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Departamento Pessoal Elaine Ferreira Nunes Elaine Machado Silveira Técnico em Contabilidade e-Tec BrasilNome da Aula 3 Departamento Pessoal Elaine Ferreira Nunes Elaine Machado Silveira Cuiabá - MT 2013 UFMT Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica © Este caderno foi elaborado pelo Centro de Educação profissional Sebastião de Si- queira – CEPSS - GO para a Rede e-Tec Brasil, do Ministério da Educação em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso. Equipe de Revisão Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT Coordenação Institucional Carlos Rinaldi Coordenação de Produção de Material Didático Impresso Pedro Roberto Piloni Designer Educacional Marta Magnusson Solyszko Designer Master Daniela Mendes Ilustração Laís Teodoro Verônica Hirata Diagramação Verônica Hirata Revisão de Língua Portuguesa Lívia de Sousa Lima Pulchério Projeto Gráfico Rede e-Tec Brasil/UFMT Centro de Educação Profissional Sebastião de Siqueira – CEPSS - GO Coordenadora Geral Carmem Sandra Ribeiro do Carmo Supervisora de EaD Uélica Alves Braga Equipe de Elaboração Curso de Contabilidade Coordenadora Elaine Machado Silveira Pedagogas Beatriz Silva Tavares Maria Aparecida Martim Pereira Psicóloga Keila Cristina Rodrigues de Lima Português Fábia de Assis Arão Rede e-Tec Brasil5 Apresentação Rede e-Tec Brasil Prezado(a) estudante, Bem-vindo(a) à Rede e-Tec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional de ensino que, por sua vez, constitui uma das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando caminho de acesso mais rápido ao emprego. É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de ensino técnico, como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S. A educação a distância em nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade re- gional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distan- tes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando os estudantes a concluírem o ensino médio e a realizarem uma formação e atualização contínu- as. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos. Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada – in- tegradora do ensino médio e da educação técnica, - capaz de promover o cidadão com ca- pacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Fevereiro de 2013 Nosso contato etecbrasil@mec.gov.br Rede e-Tec Brasil7 Indicação de Ícones 7 Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de lin- guagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, filmes, músicas, sites, programas de TV. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e con- ferir o seu domínio do tema estudado. Reflita: momento de uma pausa na leitura para refletir/escrever so- bre pontos importantes e/ou questionamentos. Rede e-Tec Brasil9 Caro/a estudante, seja bem-vindo/a ao estudo do Componente Curricular Departamento Pessoal! As palavras aqui impressas foram escritas com muito carinho e atenção, pen- sando em você e especialmente para você! Durante as 12 aulas estaremos em sua companhia e será muito bom partilharmos nossas descobertas e experiências! Saiba que neste processo você não estará sozinho/a, porque caminharemos juntos/as para ampliar mais e mais nossos conhecimentos! Esse material foi desenvolvido com o objetivo de lhe ajudar a conhecer mais e melhor as técnicas utilizadas para admissão e contratação de pessoal nas empresas, bem como o desenvolvimento de competências para calcular fo- lhas de pagamento, férias, rescisão de contrato dentre as demais tarefas que são de responsabilidade do Departamento Pessoal de uma empresa. Este estudo poderá auxiliá-lo/la na compreensão de assuntos importantes, presentes em nosso cotidiano. Um exemplo são os documentos necessários para contratação, recebimento de salário ou os descontos em folha de pa- gamento. Além disso, você terá oportunidade de conhecer os direitos e de- veres das empresas e os procedimentos que devem ser adotados tanto pelo patronato quanto pelos funcionários. O conteúdo deste caderno pretende apresentar de maneira simples e clara as rotinas e atividades do Departamento Pessoal nas empresas. Espero que o estudo seja proveitoso, que proporcione a você uma leitura agradável, prazerosa e o estimule a buscar sempre mais o conhecimento! Avante! Palavra das Professoras Autoras Rede e-Tec Brasil11 Apresentação da Disciplina Olá, estudante. Seja bem-vindo/a ao Componente Curricular de Departamento Pessoal. Esta disciplina é uma das partes integrantes do Curso de Habilitação Profis- sional Técnico de Nível Médio em Contabilidade. O estudo de Departamento Pessoal é de grande relevância para compreen- der a estrutura e o funcionamento das novas formas de organização das em- presas, a partir do emprego das novas tecnologias do atual mundo virtual. O surgimento desses novos paradigmas no mundo do trabalho tem provocado mudanças na postura das empresas, consequentemente, na vida do traba- lhador, fazendo surgir daí a necessidade de uma constante capacitação. Este novo cenário virtual exige cada vez mais dedicação, atualização e mudanças no perfil do trabalhador, para que ele contribua de forma significativa no crescimento da empresa, empreendendo sucesso! Diante dessa realidade, consideramos essencial o estudo detalhado da disci- plina Departamento Pessoal, isto porque aborda questões relativas ao mundo do trabalho, desde as relações cotidianas de trabalho, os princípios e normas trabalhistas à valorização humana. Elementos esses imprescindíveis para a formação profissional do ser humano e sua valorização enquanto ser social. Para tanto, o conteúdo de Departamento Pessoal está organizado em 12 aulas que abordarão temas como: • Registro de pessoal; • Contratos de trabalho; • Jornada de trabalho; • Tributação; • Rescisão do Contrato de Trabalho; • Justiça trabalhista. Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 12 Além da compreensão teórica e prática das rotinas do Departamento Pes- soal, enfatizaremos a prática dos conhecimentos adquiridos. Esperamos que este conteúdo supere suas expectativas, contribua e agregue novas experi- ências em sua vida pessoal e profissional. Desejamos sucesso e bom estudo! Aula 1 - Noções de Departamento Pessoal e admissão de em- pregados 15 1.1 O Que é Departamento Pessoal? 15 1.2 Exame Médico Admissional 18 1.3 Carteira de Trabalho e PrevidênciaSocial – CTPS 19 Aula 2 - Contratos de trabalho 23 2.1 O funcionamento do contrato individual de trabalho 23 2.2 Tipos de contrato individual de trabalho 25 2.3 O que significam PIS / PASEP? 26 2.4 E o que significa CAGED? 26 2.5 Qual a finalidade da Contribuição Sindical? 27 2.6. Vale-transporte 28 2.7 O que é EPI? 29 Aula 3 - Autorização de descontos e duração do trabalho 33 3.1 Descontos em folha de pagamento 33 3.2 Jornada de trabalho 34 3.3 Diálogo – Para entender a jornada de trabalho 36 Aula 4 - Duração do trabalho 41 4.1 O que significa o registro de ponto 41 4.2 O intervalo de trabalho 43 4.3 Descanso Semanal Remunerado e trabalho noturno 44 4.4 Quadro de horário de trabalho 45 4.5 Acidente de trabalho 46 Aula 5 - Férias 49 5.1 Repouso 50 5.2 Direito às férias 51 5.3 Férias individuais e coletivas 53 5.4 Como funciona o direito às férias? 53 Rede e-Tec Brasil13 Sumário Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 14 Aula 6 - Demonstrativo de pagamento de salário 57 6.1 Folha de pagamento mensal 57 Aula 7 - Décimo terceiro salário e tributação 65 7.1 A CLT e o décimo terceiro salário 65 7.2 Tabela de Contribuição Mensal e Cálculo de INSS 68 7.3 Cálculo de FGTS, IRRF e Contribuição Sindical 69 Aula 8 - Rescisão do contrato de trabalho 73 8.1 Rescisão de contrato de trabalho 73 Aula 9 - Direitos trabalhistas 81 9.1 Trabalho e direitos 81 9.2 Recordando os direitos trabalhistas 82 9.3 Outros direitos trabalhistas 84 Aula 10 - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 89 10.1 Direitos trabalhistas da iniciativa privada e celetista 89 10.2 O Direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS 90 Aula 11 - Seguro desemprego e Salário maternidade 95 11.1 Recordando 95 11.2 Mas o que é o seguro desemprego? 96 11.3 Salário maternidade 100 Aula 12 - Justiça trabalhista 103 12.1 Órgãos que compõem a Justiça do Trabalho 104 12.2 Competência da Justiça do Trabalho 105 Palavras finais 110 Guia de Soluções 111 Referências 115 Currículo das Professoras-autoras 117 Aula 1 - Noções de Departamento Pessoal e admissão de empregados Rede e-Tec Brasil15 Aula 1 - Noções de Departamento Pessoal e admissão de empregados Objetivos: • Expressar o significado de Departamento Pessoal • Reconhecer a relação existente entre empresa e empregado • Identificar quais os procedimentos necessários para o Registro de Pessoal. Caro/a estudante! É um prazer encontrá-lo/a aqui para conversarmos e, juntos, aprendermos um pouco mais sobre as peculiaridades e especificidades do DEPARTAMEN- TO PESSOAL. 