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É um processo que confere à população os meios para assegurar um maior controle e melhoria de sua própria saúde, não se limitando apenas as ações de responsabilidade do setor saúde. A definição do campo da prática das Equipes de Saúde Bucal na Atenção Básica extrapola os limites da boca, o que exige na composição que suas ações integrem diferentes. Ações que devem integrar a prática das equipes de saúde bucal na atenção básica; Significam intervenções para mudar circunstancias sociais e ambientais que afetam a saúde coletivamente e que possam conduzir a ambientes saudáveis; Envolvem estabelecimento de parcerias com setores e atores fora da área da saúde. AÇÕES E POLÍTICAS: Promover desenvolvimento social; Possibilitar o acesso a saneamento básico e o incentivo a fluoretação das águas de abastecimento; Contribuir para o combate do fumo e uso do álcool; Incentivar dietas mais saudáveis; Contribuir para garantia da proteção de trabalho; Contribuir para o trabalho transversal de conteúdos de saúde bucal no currículo escolar, através do aproveitamento da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação. A educação em saúde bucal deve fornecer instrumentos para fortalecer a autonomia dos usuários no controle do processo saúde doença e na condução de seus hábitos. Sua finalidade é difundir elementos, respeitando a cultura local, que possam contribuir com o empoderamento dos sujeitos coletivos, tornando-os capazes de autogerirem seus processos de saúde- doença, sua vida, com vistas à melhoria da sua qualidade de vida. ABORDAGENS: Principais doenças bucais (manifestação e prevenção); Importância do autocuidado, da higiene bucal, da escovação com dentifrício fluoretado e o uso do fio dental; Cuidados serem tomados para evitar a fluorose; Orientações gerais sobre dieta; Orientação para autoexame da boca; Cuidados imediatos após traumatismo dentário; Prevenção à exposição ao sol sem proteção; Prevenção ao uso de álcool e fumo. PLANEJAMENTO O planejamento das ações educativas deve ser feito em conjunto com a equipe de saúde, principalmente em relação às ações propostas por ciclo de vida, condição de vida, e por fatores de risco comum para várias doenças; A educação em saúde deve ser parte das atribuições comuns a todos os membros da equipe de saúde bucal, mas os profissionais auxiliares podem ser as pessoas ideais para conduzir o trabalho nos grupos. O ACS tem papel relevante na divulgação de informações sobre a saúde bucal, devendo a equipe de saúde bucal orientar o seu trabalho; A presença do CD é importante em momentos pontuais e no planejamento das ações. ASPECTOS IMPORTANTES: Respeito à individualidade. Contextualização nas diversas realidades, incluindo as possibilidades de mudança. Respeito à cultura local. Respeito à linguagem popular para encaminhar uma construção conjunta da prática. Ética. Auto percepção de saúde bucal. Reflexão sanitária: o processo de educação em saúde deve capacitar os usuários para participar das decisões relativas à saúde. Uso de metodologias adequadas a cada situação e a cada grupo etário. ENFOQUES DAS AÇÕES EDUCATIVAS NO NÍVEL COLETIVO: População: └ Atividades educativas voltadas para a população como um todo. └ Abordagem em conjunto no nível da equipe de saúde, de forma multiprofissional, de fatores de risco, como tabagismo, alcoolismo, exposição ao sol sem proteção, dieta, entre outros. Grupos e espaços sociais: └ Identificar no território possíveis grupos para serem trabalhados a partir de critérios de risco, possibilidade de atuação e recursos disponíveis. Grupos operativos na unidade de saúde: └ Grupos formados para a problematização das questões de saúde bucal, integração e a democratização do conhecimento; └ Trabalhar minimamente a causalidade dos agravos, formas de prevenção, a revelação de placa e a escovação supervisionada. Famílias: └ Incluir as atividades educativas na rotina do trabalho dos agentes comunitários de saúde e da Equipe Saúde da Família; └ A partir de critérios de risco ou da identificado do núcleo familiar como um fator determinante no processo saúde- doença. Indivíduos: └ Realizada em todas as etapas do tratamento, de forma particularizada para atender as necessidades individuais, visando a autonomia no cuidado. ATIVIDADES: Atividades lúdicas; Visita e assistência domiciliar Levantamento de necessidades Ações coletivas de educação em saúde Rodas de conversas Atividades nas escolas e creches Acolhimento e atenção básica Atividades clínicas e urgências Referência e contra-referência Instituído em 2007, o PSE é uma política intersetorial da saúde e da educação. Por meio deste, as políticas de saúde e educação voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos se unem para promover saúde e educação integral; A articulação intersetorial das redes públicas de saúde e de educação e das demais redes sociais