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Prova Nutrição Animal 1 b

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Prova Nutrição
QUESTÃO 1 (VALOR: 1,0) *
As alterações no metabolismo de lipídeos são comuns em cães e podem levar a quadros de dislipidemia e demais complicações. Elas podem estar associadas à obesidade, idade, raça, fatores genéticos e doenças endócrinas. Considere o seguinte relato de caso:“Foi atendida em uma Clínica Veterinária em Fortaleza, uma cadela da raça Poodle, com 06 anos de idade. A tutora a levou para uma avaliação clínica de rotina, já que a cadela havia histórico de alteração de alanina aminotransferase (ALT) persistente por cerca de dois anos, porém com a normalização após esse período. A dieta baseava-se em ração de baixo teor lipídico, porém a cadela apresentava sobrepeso e era castrada. Diante dessa situação, a veterinária solicitou hemograma completo e algumas dosagens bioquímicas séricas. Os resultados dos exames laboratoriais são apresentados na TABELA 1. Diante do exposto, RECOMENDE três medidas nutricionais adequadas, considerando a dieta atual deste animal.
Considerando a dieta atual deste animal que já é baseada em ração de baixo teor lipídico, recomenda-se a complementação da dieta restrita com ácidos graxos poliinsaturados (ômega-3, ômega-6)- (óleo de peixe), Gemfibrozil (fármaco) e niacina (vitamina), ingestão de proteína (60g/1000Kcal)- frango por exemplo, para diminuir as concentrações de lipídeos circulantes. Além disso também recomenda-se atividade física progressiva. 
Reavaliação do animal de 4 a 8 semanas após o início da dieta.
QUESTÃO 2 (VALOR 0,5) *
Tendo em vista a grande variedade de suas funções e a magnitude de seus requisitos, a água pode ser considerada o nutriente essencial mais importante para os animais. A água é o maior constituinte do corpo, e a manutenção estável de sua quantidade é rigidamente controlada nos mamíferos e aves. O corpo da maioria dos animais pode perder praticamente toda a gordura e acima da metade da proteína e sobreviver, enquanto a perda de um décimo da água pode resultar em morte. Nutricionalmente podemos classificar a água em duas formas distintas quanto a sua origem, assim, CITE estas duas formas de água e DIFERENCIE-AS quanto à origem.
Podemos classificar a água de acordo com a sua origem em endógena e exógena. A exógena é proveniente dos alimentos, da água contida nos alimentos, já a endógena é proveniente das reações químicas que ocorrem no organismo com liberação de água, como água liberada durante a síntese de proteínas, polissacarídeos, lipídios e ácidos nucleicos e no final da respiração celular.
QUESTÃO 3 (VALOR 0,5) *
Avalie o seguinte fragmento de texto retirado de uma nota técnica da página oficial da Associação Científica Brasileira De Cunicultura (ACBC).“- Ai credo, coelho come “coco”, que nojo!” ou “- Coelho tem coprofagia”. Quantas vezes vocês, criadores e/ou tratadores de coelhos, já escutaram essas frases? Tenho certeza que muitas.”Com base nos conteúdos abordados em sala, ELABORE uma resposta técnica adequada para o comentário inadequado apresentado acima em destaque.
QUESTÃO 4 (VALOR 0,5) *
Por definição, acidose é o decréscimo de excesso de bases nos fluídos corporais em relação à quantidade de ácidos (STEDMAN. 1982). A acidose ruminal é uma alteração aguda ou crônica, sendo problema frequente em ruminantes com dietas ricas em concentrados (OWENS et al., 1998). Sobre acidose ruminal, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
· O processo de acidose começa quando o ruminante consome grandes quantidades de lipídeos, o que dá início a mudanças severas no rúmen, as quais resultam em mudanças sistêmicas.
· A baixa concentração de glicose ruminal gera ambiente propício para a rápida reprodução de microrganismos produtores de lactato, principalmente o Streptococcus bovis. Isto aumenta da osmolaridade do rúmen, reduz a absorção dos ácidos graxos de cadeia curta pela parede ruminal, o que colabora com o processo de acidificação ruminal.
