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introdução O mercado financeiro proporciona um oceano de possibilidades de negociações. Diversas são as modalidades de investimento, assim como são as possibilidades de análise – é comum ao operador adepto do buy and hold partir de uma abordagem analítica fundamentalista para definir onde e de que maneira se posicionar, tendo em vista o teor de longo prazo referente à modalidade em questão; já o operador de daytrade comumente se vale de ferramentas de análise técnica, devido à instantaneidade inerente à modalidade em pauta. Os diferentes modos de análise mercadológica não competem entre si, mas sim, se complementam e se aplicam de maneira mais ou menos assertiva, a depender da situação em que forem utilizados. O caminho a ser percorrido para se encontrar no mundo dos investimentos é longo, tortuoso, desconexo e repleto de armadilhas – a quantidade de informação enganosa e de baixa qualidade que se tem disponível e se dissemina na área é assustadora. A presente apostila, no entanto, tem como objetivo servir de guia para o operador iniciante/intermediário, filtrando informações confiáveis, delimitando os caminhos a serem trilhados de acordo com a experiência adquirida, os elementos essenciais a serem incorporados na psicologia e no modus operandi, buscando sempre afunilar e simplificar as questões basilares para a compreensão substancial do mercado, abarcando tanto a parte teórica quanto a parte prática do que se é importante entender para tornar possível a realização de negociações intradiárias bem sucedidas no mercado de futuros. O principal balizador dos conceitos aqui apresentados em se tratando de análise técnica, price action, indicadores, gerenciamento de riscos, sistema operacional e psicologia das massas é uma das mais completas obras sobre trading, escrita pelo Dr. Alexander Elder, “Como se Transformar em um Operador e Investidor de Sucesso”. Na seção de psicologia individual e de mercado, os paralelos traçados entre a psicologia trader e os padrões comportamentais têm base na obra “Compreender o Behaviorismo: Ciência, Comportamento e Cultura”, de William M. Baum. Alguns dos conceitos apresentados, no entanto, são próprios dos autores da presente obra, deduzidos a partir de estudos comparados, submetidos a testes práticos ou adquiridos através da própria experiência de mercado. mercado público de ações O mercado de ações é um ambiente público e organizado para negociação de alguns títulos mobiliários e imobiliários (ações, opções de ações, fundos imobiliários, entre outros). As transações podem ocorrer por intermédio das bolsas de valores ou nos chamados mercados de balcão, mercados esses em que são comercializados títulos não negociados em bolsas. Nas economias modernas, a grande maioria das operações no mercado acionário ocorre por intermédio das bolsas de valores. Para investir em ações, é necessário que o investidor procure uma corretora para abrir uma conta. É usando o sistema das corretoras, também conhecidos como plataformas de negociação ou home-broker, que o investidor tem acesso às ordens de compra e venda dos papéis negociados na Bolsa. Investir em ações é uma maneira relativamente barata de se tornar sócio das grandes companhias de capital aberto, dado que a ação é a menor parcela do capital social dessas companhias. O investimento em ações permite que o pequeno investidor participe da regulação do mercado, e acompanhe a evolução e o crescimento do lucro das referidas empresas, além de ter todos os direitos e deveres de um sócio. O mercado de ações é um tema bastante complicado no Brasil. Não somente pela questão política, visto que boa parte da classe média foi excluída da participação acionária, como também por conta da lacuna histórica da educação financeira, que com o passar das décadas ficou restrita aos noticiários especializados e aos círculos acadêmicos de economia. O mercado brasileiro é pujante e ao mesmo tempo um pouco repugnante, entretanto, é preciso reconhecer que investir é um direito e uma necessidade. Sem isso, perdemos dinheiro. E perdemos todos os dias, seja com a inflação dos preços ao consumo, ou com os juros aplicados sobre o nosso crédito e o nosso Tesouro. É preciso então, investir. Investir é o melhor método de aprendizagem do mercado. Às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Buscamos entender cada dia mais para que possamos nos proteger das perdas. É preciso proteger o capital. Temos que aprender a cuidar melhor do nosso dinheiro se temos como objetivo acompanhar o calor das crescentes de mercado e nos proteger do frio das recessões. Como então investir melhor para render melhor? Não existe método ou caminho milagroso para fazer isso. É preciso entender, e a melhor forma de entender, nesse caso, é buscar a raiz das relações de mercado. A unidade básica que define as relações praticadas no mercado de ações é o preço. É a oscilação dos preços que nos permite realizar as operações de compra e de venda. Sem ele, não haveria sentido em nenhuma relação de mercado, pois não fariam sentido as lógicas de acumulação e distribuição. Não haveria lógica para a oferta, inclusive, nem para a demanda, pois não haveria medida de abundância ou escassez que pudesse definir o valor ou a necessidade de um determinado produto. Existem diversos métodos de avaliação do mercado, desde a análise dos demonstrativos financeiros das empresas, para compreender se elas estão em crescimento ou não, até análises mais puristas, que se baseiam na avaliação da dinâmica ou movimentação dos preços para determinar as probabilidades de comportamentos futuros. A criação desses métodos remonta ao Japão do século XVIII, onde traders de arroz de Osaka estocavam sua mercadoria em armazéns e em troca recebiam cupons com a cotação do momento. Com o tempo, os japoneses perceberam que era possível acompanhar a oscilação dos preços das sacas de arroz. A relação sazonal entre oferta e demanda, quando incorporada a partir das práticas econômicas de regulação estatal dos preços, imprimia a elas um comportamento cíclico que alternava momentos de expansão e encolhimento. É nesse período que surge a modalidade de Análise Gráfica hoje denominada Candlestick, e, hoje, credita-se a esse momento o surgimento da Análise Técnica, mesmo que timidamente. Os estudos ocidentais sobre o comportamento dos preços têm início na segunda metade do século XIX, com as Teorias de Charles Dow, que abordaremos mais adiante neste volume. As teorias de Dow são a base do pensamento ocidental sobre o mercado de ações e todo o resto decorre de seus fundamentos. bolsa de valores no Brasil ativo O primeiro mercado de ativos do Brasil começou no Rio de Janeiro, em meados do século XIX. Os corretores trabalhavam na informalidade, anotando a evolução dos preços em lousas de pedra. A procura pelos ativos foi tão extensa que um grande ciclo de alta foi seguido de uma crise, que ficou conhecida à época como Crise do Encilhamento. Em São Paulo, as negociações começaram somente com a euforia provocada pelas grandes produções de café e pela urbanização vigorosa vivenciada pela cidade no início do século XX. Na capital paulista, mercadorias, câmbio, títulos e futuros eram negociados por duas principais instituições financeiras: a mais antiga, Bolsa Livre de São Paulo, ou Bovespa, e a BM&F, Bolsa de Mercadorias e Futuros. No século XXI, a BM&F absorveu as operações da bolsa do Rio de Janeiro, e posteriormente, fundiu suas operações com a Bovespa. A última grande revolução do mercado foi em 2007, quando a recém-criada BM&F/ Bovespa realizou seu último pregão viva-voz, dando início à era das plataformas de negociação e dos chamados pregões eletrônicos. Abordaremos o funcionamento das plataformas mais adiante, no capítulo 5 deste volume. Atualmente, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão, anteriormente conhecida como BM&F/Bovespa) é a única bolsa de valores de mercadorias e futuros em operação no território nacional,sendo seu controle de responsabilidade de uma autarquia especial do governo federal, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Conceituamos enquanto ativo tudo aquilo que apresenta valor agregado e possui capacidade de operação entre duas partes – um comprador e um vendedor. Sendo assim, podemos considerar que carros, imóveis, bens de consumo, alimentos ou aparelhos tecnológicos são ativos e servem como ótimo exemplo para o entendimento para o leitor. Existem também outros ativos financeiros um pouco mais complexos de serem entendidos – justamente aqueles que iremos operar. Dentro do Mercado Público de Ações, podemos observar operações cujo valor agregado é diretamente relacionado à natureza do ativo: ações, como geralmente chamamos os papéis de título de uma empresa, são influenciadas pelo valor de mercado da instituição em questão. No caso das empresas, o valor do papel de título é influenciado por questões econômicas e políticas. Tomaremos o caso da Vale como exemplo: a quebra de uma barragem cria um contexto político favorável à desvalorização de seu valor de mercado, influenciando o valor representado para o investidor no home broker ou nas plataformas de negociação intradiária. Essa representação também muda de acordo com a classe do ativo; papéis de título serão representado por seu valor unitário (ex.: R$20,00), assim como paridades entre Dólar e Real são representadas por um valor fracionado, com cinco casas decimais após a vírgula (ex.: 4.000,00). Entraremos, posteriormente, nessas representações de forma mais aprofundada para melhorar o entendimento do leitor. O importante aqui, para compreendermos as relações de mercado de forma mais completa, é salientar a existência de um indicador chamado “Índice”, uma espécie de termômetro da economia nacional se baseando nas empresas cujo ativo financeiro