1.1 O Que é Departamento Pessoal? Vamos entender primeiro a etimologia de cada palavra e depois juntaremos uma à outra para compreendermos seu significado no âmbito da contabili- dade. Vejamos então que: De acordo com o dicionário Michaelis 2008, departamento significa: se- ção, divisão, ou setor de uma empresa. Já a palavra pessoal refere-se à pessoa de modo geral. Portanto, podemos concluir que Departamento Pessoal é o setor da em- presa onde trata do seu pessoal, ou seja, contrata, mantém e demite o em- pregado. É o órgão responsável por ajudar o funcionário a reconhecer os de- veres e direitos, desde a admissão (entrada), permanência (continuidade) até o desligamento (saída). Rede e-Tec Brasil 16 Departamento Pessoal E agora que já conhecemos o significado de Departamento Pessoal, vamos usar ao longo do curso a sigla DP, ok? Mas, você deve estar se perguntando: Qual é a função do DP? Vamos desvendar essa curiosidade? Podemos dizer que o DP tem como fun- ção administrar as relações entre empregado e empregador, ou seja, numa visão mais moderna, trata-se da relação entre empregador e colaborador. Diante do exposto, devemos compreender que o Departamento Pessoal ob- jetiva através da relação entre empregador/empregado, dar ao colaborador oportunidades de crescimento e fazer com que o mesmo sinta-se valorizado na estrutura organizacional da empresa. É importante ter em mente que o maior ativo de uma empresa é o colabora- dor, pois sem ele a mesma não pode existir. Daí, a necessidade da empresa investir constantemente no potencial humano de seus colaboradores, para que obtenham sucesso não apenas em sua vida social, mas, emocional e profissional, tornando-o satisfeito dentro da Empresa, para que essa tenha não um mero Empregado e sim um Parceiro. E então, você está atento e acompanhando cada detalhe da explicação? Es- pero que sim. E por falar em atenção! Você notou que há algumas palavras no texto que estão em destaque? Hum... Que bom!!! Isso demonstra que está atento e muito interessado na aula! Agora, teste sua memória. Quais são as palavras destacadas? Ok! Isso mesmo! As palavras são: • SATISFEITO • EMPRESA • EMPREGADO • PARCEIRO Aula 1 - Noções de Departamento Pessoal e admissão de empregados Rede e-Tec Brasil17 Perfeito seu raciocínio!!! Muito bem! Você foi ao ponto certo. Percebeu que tem seu próprio conceito acerca dos elementos constituintes da relação empresarial no DP? Ótimo! Está no caminho certo. Então, vamos adiante! Perceba também que o Departamento Pessoal traz suas ramificações, e é muito importante que sejam assimiladas pois, você estudante, precisará des- ses conhecimentos durante todo o curso de Contabilidade. Veja a lista rela- cionada abaixo: 1. Registro de Pessoal; 2. Contratos de Trabalho; 3. Jornada de Trabalho; 4. Tributação; 5. Rescisão do Contrato de Trabalho; 6. Outras rotinas e obrigações trabalhistas. Fixou cada tema do DP? Pois mais adiante iremos trabalhar especificamen- te cada tema desses, e também as palavras em destaque. Portanto, muita atenção! Rede e-Tec Brasil 18 Departamento Pessoal Então, vamos relembrar! Retomando as palavras anteriormente destacadas, podemos formular a se- guinte frase: A EMPRESA admite EMPREGADO que, se SATISFEITO, torna-se um PARCEI- RO importante no seu desenvolvimento. E para isso, é necessária a admissão do EMPREGADO, não é mesmo? Para tanto, no momento da admissão alguns procedimentos são essenciais para o Registro de Pessoal. Veja abaixo, alguns desses procedimentos: 1.2 Exame Médico Admissional É o instrumento que atesta a capacidade física e mental do colaborador (EM- PREGADO). O exame médico admissional dos candidatos selecionados ao cargo disponível deve ser realizado por um médico do trabalho. Esse exame é custeado e providenciado pela empresa e não pelo empregado. Se o médico do trabalho considerar inapto o candidato selecionado para o exercício da função proposta, o empregador não poderá dar seguimento à contratação, sob pena de ação judicial se a empresa insistir na contratação de candidato inapto; exceto se houver recolocação em outro cargo. Nesse caso, novo exame admissional deverá ser realizado. No caso de candidato considerado apto pela medicina do trabalho a desen- volver a função que lhe é proposta, a empresa poderá proceder normalmen- te com o seu registro no Livro de Registro de Empregados. Mas, na prática, como podemos fazer isso? Não é nada complicado, porém é necessário ter disciplina e muita organização! Para registrar um empregado, o responsável pelo Departamento Pessoal, de posse da documentação, efetua o registro no Livro de Registro de Emprega- dos e na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social). As anotações referentes ao registro de empregados devem ser realizadas no momento em que o empregado inicia suas atividades profissionais na empresa. Não é permitido ao empregador manter empregados sem registro, Aula 1 - Noções de Departamento Pessoal e admissão de empregados Rede e-Tec Brasil19 nem por um único dia. Conforme diz o texto expresso no caput do Art. 41 da CLT: Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fi chas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Minis- tério do Trabalho. De acordo com o texto expresso na Portarianº 3626/91, art. 1º, do Minis- tério do Trabalho e da Previdência Social, o registro de empregados deverá conter, obrigatoriamente, informações referentes à identifi cação do empre- gado, conforme número e série da CTPS ou NIT (Número de Inscrição do Trabalhador); data de admissão e, quando ocorrer, a data da dispensa; nome do cargo ou função a ser desempenhada pelo trabalhador, bem como a re- muneração e forma de pagamento; local e horário de trabalho; concessão de férias; identifi cação da conta PIS/PASEP, acidente de trabalho e doença profi ssional, quando tiverem ocorrido. Com relação ao PIS/PASEP, você ainda terá informações na próxima aula. Agora vamos descobrir o signifi cado da sigla CTPS? 1.3 Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS A Carteira de Trabalho e Previdência Social é um documento obrigatório, para qual- quer pessoa que tenha um contrato de trabalho regido pela CLT. O prazo, improrrogável, é de 48 horas para que as empresas façam a anotação na CPTS e a devolvam ao funcionário, de acordo com o que diz o art. 29 da CLT. Devemos lembrar sempre que na CTPS são formalizados os Contratos de Tra- balho. Vamos conhecer a CTPS? CAPUT palavra latina, por isso aparece em letra itálica. Lê-se caput e quer dizer capítulo, (Dicionário Aurélio, p.398). A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, unifi cando toda legislação trabalhista existente no Brasil. Seu principal objetivo é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. A Consolidação das Leis do Trabalho, cuja sigla é CLT, regulamenta as relações trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. http://www.guiatrabalhista. com.br/tematicas/clt.htm Rede e-Tec Brasil 20 Departamento Pessoal Vejam os exemplos que seguem nas fi guras abaixo: Nessa página, constam os dados que identifi cam o trabalhador. Mas, o que é mesmo Contrato de Trabalho? É o acordo feito entre empre- gado e empregador, no qual constarão normas relaciona- das ao vínculo empregatício. O contrato é feito mediante a aceitação das duas partes: empregado e empregador. Uma pagando pela presta- ção de serviço recebido (em- pregador) e a outra prestan- do o serviço, como muitos dizem, “vendendo” seu trabalho, tendo como contrapartida o recebimento de salário. Resumo Nesta aula, você pôde observar que Departamento Pessoal é o setor da em- presa onde se cuida dos funcionários, desde a sua entrada na organização, ou seja, tudo que está relacionado ao empregado, como: admissão, perma- nência e desligamento. Ele é também o órgão responsável pelas rotinas tra- balhistas como: jornada de trabalho, registro de pessoal, contrato de pessoal e demais atividades inerentes à estadia do funcionário dentro da empresa. Com relação à admissão do empregado, você foi informado sobre o exame médico admissional e a utilização da Carteira de Trabalho e Previdência So- cial, onde a empresa registra dados do Contrato de Trabalho. Aula 1 - Noções de Departamento Pessoal e admissão de empregados Rede e-Tec Brasil21 Atividades de Aprendizagem 1. Depois do que aprendeu, qual a relação existente entre empresa e em- pregado? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 2. Vamos testar o conhecimento adquirido? Marque com V para verdadeiro e F para falso, as afirmações abaixo: a. ( ) Departamento Pessoal é o setor da empresa onde trata da vida pes- soal de cada empregado. b. ( ) Para registrar um empregado, o responsável pelo Departamento Pes- soal, de posse da documentação, efetua o registro do primeiro no Livro de Registro de Empregados e na CTPS. c. ( ) O contrato é feito mediante a aceitação de uma parte: o empregador. Caro/a estudante, nesta aula você pôde adquirir noções de Departamento Pessoal, admissão de empregados e conheceu o significado de contrato de trabalho. Porém, esse tema será objeto de estudo de forma mais ampla na aula 2. Esperamos por você! Rede e-Tec BrasilAula 2 - Contratos de trabalho 23 Aula 2 - Contratos de trabalho Objetivos: • Reconhecer o conceito de Contrato de Trabalho; • Especificar o significado e as finalidades de EPI, PIS/PASEP, CA- GED, Contribuição Sindical e Vale Transporte; • Identificar as características e tipos de Contrato de Trabalho. Caro/a estudante, que bom que nos encontrarmos novamente aqui neste ambiente de ensino-aprendizagem! Então, vamos continuar nosso diálogo acerca do conhecimento em Departamento Pessoal com o mesmo entusias- mo, como na aula 1, ok? 2.1 O funcionamento do contrato individual de trabalho Relembrando: Terminamos a primeira aula buscando entender o significado do quê mes- mo? Contrato de Trabalho Definido como o acordo realizado entre em- pregado e empregador, do qual constam normas relacionadas ao vínculo empregatício. Lembra-se? Falamos desse assunto na aula anterior, mas agora você vai ter mais detalhes sobre ele. Perceba que a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, no art. 442, define o contrato individual de trabalho como o acordo tácito ou expresso correspondente à relação de emprego. CLT artigo 442: Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. (Parágrafo único acrescentado pela Lei n.