parte de quem escreve, quanto por parte de quem lê, conhecimento
acerca do mundo, e também conhecimento “enciclopédico e metagenérico”
(KOCH; ELIAS, 2010, p. 195). Além disso, ela é a possibilidade de produzir
sentido para um texto, de fazer com que uma interpretação seja possível a
partir do todo (KOCH; TRAVAGLIA, 2010). 
Assim, três grandes sistemas contribuem para o processo de organização de
um texto: o linguístico, o enciclopédico e o interacional. Koch (2011) define
cada um deles, conforme destacamos: o conhecimento linguístico diz
respeito às noções gramaticais e de léxico que cada um possui; o
conhecimento enciclopédico ou de mundo é aquele que está armazenado na
memória do autor e do leitor; o conhecimento sociointeracional remete ao
conhecimento sobre as ações verbais, ou seja, sobre as formas de interação
por meio da linguagem. 
VOCÊ SABIA?
A coerência textual é vista como um princípio de
acessibilidade ao texto. Ela é uma necessidade e uma
condição para que o discurso tenha sentido e possa transmitir
Figura 7 - A coerência textual pode remeter a um quebra-cabeças, um
processo de montagem no qual diferentes conhecimentos precisam estar
conectados. Fonte: Andris Torms, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
uma mensagem. Outras informações importantes sobre
coerência textual são encontradas na entrevista com Ingedore
Koch, publicada em agosto de 2003 na “Revista Virtual de
Estudos da Linguagem – ReVEL” (KOCH, 2003). Para conferir
a entrevista, acesse o endereço:
<http://revel.inf.br/files/feae2f57341478af7ec218b4fc44d8e8.pdf
(http://revel.inf.br/files/feae2f57341478af7ec218b4fc44d8e8.pdf) >.
Com base nos diferentes tipos de conhecimento que a coerência textual
exige, bem como a partir da ideia de que ela está ligada também à coesão
textual – e que ambas são responsáveis pelo sentido do texto –,
destacaremos, a seguir, os fatores de coerência e as possibilidades de mediar
conhecimento relativo a isso. Observam-se, assim, os mecanismos que
possibilitam informações e enunciados coerentes dentro de um texto. 
2.4.1 Fatores de coerência
Conforme já mencionado, a coerência textual possui mecanismos próprios
para que seja efetivada dentro de um texto. A seguir, destacaremos os tipos
de coerência que devem ser considerados ao se produzir um texto, bem
como os fatores dos quais esta coerênciadepende. Para que o texto seja
coerente, segundo Koch (2011), isso precisa ocorrer nos diferentes níveis, os
quais sejam: o sintático, o semântico, o temático, o ilocucional, contribuindo
todos estes para a coerência global.
Portanto, existem alguns tipos de coerência textual que precisamos sempre
enfocar:
Coerência semântica: os elementos do texto precisam fazer sentido entre si,
pois quando nos referimos a elementos semânticos, estamos mencionando o
desenvolvimento lógico das ideias. Por exemplo: não é muito lógica a frase
“Gosto de livros e de frutas”, porém dizer que “Gosto de livros e de filmes”
tem mais sentido em relação ao significado.
Coerência sintática: refere-se aos “meios sintáticos para fazer com que haja
coerência semântica, através do uso de conectivos, pronomes, sintagmas”
(KOCH; TRAVAGLIA, 2010, p. 43). Por exemplo: Escreve ninguém assim
frase uma. Você entendeu? Mesmo não conhecendo a sintaxe, não vamos
http://revel.inf.br/files/feae2f57341478af7ec218b4fc44d8e8.pdf
escrever uma frase assim. Portanto, a coerência sintática segue a lógica de
que os elementos precisam estar dispostos segundo uma ordem dentro da
frase.
Coerência estilística: uso de um mesmo estilo de elementos linguísticos. Por
exemplo, ao escrever uma dissertação argumentativa, seguiremos uma
variedade linguística argumentativa, formal e impessoal, e não podemos
misturar elementos da linguagem coloquial.
Além disso, a coerência é dependente de alguns fatores:
Elementos linguísticos: servem como indicação para ativar conhecimentos
previamente armazenados em nossa memória. A forma como esses
elementos se organizam, os sentidos, as famílias de significados, enfim, tudo
isso contribuirá ativamente no momento de construir coerência.
Conhecimento de mundo: já mencionado anteriormente, o tanto que
conhecemos do nosso entorno e do contexto social e cultural contribuirá na
interpretação daquilo que lemos. Esse conhecimento é adquirido conforme
vivemos e fica armazenado em nossa memória. Ao produzir um texto,
ativamos essa memória e somos capazes de trazer elementos para o texto a
partir das vivências.
Conhecimento compartilhado: o conhecimento e a memória de cada
indivíduo é pessoal e intransferível. Cada escritor produzirá seu texto a partir
de suas vivências. Porém, para que o sentido dado por um autor seja
compreendido por seu leitor, há a necessidade de que algum conhecimento
seja compartilhado. Deste modo, a interpretação poderá ser coerente com a
intenção do autor.
Inferências: as inferências dizem respeito ao estabelecimento de relações não
explícitas entre informações de um texto.Sempre precisamos fazer
inferências em um texto, pois, se assim não fosse, ele precisaria ser
extremamente longo e com cada informação minimamente detalhada (KOCH;
TRAVAGLIA, 2010).