se destaca entre aqueles com maior volume de negociação.As empresas que compõem o Índice e a sua saúde financeira são de responsabilidade dos agentes administradores de mercado, mais especificamente a B3. No Brasil, nosso Índice se chama Ibovespa (ou Índice da Bovespa) e, assim como os demais ìndices do mundo, é uma carteira teórica de ações cuja representação é feita em pontos. agentes do mercado emissores administradores intermediários Utilizemos de exemplo uma pontuação de 100.000 pontos: teoricamente, a junção de todas as empresas que sustentam a representação do Índice, caso fosse uma carteira de ação de um investidor, apontam para um valor de investimento de R$100.000,00. Ou seja, cada ponto do Índice representa R$1 em uma carteira de ações teórica. Apesar de as empresas maiores, em âmbito nacional, possuírem maior influência na oscilação de pontos do Índice, o resumo que o indicador dá é justamente motivado pelo balanço de valorização e desvalorização das empresas. Em si, o Índice ou paridades entre moedas não são, necessariamente, Ativos. Porém, existem situações onde uma operação é baseada em um Ativo com valor derivado, o que comentaremos com mais profundidade no capítulo 4 deste material.Para tais situações, o valor deriva de um ativo primário, podendo ser um Índice ou uma paridade de câmbio, apresentando capacidade real de operação. Os emissores são o grupo de empresas que possuem seus ativos listados nas Bolsas de Valores e também os fundos de investimento que captam recursos através da emissão e venda de títulos e letras de crédito em geral. O ganho destinado a essa parcela do mercado é proveniente da venda de títulos e ativos em geral, além da valorização apurada nos ativos que eles mesmos detêm. São exemplos de emissores as companhias abertas e os fundos de investimento. Os administradores de mercado são empresas ou órgãos responsáveis pela manutenção da saúde do mercado, como bolsas de valores, depositárias, câmaras de compensação e liquidação. Através do controle de taxas, instituições como a B3, o Conselho de Política Monetária (COPOM), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulam a atividade dos demais agentes. Os ganhos dessa parcela do mercado se dão através da cobrança de taxas de registro, do roteamento, e dos impostos sobre operações financeiras. Os intermediários são aqueles com quem lidamos mais constantemente durante nossa rotina de operações. Como investidores, teremos acesso aos ativos desejados através de bancos, corretoras ou agentes. A principal fonte de renda dessa parcela do mercado é a cobrança da taxa conhecida como corretagem. A corretagem representa grande parte da perda dos investidores pessoais e é um dos pontos a se analisar no seu gerenciamento de risco, assunto que abordaremos mais adiante. Na rotina do investidor, são vários os intermediários: os bancos de investimento, as corretoras de mercadorias, as corretoras de títulos e valores mobiliários, as distribuidoras de títulos e de valores mobiliários, os agentes autônomos de investimento, os administradores de carteiras. O mercado possui diversos agentes envolvidos em transações que acontecem à velocidade de um clique através de sistemas eletrônicos integrados. Todos os agentes envolvidos nas transações têm acesso a alguma das pontas do sistema e cada atuação individual mantém as engrenagens do mercado em constante funcionamento. Os principais atores e aqueles que se beneficiam diretamente das transações ocorridas nas Bolsas de Valores são os Emissores, Intermediários, Administradores de Mercado, e nós, os Investidores. investidores renda fixa A parte mais frágil, porém, mais importante do mercado, somos nós, os investidores, pois somos o espelho daquilo que um determinado mercado é capaz de alcançar. Afinal, somos o pulmão da economia e a grande base de sustentação dos movimentos do mercado. O grupo dos investidores é composto por pessoas físicas, instituições, empresas, estrangeiros e outros. O mercado brasileiro, entretanto, oferece pouca segurança aos investidores. Com movimentações atípicas, muitas vezes motivadas por cenários de instabilidade política e desconfiança do ambiente de negócios, o mercado pode se mostrar um desafio para muitos investidores iniciantes. A receita está diretamente ligada ao tipo de investimento que foi realizado, podendo apurar ganhos ou perdas em diversas janelas de tempo, como a duração de um pregão (diário) ou até mesmo intervalos de anos. Os demais participantes do ecossistema financeiro são os analistas de mercado de valores mobiliários, as empresas de auditoria, as consultorias. A Renda Fixa pode ser fixada em um percentual mensal ou seguir algum índice como a taxa Selic, o CDI – Certificado de Depósito Interbancário –, a inflação ou outro, sendo o CDI o índice referencial mais utilizado para operações de Renda Fixa. Como nos investimentos em geral, essa categoria também oferece ativos com perfis de riscos e objetivos variados. Existem diversos tipos de aplicações na Renda Fixa. Eles são caracterizados por objetivos, risco, emissor, rentabilidade e etc. Abaixo, estão os investimentos mais populares da Renda Fixa: O CDB (Certificado de Depósito Bancário) funciona como um empréstimo do dinheiro do investidor para a instituição bancária. Em troca, o investidor recebe uma taxa de rentabilidade que é definida no momento da compra. Tal investimento se diferencia das LC (Letras de Câmbio) por sua relação com o órgão emissor do título – no último, o órgão é uma Corretora de Valores, porém possui o mesmo objetivo financeiro. O Tesouro Direto é um título público de renda fixa. Ele é emitido pelo Tesouro Nacional, que é um órgão do Governo Federal junto à Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Assim, qualquer pessoa pode “emprestar” dinheiro modalidades de investimento Ao iniciar no mundo das finanças, possuímos algumas opções de investimento definidas por sua relação com a classe do ativo e com o tempo em que o investidor permanece na operação.Nos casos em que possuímos rendimentos previsíveis, conceituamos a operação como “Renda Fixa” e, no caso contrário, categorizamos as operações enquanto “Renda Variável”. renda variável A Renda Variável é uma modalidade de investimento focada em operações sem um rendimento pré-estabelecido e/ou previsível, ou seja: o operador não possui um limite de ganhos, logo, depende de sua capacidade de análise, do acaso (ou sorte) e do capital disponível para investir. Existem diversas formas de investir em Renda Variável, alguns exemplos abrangem Ações, Fundos de Ações, Mercado Futuro, Câmbio, Commodities e Derivativos. Além das classes de investimento, as modalidades de Renda Variável se dividem, também, relacionadas ao período que o operador permanece dentro de uma operação. Denomina-se Buy And Hold as operações pensadas para o longo prazo. A característica principal desse tipo de investimento é, literalmente, “comprar e segurar”: normalmente as empresas que pagam os melhores dividendos. No caso do Swing Trade, utilizado principalmente em operações com papéis de título de empresas, as operações duram entre alguns dias e algumas semanas geralmente. Sua duração tem relação direta com a dinâmica de mercado e valorizações reais de um determinado ativo – normalmente empresas que apresentam oscilações nos seus balanços trimestrais. Por fim, o Day Trade é a modalidade de investimento que consiste em comprar e vender ativos em operações intradiárias – ou seja, que durem até 24 horas. Nessa modalidade de investimento, necessitamos de uma plataforma de negociação que apresente um “gráfico intraday”; o prazo dos nossos contratos é o fim do pregão. Os ativos mais negociados dentro do Day Trade são referentes ao Mini Dólar e o Mini Índice. Eles são intermediados pelo Mercado Futuro por permitirem que o operador negocie suas ações em minicontratos (a centésima parte de um papel de título). Em resumo, isso nos permite utilizar as maiores empresas do mercado como indicador para operações num índice – como nos casos da Itaú e Vale relacionadas ao B3. para o Governo através do investimento em um título do Tesouro Direto. LCI e LCA são, respectivamente, a Linha de Crédito Imobiliário e a Linha de Crédito do Agronegócio. Correspondem a títulos de Renda Fixa emitidos por bancos, tendo como diferencial entre si apenas o foco do investimento. Os recursos captados pelo emissor são utilizados para o financiamento das atividades imobiliárias ou do agronegócio e, em troca, o investidor obtém uma taxa de rentabilidade anual que é definida no momento da compra. O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) é um título de Renda Fixa, emitido por instituições securitizadoras , com o objetivo de financiar o setor agrícola. É muito semelhante às LCAs, as quais também são títulos do agronegócio cujo objetivo é financiar o setor com recursos privados. As emissões são originadas através de negócios entre produtores do campo, suas cooperativas ou terceiros, abrangendo financiamentos ou empréstimos destinados à produção, à comercialização, ao beneficiamento ou à industrialização de produtos, de insumos ou máquinas e de implementos utilizados na produção agropecuária. Outros investimentos de renda fixa menos populares, mas destacáveis, são o Agente de Custódia, a Caderneta de Poupança, o Título Financeiro, o Cupom de Título, entre outros. Securitização ou titularização, é uma prática financeira que consiste em agrupar vários tipos de ativos financeiros (notadamentetítulos de crédito, tais como faturas emitidas e ainda não pagas, dívidas referentes a empréstimos, entre outros), convertendo-os em títulos padronizados negociáveis. Assim, a dívida é transferida, vendida, na forma de títulos, para vários investidores, convertendo uma dívida (duplicatas, cheques, notas promissórias) em título lastreável e