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Aula 04 - Condição Juridica do Estrangeiro

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AULA 05: CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO
Prof. Iris Saraiva Russowsky
CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO
Aqui teremos a análise de alguns aspectos de entrada e saída do estrangeiro, asilo e refúgio, deportação, expulsão e extradição. 
Existe um princípio atribuído a entrada de estrangeiros em qualquer país que é desdobramento do atributo da soberania, que é o PRINCÍPIO DA ADMISSÃO DISCRICIONÁRIA DE ESTRANGEIRO – em princípio, salvo se o próprio Estado se autolimitar, nenhum estado é obrigado a admitir estrangeiro em seu território, explicando-se através desse princípio o porque o Estado limita a entrada de estrangeiros e pode ter discricionariedade em admitir esses estrangeiros. 
REGIME DE ADMISSÃO DE ESTRANGEIRO – regime geral de imigração
Normalmente os estados usam VISTOS e ISENÇÃO DE VISTOS para filtrar os fluxos. 
A) NATUREZA JURÍDICA DO VISTO. 
Para o estrangeiro o visto é mera expectativa de direito à entrada. 
Para o Estado o visto é um mecanismo pelo qual a autoridade consular auxilia a polícia de imigrações. 
A existência de visto não obriga a polícia de imigração a deixar o estrangeiro entrar, ele pode ter visto e não entrar no Brasil, o visto não é vinculativo. 
B) IMPEDIMENTO À ENTRADA. Impedimento de ingresso. Art. 45 e seguintes da lei 13.445. 
A situação em que a autoridade imigratória impede o estrangeiro de entrar quando ele se apresenta, determinando seu retorno imediato, NÃO CONSTITUI DEPORTAÇÃO, mas sim impedimento à entrada.
Art. 45.  Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual e mediante ato fundamentado, a pessoa:
I - anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da expulsão vigorarem;
II - condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002;
III - condenada ou respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira;
IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil perante organismo internacional;
V - que apresente documento de viagem que:
a) não seja válido para o Brasil;
b) esteja com o prazo de validade vencido; ou
c) esteja com rasura ou indício de falsificação;
VI - que não apresente documento de viagem ou documento de identidade, quando admitido;
VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o visto ou com o motivo alegado para a isenção de visto;
VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado documentação ou prestado informação falsa por ocasião da solicitação de visto; ou
IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal.
Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar no País por motivo de raça, religião, nacionalidade, pertinência a grupo social ou opinião política.
REGIME ESPECIAL DE IMIGRAÇÃO
É regime especial consistente nos institutos:
ASILO.
REFÚGIO HUMANITÁRIO.
São regimes especiais de admissão de estrangeiros que se encontram em dificuldade em seu país de origem. 
A) ASILO POLÍTICO. NOÇÕES GERAIS.
Art. 27 da lei 13.445/17. Art. 27.  O asilo político, que constitui ato discricionário do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será outorgado como instrumento de proteção à pessoa.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre as condições para a concessão e a manutenção de asilo.
O asilo politico, quer o territorial ou o diplomático, é sempre de concessão discricionária. A atribuição é quase sempre do chefe de estado. INTUITO PERSONAE. 
Além Disso, o asilo politico é instrumento de politica externa, não sendo instrumento de politica internacional humanitária. Assim, o estrangeiro pode ser protegido por conta da concessão do asilo politico, mas o estado asilante concede o asilo político como forma de condução de política externa, o que nem sempre será nobre. 
O requisito principal é o crime imputado ao asilante ter natureza política. 
O asilo politico serve em razão de perseguição à pessoas, personalidades públicas. 
Com a guerra fria, até houve uma espécie de surto de utilização do asilo politico, sobretudo por parte dos países ocidentais que vinham ao ocidente, mas não é nenhuma regra de DIP que projete o asilo diplomático, sobretudo o diplomático, para fora do continente americano. 
A.1) ASILO TERRITORIAL. quando o requerente está em território nacional.
A.2) ASILO DIPLOMÁTICO. É cautelar e as vezes antecipatório. quando o requerente está em país estrangeiro e pede asilo à embaixada brasileira 
Asilo político diplomático é concebido por Rezek como "uma forma provisória do asilo político" [09], pois refere-se a um "estágio provisório, uma ponte para o asilo territorial, a consumar-se no solo daquele mesmo país cuja embaixada acolheu o fugitivo, ou eventualmente no solo de um terceiro país que o aceite". [10] Assim, essa categoria jurídica não é dotada de definitividade, apenas subsistindo enquanto é providenciada a condução do indivíduo para um asilo político territorial.