º 8.949, de 09-12-94, DOU 12-12-94) Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade. (Artigo acrescentado pela Lei n.º 11.644, de 10-03-08, DOU 11-03-08). http://www.trt02.gov.br/ geral/tribunal2/legis/CLT/ TITULOIV.html Rede e-Tec Brasil 24 Departamento Pessoal E o que é acordo tácito? É aquele realizado entre as partes sem o atendimento das formalidades exi- gidas pela legislação do trabalho. E o acordo expresso? É aquele escrito, formalizado. De acordo com Fórmica (1998, p. 18 e 19), o contrato de trabalho também tem suas características, conforme especificado abaixo: – De direito privado, porque é realizado, na maioria das vezes, entre pessoas de direito privado (empregado e empregador); – Consensual, porque depende do consentimento das partes; – Bilateral, porque vincula duas pessoas: o empregado e o empregador; – Sinalagmático, em razão da reciprocidade das obrigações das par- tes, ou seja, a cada direito de uma delas, corresponde um direito da outra. Conforme exemplo: O empregado tem o direito de receber o salário em tempo propício, até o 5º dia útil do mês. E, da mesma forma, o empregador tem o direito de cobrar do empregado a prestação de serviço especificada no contrato. – Oneroso, pois o serviço prestado impõe-se o pagamento de salários; – Sucessivo, porque a prestação de serviço se renova periodicamente, onde o empregado cumpre, com regularidade, sua jornada de traba- lho, em caráter não eventual. – Subordinativo, porque o empregado fica subordinado ao emprega- dor, que detém o poder de comando. Então, agora que você conhece o funcionamento do contrato individual de trabalho, vejamos os procedimentos utilizados para expedi-los: Rede e-Tec BrasilAula 2 - Contratos de trabalho 25 2.2 Tipos de contrato individual de trabalho Segundo Saad (2000), os contratos de trabalho podem ser: – Indeterminados: quando a empresa, além do registro do emprega- do, não realizaqualquer contrato formal, entende-se que o contrato é por prazo indeterminado. Esse tipo de contrato é o mais usado pelas empresas. Mas as empresas podem realizar também contratos por prazo determinado, cuja vigência depende de termo pré-fixado. Então temos que: – Contratos por prazo determinado são acordos estabelecidos entre as partes por apenas um período de tempo, isto é, com duração pré- -fixada; com data certa para iniciar e finalizar a prestação de serviço. Conforme o art. 451 da CLT, o contrato por prazo determinado não pode ser estipulado por mais de dois anos, podendo ser prorrogado por uma única vez. – Contrato de experiência é uma modalidade de contrato por prazo determinado. Se o empregado não for desligado, ao final do contrato de experiência, o mesmo passa a ser indeterminado. Os contratos de experiência não poderão exceder a 90 (noventa) dias. Mas... Será que posso contratar alguém por 30 (trinta) dias? E por 60 (sessenta) dias? E se alguém desejar me contratar por 45 (quarenta e cinco) dias e depois por mais dois meses? Todas essas possibilidades de contrato poderão ser realizadas, exceto a últi- ma, pois, conforme a CLT, os contratos de experiência não poderão ultrapas- sar os 90 (noventa) dias e só podem ser prorrogados uma única vez dentro desse período. Rede e-Tec Brasil 26 Departamento Pessoal Sendo assim, para que o empregado seja contratado é preciso que ele apre- sente documentos pessoais e de identificação, dentre eles, destacaremos o número do PIS/PASEP. 2.3 O que significam PIS / PASEP? Talvez você já tenha ouvido falar, mas o que significa mesmo PIS/PASEP? A sigla PIS quer dizer Programa de Integração Social, destinado aos trabalha- dores da iniciativa privada. Enquanto que o PASEP significa Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, voltado aos trabalhadores do setor público. Todo trabalhador deve estar inserido em um desses programas e possuir um número de cadastro no mesmo. Esse cadastramento é efetivado a partir do primeiro emprego do trabalhador, sendo de responsabilidade da empresa cadastrá-lo em uma das agências da Caixa Econômica Federal (CEF), se for para participantes no PIS, e no Banco do Brasil, para os participantes no PASEP. Realizado esse procedimento, o encarregado de pessoal procederá o registro do empregado e registrará a movimentação de entrada desse trabalhador na empresa, através do CAGED. 2.4 E o que significa CAGED? É conhecido como Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. De acordo com informações constantes no site do Ministério do Trabalho e Emprego (www.mte.gov.br), o “CAGED foi criado pelo Governo Federal, por meio da Lei nº 4923/65, que instituiu o registro permanente de admis- sões e dispensa de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”. Este cadastro serve como base para elaboração de pesquisas, estudos, esta- tísticas sobre o mercado de trabalho e serve de instrumento na tomada de decisões para ações governamentais. É utilizado pelo Programa Seguro-Desemprego para conferir dados relacio- nados aos vínculos trabalhistas. Rede e-Tec BrasilAula 2 - Contratos de trabalho 27 O CAGED deve ser informado pelo estabelecimento que tiver efetuado qual- quer movimentação em seu quadro de empregados durante o mês, seja ela admissão, transferência ou desligamento do trabalhador. E tem prazo para informar o CAGED? Claro que sim! Em Departamento Pessoal quase tudo tem prazo determinado para ser apre- sentado e informado. Portanto, o CAGED, deve ser apresentado até o dia 07 (sete) do mês subse- quente ao mês de referência das informações. Vamos entender melhor esta explicação com um exemplo? Vejamos: Se houve movimentação no quadro de empregados durante o mês de outubro, o encarregado de pessoal ou o responsável pelo pessoal na empresa, tem até o dia 07 (sete) de novembro para informar essa movimen- tação ao Ministério do Trabalho e Emprego, através do CAGED. Todo empregado ao ser admitido na empresa tem descontado de seu salário a Contribuição Sindical, se o mesmo não tiver sido registrado em outra em- presa naquele mesmo ano, antes do mês de março. Mas, por que esse procedimento? Já, já você saberá! 2.5 Qual a finalidade da Contribuição Sindical? Isso acontece, porque a Contribuição Sindical é o desconto efetuado anual- mente na folha de pagamento do trabalhador no mês de março e o valor da contribuição corresponde ao salário de um dia de trabalho. Esta contribuição é obrigatória e a empresa deve descontá-la na folha de pagamento dos seus empregados e repassá-la ao Sindicato de cada categoria, sob pena de multa pelo não recolhimento. Rede e-Tec Brasil 28 Departamento Pessoal 2.6. Vale-transporte Após efetivar o registro, se necessário, o trabalhador receberá vale-transpor- te para ir e voltar do trabalho. A lei nº 7418/85, que instituiu o vale-transporte, diz em seu artigo 1º: Fica instituído o vale-transporte que o empregador, pessoa física ou ju- rídica, antecipará ao empregado para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa, através do sistema de transporte coletivo público urbano, intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e com tarifas fi- xadas pela autoridade competente, excluídos os serviços coletivos e os especiais. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7418.htm) O vale-transporte não tem natureza salarial. É um benefício concedido ao tra- balhador, portanto não é incorporado à remuneração para quaisquer efeitos. O empregador está terminantemente proibido de realizar a substituição do vale-transporte por dinheiro, salvo em circunstâncias de extrema necessi- dade, como exemplo, a falta de estoque de vale-transporte por parte dos fornecedores. O vale-transporte é custeado pelo trabalhador no equivalente a 6% (seis por cento) do salário básico e pelo empregador na parcela excedente aos 6% (seis por cento). Rede e-Tec BrasilAula 2 - Contratos de trabalho 29 Seu vizinho trabalha em um escritório contábil como office-boy, recebe um salário mínimo mensal e é beneficiário do vale-transporte. Ele está preocupa- do com o valor que será descontado de seu salá- rio, referente ao vale-transporte que ele recebeu da empresa no último dia 30/09/2009, para utilizar durante o mês de outubro, pois o valor de cada vale-transporte - (VT) é de R$ 2,25 (dois reais e vinte e cinco centavos) e ele recebeu 42 (quarenta e duas) unidades de vale-transporte para ir e voltar do trabalho durante o mês. Então, multiplicando R$ 2,25 (valor unitário do VT), por 42 (quantidade de VT), teremos um total de R$ 94,50 (noventa e quatro reais e cinquenta centavos). Mas, será que o seu vizinho pagará sozinho por todo esse montante? Não! Claro que não! Ele pagará apenas R$ 27,90 que corres- ponde a 6% sobre o salário dele, R$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e cinco reais) e, o restante, R$ 66,60 (sessenta e seis reais e sessenta centavos) será custe- ado pelo empregador. Além do benefício do vale transporte, existe o recebimento do Equipamen- to de Proteção Individual – EPI, caso o trabalhador no desempenho de sua função tenha necessidade de se proteger. 