negociável entre instituições financeiras. day trade Antes de entramos de fato na explicação sobre Day Trade, precisamos falar acerca do mercado futuro. Por que esse mercado é um dos que mais cresce no mundo? Porque ele tem uma função que nenhum outro ativo tem, o poder da venda descoberta. A venda descoberta é quando o operador negocia um acordo de venda sem antes ter comprado a ação. Isso ocorre porque o mercado de futuros é um Derivativo, o que permite características específicas dessa fatia de mercado. Comentaremos com mais profundidade a respeito dos Derivativos no capítulo adiante. O operador que trabalha com futuros pode ter uma oportunidade a mais que um operador que negocia ações (que podem levar dias, semanas, meses, anos), principalmente no mercado intradiário (Day Trade), no qual se realizam compras e vendas no gráfico intraday. Tais operações têm início às 08h e encerramento às 18h nos dias úteis. Durante o tempo em que estão abertas, as negociações se chamam pregão. Geralmente, o operador de Day Trade consegue enxergar diversas oportunidades nas quais ele se vê em situações em que o gráfico está em desvalorização. Ele pode usufruir de indicadores, de análises gráficas e técnicas que o guiem para um ponto de entrada de venda para que ele lucre com a desvalorização. Já sabemos que tratando de futuros se pode vender antes de comprar, logo, estamos mais flexíveis às oscilações do mercado, por isso devemos entender em que padrão nos encontramos. Cada operador tem seu estilo de operar, alguns se identificam com vendas, outros com compras e outros não têm preferência e se adaptam aos dois. Os operadores que trabalham com venda podem ser caracterizados por serem chamado de bears, essa metáfora é feita porque o ataque dos ursos é desferido de cima para baixo. No mercado financeiro, os “ursos” buscam a desvalorização do ativo justamente por operarem com vendas, sendo assim, para que suas operações tenham êxito eles precisam exercer pressão de mercado para que os ativos apontem na direção desejada. por que operar no mercado futuro? Já os operadores que trabalham somente com compra, chamam-se bulls, fazendo referência aos “touros”, cuja arma de ataque são os chifres que são movimentados de baixo pra cima. No mercado, os “touros” buscam a valorização do ativo com a mesma mentalidade dos “ursos”. Ainda que cada um tenha sua particularidade operacional, todos têm o mesmo objetivo: obter êxito em suas operações. Existem diversos métodos que se encaixam para cada operador. A duração da operação é um distintivo entre métodos, alguns preferem executar poucas entradas ao decorrer do gráfico. Outros, entretanto, preferem oscilações maiores de mercado para que possam obter um ganho considerável com menos entradas. Iremos falar desses dois métodos citados agora, chamados de Scalper e o Surfer. o scalper A operação a partir do método Scalper é gira em torno da obtenção de lucro com várias entradas de curtíssima duração nas pequenas oscilações do mercado ao longo do dia. Os scalpers realizam entre dezenas a algumas centenas de operações em um único dia, acreditando que pequenos movimentos no mercado são mais fáceis de prever/aproveitar do que os grandes. Muitos “pequenos lucros” podem se tornar grandes ganhos ao final do dia se o scalping for realizado com atenção, foco e disciplina para sair na hora certa. O stop gainx do scalper é posicionado a poucos pontos de sua entrada, visando a rápida execução da operação. Como esse tipo de operação visa um pequeno rendimento, não cabe ao scalper se dispor a arcar com grandes perdas em uma operação, logo o seu stop loss também é curto, pois não compensa correr grandes riscos para baixos lucros por operação. Uma característica do scalping é que, devido à necessidade de respostas e ações rápidas do scalper de acordo com os movimentos do mercado, é necessário, enquanto estiver operando, absoluto foco no gráfico do ativo operado. Pelo fato de os scalpers realizarem várias operações no dia,é de extrema importância atentar às taxas de corretagem por operação, sempre acompanhando a lista de ordens. Algumas corretoras fornecem condições especiais para scalpers com preços de corretagem baixíssimos. ativos mini e mini contratos o surfer Diferentemente do scalper, o surfer é o trader que busca os grandes movimentos mercadológicos intradiários. Ele realiza uma quantidade significativamente menor de trades do que o scalper, tendo em vista que as oportunidades de entrada ocorrem com bem menos frequência. Além disso, é de interesse do surfer enxugar ao máximo o número de entradas a fim de manter a corretagem baixa. Dessa forma, os pontos de entrada que os surfers buscam são os pontos de reversão ou de início de tendência. O stop gain é consideravelmente distante do ponto de entrada, visto que o movimento que se espera captar com a entrada é um movimento longo de tendência. O mesmo ocorre com o stop loss, que deve ser também posicionado a uma distância razoável do ponto de entrada, pois há sempre a possibilidade de uma falsa reversão – o gráfico aparenta mudar de tendência, mas tal mudança posteriormente se revela um mero pullback e o gráfico volta a seguir a tendência anterior à falsa reversão. Como a expectativa de ganho por operação é alta pelo supracitado motivo, deve-se calcular bem a posição do stop loss, a fim de reduzir ao máximo o valor da perda, tirando o mínimo do espaço de mobilidade para o gráfico seguir contrário à entrada executada antes de vir, de fato, a reverter, nas situações em que a reversão não se dá concomitantemente à execução da ordem. Grandes aliados do surfer são os osciladores na análise técnica e a análise fundamentalista como um todo. O ambiente do Mercado Público de Ações é complexo de forma bastante específica. Os diferentes ativos operáveis possuem características variadas e a sua formação está diretamente ligada à forma espontânea que o mercado adquire: muitas vezes, classes de ativos criadas para um propósito começam a adquirir um objetivo completamente diferente daquele imaginado inicialmente – na maioria das vezes, o intuito final aponta para a especulação e alavancagem, como iremos aprofundar posteriormente. Uma dessas classes de investimento é chamada de Derivativo, um ativo operável com promessa de transação futura. Para que fique mais simples, analisemos o seguinte exemplo: uma mineradora que faz exportações pagas em dólar fica sujeita às variações na cotação da moeda para garantir seus lucros, logo, se o dólar cai, o faturamento da empresa também cai. Para se proteger de tal situação, algumas empresas utilizam os Derivativos como forma de preservar o próprio capital, assim a instituição tem a possibilidade de efetuar uma “venda futura”. Tal operação consiste no comprometimento do vendedor em entregar, futuramente, o ativo ao comprador. Dessa forma, caso o dólar protagonize uma desvalorização, o empresário está coberto por um comprometimento do comprador em entregar o valor acertado. Como afirmado acima, em muitas situações, um ativo criado com um objetivo inicial não continua com a mesma finalidade ao passar do tempo e, considerando a característica especulativa e espontânea do mercado de ações, oportunidades de ocupação por parte de investidores interessados em “alavancar” para obter lucros são percebidas e aproveitadas na maioria das vezes. Em relação à sua conceituação, os Derivativos são classificados enquanto uma derivação de um ativo qualquer. Essa derivação é concebida pura e simplesmente pela especulação criada a partir da oscilação de preços do ativo primário: sua possível valorização ou desvalorização futura motiva a operação daqueles que querem proteger seu capital ou alavancar. Entretanto, a formação dos contratos de vendas e compras futuras não é, porque não deve ser, completamente livre ou aleatória. Em todos os casos existem vencimentos de contratos, e as várias formas de determinar tais períodos criam particularidades bastante complexas para cada tipo de operação. Em alguns casos, por exemplo, a determinação de valor, de vencimento e de ativo derivado é estabelecida pelas duas partes da operação. Nos casos do Mercado a Termo e Opções, o vencimento é determinado no ato da formação do contrato e as operações realizadas criam um valor específico. No caso do Mercado a Termo, existe a necessidade do contrato ser formado à vista, diferente de operações em Opções que subentendem um valor determinado para ocupar uma posição de compra. Tal exigência cria uma característica de valor relativo relacionada à opção adquirida pelo comprador. Em resumo, independente da particularidade da operação, acontece a atribuição de valor a um contrato de compra ou venda futura que se relaciona diretamente com o preço do ativo primário. Necessitamos entender a funcionalidade de um Derivativo para que entendamos as características do Minicontrato, pois todas essas questões estão intrinsecamente relacionadas à constituição das características dos ativos operados futuramente. O caso realmente importante, aqui, é o do Mercado Futuro. Em tais operações, existe uma padronização por parte dos administradores de mercado sob as regras de vencimento determinando o fechamento de todos os Minicontratos ao fim do pregão. Isso significa que no momento da abertura de um pregão não há, em ativo, nenhuma ordem desta natureza. Isso gera uma característica intradiária como base desse tipo de operação que tem como possibilidade a execução baseada no ativo chamado de Minicontrato, citado anteriormente e conceito base deste capítulo. Antes de entendermos a função e conceituação do Minicontrato, precisamos tocar em um último ponto a respeito dos Derivativos. Diferente de um ativo primário, as operações futuras adquirem valor relativo a uma natureza especulativa. Ativos não necessitam de algo ou alguém para adquirirem tal