ATENÇÃO: Caso HAYA DE LA TORRE. De La Torre era um dissidente político, que havia comandado uma rebelião militar no peru, e pediu asilo na embaixada da Colômbia em Lima. 
 
O caso colombiano-peruano do Direito de Asilo tem a sua origem em um asilo concedido em 3 de janeiro de 1949 pelo Embaixador da Colômbia em Lima a Victor Raul Haya de la Torre, líder de um partido político peruano, a Aliança Popular Revolucionária Americana. Em 3 de outubro de 1948, uma rebelião militar estourou no Peru e Haya de la Torre foi apontado como responsável de tê-la suscitado e dirigido. Ele foi procurado em vão pelas autoridades peruanas. Em seguida, no momento em que foi asilado, o Embaixador colombiano em Lima demandou para este um salvo-conduto para deixar o país, qualificando-o como refugiado político. O governo do Peru recusou: segundo este, Haya de la Torre havia cometido crimes de direito comum e não poderia ser beneficiado com o asilo. Não entrando em acordo, a Colômbia e o Peru submeteram à Corte algumas questões sobre a controvérsia surgida entre eles. Essas questões foram especificadas em uma demanda apresentada pela Colômbia e em uma demanda reconvencional apresentada pelo Peru. 
Em sua sentença, a Corte, por 14 votos a 2, declarou que a Colômbia não tinha o direito de qualificar unilateralmente, de maneira obrigatória para o Peru , a natureza do delito; por 15 votos a 1, declarou que o governo do Peru não era obrigado a entregar o salvo-conduto ao asilado. Entretanto, rejeitou, por 15 votos a 1, a tese invocada pelo Peru, segundo a qual Haya de la Torre era acusado de delitos de direito comum: a Corte constatou que a única acusação contra Haya de la Torre era a de rebelião militar, o que não configura crime comum. Enfim, por 10 votos a 6, a Corte, sem criticar a atitude do Embaixador da Colômbia em Lima, considerou que as condições necessárias para que o asilo pudesse ser concedido em conformidade com os tratados pertinentes não estavam reunidas no momento em que Haya de la Torre foi acolhido na Embaixada. 
Com efeito, segundo a interpretação que a Corte deu à Convenção de Havana, o asilo não pode figurar como obstáculo a persecuções empreendidas pelas autoridades judiciárias agindo conforme as leis. 
Ex.: caso Julian Assange.
Julian é criador do Wikileaks, site que publica documentos confidenciais de governos e denúncias anônimas sobre assuntos considerados “delicados”. 
Em maio o ativista politico e fundador do WikiLeaks Julian Assange foi condenado à extradição para a Suécia pela justiça britânica. Embora ele pudesse ter apelado da decisão, Assange decidiu procurar asilo na embaixada do Equador no Reino Unido (ASILO DIPLOMÁTICO). Hoje, pouco mais de dois meses desde que o ativista se refugiou no local, o governo do país oficialmente concedeu asilo político ao ativista. 
Desde 2012 ele se encontra em embaixadaEquatoriana em Londres. Em 2017 o governo equatoriano reitera o asilo já concedido, requisitando para o governo britânico salvo-conduto para Assange desfrutar de seu asilo em solo equatoriano. 
Ex.: Chen Guangcheng é um dos mais conhecidos ativistas chineses. Cego e pai de uma filha, seu caso começa em 2005. No dia 7 de Setembro, Chen organizou um movimento contra a cidade de Lyin, na província de Shandong. O motivo do protesto seria um controle exagerado da política do filho único – que permite que os cidadãos chineses tenham apenas um filho na vida.
O caldo engrossou quando Chen foi a julgamento em julho do mesmo ano por “destruição de propriedade e por juntar uma multidão para atrapalhar o tráfego”. O curioso é que os três advogados de Chen foram detidos pela polícia e não puderam entrar no tribunal. Chen foi sentenciado a 4 anos e 3 meses de prisão. Ele cumpriu a pena e foi considerado um homem livre pelo governo, mas, misteriosamente, vários policiais passaram a monitorar sua casa. Uma incrível parte cinematográfica acontece agora: Chen pulou o muro de sua casa no dia 22 de abril de 2012 e, com a ajuda de outros ativistas, foi para Pequim e conseguiu asilo político nos Estados Unidos. Final feliz para Chen.
