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Resenha do filme “Gattaca” O filme narra ao redor de um futuro, acredito que não muito distante, onde o poder tecnológico, evolui de tal forma, que é possível fazer alterações na genética para criar o “ser humano perfeito”, de acordo com os seus desejos de vida (atuação de trabalho, etc). No filme, aqueles que são considerados “perfeitos”, ocupam as melhores posições, o melhor emprego, enquanto os que são considerados “imperfeitos”, por conta de alguma deficiência física ou psicológica, ocupam os cargos menos privilegiados na sociedade. É isso que acontece com Vincent (personagem principal), por não conter a “perfeição”, ele trabalhava como faxineiro, mesmo sendo muito inteligente, ele tinha problemas cardíacos, e o filme traça esta ideia, muitos que ali estavam poderiam sim contribuir de alguma forma com a ciência, mas eram impedidos por não estarem no padrão de perfeição exigido, muitos até, impedidos de pensar, como diz um faxineiro para Vincent “ não limpe muito bem, para você não enxergar o que tem ali e começar a ter ideias”. A persistência de Vincent, a confiança no seu potencial, que fez ele não desistir dos seus sonhos, mesmo tendo que alterar seu nome e currículo para Jerome, foi o que o libertou de toda essa idealização de perfeição que tanto impunham. Jerome tinha tudo, menos a locomoção, ele era paraplégico, então não seria aceito na corporação. Assim, Vincent foi escolhido para carregar sua identidade, usar seus dados e se infiltrar a corporação, onde realizaria seu sonho de ser astronauta. Muita coisa acontece, mas o que chama muita atenção, é o legado que o final do filme deixa, a superação de Vincent (imperfeito), ganhando do seu irmão (perfeito) na natação. Que mostra que a deficiência, só é um obstáculo quando oprimem ela, e que os deficientes podem sim fazer uma grande diferença, é só a sociedade saber incluir, respeitar e dar oportunidade. Nós jamais podemos caminhar pro caminho excludente de Gattaca, não importa como sejamos. Acredito no potencial da tecnologia, de desenvolver e melhorar tudo, mas se ela também caminhar para este lado, de querer a perfeição humana, seria um grande retrocesso para tudo o que as classes excluídas vem lutando há muitas décadas.
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