característica, então, quando observamos um Derivativo, podemos perceber que se trata nada menos que um valor derivado de especulação. No caso de um ativo primário, o valor deriva de algo físico – uma commodity, uma paridade entre moedas, um índice, etc. –; no caso dos Derivativos, deriva de uma especulação, daí sua nomenclatura. Não existe, então, uma liquidez física para essa classe de ativos, o que termina diferenciando o preço do ativo primário, pois esse possui um vínculo direto com a materialidade. Considerando que os administradores de mercado são responsáveis pela saúde da instituição, as regras referentes à liquidez desse ativo, para que haja estabilidade de conjuntura e valor, são de responsabilidade de tais agentes financeiros. Por fim, é necessário salientar: ainda que a liquidez específica dos Derivativos contribua para a diferença de preço entre o ativo primário e seu derivado, a especulação, a questão de se tratar de um ativo diferente do primário e o fato de ser um futuro de ativo contribuem também – e talvez com maior peso – para a diferenciação existente. O conceito de alavancagem consiste na prática de investir em um ativo consideravelmente mais caro do que o valor investido inicialmente pelo operador. Tal prática só é possível na classe dos Derivativos, pois esse ativo se sustenta numa relação de cobertura por parte do investidor junto à quantidade de dinheiro investida, trataremos disso mais adiante. No fim das contas, o que realmente importa é a diferença entre os valores de compra e venda, pois eles determinam se o investidor possui lucro ou prejuízo e se este último cabe dentro dos valores investidos como garantia. mini contratos Em 1997, a CME (Chicago Mercantile Exchange), uma bolsa de Derivativos de Chicago, introduziu o conceito de Minicontrato para o índice americano S&P 500, um dos principais ativos do mundo. A situação exigia uma resposta rápida do mercado financeiro, pois o ativo havia ficado caro o suficiente para espantar a classe média de operações. O conceitofinanceiro introduzido pela bolsa de Chicago no dia 9 de Setembro daquele ano dizia respeito a fracionar o contrato “cheio” do S&P em 50 partes e construir um ambiente favorável para o desenvolvimento financeiro da classe média. Consequentemente, o Minicontrato atraía o bruto da economia nacional para a bolsa de valores. Essas duas questões são diretamente relacionadas: o volume de dinheiro operado por bolsas cujo valor do ativo é muito caro e a presença da classe média nos ativos, visto que um mercado composto de forma consideravelmente elitista possui menor volume de negociação. No Brasil, a B3 introduziu o conceito de Minicontrato no mercado fazendo a partição do ativo “cheio” em 100 partes, visto que o ativo é Derivativo e pode ter regras específicas determinadas pelos agentes administradores de mercado. O intuito era, justamente, o de atrair a classe média brasileira para as negociações da Bolsa, aumentando assim o volume de negociações diárias. Os principais ativos de futuros no Brasil, hoje, são o Dólar Mini e o Índice Mini. Para que tenhamos uma compreensão melhor da capacidade e da estrutura financeira que permite a entrada alavancada em tais ativos, observemos as características de cada um deles. Nesse caso, o valor mínimo para uma operação do Ibovespa “cheio” seria de R$15.000 para os 5 contratos. A ideia do Minicontrato entra na equação para fracionar o volume necessário e diminuir o fluxo de valorização/ desvalorização. A determinação para o Ibovespa Mini é a de que suas operações terão como base o valor de 20% do ativo “cheio”, o que modifica drasticamente a conta. Aproveitando o exemplo dado anteriormente: caso o índice Bovespa ocupe a posição de 100.000 pontos, o valor necessário para a operação será R$3.000. É importante salientar esse fato para que o operador perceba a capacidade de operar um ativo cujo valor é R$100.000 possuindo R$15.000 – no caso do índice “cheio” – ou R$3.000 – no caso do índice “mini”. Além disso, o Ibovespa Mini é um ativo com grande liquidez, o que o permite criar uma grande variação de pontuação diariamente e pode ser operado com operações de um contrato apenas. Podemos efetuar vendas descobertas justamente por se tratar de um ativo futuro, o que abre a possibilidade de operar tanto em tendências de alta, quanto em tendências de baixa. Os rendimentos ou perdas desse tipo de investimento são relacionados à diferença entre a compra e a venda – e vice-versa –, gerando alto potencial de lucro para o investidor que decide operar alavancado. Justamente por tais características, o ativo se mostra relativamente arriscado, visto que, seguindo a lógica do Minicontrato, operamos com base em valores maiores dos que investimos inicialmente. índice mini 100.000 x R$1 – 85% (pontuação do ativo) x (unidade para índice “cheio”) - (alíquota de corte) No caso do índice Bovespa, as negociações do ativo “cheio” se dão por meio de uma limitação mínima para compras – o investidor deve comprar, pelo menos, um lote de 5 ativos do “índice cheio”. Além disso, necessitamos de uma margem de garantia para abrir contratos de compra e venda futura, sendo 15% o valor tanto para índice “cheio” e “mini”, quanto para dólar “cheio” e “mini”. A conta a ser feita para encontrar valores mínimos deve ser a multiplicação, por exemplo, da pontuação do índice pela unidade base e a identificação do valor de 15% da quantia encontrada anteriormente. Especificamente para do índice “cheio”, a unidade é de R$1; caso o índice ocupe a posição de 100.000 pontos o cálculo seria: Identificação Meses G Fevereiro J Abril M Junho Q Agosto V Outubro Z Dezembro Identificação Meses F Janeiro G Fevereiro H Março J Abril K Maio M Junho N Julho Q Agosto U Setembro V Outro X Novembro Z Dezembro dólar mini O Dólar Mini segue a mesma lógica do Minicontrato para o índice, porém com diferenciações nos valores para abertura de contratos e para as datas de vencimentos. Primeiramente, a representação de valor do Dólar, no Brasil, se dá entre a paridade do Real com o Dólar possuindo seis dígitos. Tomaremos como exemplo o valor de 3.948,50. Os dois últimos números compõem o que chamamos de tick, conceito relacionado à variação mínima de um ativo numa plataforma de negociação. Tais números se movimentam como valor unitário – nesse caso, a unidade é “50” para tais casas decimais. Sendo assim, primeiro valor superior seria de 3.985,00 e o primeiro valor inferior seria o de 3.984,00. O cálculo da margem de cobertura dos futuros de Dólar se sustenta no cálculo no qual o valor representado entre tal paridade é relacionado aos valores de R$50.000 e R$5.000 para Dólar “cheio” e “mini”, respectivamente. Para saber mais sobre o universo das corretoras e os valores cobrados para mini contratos e margem de cobertura, acesse o site da RSB e baixe nosso Guia das Corretoras. Como todas as operações com derivativos, os contratos fracionados do principal índice brasileiro possuem um vencimento, apesar do fato de serem fechados todos ao fim do pregão. O ativo do Ibovespa “cheio” corresponde à nomenclatura “IND” e o Ibovespa Mini corresponde à “WIN”. Em ambos os casos, o ativo é acompanhado de uma letra de vencimento bimestral e dois números que correspondem ao ano em exercício – por exemplo: INDQ19 e WINQ19. Os vencimentos acontecem junto à mudança da letra de identificação. Segue a tabela de acordo com os meses: Utilizemos um valor “inteiro” para simplificar o exemplo: caso o Dólar tenha valor de mercado de 4.000,00, multiplicaremos tal valor por R$50.000 e R$5.000 e iremos retirar 85% para encontrar o capital mínimo para operações com Dólar futuro. No caso do Dólar “cheio”, esse valor seria de R$30.000 para operar um lote de 5 contratos – quantidade mínima também para tal ativo – ou de R$3.000 para o Dólar “mini”. Vale ressaltar que, diferente do Índice “mini”, no Minicontrato futuro de Dólar a valorização mínima relacionada a um tick é de R$5 – no caso do Ibovespa, a valorização seria de R$0,20. Por fim, as datas para fechamento de Dólar futuro são: margem de cobertura Além do que já comentamos anteriormente sobre a margem de cobertura contratual, existe uma margem de cobertura financeira relacionada ao agente intermediário. Considerando que, ao fim, nossos lucros e prejuízos são derivados de diferenças no posicionamento do preço do ativo operado, necessitamos ter também uma margem de garantia para continuar operando e nos certificar à corretora que iremos pagar nossas despesas operacionais. Isso acontece porque necessitamos efetuar o pagamento de corretagens, mensalidade da plataforma de negociação intradiária e outras taxas operacionais. Geralmente, as corretoras possuem um mecanismo de segurança no qual as posições do operador são zeradas caso este venha a ficar -70% do valor investido. Podemos resumir tal funcionalidade da seguinte maneira: o operador possui uma garantia de que pode ficar negativo em até 70% de x, sendo “x” o valor de montante investido por parte do operador, junto à corretora, durante o momento da execução da operação. Fora tais cálculos, por uma espontaneidade no mercado financeiro, os agentes intermediários – as corretoras – determinam um valor mínimo como margem de cobertura. Tal valor aponta para o mínimo de investimento que o operador necessita para a abertura de um Minicontrato; atualmente, os valores variam entre R$25 e R$80 dependendo da corretora escolhida pelo operador. Tocamos nesse ponto específico para informar ao leitor a evolução nas condições de investimento, a partir da criação de um ativo até o seu estabelecimento de forma mais robusta. plataformas Como comentamos anteriormente, plataformas de negociação intradiárias são utilizadas especificamente para operações na bolsa de valores em que o fechamento da operação tenha vencimento ao fim do pregão. Tais plataformas nos permitem