Situacionalidade: o texto deve estar adequado à situação de comunicação,
pois um texto pode ser coerente numa situação e, em outra, não.
Informatividade: diz respeito ao grau de “previsibilidade da informação
contida no texto.” (KOCH; TRAVAGLIA, 2010, p. 86). Quanto mais previsível
for a informação contida num texto, tão menor o grau de informatividade que
produzirá.
Focalização: tem relação direta com o conhecimento de mundo e com o
conhecimento compartilhado entre autor e leitor. Algumas expressões no
texto, como também o título, são responsáveis pela focalização. Koch e
Travaglia (2010, p. 91) destacam que “[...] no ensino de redação, quando
dizemos ao aluno que deve delimitar o assunto e estabelecer um objetivo
para o seu texto, estamos, na verdade, levando-o a focalizar o tema de um
determinado modo.”
Intertextualidade: já discutida neste capítulo. 
Quando falamos sobre a intertextualidade, mencionamos o filósofo e
pensador russo Mikhail Bakhtin (1895-1975), autor que traz a teoria do
dialogismo, o que remete ao fato de que qualquer enunciado já foi
mencionado, criticado, aperfeiçoado (PINHEIRO, 2009). Para saber mais
sobre este autor, acesse o endereço:  <https://novaescola.org.br/conteudo/1621/mikhail-
bakhtin-o-filosofo-do-dialogo (https://novaescola.org.br/conteudo/1621/mikhail-bakhtin-o-filosofo-
do-dialogo)>.
Intencionabilidade e aceitabilidade: diz respeito às intenções do autor e como
estas são aceitas pelo leitor. O produtor de um texto tem, portanto,
propósitos e objetivos, “[...] que vão desde a simples intenção de estabelecer
ou manter o contato com o receptor até a de levá-lo a partilhar de suas
opiniões ou a agir ou comportar-se de determinada maneira” (KOCH;
TRAVAGLIA, 2010, p. 97).
Consistência e relevância: os enunciados de um texto precisam ser
consistentes com os anteriores, ou seja, todos devem “ser verdadeiros dentro
de um mesmo mundo ou dentro do mundo representado no texto” e
relevantes dentro do conjunto de tópicos apresentados num texto (KOCH;
TRAVAGLIA, 2010, p. 99).
VOCÊ O CONHECE?
https://novaescola.org.br/conteudo/1621/mikhail-bakhtin-o-filosofo-do-dialogo
2.4.2 Coerência e ensino
Muito importante no processo de ensino da produção escrita está o
conhecimento textual que o aluno tem,e esse é adquirido por suas práticas
de leitura (KOCH; ELIAS, 2010). Nesse sentido, o papel do professor está em
mediar o contato dos alunos com textos de diferentes gêneros e sobre os
mais distintos temas.
Mas como trabalhar a coerência no ensino da produção escrita?
Koch e Elias (2010, p. 214) respondem à questão dizendo que “[...] a
coerência precisa ser tratada para além do que o texto nos revela em sua
materialidade linguística explicitamente constituída.” É importante embasar a
prática também na leitura e no conhecimento previamente adquirido. Assim,
é possível conduzir o processo de produção escrita dos alunos.
VOCÊ SABIA?
As professoras Maria José dos Santos e Sylvia Domingos
Barrera (2015) publicaram o estudo “Escrita de textos
narrativos sob diferentes condições de produção”, feito a partir
de uma prática de escrita de textos narrativos com alunos de
5 ano do Ensino Fundamental de uma escola do estado de
Goiás. O resultado está disponível
em:  <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-
85572015000200253&lng=pt&tlng=pt
(http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-
85572015000200253&lng=pt&tlng=pt)>. Essa leitura poderá
ajudá-lo no momento em que precisar trabalhar a escrita de
textos narrativos em sala de aula. 
Além disso, é necessário que o professor nunca diminua o processo de
produção textual de um aluno. Isso quer dizer que a escrita de um texto
sempre ocorre de forma gradual, e quanto mais informações sobre diferentes
gêneros você, como estudante de Letras, puder adquirir e levar para seus
o
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572015000200253&lng=pt&tlng=pt
alunos, no momento em que estiver na prática em sala de aula, mais
conhecimento de leitura e de contextos sociais e culturais seu aluno
conseguirá relacionar com a produção escrita.
Síntese
Concluímos os estudos relacionados aos mecanismos da linguagem escrita.
Agora você já conhece os conceitos de intertextualidade e referenciação,
imprescindíveis para a produção de um texto escrito.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
entender a relação entre a escrita e a intertextualidade;
identificar diferentes formas de referenciação e suas funções;
compreender a relevância da intertextualidade, da progressão referencial e
da progressão sequencial no processo de produção escrita;
conhecer um exemplo prático de produção de textos narrativos no Ensino
Fundamental;
compreender a relação que se estabelece entre a leitura e a escrita;
apreender sentidos mais abrangentes relacionados ao trabalho docente de
produção textual.
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https://www.youtube.com/watch?v=RwBYc8579UQ
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https://www.researchgate.net/profile/Simon_Schwartzman/publication/225088749_Os_desafios_da_educacao_no_Brasil/links/0fcfd50c5eb1e36e17000000.pdf
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http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/julia-kristeva-nascida-em-24-de-junho-489275
http://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/65
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o/article/view/65 (http://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/65)>. Acesso
em: 19/02/2018. 
http://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/65