· Quanto maior a concentração de ácido propiônico no rúmen, mais baixo fica o pH ruminal, além de haver predominância das bactérias gram-positivas (Streptococcus bovis) que são produtoras de ácido lático ocorrendo a acidose aguda, mais comumente encontrada em bovinos de corte por estarem em uma dieta rica em carboidratos estruturais, chamadas de dieta de baixo grão.
· A capacidade individual de bovinos de corte em adaptar-se a desafios metabólicos de dietas com alta concentração de grãos facilmente fermentáveis é sempre baixa.
· As bactérias que fermentam glicose em lactato são insensíveis ao baixo pH, porém, as bactérias utilizadoras de lactato são sensíveis ao pH mais ácido, o que leva ao grande acúmulo desse produto reduzindo o pH do rúmen a valores menores que 5,7
QUESTÃO 5 (VALOR 0,5) *
A proteína é um dos nutrientes mais nobres para os seres vivos, estando envolvida em funções vitais diversas no organismo, tais como: crescimento e reparo dos tecidos, catálise enzimática, transporte e armazenamento, movimento coordenado, sustentação mecânica, proteção imunitária, geração e transmissão de impulsos nervosos e da diferenciação celular. Portanto, garantir adequado suprimento proteico aos animais significa provê-los de um nutriente essencial para a manutenção da sua homeostase, propiciando de forma eficiente as respostas na produção. Os ruminantes apresentam peculiaridades em sua nutrição proteica, no entanto, tem suas demandas proteicas atendidas por meio da absorção dos aminoácidos no intestino delgado, como qualquer outro animal. Com relação as peculiaridades na degradação e síntese proteica dos ruminantes, JULGUE AS AFIRMATIVAS ABAIXO E, EM SEGUIDA, ASSINALE A(s) QUE FOR(em) VERDADEIRA(s)
· A proteína bruta contida nos alimentos dos ruminantes é composta por uma fração degradável no rúmen (PDR) e uma fração não-degradável no rúmen (PNDR). A fração degradável dá origem a peptídeos, aminoácidos e amônia, que são carreados até o intestino onde são absorvidos e então utilizados pelo organismo do animal para seu metabolismo de mantença, produção, lactação, dentre outros.
· A proteína microbiana é normalmente a segunda principal fonte de proteína metabolizável para ruminantes, sendo a proteína verdadeira contida no alimento, que chega até o abomaso (PNDR), a principal fonte proteica para os ruminantes.
· A degradação das proteínas no rúmen ocorre pela ação de enzimas (proteases, peptidases e de aminases) secretadas pelos microrganismos ruminais. Esses microrganismos degradam a PDR da PB.
· A fração PNDR contida na PB dos alimentos, passa pelo rúmen sem sofrer ataques microbiano, e chega até o abomaso, onde passa por processos de digestão similar ao que ocorre em monogástricos.
QUESTÃO 6 (VALOR 0,5) *
A tripsina é sintetizada pelas células acinares do pâncreas, sob a forma de uma pró-enzima inativa, denominada tripsinogênio, a qual é secretada no duodeno através do suco pancreático. A dosagem da tripsina no plasma foi introduzida após o desenvolvimento de testes imunológicos (radioimunoensaio) que determinam o tripsinogênio, precursor da tripsina, presente no plasma e que é antigenicamente similar a esta. A técnica é mais utilizada em cães, dosando no plasma após jejum de doze horas. Uma concentração plasmática baixa de tripsinogênio (<2,3 ug/L) está relacionada com insuficiência pancreática exócrina. Níveis elevados de tripsinogênio (>30 ug/L) são observados em casos de pancreatite aguda. Considere uma situação hipotética onde os níveis de tripsinogênio estejam abaixo de 2,3 ug/L e DESCREVA nutricionalmente as possíveis desordens geradas em decorrência dessa deficiência.