Ex.: Caso Zelaya. Concessão de asilo diplomático a Manuel Zelaya, presidente deposto e exilado de Honduras, que regressou ao seu país, e encontra-se, neste momento na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Apesar de Zelaya não ter apresentado um pedido formal de asilo político ao Brasil o fato de Zelaya ter se abrigado na embaixada brasileira já caracteriza concessão provisória de asilo. No caso Zelaya afastam-se os elementos configurativos do refúgio. Pois bem, o caso de Zelaya reúne as condições de asilo diplomático previstas nas convenções latino-americanas, parecendo, neste caso, que o Brasil realmente concedeu um asilo cometido pela prática de crime político, como prevê as disposições internacionais 
Ex.: Edward Snowden.
O ativista Edward Snowden, ex-funcionário da CIA que ganhou notoriedade depois de revelar programas secretos de vigilância conduzidos pela NSA, agência de segurança americana, vive na Rússia desde junho de 2013. Para os EUA, Snowden é um fugitivo. No país, o norte-americano é acusado de espionagem e roubo de propriedade governamental. Exilou-se na Rússia alegando perseguição política e, posteriormente, solicitou asilo no país e foi atendido pelo governo russo.
B) REFÚGIO. 
Esse surge após a 2ª Guerra como resposta, inspirada no asilo politico, para grandes perseguições à minorias e não à pessoas como o asilo politico. 
O Refugio surge com uma convenção, sendo universal, existindo uma Convenção da ONU dispondo do estatuto dos refugiados, sendo o Brasil membro, regulada pela lei 9434/97. Esta lei cria para o estrangeiro em duas hipóteses um direito público subjetivo ao refugo:
Fundado temor de perseguição por pertencer a minoria étnica, racial, politica, social e religiosa.
Quando houver grave e generalizada violação de DH em seu pais. 
 
A lei 9434 traz o principio do NON REFOULEMENT com alta densidade, assim, o estrangeiro não pode retornar ao local onde sua vida esteja em perigo e a mera entrega do pedido de refugio suspende o procedimento de retorno do estrangeiro. O refugiado a probabilidade de chegar indocumentado ou documento falso é muito grande, pois há risco de não chegarem com documentos verdadeiros, assim, haverá a suspensão do pedido de retorno do refugiado requerente, mesmo que tenha usado documentos falsos. 
 
Os pedidos de refúgio são analisados pelo CONARE, que é colegiado interinstitucional, inserido na estrutura do MJ, contando com a participação da sociedade civil, cabendo recurso da negativa para o Ministro de Estado da Justiça. Essas regras não contemplam discricionariedade administrativa, pois há direito público do estrangeiro. 
A decisão quer de concessão ou negativa de recurso é passível de controle judiciário, pois é controle de legalidade.
ATENÇÃO: no caso de Battisti o STF possibilitou a revisão de atos de concessão ou negativa de refugio. 
REGIME DE SAÍDA DO ESTRANGEIRO: DEPORTAÇÃO E EXPULSÃO E EXTRADIÇÃO
Além do regime comum de saída que consiste na mera apresentação à policia de imigrações, há regimes especiais, que é a expulsão e deportação. 
A deportação e expulsão são unilaterais
A) DEPORTAÇÃO. Art. 50 da lei 13.445/17 trata da deportação. 
A deportação é menos grave que a expulsão. A deportação é formal administrativa enquanto a expulsão é material politica. 
O pressuposto da deportação é a existência de um vicio formal na entrada ou estada do estrangeiro. Ex.: estrangeiro vem com visto de turista e trabalha – trabalho não é ilícito em si, mas o titulo de admissão do estrangeiro era limitado ao turismo. 
Normalmente o visto temporário, que tem várias modalidades, sendo uma delas de estudante. A regulamentação dos vistos temporários compete ao Conselho Nacional de Imigração, e a regulamentação para estudante comporta algum tipo de exercício de atividade remunerada. 
A deportação é um procedimento vinculado, além disso, nesse procedimento a autoridade imigratória concede ao estrangeiro, se ele for irregular, prazo para retirar-se do território nacional. A deportação só se faz de diante de irregularidade imigratória, por exemplo, entrou sem visto. 
Art. 50.  A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória irregular em território nacional.
§ 1o  A deportação será precedida de notificação pessoal ao deportando, da qual constem, expressamente, as irregularidades verificadas e prazo para a regularização não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser prorrogado, por igual período, por despacho fundamentado e mediante compromisso de a pessoa manter atualizadas suas informações domiciliares.
§ 2o  A notificação prevista no § 1o não impede a livre circulação em território nacional, devendo o deportando informar seu domicílio e suas atividades.
§ 3o  Vencido o prazo do § 1o sem que se regularize a situação migratória, a deportação poderá ser executada.
§ 4o  A deportação não exclui eventuais direitos adquiridos em relações contratuais ou decorrentes da lei brasileira.
§ 5o  A saída voluntária de pessoa notificada para deixar o País equivale ao cumprimento da notificação de deportação para todos os fins.