executar operações de compra e venda, assim como analisaras oscilações no preço dos ativos utilizando indicadores. Voltaremos a comentar sobre o que são e quais as finalidades dos indicadores mais adiante, no módulo de análise técnica. O importante – além do fato de possibilitar operações – no caso das plataformas é a capacidade dada ao investidor de fazer análises por conseguir desenhar linhas de tendência, analisar picos (ou Topos) e Fundos de preço, fazer aproximações ou distanciamentos, identificar pontos de suporte e resistência e analisar players de mercado e como eles se posicionam. Existem várias plataformas de negociação no mercado para escolha do aspirante a operador. A plataforma escolhida pela RSB para operar é a de desenvolvimento da Nelogica® e se chama Profit Chart. Comentaremos a seguir sobre essa plataforma específica. profit chart A Nelogica® é uma desenvolvedora de plataformas voltadas para operações de diversas modalidades no mercado financeiro. A plataforma Profit, que conta com as versões ProfitTraining, ProfitOne, ProfitPlus e ProfitPro, está nas listas de plataformas das principais corretoras do país. De design simples e intuitivo, é uma ótima escolha tanto para o trader iniciante que está conhecendo as ferramentas de análise e as dinâmicas mercadológicas, quanto para quem já tem experiência e procura uma plataforma objetiva e funcional. Com recursos para perfis diversos, inclusive o Day Trade, a Profit une funcionalidades de tape reading e de análise técnica, dispondo do book de ofertas e do times and trades para leitura de fluxo, e de um arsenal de gráficos temporais e atemporais, proporcionando uma análise gráfica bastante completa. simulador e replay de mercadoplataforma de testes Simuladores de mercado são ferramentas de operações com dinheiro fictício, dentro das próprias plataformas, que nos permite colocar em prática o que aprendemos sobre análises de mercado sem que exista, necessariamente, um risco de operação – justamente porque o operador não está investindo seu dinheiro como base das operações. No caso dos replays de mercado, a ferramenta opera basicamente da mesma maneira que o simulador. Porém, diferentemente do simulador, o replay não acontece em paralelo ao pregão em ativo. Por isso, o simulador se limita a funcionar durante dias úteis em que a bolsa de valores brasileira (B3) está funcionando e o replay pode ser configurado fora do horário de funcionamento dos pregões. A Nelogica® disponibiliza o download grátis da plataforma para testes com duração de 15 dias. Passados os 15 dias, recomendamos o download da plataforma através de uma corretora a sua escolha (para mais informações, leia a cartilha “Guia das Corretoras RSB”). Para realizar o download gratuito da plataforma, é só seguir o tutorial abaixo: 1. Acesse o site da Nelogica® através do link<https://www.nelogica.com.br/>; 2. Na página inicial, clique em “Testar Agora”; 3. Selecione a plataforma que deseja testar, entre “ProfitTraining”, “ProfitOne”, “ProfitPlus” e “ProfitPro”. Nós, da RSB, recomendamos a ProfitPro por ser mais completa em funcionalidades e dispor das ferramentas necessárias para a compreensão e assimilação das técnicas ensinadas em sala de aula; 4. Selecionada a plataforma, você será encaminhado para um campo de login ou cadastro. Realize o cadastro, caso não o tenha feito, respondendo a algumas questões simples referentes a dados pessoais, de localização e complementares; 5. Realizado o cadastro, basta seguir o passo-a-passo recomendado no próprio site para download e instalação da plataforma escolhida. Para saber mais sobre as plataformas de negociação, acesse o site da RSB e baixe nossas cartilhas de contratação, instalação e configuração da sua ProfitChart Nelogica. mercado, mesmo que com dinheiro fictício, podendo fazer operações e testar seus Trade Systems. • SuperDOM Permite identificar a profundidade de mercado em uma ferramenta avançadíssima que permite envio, modificação e cancelamento de ordens com um clique, podendo observar os melhores preços para abertura de posições. • Replay Uma função importante que nos permite operar qualquer dia, de qualquer ativo, independente de hora. O operador pode entrar à noite, se estiver sem tempo pelo dia, para fazer suas operações e ainda tem a opção de acelerar o tempo; • Gerenciamento de Risco Dispõe de uma gestão de risco completa para traders, aprimorando o processo operacional e o controle de envio de ordens; • Relatório de performance Janela que compila seus dados de operação, separados por datas, mostrando porcentagens de acertos/perdas, na qual o operador tem uma visão ampla de suas operações. Sendo assim, vemos pontos a serem melhorados, evolução do patrimônio e grau de eficiência operacional. • Estratégias Dispõe de uma ferramenta com linguagem Delphi que possibilita desenvolver setups em um ambiente avançado, fazendo você se diferenciar dos demais traders. • Ordens OCO Possibilita encaminhar stop gain e loss automáticos, pré-definindo com facilidade suas saídas de ganho e de perda e, caso o gain seja executado, o loss é cancelado, e vice-e-versa. • Ordem Original Um mecanismo que exibe o tamanho da boleta originalmente encaminhada por determinado player, possibilitando que o operador perceba grandes agressões que pressionam os preços. • Livro Visual Permite observar o acumulado de ofertas por nível de preço diretamente no gráfico, exibindo pontos de baixa e de alta liquidez. • Filtro no Book Considera as ofertas relevantes, excluindo lotes pequenos e robôs do book do operador, otimizando a sua leitura de mercado. Serão citadas abaixo algumas funções da plataforma, que irão ajudar o operador a encontrar ferramentas que vão auxiliar sua operação. Vale lembrar que, cada corretora tem suas próprias funções, ou seja, antes de fazer seu contrato com ela, saiba se a mesma tem as funcionalidades que combinam com o seu perfil. • Sinal Real Time Auxilia no acompanhamento e na análise dos movimentos gráficos do mercado financeiro em tempo real de pregão. • Chart Trading Ferramenta geralmente usada para lançar ordens de compra ou venda diretamente no gráfico. • Livro de Ofertas Nos mostra o total de ofertas (compra e venda) no mercado, e as pressões de cada. Ou seja, a disputa entre compradores e vendedores. • Sistema de Gráficos Completo Programa que oferece gráficos de periodicidades diversas (30min, 10min, 5min), gráficos atemporais (Renko e por pontos) e recursos avançadíssimos como o gráfico tape reading. • Indicadores Disponibiliza indicadores técnicos que podem ser utilizados pelo operador para confirmar e guiar sua análise, a fim de obter uma boa entrada e saída em uma operação. • Times and Trades Mostra a atuação contínua dos players com ordens significativas, e reage às ações dos principais participantes do mercado. • Volume and Price Um gráfico em barras que identifica níveis de preço com alto volume de negociação e de atuação dos players, que servem como referências para suportes e resistências. • Netrix Função que monitora ofertas relevantes e atuação dos players, adiantando-se a grandes lotes e percebendo a força de liquidez compradora ou vendedora do mercado. • Módulo de Simulação Sistema integrado da plataforma que serve para que operadores iniciantes tenham a sensação de estar no funções do profit chart • Cross Order Encaminha ordens para minicontratos analisando as informações do contrato cheio (para dólar futuro e índice futuro) agilizando seu trading. • Mapa de Fluxo Ajuda a identificar preços de maior ou menor liquidez, percebendo a intenção de compra e venda dos participantes diretamente no gráfico e se há permanência dessas ordens. • Trailing Stop Permite definir a movimentação do seu stop loss à medida que o mercado vai a seu favor, alcançando maiores lucros e reduzindo os riscos no operacional. • Volume At MarketVerifica o acúmulo de ordens limitadas encaminhadas nos níveis de preço, apresentando análises a respeito de defesas de preço e de absorções de mercado. roteamento de ordens Além das opções de compra e venda contidas na boleta, também é possível programar uma compra ou uma venda diretamente no gráfico, segurando o botão do teclado referente à operação que se quer abrir/ programar e clicando no ponto desejado com o botão esquerdo do mouse, se guiando pela escala de preços. Para abrir uma ordem instantânea manualmente, ela deve ser colocada exatamente em cima do valor de mercado atual. É usual que as teclas de atalho sejam SHIFT para realizar compras, e ALT para realizar vendas. Existem quatro tipos de ordens: as abertas, as executadas, as canceladas e as rejeitadas. • Abertas São todas as ordens colocadas no gráfico que ainda não foram executadas, ou seja, que ainda não foram atingidas pelo valor de mercado. Logo, não passam de ordens programadas que podem ser livremente movimentadas e canceladas, além de não sofrerem incidência de corretagem; • Executadas São todas aquelas que já foram “tocadas” pelo mercado, ou que foram abertas instantaneamente, nas quais já se tem definida uma posição (o trader já está “comprado” ou “vendido”). A corretagem incide nas executadas. Para fechar uma ordem executada, precisa-se executar outra ordem de sentido contrário (caso haja uma compra em aberto, precisa-se executar uma venda, e vice-versa). • Canceladas São todas as ordens, executadas ou abertas, que foram canceladas. Quando uma ordem em aberto é cancelada, não se incide corretagem. Já quando uma ordem executada é cancelada, incide corretagem no cancelamento da mesma forma que incidiria em uma execução de sentido contrário para fechar a ordem. • Rejeitadas São as que, por qualquer razão (fundos insuficientes, problemas na plataforma, na corretora, no sistema, na internet, etc.) não puderam ser abertas e/ou executadas. Sobre essas ordens, não se cobra corretagem. • Ordens OCO É