2.7 O que é EPI? EPI é todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a integridade física do trabalhador. Conforme o artigo 166 da CLT: “A empresa é obrigada a fornecer aos em- pregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados”. Rede e-Tec Brasil 30 Departamento Pessoal São elementos constantes no reci- bo de EPI: o nome do trabalhador, os dados da empresa empregadora e fornecedora do referidoequipa- mento, a descrição do equipamento que está sendo entregue, a data de entrega e a assinatura do empregado que o recebe. Então, podemos concluir que o reci- bo de entrega de EPI é um compro- vante que o encarregado do pessoal emite e solicita que o trabalhador o assine, mediante a entrega do equipamento para utilização com vistas a sua proteção. Resumo Nesta aula apresentamos informações sobre o Contrato individual de traba- lho que pode ser de três tipos, ou seja, com prazo indeterminado, com prazo determinado ou de experiência. Mostramos que, há dois programas que o trabalhador tem que estar vinculado: PIS, que é programa de integração social da iniciativa privada, e PASEP, que é programa de formação de patri- mônio do servidor público voltado ao trabalhador público. O trabalhador também deve ser cadastrado no CAGED (cadastro geral de empregados e desempregados). O CAGED é um banco de dados que serve para estudos e pesquisas. Apresentamos também, a contribuição sindical é obrigatória e o desconto acontece uma vez ao ano.Por último veio a informação sobre vale- -transporte que é um benefício concedido ao trabalhador. Para proteger a integridade física do trabalhador existe o EPI, que significa equipamento de proteção individual. Rede e-Tec BrasilAula 2 - Contratos de trabalho 31 Atividades de Aprendizagem 1. Com base no que você acabou de estudar nessa aula, diferencie CAGED e contribuição sindical. ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ 2. Escolha alguém da sua casa que trabalhe e calcule qual o valor que teria que ser descontado do salário para o vale-transporte. Qual parte ficaria por conta do seu empregador? 3. Complete: O trabalhador da rede particular deve ser cadastrado no programa _____, enquanto o trabalhador da rede pública tem que estar cadastrado no programa _______. Caro/a estudante Nesta aula você recebeu informações sobre EPI, vale-transporte, contribui- ção sindical, CAGED, PIS/PASEP e ainda conheceu um pouco mais acerca dos contratos de trabalho. Em nossa próxima aula, abordaremos as jornadas de trabalho e a autorização de descontos em folha de pagamento. Será muito interessante, participe! Estaremos aguardando você! Rede e-Tec BrasilAula 3 - Autorização de descontos e duração do trabalho 33 Aula 3 - Autorização de descontos e duração do trabalho Objetivos: • Reconhecer que os descontos em folha de pagamento são le- galmente válidos mediante autorização assinada pelo empregado; • Identificar as diversas jornadas de trabalho; • Apontar a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) como o ins- trumento que rege as relações de trabalho. Em nossa segunda aula estudamos contratos de trabalho, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, PIS/PASEP. Vimos também parte dos des- contos na folha de pagamento, dentre eles a contribuição sindical (CS) e o vale-transporte (VT). Nessa aula, o nosso objetivo é informá-lo/la a respeito da autorização de desconto em folha de pagamento e abordar o tema jor- nadas de trabalho. 3.1 Descontos em folha de pagamento Você sabia que os descontos em folha de pagamento não estão previstos pela legislação trabalhista no momento da admissão do trabalhador? Po- rém, tornam-se legais quando autorizados pelo empregado, conforme texto expresso no art. 462 da CLT: “Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto no salário dos empregados, salvo quando este resultar de adianta- mentos, de dispositivos de Lei ou de Contrato Coletivo”. Portanto, o Departamento Pessoal e o empregado podem utilizar um mode- lo como este para autorização de desconto em folha de pagamento: Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 34 AUTORIZAÇÃO DE DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO VALOR: R$_______________ Eu, FULANO DE TAL, CTPS nº 12345, série 001-10 GO, CPF 123.456.789.1-1, autorizo a empresa BELTRANO LTDA a descontar em minha Folha de Pagamento do mês de novembro/2009, o valor de R$_________ (______________________________________ reais), referente a adiantamento salarial. Goiânia, 23 de novembro de 2009. _____________________________ Assinatura do Empregado Ok! Agora na sequência, vamos compreender o funcionamento da JORNA- DA DE TRABALHO, tema de grande relevância para todos os trabalhadores! 3.2 Jornada de trabalho Responda mentalmente: O que você entende por jornada de trabalho? É pertinente lembrar que nós, trabalhadores, quando contratados, assina- mos além do contrato, um termo que nos põe a par das normas da empresa e uma delas é a forma de como devemos cumprir a jornada de trabalho. Sen- do assim, a jornada de trabalho é compreendida como o espaço máximo de tempo durante o qual o empregado pode prestar serviço ou permanecer à disposição do empregador. Corresponde à plena execução do contrato de trabalho. Caso essa cláusula, constante do contrato, seja alterada na prática, por parte do empregador ou empregado, é necessário um acordo entre as partes para que não haja perdas para nenhuma delas. Para melhor compreensão deste assunto, é necessário saber o significado de horário de trabalho: podemos defini-lo como as horas a serem tra- balhadas, assim é utilizado geralmente o horário das 8 horas da manhã às Rede e-Tec BrasilAula 3 - Autorização de descontos e duração do trabalho 35 18 horas, tendo uma pausa de 2 (duas) horas para almoço. Geralmente o trabalhador precisa cumprir uma jornada de 8 (oito) horas diárias, porém existem jornadas de trabalho diferenciadas. A carga horária semanal: é a quantidade total de horas diárias multiplica- das pelos dias úteis durante a semana. Já as horas extras: são aquelas excedentes ao horário normal de trabalho. Sejam elas realizadas antes, durante ou depois da jornada normal de trabalho. Para tanto, a jornada normal de trabalho, quando prestada dentro dos limites estabelecidos na lei, será de: • 8 (oito) horas diárias, limitada a 44 (quarenta e quatro) horas semanais; • 6 (seis) horas diárias para os bancários, no limite de 30 (trinta) horas semanais; • 5 (cinco) horas diárias para os jornalistas, conforme art. 303 da CLT; • 6 (seis) horas diárias para os telefonistas, no limite de 36 (trinta) horas semanais; • Existem outras profissões com jornadas de trabalho diferenciadas como trabalhadores da área da saúde, de presídios, quartéis, etc. Observação: Vale lembrar que o trabalhador de Call Center - teleatendimen- to e telemarketing, precisa cumprir 6 (seis) horas diárias. Quando assinam o contrato de trabalho, nele já estão incluídas as pausas de dois períodos. Esse trabalhador deverá ter 10 (dez) minutos de pausa no trabalho, inician- do-se a primeira pausa depois de uma hora de trabalho e a última pausa antes da última hora de trabalho. Mas vale lembrar que a Jornada de Trabalho também pode ser flexível e re- duzida, mediante Acordo ou Convenção Coletiva de trabalho, onde empre- gado e empregador estabelecem previamente um horário a ser cumprido. Nos fóruns e chats você terá a oportunidade, de forma interativa, de conversar com seus colegas, a fim de conhecer um pouco mais sobre a duração do tra- balho nas empresas. Certamente será um bate-papo informal repleto de novi- Vamos exercitar a pesquisa e fazer dela um hábito constante? Sites para pesquisa: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/constituicao/ constitui%C3%A7ao.htm http://www.senado.gov.br/ legislacao/const/ http://www.trt02.gov.br/ geral/tribunal2/legis/CLT/ INDICE.html Para começar, consulte o art.7º, mas desta vez a base de sua consulta, para que você a conheça, será a Constituição Federal de 1988 (CF/88) e não a CLT, certo? Consulte também o art. 224 e 227, agora da CLT, e assim terá uma visão mais ampla do que falamos. Você sabia que estáem andamento, na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição – PEC 231/95, que altera os incisos XIII e XVI do art. 7º da Constituição Federal, que reduz a jornada máxima de trabalho para 40 (quarenta) horas semanais e aumenta para 75% (setenta e cinco por cento) a remuneração de hora extra? Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 36 dades. A troca de experiências nos chats e fóruns promove momentos riquís- simos porque trazem discussões e debates agradáveis e muito esclarecedores. Será um prazer participar desses momentos interagindo com você! Portanto, esteja pronto, pois será convidado pelo seu tutor a participar dos debates! Mas enquanto não acontecem os fóruns e os chats, vamos simular uma situ- ação real do nosso cotidiano acerca da jornada de trabalho, afinal, além de estudantes, somos trabalhadores! Você acompanhará um diálogo entre trabalhadores de uma microempresa. Apresento os senhores trabalhadores! 