Insuficiência pancreática exócrina (IPE) caracteriza-se pela incapacidade do pâncreas de secretar enzimas digestivas decorrentes da diminuição do tecido acinar do pâncreas acarretando uma má digestão e absorção de nutrientes. Isso irá interromper a ingestão de nutrientes acarretando em efeitos colaterais como atrofia pancreática (AAP), inflamação do pâncreas, desnutrição já que a absorção dos nutrientes está deficiente, desordens no estômago que acarreta crescimento microbiano anormal, aumento na produção de fezes,diarreia, produção de gás em excesso.
QUESTÃO 7 (VALOR 1,0) *
Leia atentamente o seguinte fragmento de experimento:“Para avaliar o efeito do uso oral de omeprazol em ruminantes adultos saudáveis, foram utilizados cinco ovinos machos, com dois anos de idade, hígidos e providos de cânula abomasal, que ou não receberam nada (grupo controle) ou receberam omeprazol oral em pasta, na dose de 4 mg/kg de peso vivo a cada 24 horas, durante 7 dias, em delineamento experimental de cross-over, com período de 'wash-out' de 7 dias. Diariamente os animais foram avaliados clinicamente e foram realizados o hemograma, a hemogasometria venosa; a mensuração dos eletrólitos, o perfil bioquímico, a concentração de pepsinogênio e o pH abomasal, urinário e fecal. Foi realizada, no último dia do período experimental a curva de 24 horas, com intervalo de duas horas, para o pH abomasal e o pepsinogênio sérico.” Sabendo que o omeprazol reduz a secreção ácida gástrica por meio da inibição específica da enzima H+/K+-ATPase (“bomba de prótons”) nas células parietais, DESENVOLVA uma teoria baseada em argumentos científicos sobre a quantidade de extremidades amino e carboxi terminais aromáticas que provavelmente alcançarão o duodeno destes animais.
O processo de digestão e absorção de proteínas é comprometido com o uso de antiácidos como o omeprazol, justamente pela redução da secreção gástrica , a qual é necessária para o processo de digestão. Sem a secreção de HCL não ocorre ativação de pepsinogênio (enzima proteica inativa), que quando ativado é convertido em pepsina (enzima ativa que age sobre os radicais específicos dos aminoácidos) que agem desdobrando a proteína em peptídeos simples, os quais seriam clivados pelas proteases em uma extremidade amino e uma carboxi. Podemos dizer então que a quantidade de extremidades amino e carboxi que chegarão no duodeno desta forma é pouca ou quase nula, devido a redução da secreção gástrica pelo omeprazol comprometendo esse processo de digestão/ clivagem das proteínas.
QUESTÃO 8 (VALOR 0,5) *
O perfil metabólico (PM) é um exame complementar empregado no estudo e diagnóstico de desequilíbrios nutricionais, que mede, em amostras de tecidos ou fluidos de animais representativos de um rebanho, a concentração de metabólitos indicadores de energia, proteínas e minerais, comparando seus resultados com valores referenciais populacionais. São objetivos do perfil metabólico: (i) avaliar a condição metabólica nutricional de um grupo de animais, (ii) diagnosticar a presença de transtornos metabólicos em um rebanho, (iii) manter um controle do balanço metabólico e condição sanitária do rebanho, e (iv) servir de instrumento de avaliação metabólica em ensaios.Em gado de leite, por exemplo, um dos transtornos metabólicos mais frequentemente diagnosticados é o aumento de ß-OH-butirato por deficiência de energia, entretanto, é sabido que o butirato é um produto comum do metabolismo de carboidratos. Assim, EXPLIQUE o motivo pelo qual a deficiência energética em ruminantes pode acarretar o aumento deste composto.
O BHB pode ser utilizado como fonte de energia e na síntese de gordura no leite, por isso quando existe um déficit de energia em decorrência da alta demanda de glicose para produzir lactose, ocorre a produção excessiva de corpos cetônicos (cetose), aumentando o BHB.