a combinação de duas entradas (stop loss/gain), em que, se uma for ativada, a outra é automaticamente cancelada. O que garante que, independente do movimento do preço, só uma ordem é executada. • Estratégia de Roteamento Permite que o planejamento de uma estratégia de entrada para cada método operacional do operador. Às vezes, o operador procura grandes oscilações no mercado, em outras ocasiões prefere buscar poucos pontos. Abrindo o editor de estratégia conseguimos fazer um sistema para cada método. análise técnica Antes de nos focarmos na Análise Técnica como um todo, precisamos primeiro entender os conceitos e as observações deixados por Charles Heny Dow, antigo jornalista, editor e fundador do Wall Street Journal. Suas ponderações a respeito do mercado de capitais serviram de base para a formação conceitual daquilo que viria a ser chamado de “Teoria de Dow”, termo utilizado pela primeira vez por S.A Nelson e título do livro escrito por Robert Rhea. Outro grande responsável pela formação da teoria, de forma mais robusta, foi William Hamilton, autor de O Barômetro do Mercado de Ações, no qual os fundamentos da análise de Dow foram abordados de forma mais detalhada. Por analisar de forma mais atenta a oscilação dos preços dos ativos, Dow percebeu um padrão de repetição nas oscilações financeiras: diferente da análise mais comum, na época, o jornalista se focou na relação dos ativos com o preço – motivo pelo qual é chamado de “pai da análise técnica”. Suas ponderações apontam na relação da valorização ou desvalorização de um ativo com o tempo e com os preços de fechamento. Isso significa que movimentos de queda não são, necessariamente, ruins. Desvalorizações podem significar correções de mercado e compor aquilo que a teoria batiza de “ondas” – tendo em vista que um conjunto das ondas pode ter uma direção, por exemplo, de valorização. Tais ondas podem ser analisadas de forma mais completa se divididas pelo período de análise: um maior, ou “movimento primário”, segundo Dow; um médio, ou “movimento secundário; e um menor, ou “movimento terciário”. a teoria de Dow O movimento primário tem como pressuposto a análise dos preços de um ativo num período longo (um ano, por exemplo) e é composto por movimentos secundários e terciários. Normalmente, tanto no Swing Trade quanto no Day Trade, serão protagonistas os movimentos secundários e terciários, pois estes são os mais frequentes em períodos mensais, semanais e diários. Ao postular sobre tais eventos envolvendo preço, tempo e fechamentos, Dow fundamenta o conceito de “tendência”, utilizado até hoje nas análises de mercado. Chamamos de “tendência de alta” o movimento de valorização de um ativo no qual os topos e fundos formados posteriormente são maiores que os formados anteriormente – assim como a “tendência de baixa” é formada pelo exato oposto. Sendo assim, um movimento primário é uma tendência de longo prazo formada por movimentos secundários e terciários; estes dois últimos movimentos se complementam e agem como impulsões e correções, conceitos abordados por Ralph Nelson Elliott. Movimentos secundários agem como “movimentos de correção”, pois vão de maneira contrária ao movimento primário. Segundo a teoria, este movimento é mais rápido e mais violento que um movimento primário e estabelece a formação de topos e fundos. Movimentos terciários, por sua vez, são diários e representam um “freio” da onda secundária; são movimentos mais indefinidos e com baixas variações de preço onde se percebe uma diminuição no volume de operações realizadas. Considerando tais ponderações de Dow, Hamilton analisou a formação de tais ondas e entendeu que movimentos secundários formam de 1/3 a 2/3 das variações de mercado e que, geralmente, ao fim de seus movimentos existe um período de “apatia” do ativo – onde podemos identificar a construção de uma movimento terciário. Sendo assim, a Teoria de Dow se fundamenta em seis pontos: 1º: Os índices levam em consideração todos os acontecimentos dignos de nota por parte do mercado: eventos políticos, acidentes, especulação; outros fatores que influenciam o preço do ativo são levados em consideração de forma natural e espontânea pelo mercado financeiro – se o índice protagoniza uma desvalorização, os ativos deste índice tendem a apresentar um movimento similar ao do índice e vice-versa; 2º: O mercado realiza três movimentos: primário, secundário e terciário; 3º: A tendência de maior prazo (primária) possui três estágios: o de acumulação, o de participação pública e o de distribuição. No primeiro estágio, grandes players de mercado se posicionam antes que os demais por ocuparem posições privilegiadas – por questões financeiras, de informação e de experiência; no segundo estágio, o grande público investidor percebe o início de uma tendência e segue tal direção até que o preço do ativo se torne alto o suficiente para os players começarem a finalizar as operações, o que caracteriza o estágio de distribuição; 4º: As médias construídas a partir dos ativos e dos índices devem apresentar um conjunto de confirmações: o índice de consumo de um país, por exemplo, deve estar confirmando a tendência do índice de ativos da bolsa deste mesmo país para que uma economia saudável seja identificada com veracidade; 5º: Formações de tendências vêm acompanhadas por aumento do volume como confirmação de que o mercado realmente confirma aquela direção que o ativo está seguindo – ainda assim, Dow considerava o preço de fechamento como sendo um indicador mais importante que o volume; 6º: Uma tendência continuará até que seus topos e fundos sejam rompidos por preços de fechamento. Rompimentos são constituídos quando, em uma tendência de alta, topos e fundos posteriores são formados com preço menores aos anteriores e o exato oposto em tendências de baixa. Tendo como pressuposto o conceito da Teoria de Dow, podemos entender aquiloque é batizado como Análise Técnica justamente por esta ser formada, testada e utilizada para operações que se sustentam naquilo que Dow nos deixou como estudo de mercado. Como vimos anteriormente, o jornalista se atentou à procura de padrões na movimentação dos preços, independente de outros fatores, justamente por considerar que o preço “desconta tudo”. É justamente nisso que consiste a Análise Técnica: o pensamento que podemos entender em que contexto o mercado está, o que já aconteceu e o que tende a acontecer. Levaremos em conta pontos apresentados anteriormente para fundamentar os princípios de tal análise e identificar as informações mais importantes para nos guiar em nossas operações. As próximas abordagens são de essencial importância para entender como e quanto utilizar a Análise Técnica, e todo operador do mercado financeiro que pretende fazer investimentos se baseando nos preços dos ativos deve internalizar tais abordagens: 1º: As variações de preço, no mercado público de ações, descontam tudo. Isso quer dizer que podemos operar com ativos diretamente na visualização de preço, pois o próprio mercado balanceia tais informações naturalmente, como afirmamos anteriormente. A grande questão desse ponto diz respeito, justamente, àqueles que utilizam da modalidade de investimento intradiário (Day Trade). As variações de mercado acontecem em tempo real, e o operador deve estar bem informado sobre possíveis oscilações de mercado relacionadas aos contextos políticos e econômicos, pois tais oscilações acontecem em tempo real durante investimentos mais curtos. 2º: A movimentação dos preços cria padrões gráficos de tendência. Uma movimentação financeira saudável nunca acontece em quedas ou valorizações ininterruptas. Todo ativo que se tende a uma valorização passa por situações de desvalorização para uma correção de preço – tal correção é necessária para evitar a saturação de mercado. Sendo assim, ativos em tendência de queda se valorizam para corrigir seu preço, assim como ativos em tendência de alta caem para correr uma correção de preço. A identificação de tendências é fundamental para análises técnicas e para fundamentar operações. 3º: O mercado público de ações opera sob uma lógica de repetições. Quando identificamos um movimento primário, a informação que obtemos é de que o mais provável é que o mercado continue tal movimento – até que nos sejam apresentados indicativos de reversão. Em resumo: sabemos que o mercado se repete, dadas as circunstâncias. Tudo está diretamente conectado ao pensamento de que operamos junto com outros seres humanos e ninguém está ileso ao contexto psicológico. Sendo assim, existe uma presença muito grande da psicologia coletiva no mercado público de ações – as motivações de compra e venda estão diretamente ligadas a tal contexto, e isso tem um grande impacto no mercado, principalmente na questão ligada às tendências. fundamentos da análise técnica por que utilizar a análise técnica? Análises, principalmente para o investidor iniciante, não são utilizadas individualmente na maioria dos casos. As análises, técnica ou fundamentalista, são também sustentadas entre si quando um investidor utiliza notícias e o contexto político e econômico para dar entradas em operações. Tratando do investidor de operações intradiárias de forma mais específica, a Análise Técnica é interessante por conseguir limitar o acúmulo de informações, sua interpretação e a tomada de decisão com base na visualização de preço. No caso de swing traders, estes possuem a possibilidade de visualizar tendências e entender melhores pontos de entrada para operações – quando, por exemplo, um preço atinge seu fundo ao fim de uma correção e começa a dar continuidade a uma tendência. É uma forma de condensar todas as informações necessárias para tomar a decisão de comprar ou não um ativo, de forma que a Análise Fundamentalista se torna uma confirmação daquela informação colhida na Análise Técnica. Além