3.3 Diálogo – Para entender a jornada de trabalho Pedro – Chefe de Departamento Pessoal: Olá colegas, tudo bem? Esse aqui é o nosso novo colega de trabalho. O nome dele é Cleber e ele faz o curso de Contabilidade. Está começando a estudar e aprendendo sobre des- contos em folha de pagamento e jornada de trabalho, mas ele quer participar das nossas conversas para ficar ainda mais informado a respeito do assunto. Pedro: João, vamos conversar um pouco com o companheiro? Parece que ele não está muito bem. Está com aparência cansada. Olá amigo, que cara é essa? Está desanimado? Rede e-Tec BrasilAula 3 - Autorização de descontos e duração do trabalho 37 Sr. Cleber – Pintor: Desanimado não, eu estou muito cansado. Trabalhei hoje desde as sete da manhã e já são sete da noite. Parei só uma hora para almoçar. Eu realmente estou “torrado”! João – Servente: Ué, e pode? Ana Paula - Secretária: Poder, não pode, mas fazer o quê... A gente, que precisa trabalhar, acaba se submetendo a essas imposições, não é mesmo? Pedro: Você não pode trabalhar mais que dez horas por dia, sabia? Sr. Cleber: Dez? O quê? Eu pensei que eram só oito horas e você me diz que são dez! Deus do céu! João: Calma colega, fique calmo! Você está certo. São apenas oito horas mesmo, mas se você fizer horas extras, aí pode trabalhar no máximo 10 (dez) horas, porque as horas extras não podem ultrapassar duas horas por dia, entendeu? Sr. Cleber: Agora sim! Que alívio! Mas então quer dizer que hoje eu fiz três horas extras, sendo que o máximo eram duas? Pedro: Isso mesmo! Agora você já sabe que não é permitido e, da próxima vez, você não precisa fazer essa jornada extensa, pois a CLT nos protege, ok? Além disso, você pode receber ou compensar essas horas que você tra- balhou a mais. Sr. Cleber: Mas, como assim? Ana Paula: Se você optar por recebê-las da empresa, a mesma irá calcular 50% (cinquenta por cento) a mais sobre o valor das horas normais trabalha- das e pagá-las pra você. Sr. Cleber: Então eu vou receber quanto mesmo? Pedro: Siga meu raciocínio. Seu salário é de R$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e cinco reais), não é verdade? Pois então, você tem que fazer um cálculo pra descobrir o valor real da hora de trabalho normal, para depois calcular a hora extra, certo? Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 38 Vamos ao cálculo: 465,00 divididos por 220 (duzentos e vinte) horas men- sais = R$ 2,11(dois reais e onze centavos) por hora normal trabalhada. As 220 horas mensais foram encontradas através do cálculo de 44 (quarenta e quatro) horas semanais vezes 5 (cinco semanas), considerando que um mês tem cinco semanas. Agora é só acrescentar 50% (cinquenta por cento) sobre esse valor e você saberá quanto vai receber, ok? Sr. Cleber: Ok, mas me ensine a fazer esse cálculo. Pedro: Então vamos lá!!! R$ 2,11 * 50% = R$ 1,05 (um real e cinco centavos). R$ 2,11 + 1,05 = R$ 3,16 (três reais e dezesseis centavos). Então o valor da sua hora extra 50% é de R$ 3,16. Sr. Cleber: Que bom, agora eu entendi. Mas, se eu quiser compensar, eu posso? Pedro: Pode, é claro, porém mediante acordo entre empregado e emprega- dor, ou seja, Convenção Coletiva de Trabalho. Sr. Cleber: Então penso que vou chegar mais tarde depois de amanhã. Pre- ciso fazer uma consulta no hospital próximo de minha casa. Aí, ao invés de chegar às sete horas na empresa, chegarei às dez. Pedro: Colega, espere um pouco. Se você quiser fazer isso, poderá, mas também tem o direito de ausentar-se do trabalho para cuidar da sua saúde. A CLT prevê isso. É só você trazer um atestado médico, justificando o motivo de sua ausência. Sr. Cleber: Mas, então como posso compensar minhas horas? Ana Paula: As horas que você trabalhou a mais você poderá usá-las da maneira que desejar. São suas. Basta combinar com a empresa a data que precisa ausentar-se. A CLT não diz isso claramente, mas tem intenção de que o trabalhador use essas horas que trabalhou em excesso para seu lazer, Rede e-Tec BrasilAula 3 - Autorização de descontos e duração do trabalho 39 saindo um dia mais cedo para passear com sua família, ou para viajar com os amigos no fim de semana, coisas desse tipo, entendeu? O que você traba- lhou extra pode ser convertido para seu lazer ou outra situação. A lei ampara você para que, no dia seguinte ou na semana seguinte, você esteja mais feliz e animado para iniciar o seu trabalho durante a semana. Entendeu? Sr. Cleber: Eu penso mesmo é que essa CLT é uma dona muito boa, não é? Ela está sempre querendo o melhor para nós, empregados, sem dar prejuízo para o patrão e ainda pensa até no lazer do trabalhador! Muito bom, eu quero mesmo conhecer essa “dona”. Pedro: A CLT já é conhecida por muitos de nós, inclusive pelo patrão. Você gostou da CLT, mas tem gente que reclama dela, diz que ela protege uns mais e outros menos. Então, a CLT é a Consolidação das Leis Trabalhistas. Surgiu em 1º de maio de 1943 e já tem 69 (sessenta e nove) anos, inclusive chegou à “melhor idade”. Apesar da idade, está sempre se renovando para melhor reger as relações de trabalho entre particulares, no caso entre você e seu patrão. Sr. Cleber: Nossa, saber os meus direitos é muito importante!!! Agora que conheci um pouquinho da CLT, gostei mais ainda. Vou apresentá-la aos co- legas que ainda não a conhecem. Pedro: É isso mesmo!!! Todos precisam conhecer seus direitos e deveres, principalmente trabalhadores como nós! Quanto mais informadas, melhor as pessoas saberão resolver suas questões trabalhistas. Sr. Cleber: Olhe colegas, obrigado por tudo. Foi muito bom receber todas essas informações, principalmente das normas da CLT. Estou mais feliz e seguro. O meu cansaço até passou. Há momentos em que uma conversa informal é muito importante. Procurarei interagir e participar com maior fre- quência desses momentos. Até a próxima pessoal. Pedro, João e Ana Paula: Até. Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 40 Resumo Nesta aula, as informações apresentadas, entre outras, citadas a seguir, fo- ram sobre os descontos em folha de pagamentos que não estão previstos na legislação, porém tornam-se legais quando autorizados pelo trabalhador. O espaço máximo de tempo que um empregado pode prestar serviços ou ficar à disposição do empregador é compreendida como jornada de traba- lho, que geralmente corresponde a oito (8) horas diárias, podendo existir, às vezes, jornadas diferenciadas (6 horas, 5 horas...). A carga horária semanal é a quantidade total de horas diárias trabalhadas multiplicadas pelos dias úteis durante a semana. As horas extras: são aquelas excedentes ao horário nor- mal de trabalho. A CLT- Consolidação das Leis Trabalhistas é o instrumento que rege as relações de trabalho. Atividade de Aprendizagem 1. O que é CLT? Elabore um texto descrevendo em que elaajudou os tra- balhadores. Se tiver dúvidas, volte ao texto estudado. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ Conversamos tanto que nem percebemos o tempo passar e que a aula já terminou. Então nos encontraremos na aula 04 para que você conheça mais a respeito de duração do trabalho. Até lá! Rede e-Tec BrasilAula 4 - Duração do trabalho 41 Aula 4 - Duração do trabalho Objetivos: • Reconhecer como é elaborado o registro de ponto nas empresas; • Distinguir os diversos aspectos da duração do trabalho. Caro/a estudante Em nossa 4ª aula abordaremos o registro de ponto. Daremos continuidade às informações iniciadas na aula 3 sobre duração do trabalho. Estudaremos acerca dos demais aspectos da duração do trabalho e em relação à prestação de serviço pelo trabalhador em dias de domingo e feriado. Trataremos ainda do tema referente ao Descanso Semanal Remunerado (DSR), do quadro de horário de trabalho, do trabalho noturno, bem como dos afastamentos e dos acidentes de trabalho. Bom estudo! Você sabe o que é o registro de ponto? Prossiga e saberá a resposta. 