para o desenvolvimento das ações do PSE implica mais do que ofertas de serviços num mesmo território, pois deve propiciar a sustentabilidade das ações a partir da conformação de redes de corresponsabilidade; A implantação do PSE proporcionou de forma mais efetiva, a presença das equipes de saúde da família dentro das escolas, o que traz benefícios para a população de crianças e jovens assistidos; A articulação entre Escola e a Atenção Primária à Saúde (APS) é a base do PSE; Também implica refletir sobre como esses serviços estão se relacionando, qual comunicação estabelecido entre padrão de diferentes as equipes e serviços, qual o modelo de atenção ao público escolar e qual o modelo de gestão intersetorial produzidos nesses serviços; AÇÕES E POLÍTICAS Desenvolve-se ações extra clínicas voltadas para o atendimento clínico e encaminhamento para especialidades em áreas afins; Tem público alvo a faixa etária de 0 à 17 anos, e são realizadas atividades como: └ Avaliação antropométrica; └ Verificação da situação vacinal; └ Saúde bucal; └ Saúde ocular; └ Saúde auditiva; └ Desenvolvimento de linguagem e identificação de possíveis sinais relacionados às doenças. Na Odontologia: São realizadas ações envolvendo a avaliação das condições de saúde bucal e promoção de saúde bucal. Assim, o cirurgião-dentista e a equipe de saúde bucal identificam sinais sintomas relacionados a alterações identificadas em educandos matriculados nas escolas participantes do Programa. PSE – SAÚDE BUCAL Educação em Saúde: └ A educação em saúde deve ser parte das atribuições de todos os membros das equipes de Atenção Primária e pode fazer parte dos conteúdos do currículo escolar ministrado pelo professor com orientação da Equipe de Saúde Bucal Escovação dental supervisionada: └ O planejamento das ações educativas deve ser feito em parceria com a escola, sendo indispensável a presença do cirurgião-dentista e dos professores. └ A educação em saúde pode ser parte das atribuições de todos os membros das equipes de Atenção Primária e pode fazer parte dos conteúdos do currículo escolar ministrado pelo professor com orientação da Equipe de Saúde Bucal. ADESÃO DOS MUNICÍPIOS AO PSE O repasse dos incentivos financeiros de custeio das ações do programa ocorrerá via fundo a fundo, no Piso Variável de Atenção Primária, anualmente e em parcela única, com valor calculado a partir do número de educandos pactuados, e recalculado no segundo ano do ciclo pelo mesmo fator A adesão será por escola. O município deverá indicar as escolas de Educação Básica da rede pública e creches conveniadas que participarão do programa Os registrosdas informações sobre as atividades realizadas deverão ser efetuados, no sistema de informação da Atenção Básica em Saúde (SISAB). FORTALEZA - PSE O Município de Fortaleza fez adesão ao PSE e também a Estratégia NutriSUS. NUTRISUS: tem objetivo de potencializar o pleno desenvolvimento infantil, a prevenção e o controle da anemia e outras carências nutricionais específicas na infância; └ Ocorre por meio de dois ciclos de fortificação planejados dentro de um ano letivo em creches públicas ou conveniadas ao poder público. Um ciclo é realizado no 1º semestre do ano e o outro ciclo no 2º semestre, com intervalo de 3 a 4 meses. PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DAS AÇÕES DA SAÚDE BUCAL NOS ESCOLARES: Planejamento intersetorial: └ Problematização dos objetivos da ação de saúde bucal no PSE, territorialização e discussão sobre a viabilidade e as condições das equipes para mobilizar os educandos e suas famílias. └ Providenciar materiais e local adequado para realizar a avalição para construção de um projeto intersetorial de cuidado a saúde bucal. └ Definição conjunta de um plano de ação com os atores envolvidos num processo de avaliação das condições de saúde bucal (profissionais de educação, merendeiras, funcionários, educandos, pais/responsáveis, equipes da atenção básica e da saúde bucal) que articule ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos e avaliação dos riscos e vulnerabilidade do ambiente escolar. └ Definir número de educandos a serem avaliados, datas e horários mais adequados, espaço físico na escola, produção do documento de consentimento das famílias e aceite dos estudantes e outros. └ Organizar e pactuar fluxo de atendimento para os casos que necessitem de atendimento e continuidade do cuidado. 