disso, o operador que faz uso de tal método analítico possui a capacidade de identificar preços e movimentações importantes de um determinado ativo – suportes, resistências, perda de volume, ou indefinições que indicam operações perigosas – com mais rapidez. Por último, necessitamos tocar no ponto da especulação financeira. O mercado de capitais é um mercado especulativo e, no fim das contas, o que realmente o movimenta e influencia as decisões de compra e venda é a oferta e demanda, assim como as agressões ao preço. Considerando que o preço desconta tudo, segundo Dow, temos uma visualização de mercado na qual essa dinâmica de compradores e vendedores é que realmente determina as direções de mercado e podemos ter análises mais fidedignas para investimentos mais curtos – entre dias, semanas e alguns meses. gráficos da análise técnica Neste capítulo apresentaremos o que está representado nos gráficos da Análise Técnica, assim como suas diferentes visualizações, períodos e escalas – das mais utilizadas até as suas alternativas. Precisaremos entender como são feitas as representações e quais informações podemos extrair delas antes de começar a tentar entender como interpretar as variações de preço. Nos aprofundaremos mais em tal questão no próximo capítulo deste material. Além disso, tentaremos explicar a relação entre a representação gráfica do preço dos ativos e a sua relação com a quantidade de operações executadas. A variação dos preços está diretamente ligada às pressões exercidas pelos players de mercado cuja participação na especulação é decisiva. Portanto, é interessante termos em mente a importância de entender quais forças de mercado estão presentes na construção da oscilação de preço para confirmar ou contrapor nossas análises. período ou frequência É muito comum nos depararmos com o conceito de “período” ou “frequência”, sendo batizado de “time- frame” pelos agentes de mercado, pela literatura ou por envolvidos com a prática financeira de forma geral. Independentemente da forma de visualização gráfica escolhida pelo operador, escolhemos um intervalo de tempo ou de valorização/desvalorização de preço para basear nossa análise. As variações de preço dos ativos são, muitas vezes, aceleradas o suficiente para criar desafios na hora de serem representadas de forma coesa: imaginemos que analisamos um gráfico de linhas em que a ponta de tal linha muda instantaneamente à cada mudança de preço do ativo em questão. Ficaria impossível de analisar de forma clara tal representação. Conseguimos contornar tal adversidade criando um determinado intervalo – de preço do ativo ou de tempo – para que, por exemplo, a ponta da linha só crie uma posição estável depois que o intervalo se mostre completo. Em resumo: determinamos que a ponta da linha ficará se movimentando durante um determinado período (ou frequência) até que este seja finalizado. Podemos determinar frequências de dias, horas, minutos ou de uma distância de preços, independente de qual seja. Interessante pontuar que quanto menor o período determinado para efetuar uma análise mais imediato é seu resultado, portanto time-frames menores são, geralmente, utilizados para operações de Day Trade. Em contrapartida, podemos utilizar períodos maiores para fazer análises técnicas direcionadas à modalidade do Swing Trade, um ponto importante para exemplificar a versatilidade da Análise Técnica. preços escalas Utilizemos mais uma vez o exemplo dado anteriormente: se determinarmos um período onde uma linha marca o preço de fechamento do intervalo, teremos um preço de abertura – o fechamento da frequência anterior – e um preço de fechamento. Olhares mais atentos podem perceber que perdemos informações importantes se nos utilizarmos de tal visualização gráfica. Preços de máxima e mínima são igualmente importantes para nossa análise, ainda que os preços de fechamento sejam os que realmente determinam rompimentos, reversões e mudanças de tendência.Enquanto não nos aprofundamos de fato nas representações gráficas, podemos não entender de fato a importância e a forma como tais preços são apontados de forma coesa mas, por ora, necessitamos apenas nos ater à existência de quatro preços dentro de um período: • Abertura: o preço inicial do ativo escolhido durante um determinado período; • Fechamento: o último preço deste mesmo ativo dentro do intervalo definido; • Máxima: o maior preço atingido durante a frequência escolhida; • Mínima: o menor preço negociado pelos investidores para um ativo numa determinada frequência. Além disso, outra informação necessária ao analisar as oscilações de preço de um ativo é o volume negociado durante o período escolhido. Tal informação pode nos apontar a volatilidade do ativo mostrando a facilidade ou a dificuldade em ocorrer uma variação de preço. São formas de representação da variação do preço do ativo que estão diretamente ligadas às características pessoais de cada operador, assim como suas respectivas modalidades de investimento. Trabalhamos, de forma geral, com duas formas de representação de tal variação: • Escala Aritmética: Utilizada de forma mais numerosa dentro do mercado financeiro, determina a visualização da variação de preço do ativo se baseando em uma unidade. No caso das ações, tais unidades são os próprios centavos presentes na variação de preço; no caso de índices, possuímos uma escala em pontos. Independente do ativo, as variações desta escala são feitas de forma que 1 é 1 de fato. Então, se temos uma valorização de 1 ponto ou 1 real num ativo, a representação da escala não mudará de acordo com o investimento do operador, mas mostrará o quanto o ativo valorizou ou desvalorizou no período determinado em escalas iguais; fluxo Diretamente ligado ao volume de negociação de um ativo, temos o fluxo de negociação. Antes de nos aprofundarmos em suas particularidades, devemos chamar a atenção do leitor ao nosso objetivo em abordar o fluxo neste material. Existe uma estratégia de análise do mercado que se baseia única e exclusivamente nos movimentos do mercado, o Tape Reading. Nos “pregões viva voz”, antes da migração completa das negociações para home brokers e plataformas de negociação, as operações lançadas no mercado eram impressas numa fita que poderia ser lida e analisada pelos investidores para que estes se informem sobre como os grandes players estariam se comportando. Atualmente, diferente dos antigos pregões, possuímos algumas ferramentas que podemos utilizar para analisar tal fluxo – os livros de ofertas abertos e fechados e a ferramenta “Times and Trades”. Existem algumas diferenças entre a análise antiga de tal fluxo e a atual mas não entraremos em tais pormenores justamente porque não é nosso objetivo aqui introduzir o investidor ou potencial investidor na análise do Tape Reading, mas precisaremos, mais adiante, da compreensão de fluxo para que saibamos identificar preços de difícil ultrapassagem de um determinado ativo – os suportes ou resistências, abordaremos melhor esta questão posteriormente. Nosso objetivo introduzindo o conceito de fluxo neste material é justamente ajudar o leitor a entender a importância da movimentação de preço na oscilação do mercado e como identificar sinais para confirmação ou contraponto da Análise Técnica. O conceito de Fluxo é assim batizado por subintender a característica fluída do mercado. A maioria dos ativos operados de forma mais numerosa no Mercado Público de Ações têm uma variação de preço considerável, mesmo em operações intradiárias, e tal fenômeno determina preços onde o investidor teria um melhor ponto de entrada para uma operação. • Escala Logarítmica Utilizada em menor número, permite que o investidor tenha uma ideia de seus ganhos ou perdas em forma de porcentagem. Tal escala utiliza uma distância de preço que subintende uma valorização de 100% no investimento, ou seja, a distância representada entre R$2 e R$4 é a mesma que representada entre R$4 e R$8, pois se o investidor fez a compra de um ativo no preço de R$5, para ter uma valorização de 100%, o ativo precisará valorizar até o valor de R$10. Logo, as distâncias entre todos esses valores são representadas tendo proporções iguais, o que facilita a análise de ganhos ou perdas em percentuais e não em valores. Isso se dá pelo fato de que as oscilações do mercado são diretamente ligadas à relação das compras e vendas com agressões: um preço só se modifica porque alguém paga mais caro ou mais barato. Em ativos com grande volume de negociações, como o índice Futuro ou o Dólar Futuro, as pressões de compra e venda determinam a direção para onde o preço do ativo aponta, grosso modo. Para que uma tendência seja executada de forma saudável, precisamos de correções de preço antes que a tendência seja seguida, como vimos no capítulo anterior. Tomando isso como base, podemos entender que existem players de mercado que estão interessados em criar valorizações ou desvalorizações de um ativo para benefício próprio, tendo o ganho como objetivo. Tais personagens possuem a capacidade de criar pressões no mercado para que o ativo pare ou continue uma tendência, aumentando o volume de negociação e indicando boas entradas para o investidor pessoal. Isso acontece, pois o interesse pessoal na valorização ou desvalorização do ativo motiva a pressão comentada anteriormente. As agressões citadas acima terminam criando uma variação de preço, na qual existem dois preços principais; próximo ao preço ofertado pelo mercado para um ativo, podemos perceber os melhores preços para venda e compra. Um operador cujo objetivo é comprar não irá escolher uma posição longe do preço ofertado, pois pagaria mais caro que o menor preço de venda ofertado. Assim como o operador que deseja vender procura o menor ponto de compra para alocar sua operação. Isso só existe, pois quem compra escolhe comprar mais barato e quem