4.1 O que significa o registro de ponto É o controle da jornada de trabalho feito pelo empregador sobre o horário de trabalho do empregado. Vale dizer que, em estabelecimentos com até dez empregados, a lei não estabelece procedimentos especiais para o controle da jornada. A razão é meramente prática, visando simplificar as exigências sobre o pequeno em- presário, mas isso não significa que o empregador não possa controlar a jornada de trabalho de seu empregado. Segundo o art. 74, Parágrafo 2º da CLT: “Para os estabelecimentos com mais de dez empregados, é obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 42 em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso”. (http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L7855.htm) Diante do exposto, podemos compreender que toda empresa, com mais de dez empregados, deve providenciar o registro de ponto, seja ele, manual ou eletrônico. Atualmente, com o advento das inovações tecnológicas e o desenvolvimen- to da informática, podemos observar que grande parte das empresas faz uso do sistema de ponto informatizado, no sentido de implantar a identificação digital como forma moderna de evitar fraudes. Para o início e final da jorna- da há uma tolerância recíproca máxima de até 5 (cinco) minutos, conforme dispõe a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O que exceder será consi- derado atraso, no caso do empregado, e hora extra, no caso do empregador. Nesse sentido, a Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE nº 1510, de 25 agosto de 2009, disciplina o registro de ponto eletrônico e a utilização do Sistema de Registro Eletrônico de Ponto – SREP. Este sistema (SREP) é o conjunto de equipamentos e programas informatizados destinados à anota- ção por meio eletrônico da entrada e saída dos trabalhadores da empresa. Veja abaixo os diversos sistemas de pontos adotados pelas empresas: Relógio de ponto (mecânico) Relógio de ponto (eletrônico) Relógio de ponto (biométrico) Rede e-Tec BrasilAula 4 - Duração do trabalho 43 4.2 O intervalo de trabalho Mas, será que está previsto algum intervalo durante o horário de trabalho? Sim, está! Durante o horário de trabalho de um empregado que cumpre uma jornada de 8 (oito) horas diárias, há um intervalo de no mínimo uma hora e, no má- ximo, duas horas para alimentação. Esse intervalo deve ser respeitado sob pena de a empresa arcar com os prejuízos advindos do não cumprimento correto do referido intervalo. O ponto é registrado também aos domingos e feriados? Esse procedimento é legal? Se o empregado trabalhar nesses dias, sim, ele deverá atestar sua frequência no registro de ponto. O descanso semanal já teve cunho religioso, sabia? Segundo o que diz a Bíblia, Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. Sendo assim, vamos entrar um pouco na história para entendermos melhor esse assunto, certo? No ano 321, o imperador Constantino proibiu o trabalho aos domingos, exceto na região agrícola. Na Idade Média, as corporações de ofício, sob influência da Igreja Católica, registravam em seus estatutos a garantia de ausência de trabalho aos domingos. Um documento da Igreja Católica, denominado Encíclica Rerum Novarum, expressou o seguinte preceito: “o direito ao descanso de cada dia, assim como a cessação do trabalho no dia do Senhor, deve ser a condição expressa ou tácita de todo contrato feito entre patrões e operários”. Anteriormente, o empregado doméstico era excluído do referido direito, po- rém, com a publicação da Lei nº 11.324, de 19 de julho de 2006, os tra- balhadores domésticos passaram a ter direito aos feriados civis e religiosos. Portanto, a partir de 20 de julho de 2006, data de publicação da referida lei, caso haja trabalho em feriado civil ou religioso, o empregador deve realizar o 1.Constantino I, também conhecido como Constantino Magno ou Constantino, o Grande (em latim Flavius Valerius Constantinus; Naissus, 272 — 22 de maio de 337), foi um imperador romano, proclamado augusto pelas suas tropas em 25 de julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até a sua morte.<disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/ Constantino, acesso em 19 abril 2012> O imperador Constantino, em 313, promulgou o Edito de Milão, que garantiu a tolerância ao cristianismo em todo o império. (BARSA, enciclopédia , p. 488). 2. Em geral, as corporações de oficio reuniam os comerciantes e artesãos que se envolviam na fabricação e venda de um mesmo tipo de produto. Visando a garantia de ganho para os seus integrantes, uma corporação tinha poderes para tabelar os preços referentes à mão de obra e a matéria-prima empregada em um processo de fabricação. Além disso, tomavam todo o cuidado para que a fabricação seguisse determinados padrões de qualidade e combatiam a falsificação de mercadorias. (Brasil escola, história) Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 44 pagamento do dia em dobro ou conceder uma folga compensatória em outro dia da semana, conforme art. 9º da Lei nº 605/49. Veja quanto tempo levou para que o trabalhador tivesse seus direitos re- conhecidos pela sociedade em geral. Diante do exposto, podemos concluir que o trabalhador tem direito ao descanso em dias de domingos e feriados. Vale ressaltar que essa conquista não aconteceu do dia para a noite. Foram necessárias inúmeras batalhas, inclusive a morte de trabalhadores inocentes na tentativa de conquistar seus direitos. 4.3 Descanso Semanal Remunerado e trabalho noturno É o art. 1º da Lei nº 605/49 que prevê o Descanso Semanal Remunerado, DSR, por meio da expressão: “todo empregado tem o direito ao Descanso Semanal Remunerado”. Porém há casos em que a empresa convoca o fun- cionário para trabalhar quando está em período de descanso. Diante disso, o empregado que trabalhar nessa condição terá direito a remuneração em dobro do valor original que recebe e, ainda, se ele trabalha no comércio, a cada três semanas trabalhadas deverá ter uma folga no domingo; nos de- mais ramos que não seja o comércio, a cada 7 (sete) semanas trabalhadas deverá ter uma folga no domingo. Portanto, quando falamos que o descanso semanal é remunerado, significa que o empregado trabalha 6 (seis) dias por semana e descansa um, e nesse dia de descanso o empregador o remunera. Para saber mais sobre a luta dos trabalhadores, acesse: http://www.cut.org.br/ Rede e-Tec BrasilAula 4 - Duração do trabalho 45 Caro/a estudante,mas você deve estar se perguntando: E quando o trabalho é realizado à noite? Neste caso, temos o que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) classifica como trabalho noturno. Para a lei trabalhista, quando o traba- lho é realizado no período compreen- dido entre as 22h de um dia e 5h do dia seguinte, caberá o pagamento de adicional noturno urbano. Porém, há diferentes horários considerados como trabalho noturno. Vejamos a seguir quais são os períodos considerados como trabalho noturno: Para o Trabalhador Rural Agrícola, o trabalho noturno está compreendido entre as 21h e 5h da manhã; Para o Trabalhador Rural na Pecuária, o referido trabalho está compreendido entre as 20h e 4h da manhã; Para os advogados empregados está compreendido entre as 20h e 05h da manhã; Para os aeronautas, voo noturno, entre o pôr e o nascer do sol, conforme o art. 41, parágrafo 1º, da Lei nº 7183/84. A hora de voo noturno, para efeito de remuneração, é contada à razão de 52 minutos e 30 segundos (cinquenta e dois minutos e trinta segundos). Sobre as horas noturnas trabalhadas incide um adicional pelo esforço labo- rado. Há outras profissões que fazem horário noturno, cada uma com suas espe- cificidades, como enfermeiros, telefonistas, etc. 4.4 Quadro de horário de trabalho Você sabia que o empregador utiliza instrumentos para controle da jornada de trabalho? Exemplo disso é o quadro de horário de trabalho. LABORAR: entrar em função, funcionar, trabalho (FERREIRA, p. 1170) Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 46 O quadro de horário de trabalho deve ser organizado conforme modelo ex- pedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e deve ser afixado nas dependências da empresa, em local visível e de fácil acesso. Esse quadro será detalhado, no caso de não ser um horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. É indiscutível que esta exigência legal está posta para facilitar a ação fiscali- zadora realizada por agentes de inspeção do trabalho. Tal quadro, colocado em local de fácil visibilidade, permite rápido exame por parte dos fiscais. Mas vale ressaltar que, mesmo sendo uma norma imposta por Lei, muitas empresas deixam de cumprir essas exigências legais e acabam sofrendo pe- nalidades quando constatado o não cumprimento do que determina a Lei. Porém, ainda existem empresas que conseguem ficar no anonimato quanto ao cumprimento de suas obrigações. As micro e pequenas empresas são dispensadas de utilizar o Quadro de Ho- rário de Trabalho 4.5 Acidente de trabalho Há muitos trabalhadores que cumprem o horário descrito no quadro de ho- rário de trabalho. No entanto, quando se acidentam é necessário seu afasta- mento. Porém os afastamentos do trabalho não ocorrem somente por mo- tivos de acidente de trabalho, mas também doença, suspensão e licenças. Nos casos em que o trabalhador sofre acidente configurado como de trabalho, faz-se necessário o preenchimento de um documento chamado Comunicado de Acidente de Trabalho - CAT. Esse documento deve ser preenchido pelo encarregado de pessoal da empresa, que tem o dever de comunicar ao INSS. Resumo Chegamos ao final desta aula em que trouxemos informações da duração do trabalho. Assim você ficou sabendo que durante o horário de trabalho de um empregado que cumpre uma jornada de 8 (oito) horas diárias, há um intervalo de, no mínimo, uma hora e, no máximo, duas horas para alimen- tação. Apresentamos o Descanso Semanal Remunerado (DSR), o quadro de horário de trabalho, o trabalho noturno, os acidentes de trabalho e os afas- tamentos, que não ocorrem somente por motivos de acidente de trabalho, Para melhor fixar o conteúdo, vamos pesquisar alguns assuntos fazendo leitura do: Art. 41, parágrafo 1º, da Lei nº 7183/84. Endereço: http: www. jurisway.org.br Art. 74 da CLT. Endereço: http:// artclt.wordpress.com Art. 14 da Portaria nº 576/41 do MTPS (Ministério do Trabalho e Previdência Social). Endereço: http://www.contabilizamos. com.br Rede e-Tec BrasilAula 4 - Duração do trabalho 47 mas também doença, suspensão e licenças. Agora você já foi informado que, o Registro de Ponto é o controle da Jornada de trabalho feito pelo empregador sobre o horário de