5. Planejamento do encontro com as famílias para envolvê-las na ação. Reunião com as famílias e responsáveis: └ A atividade deve envolver famílias e responsáveis no projeto de saúde bucal e na ação de avaliação; └ Aproximar as equipes de saúde e educação dos saberes que eles têm sobre saúde bucal; └ Realizar esclarecimentos sobre a condução da avaliação, fluxo de atendimento para os casos que necessitarem de continuidade do cuidado e obtenção do consentimento. Realização da avaliação de saúde bucal: └ Equipe de saúde bucal - conduzir a avaliação considerando as seguintes condições: Dor de dente nas últimas 4 semanas; Dentes cavitados por cárie; Dentes fraturados; Restaurações fraturadas; Alterações de tecidos moles; Alterações periodontais severas; Alterações oclusais severas. └ Avaliar exposição a fatores de risco a doenças bucais: Consumo frequente de açúcar; Uso de produtos de tabaco nos últimos 30 dias; Higiene corporal e bucal deficiente; Histórico de trauma dental associado a acidente/violência. Avaliação intersetorial do ambiente escolar: └ Realizar avaliação em conjunto com os profissionais da educação; os familiares e os educandos também podem participar. └ Assuntos abordados: Disponibilidade de alimentos saudáveis; Disponibilidade de espaços para higiene bucal; Estratégias para controle de violência; Estratégias para controle de acidentes; Estratégias para controle da iniciação e uso do tabaco. Registro e análise dos resultados: └ Realizar uma análise das situações em que há boas condições de saúde e das situações onde há alteração dessas condições. └ Por meio desse levantamento, realizado pela equipe de saúde bucal, poderá ser feito um mapeamento das necessidades e potencialidades de saúde bucal dos educandos da escola. Discussão intersetorial de resultados: └ Os resultados da sistematização da avaliação precisam ser debatidos entre a equipe de educação e saúde para que planejem a continuidade de um projeto de saúde bucal comprometido com a produção de saúde e educação integral. └ A partir desses resultados serão definidas as ações mais interessantes para serem realizadas. └ A sistematização e apresentação dos resultados para os estudantes, suas famílias e/ou responsáveis, pode ser uma ferramenta importante para provocar a participação desses atores no planejamento de ações e a corresponsabilidade pela melhoria da situação de saúde do território. SUGESTÕES DE AÇÕES DE PROMOÇÃO E PROTEÇÃO DA SAÚDE BUCAL Inserção de ações de promoção da saúde bucal e prevenção de doenças e agravos no projeto político pedagógico das escolas: └ Participação da equipe de saúde nas reuniões de planejamento escolar para discutir a promoção de saúde integral na escola e pactuar a realização de atividades de saúde bucal e de atividades de educação em saúde previstas no plano de trabalho. Atividades de educação em saúde previstas no plano de trabalho da escola: └ Formação intersetorial de profissionais de educação e saúde para trabalharem os temas de saúde bucal com os escolares; └ Planejamento e desenvolvimento das atividades de educação em saúde bucal, abordando os temas propostos ao longo do Caderno por meio de: debates, oficinas de saúde, vídeos, teatro, conversas em grupo, cartazes, folhetos e outros que estejam integrados ao projeto de saúde bucal construído intersetorialmente. └ Capacitação de estudantes, para serem multiplicadores dos temas e das práticas de cuidado a saúde bucal na escola. Desenvolvimento de política de ambiente saudável nas escolas: └ Trabalhar de forma intersetorial a indução da oferta de alimentos saudáveis a escolares; └ Propor oficinas de discussões sobre a relação do uso de tabaco, álcool e outras drogas com a saúde bucal. EQUIPE RESPONSÁVEL NO PSE └ Os próprios educandos └ Profissionais da educação └ Famílias e membros da comunidade local └ Cirurgião-dentista └ Técnico em Saúde Bucal └ Auxiliar em Saúde Bucal São responsáveis pelo desenvolvimento das ações técnicas vinculadas à avaliação de saúde bucal dos educandos Porém, é essencial a participação direta de toda a comunidade escolar, bem como de outros profissionais das equipes de saúde atuantes no território compartilhado, para o reconhecimento de necessidades e desenvolvimento de atividades coletivas na escola. MATERIAIS NECESSÁRIOS Luvas de procedimento descartáveis; Espátulas de madeira Lixeiras Algodão Gaze Fichas de Atendimento Individual do E- SUS/AB para registro das informações de avaliação da saúde bucal Caneta FREQUÊNCIA RECOMENDADA Preferencialmente, uma vez ao ano, em todos os níveis de ensino, para possibilitar o planejamento de ações intersetoriais de forma a manter um processo dinâmico de mapeamento da situação da saúde bucal nas escolas. QUESTÕES TÉCNICAS, ÉTICAS E LEGAIS Deverá ser observada a Lei nº 11.889, de 24 de dezembro de 2008, que regulamenta o exercício das profissões de Técnico em Saúde Bucal - TSB e de Auxiliar em Saúde Bucal - ASB A frequência da realização das ações referentes à aplicação tópica de flúor e escovação supervisionada será determinada pelo resultado obtido na avaliação da saúde bucal de todos os educandos A ação de escovação supervisionada realizada por profissionais da saúde (escovação supervisionada direta) deverá ocorrer minimamente duas vezes ao ano e a realizada por educadores (escovação supervisionada indireta) poderá ocorrer mais vezes no cotidiano escolar.
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