vende escolhe vender mais caro; é uma relação de agressão, pois um dos lados sai lesado da operação, a priori. Sendo assim, temos indicativos para encontrar o preço real de um ativo observando o fluxo de compra e venda. Geralmente tais preços são de difícil ultrapassagem por parte do ativo justamente pela dificuldade de atingir determinado patamar, pois, se tal preço é alcançado, um dos dois pesos de mercado sai perdendo na dinâmica de compradores e vendedores. Para que fique mais claro: imaginemos a situação onde um operador de carros adquire um carro com um ano de uso. O fato de ser um carro usado desvaloriza seu preço e torna a operação atrativa para o investidor, que paga um valor consideravelmente menor que o dono inicial. Independentemente da motivação do dono inicial do veículo de efetuar a venda, o investidor criou uma situação de agressão financeira para lucrar com a operação. Voltando para ativos do mercado financeiro, se um determinado preço está sendo ocupado em grande quantidade por parte dos vendedores, existe uma parcela considerável de operadores que irão ser agredidos por parte do mercado se aquele preço específico for alcançado e eventualmente rompido. Não faria sentido vender um ativo num preço mais barato que aquele que o mercado está ofertando, pois assim o vendedor estaria sendo agredido por parte dos compradores. Por fim, se possuímos um grande volume de contratos de compra numa determinada posição, o mais comum é que tal posição esteja abaixo do preço ofertado pelo mercado para aquele ativo. A dificuldade em atingir tal ponto se dá justamente pelo fato de que existem compradores dispostos a pagar mais caro que este valor específico, o que termina segurando o preço e evitando sua queda. O fluxo nos permite, então, encontrar pontos de difícil alcance e ultrapassagem por parte do ativo, assim como a identificação de quais players estão comprando, vendendo, em qual volume de negociação e em qual preço estão posicionados. Também conhecidocomo “Book de ofertas”, possui duas formas de visualização para que fique mais completo o entendimento do operador por parte dos lançamentos que ainda não foram executados (livro fechado) e dos que já foram executados (livro aberto). Estes nomes são dados justamente por relacionar a natureza da operação em curso, se ela foi já foi “aberta” ou não. No caso do Book aberto, podemos identificar quais players já executaram ações de compra ou venda, o tamanho do lote operado e a pontuação aonde foi posicionado o lançamento. Já no Book fechado, temos uma visualização do tamanho dos lotes posicionados em uma pontuação e a quantidade de operadores responsáveis por tais operações sem que tenhamos a informação de quem está criando tais lançamentos. Essas duas visualizações se complementam para que tenhamos uma melhor compreensão dos responsáveis pela oscilação do ativo e quais as suas intenções. Nosso objetivo ao analisar o fluxo por meio do Book é encontrar preços que nos ajudem a efetuar operações de forma mais consistente e proteger nosso capital. Podemos nos basear no exemplo de uma operação cujo objetivo é conquistar um ganho considerável. Para “surfarmos” no mercado, devemos movimentar nosso Stop Gain algumas vezes, ao longo da operação (como comentado no capítulo 3 deste material), e utilizar preços com grande volume de negociação para garantir um lucro na operação, proteger o capital pessoal e nos reservar de sermos colocados para fora da operação por uma variação de mercado. A partir do momento que possuímos informações sobre o fluxo financeiro, podemos nos aproveitar das pressões compradora e vendedora para confirmar pontos de entrada e proteger nosso capital investido e/ou nosso lucro. livro de ofertas gráficos de candle Candlesticks são formas gráficas de visualizar os quatro preços principais durante um período e são também as formas de visualização do preço de um ativo mais utilizadas no mundo para a Análise Técnica. É uma estrutura criada no Japão, nas antigas bolsas de arroz de Osaka, como mencionamos anteriormente, e ocidentalizada pelo investidor Steven Nison. Tal estrutura ficou popular dentro do mercado público de ações justamente por agrupar os quatro preços principais da frequência determinada pelo operador de forma gráfica e permitindo uma análise de preço mais consistente, coesa e rápida. Seu nome no ocidente faz referência à aparência da estrutura de uma vela, pois possui um corpo – responsável por representar a variação de preço entre abertura e fechamento – e um “pavio” ou “sombra” – que indica os preços de máxima e mínima, se existentes. Geralmente são representados pelas cores verde e vermelho para simbolizar valorização ou desvalorização durante o período, respectivamente. Conceitualmente é importante entender a construção dessa estrutura para conseguir extrair todas as informações de variação de preço que um candle pode oferecer ao investidor: estruturas que apontam para uma desvalorização têm um preço de abertura maior que o preço de fechamento e por isso são simbolizadas pela cor vermelha – e o exato oposto para estruturas de valorização. Entender a formação dos candles nos ajuda também a compreender melhor a importância dos time-frames para nossas análises. Num período de 15 minutos, por exemplo, temos, na maioria dos casos, uma marcação de máxima e mínima, pois é um período suficiente para que o ativo crie uma variação de preço considerável; sendo assim, teremos outros tipos de representação linha Existem outras formas de representação gráfica da oscilação do preço, resultando nas mais diversas expressões visuais, que podem levar em consideração outras questões, que não necessariamente o tempo, para construir suas estruturas. É o alinhamento dos pontos de fechamento dos preços negociados. Sua desvantagem se dá na relação da sua incapacidade prática de demonstrar preços importantes para a análise dos investidores. Preços de máxima e mínima ficam perdidos ao fechamento do time-frame, marcando apenas os preços de fechamento. a marcação do preço de abertura deste candle, seus preços de máxima e mínima e seu preço de fechamento, que aponta para o preço do ativo exatamente 15 minutos após a abertura. Vale lembrar também que o candle subentende que o período de intervalo entre sua abertura e seu fechamento é medido se baseando exclusivamente no tempo, independentemente dos valores que o ativo atingiu em suas movimentações. Tal questão cria vantagens e desvantagens para essa representação, pois é uma estrutura mais aleatória, como veremos mais adiante, mas que possui uma capacidade específica de criar padrões que se repetem. A análise da construção gráfica de candles é batizada de Price Action, e alguns dos conceitos postulados por tal análise apontam para a repetição gráfica de alguns “tipos” de candle. Podemos, por exemplo, entender qual é a força de uma tendência se estamos entrando em uma correção no preço do ativo ou se existe perda de volume financeiro durante o período determinado, tudo isso pela representação gráfica do candle. Falaremos mais sobre isso posteriormente. R$50 R$60 R$70 R$80 R$90 R$100 Nov Dez Jan Fev áreas e barras OHLC renko Assemelha-se na forma de representação de preço ao gráfico de linha, mas leva em consideração outras particularidades do mercado como Volume Financeiro. Tais particularidades são inseridas no gráfico por meio de histogramas – janelas que são configuradas, geralmente, junto ao gráfico para nos apresentar um indicador de mercado e que permitem combinar análises do preço de um ativo em uma determinada hora, em conjunto com as informações do indicador. Assemelha-se muito à ideia de Candlestick, mas nos apresenta barras com marcações para aberturas e fechamentos. A parte do corpo da barra que ultrapassa esses níveis de abertura e fechamento funciona da mesma maneira que as “sombras” dos candles, e nos indicam os preços de mínima e máxima. Estrutura de representação gráfica, também japonesa, focada exclusivamente no preço. Como contraponto à forma construída pelos candles com base no tempo, o Renko é construído baseado na variação de preço. Podemos determinar o intervalo de variação por tick – variação mínima do ativo num gráfico – sendo este último equivalente a um Renko. Por exemplo: a determinação de que uma plataforma de negociação irá apresentar valores de oscilação de preço do Índice Futuro num valor de seis Renko significa dizer que meu ativo terá um período de seis ticks – ou seja, trinta pontos. Isso quer dizer que o período entre a abertura e o fechamento de um Renko é de trinta pontos, independentemente do tempo necessário para que ocorra tal movimentação. Diferente de outras estruturas já citadas, o Renko não possui “sombra”: o termo que batiza tal representação gráfica significa “tijolo” em japonês e é justamente o que o Renko se propõe, ser uma estrutura sólida, sem “sombras” e que mostra apensa a variação de preço. Sua grande vantagem é uma leitura de tendências mais fácil que na análise de candles. Em contrapartida, sua desvantagem aponta justamente para o fato de não existirem valores de mínima e máxima e pela maior popularidade do candle como forma de representação mais comum e, portanto, mais estudada e compreendida. heikin-ashi Uma ferramenta de análise técnica que cria médias de preço para eliminar uma variação violenta de mercado. Tem como objetivo criar um valor médio das movimentações financeiras numa determinada “vela” e ajuda a identificar topos e fundos de uma tendência para facilitar a visualização das informações do mercado por parte do operador. Possui a capacidade de retirar informações muitas vezes desnecessárias para a análise do operador, mas possui a desvantagem de não representar o preço de forma pontual – como no Renko e nos candles. Além disso, para que a estrutura gráfica entregue informações suficientes para