trabalho do empregado que, o artigo 1º da lei n. 605/49 prevê o Descanso Semanal Remunerado. Quanto ao trabalho noturno, mostramos que, compreendido entre as 22h de um dia e 05h do dia seguinte, a Lei Trabalhista prevê pagamento de adicional noturno urbano. E por fim você pôde perceber que os afastamentos de trabalho ocorrem por motivos de acidentes de trabalho, doenças, suspensões e licenças. Atividade de Aprendizagem Marque a alternativa correta: “Para os estabelecimentos com mais de dez empregados é obriga- tória a anotação da hora de entrada e de saída em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso”. O texto acima refere-se ao: a. ( ) Art. 74, Parágrafo 2º da CLT; b. ( ) Art. 55 da CF; c. ( ) Art. 21 do Código de Trânsito; d. ( ) Art. 112 da CLT. Na próxima aula você vai aprender sobre férias e as diversas incidências no pagamento. Foi ótimo estar com você. Não desista, pois este é o caminho de preparação para um novo trabalho ou ainda para o aperfeiçoamento daquilo que você já faz. Até lá. Rede e-Tec BrasilAula 5 - Férias 49 Aula 5 - Férias Objetivos: • Identificar o conceito de férias; • Distinguir quando o empregado tem direito ao gozo das férias; • Reconhecer como as faltas ao trabalho podem reduzir a quanti- dade dos dias de férias. Caro/a estudante Na 4ª aula você conheceu um pouco mais acerca dos diversos aspectos da duração do trabalho, falamos a respeito do Descanso Semanal Remune- rado, trabalho aos domingos e feriados, quadro de horário de trabalho, trabalho noturno, afastamentos e os acidentes de trabalho. Nesta aula, estudaremos a respeito do chamado Repouso Anual Remunerado: Férias Individuais e Coletivas; e as diversas incidências no pagamento, tais como: folha, recibo, forma e prazo de pagamento, redução da jornada de trabalho e salários e, por fim, adentraremos em apontamento de cartões de ponto. Bom estudo!!! Descanso Semanal x Férias Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 50 5.1 Repouso Você notou que as expressões Descanso Semanal e Repouso Anual estão em negrito, não é mesmo? Pois esse grifo é para chamar sua atenção para a diferença entre o descanso e o repouso. O primeiro está relacionado ao domingo e, o segundo, Repouso Anual Remunerado, está relacionado às férias. Férias! Humm! É isso mesmo! Férias traz a ideia de descanso, de viagem, de passeio, enfim dá a ideia de algo muito positivo que está por vir! Quem inventou esse assunto tão interessante e tão bem-vindo como as férias? Você já pensou nos antecedentes históricos que envolvem as férias? Que tal aprofundarmos um pouco nosso conhecimento acerca deste tema? Podemos entender que férias é um curto espaço de tempo durante o ano, em que todo empregado, depois de ter trabalhado 12 meses, em geral, tem direito a descansar 30 dias por ano, vitória essa conquistada a partir de grandes lutas. Historicamente, o primeiro país a conceder esse direito aos trabalhadores, operários das indústrias, foi a Inglaterra, no ano de 1872. Depois de quase meio século, a Áustria se pronunciou sobre esse assunto, no ano de 1919. Após o Tratado de Versalhes e a criação da Organização Internacional do Trabalho - OIT, as férias se difundiram pelo mundo todo. Vale dizer que, as férias visam atender uma necessidade biológica, social, cultural e econômica do ser humano. Estando em férias, o empregado pode descansar, passear, conviver com a família e dispensar maior atenção a ela, desenvolver atividades sociais e culturais. Durante esse período, o trabalha- dor tem a possibilidade de restaurar suas energias desgastadaspela rotina do trabalho cotidiano. Estando de posse das energias restauradas, voltará ao trabalho com um melhor desempenho profissional, que será convertido em possíveis benefícios para a empresa e para ele próprio. (Fórmica, 1998) Para conhecer sobre o Tratado de Versalhes, acesse: http://veja.abril.com.br/ historia/primeira-grande- guerra-mundial/1919- junho-nova-europa/ assinatura-tratado- versalhes-cerimonia-criticas. shtml Rede e-Tec BrasilAula 5 - Férias 51 Dissemos que férias é um curto espaço de tempo durante o ano em que todo empregado, depois de ter trabalhado 12 meses, em geral, tem o direi- to a descansar 30 dias por ano. Porém, se o trabalhador faltar várias vezes, dentro do período de 365 dias, sem a devida justificativa de suas faltas, ele não descansará 30 dias, mas descansará períodos menores, de acordo com o número de faltas. Desta forma, podemos dizer que o trabalhador, após ter trabalhado 12 (doze) meses, terá o direito a férias na seguinte proporção: • 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; • 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando tiver faltado ao serviço de 6 (seis) a 14 (quatorze) vezes; • 18 (dezoito) dias corridos, quando tiver faltado ao serviço de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) vezes; • 12 (doze) dias corridos, quando tiver faltado ao serviço de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) vezes. 5.2 Direito às férias Você sabia que o trabalhador pode perder o direito às férias? É isso mesmo, pode perder o direito às férias! Dependendo do número de faltas injustificadas que ele tiver durante o período aquisitivo, ou seja, durante o período que adquire o direito a férias, o trabalhador não gozará férias. Se as faltas não justificadas forem superiores a 32 dias, o empre- gado perderá o direito às férias, conforme está na lei. Presume-se que o trabalhador que se encaixa nesta situação já descansou o suficiente; sendo assim, só terá direito a férias no próximo período aquisitivo, ou seja, no ano seguinte, observadas as faltas. Como já citado, o período aquisitivo é o período durante o qual o emprega- do adquire o direito a férias. Por exemplo: um empregado foi admitido em uma empresa no dia 02/01/2009 (dois de janeiro de 2009); ele terá direito a férias após o dia 31/12/2009 (trinta e um de dezembro de 2009), ou seja, após 12 meses de trabalho, ininterruptos, na mesma empresa. Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 52 Observe que a expressão “ininterruptos” está grifada. O grifo foi proposital para chamar sua atenção, pois se houver interrupção durante o período de trabalho, essa afirmação seria diferente. Sendo assim, sempre que falarmos no assunto férias é importante considerar que há um significado diferente para cada período: período aquisitivo, perío- do concessivo e período de gozo. Vamos entender cada período porque eles fazem parte de nossa rotina cotidiana em relação aos direitos e vantagens do trabalhador. – Período aquisitivo: é o período em que o empregado adquire o direito de férias. – Período concessivo: é o período posterior ao aquisitivo, correspon- dente a 12 meses após o empregado ter adquirido o direito às fé- rias. É dever do empregador concedê-las ao empregado sob pena de pagá-las em dobro pela não concessão. De acordo com o caput do art. 134 da CLT, “As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito”. Somente em casos excepcionais as férias poderão ser concedidas em dois períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 10 (dez) dias. Aos menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 50 (cinquenta) anos é assegura- do o direito a férias concedidas de uma só vez, ou seja, o empregador não poderá fracioná-las. A concessão das férias deverá ser comunicada ao empregado, por escrito, e com antecedência mínima de 30 (trinta) dias para que o mesmo tenha tempo para planejá-la. Esse comunicado deverá ser datado e assinado pelo empregado. Tal procedimento é para que o trabalhador fique consciente e informado do período que deverá usufruir do benefício de férias. O trabalhador não pode entrar de férias sem apresentar ao Departamento Pessoal sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) para que sejam efetuadas as devidas anotações referentes à concessão de férias. O mesmo procedimento deverá ser realizado nas fichas ou no livro de registro de em- pregados. Rede e-Tec BrasilAula 5 - Férias 53 A CLT, § 1º do art. 136, também prevê que os membros de uma família que trabalham em um mesmo estabelecimento terão direito a gozar férias no mesmo período, desde que isto não resulte prejuízo para o serviço, o desem- penho, funcionamento e o desenvolvimento da empresa. De acordo com o § 2º, art. 136 da CLT, o empregado que se classificar como estudante, menor de 18 (dezoito) anos, tem direito a gozar as férias no mes- mo período de suas férias escolares. E o período de gozo das férias, como ele acontece? – Período de gozo: corresponde aos dias em que efetivamente o tra- balhador estiver descansando, ou seja, os dias em que ele estiver de FÉRIAS. 5.3 Férias individuais e coletivas Segundo FORMICA (1998), as férias podem ser classificadas de duas formas: férias individuais e coletivas. – As férias individuais, como a palavra já indica, são concedidas ao indi- víduo, a cada pessoa, separadamente. – As férias coletivas poderão ser concedidas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. As férias coletivas geralmente são concedidas em função da necessidade da empresa em parar suas atividades durante deter- minado período. Por exemplo: escolas ou indústrias, que precisam reduzir a produção em determinada época do ano, quando a popula- ção consome menos. A empresa que desejar conceder férias coletivas deve comunicar previamente a referida concessão à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e ao Sindicato dos Trabalha- dores, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias. 5.4 Como funciona o direito às férias? Mas existe a situação de empregados admitidos há menos de 12 (doze) me- ses que gozam férias coletivas de 30 (trinta) dias sem terem, ainda, adquirido o direito. Porém o art. 140 da CLT dispõe que, “os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcio- nais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.” Para entender melhor esse artigo, observem um exemplo citado na CLT comentada. “Um empre- gado admitido há 3 (três) meses, terá direito a 3/12 (três doze avos) de 30 Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 54 (trinta) dias, porque não deu falta injustificada ao serviço. Suas férias propor- cionais equivalerão a 7 (sete) dias e 12 (doze) horas”. Segundo SAAD, (2000, p. 119) “se as férias coletivas forem de 30 (trinta) dias, ele receberá o salário relativo àquele período e ficará sem trabalhar durante 22 (vinte e dois) dias e 12 (doze) horas, aguardando a volta de seus colegas ao serviço”. Dito isto, podemos concluir que há um ganho para o empregado que se encontra na condição acima e, consequentemente, um prejuízo para a empresa, que paga para o empregado 22 (vinte e dois) dias e 12 (doze) horas que está ocioso, sem ter adquirido o direito. No entanto, o empregado está sem tra- balhar porque a empresa não está funcionando, ou seja, não é pela vontade do trabalhador que ele não está trabalhando e sim por uma determinação da empresa. Por isto ela deve arcar com o prejuízo referido neste exemplo. Pois bem, falamos em período aquisitivo, período concessivo, período de gozo das férias, mas ainda precisamos falar de algo essencial no que con- cerne às férias. E o que pode ser tão importante assim, além dos dias de descanso? Pense que para usufruir das férias é necessário que o trabalhador tenha con- dições econômicaspara sustentar seus gastos, durante o período que estiver descansando, não é mesmo? Se você pensou na remuneração, ou pagamento das férias, acertou! A remuneração das férias é composta do salário, mais 1/3 (um terço) de acréscimo, conforme previsão constitucional. As férias devem ser pagas pelo empregador com antecedência mínima de dois dias antes do gozo, para que o trabalhador tenha condições econômicas de garantir seu lazer e o de sua fa- mília durante as férias! ...O período das férias é con- tado como tempo de serviço. Art. 130 da CLT, parágrafo 2º. Para melhor fixar o conteúdo, pesquise alguns assuntos. Leia: - Art. 7º, inciso XVII - Constituição Federal de 1988; - Art. 130, 134 da CLT - Endereço: http://artclt. wordpress.com - Lei nº 123/2006, art. 51, V. – www.cosif.com.br Rede e-Tec BrasilAula 5 - Férias 55 Resumo Férias é um curto espaço de tempo durante o ano em que todo empregado, depois de ter trabalhado 12 meses, em geral, tem o direito a descansar 30 dias por ano. Porém, se o trabalhador faltar várias vezes, dentro do período de 365 dias, sem a devida justificativa de suas faltas, ele não descansará 30 dias, mas descansará períodos menores, de acordo com o número de faltas. Podem ser classificadas em Férias Individuais: concedida a cada pessoa se- paradamente. Férias Coletivas: concedidas a todos os empregados de uma empresa, ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. A remuneração das férias é composta do salário mais 1/3 (um terço) de acrésci- mo, conforme previsão constitucional e deve ser paga pelo empregador com antecedência mínima de dois dias antes do gozo. Atividades de Aprendizagem 1. O que faz um empregado perder o direito às férias? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 2. Vamos exercitar nossa matemática? Com base no que você estudou so- bre direito a férias, quantos dias de férias um empregado que trabalhou durante 7 meses tem direito? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ Chegamos ao final desta aula que tratou sobre férias individuais e coletivas e seu devido pagamento. Na próxima aula falaremos sobre folha de paga- mento. Foi muito bom estar com você! Aguardo você no próximo encontro. Rede e-Tec BrasilAula 6 - Demonstrativo de pagamento de salário 57 Aula 6 - Demonstrativo de pagamento de salário Objetivo: • Identificar os diversos componentes de uma folha de pagamento. Caro/a estudante Na última aula você teve informações sobre os direitos do trabalhador em relação às férias individuais e coletivas. Agora, estudaremos a folha de pa- gamento, da qual constam os adicionais, os descontos e o salário família. Ótimo estudo para você!!! Conforme especifica Coelho, “na folha de pagamento existem diversos acontecimentos distintos, tratados de maneiras diferentes operacionalmente e que podem ter contabilizações diversas também” (2000,p. 40). Esse autor trata detalhadamente da folha de pagamento, mas abordaremos os tópicos mais importantes. 6.1 Folha de pagamento mensal Na aula 05, último parágrafo, você ficou saben- do que a remuneração das férias é composta do salário, mais 1/3 (um terço) de acréscimo e que as férias devem ser pagas pelo empregador com antecedência mínima de dois dias antes do gozo, conforme art. 145 da CLT, para que o em- pregado tenha condições econômicas de garan- tir seu lazer! Então, com base nesta afirmação e, a partir do que já estudamos no curso até o momento, é pertinente dizer que existe um documento formalizado para a concessão e pagamento das férias, o qual é denominado aviso de férias e folha de pagamento das férias. Departamento PessoalRede e-Tec Brasil 58 O aviso de férias é um documento utilizado para informar ao empregado o período que a empresa lhe concedeu férias. A folha de pagamento das férias é o documento utilizado para demonstrar, além do período efetivo de gozo das férias, o valor da remuneração a ser recebida pelo empregado. Assim como há uma folha de pagamento para as férias, há também a folha de pagamento mensal referente à prestação de serviço mensal feita pelo empregado ao empregador, folha esta conhecida como contracheque, ho- lerite, demonstrativo de pagamento de salário ou, simplesmente, recibo de pagamento. A folha de pagamento consiste em um documento formal expedido pela empresa ao final de cada mês e que traz diversas informações acerca do empregado na empresa, dentre elas destacaremos quatro partes, talvez as mais importantes: 6.1.1 Identificação do empregador - A primeira é a parte de identificação do empregador. Nela constam os dados principais da empresa, tais como: nome e Cadastro Nacional da Pes- soa Jurídica - CNPJ, ou Cadastro Específico do INSS - CEI da empresa; vale lembrar que o CNPJ é utilizado pela empresa Pessoa Jurídica (PJ), antigo CGC (Cadastro Geral do Contribuinte), e o CEI é utilizado pelo contribuinte Pes- soa Física. Lembramos que Pessoa Física é todo indivíduo, é a pessoa natural, independentemente do sexo; e Pessoa Jurídica é uma entidade abstrata, com existência e responsabilidade jurídica. Muito bem, então falamos da primeira parte das informações contidas na folha de pagamento. Veja abaixo a referida parte da folha de pagamento: Demonstrativo de Pagamento de Salário NOME DA EMPRESA Mês e Ano da Prestação do Serviço CNPJ Ramo de Negócio da Empresa 6.1.2 Remuneração e salário Juntamente com a identificação da empresa, a folha de pagamento apresen- ta ainda uma segunda informação importantíssima acerca da identificação do empregado. Na referida folha constam: nome do empregado, função que ele ocupa na empresa, data de admissão, número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), além de outras informações como o número do Cadastro da Pessoa Física - CPF, número da Carteira de Identi- Rede e-Tec BrasilAula 6 - Demonstrativo de pagamento de salário 59 dade – CI, ou seja, o Registro Geral - RG, mais comumente conhecido como documento de identidade. Essas informações são relevantes por se tratar das pessoas envolvidas na relação de trabalho: EMPREGADO e EMPREGADOR. Assim, nosso exemplo anterior da folha de pagamento ganha um segundo elemento. Veja: Demonstrativo de Pagamento de Salário NOME DA EMPRESA Mês e Ano da Prestação do Serviço CNPJ Ramo de Negócio da Empresa Código NOME DO FUNCIONÁRIO CBO Emp. Local Depto. Setor Seção Data de Admissão Nº do CPF do Funcionário FUNÇÃO DO EMPREGADO Logo abaixo da identificação da empresa e do empregado, a folha de paga- mento traz especificada, no campo de descrição, uma terceira informação, essencial para a relação de trabalho entre empresa e empregado: são os dados referentes à remuneração, ao salário do empregado. Aparentemente, a remuneração e o salário parecem semelhantes, porém não possuem o mesmo significado. Então, faz-se necessário entender a diferença entre as referidas palavras mais comumente conhecidas em nosso vocabulário como salário. Conforme consta na CLT art 457: “§ 1º - Integram o salário, não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagem e abonos pagos pelo empregador.” Já a remuneração, segundo a CLT, é a retribuição devida e paga ao empre- gado não só pelo empregador, mas também por terceiro, de forma habitual, em virtude do contrato de trabalho. Abrange tanto o salário e seus compo- nentes,
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