§ 6o  O prazo previsto no § 1o poderá ser reduzido nos casos que se enquadrem no inciso IX do art. 45.
Art. 51.  Os procedimentos conducentes à deportação devem respeitar o contraditório e a ampla defesa e a garantia de recurso com efeito suspensivo.
§ 1o  A Defensoria Pública da União deverá ser notificada, preferencialmente por meio eletrônico, para prestação de assistência ao deportando em todos os procedimentos administrativos de deportação.
§ 2o  A ausência de manifestação da Defensoria Pública da União, desde que prévia e devidamente notificada, não impedirá a efetivação da medida de deportação.
Art. 52.  Em se tratando de apátrida, o procedimento de deportação dependerá de prévia autorização da autoridade competente.
Art. 53.  Não se procederá à deportação se a medida configurar extradição não admitida pela legislação brasileira.
B) EXPULSÃO.
É mais seria, grave. Impede o estrangeiro de retornar ao Brasil.
A expulsão tem como pressuposto não uma irregularidade, mas sim uma CONDUTA DO ESTRANGEIRO SOBRE A QUAL RECAI UM JUIZO NORMATIVO DISCRICIONÁRIO DE DESVALOR JURÍDICO-POLITICO. A lei 6815, AGORA LEI 13.445/17, prevê múltiplas dessas condutas, ora em termos mais amplos, ora em termos menos amplos. 
No Brasil a expulsão mais frequente e a que se faz na sequencia de uma condenação penal transitada em julgada, sendo a pratica de crime pressuposto de expulsão. 
Esse procedimento corre no Ministério da Justiça: inquérito de expulsão. Esse inquérito uma vez concluído é levado ao PR que delibera.
A expulsão e a revogação da expulsão se fazem por decreto.
Prazo da expulsão: art. 54, par. 4 lei. 
§ 4º O prazode vigência da medida de impedimento vinculada aos efeitos da expulsão será proporcional ao prazo total da pena aplicada e nunca será superior ao dobro de seu tempo
Art. 54.  A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado.
§ 1o  Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em julgado relativa à prática de:
I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002; ou
II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional.
§ 2o  Caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a duração do impedimento de reingresso e a suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão, observado o disposto nesta Lei.
§ 3o  O processamento da expulsão em caso de crime comum não prejudicará a progressão de regime, o cumprimento da pena, a suspensão condicional do processo, a comutação da pena ou a concessão de pena alternativa, de indulto coletivo ou individual, de anistia ou de quaisquer benefícios concedidos em igualdade de condições ao nacional brasileiro.
§ 4o  O prazo de vigência da medida de impedimento vinculada aos efeitos da expulsão será proporcional ao prazo total da pena aplicada e nunca será superior ao dobro de seu tempo.
Art. 55.  Não se procederá à expulsão quando:
I - a medida configurar extradição inadmitida pela legislação brasileira;
II - o expulsando:
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;
b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente;
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo desde então no País;
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) anos, considerados a gravidade e o fundamento da expulsão; ou
e) (VETADO).
Art. 56.  Regulamento definirá procedimentos para apresentação e processamento de pedidos de suspensão e de revogação dos efeitos das medidas de expulsão e de impedimento de ingresso e permanência em território nacional.
Art. 57.  Regulamento disporá sobre condições especiais de autorização de residência para viabilizar medidas de ressocialização a migrante e a visitante em cumprimento de penas aplicadas ou executadas em território nacional.
Art. 58.  No processo de expulsão serão garantidos o contraditório e a ampla defesa.
§ 1o  A Defensoria Pública da União será notificada da instauração de processo de expulsão, se não houver defensor constituído.
§ 2o  Caberá pedido de reconsideração da decisão sobre a expulsão no prazo de 10 (dez) dias, a contar da notificação pessoal do expulsando.
Art. 59.  Será considerada regular a situação migratória do expulsando cujo processo esteja pendente de decisão, nas condições previstas no art. 55.
Art. 60.  A existência de processo de expulsão não impede a saída voluntária do expulsando do País.
ATENÇÃO: o estrangeiro expulso não pode reingressar no pais. Tem-se essa vedação, sendo crime tipificado no art. 338 CP o reingresso do estrangeiro expulso. 
ATENÇÃO 2: cabe prisão ‘administrativa” para fins de expulsão, nas mesmas condições que cabe para deportação. Na expulsão a prisão vai até 90 dias, enquanto que na deportação vai até 60 dias. 
C) EXTRADIÇÃO. Diferente do que foi estudado na deportação e na expulsão, na extradição não há qualquer INICIATIVA DAS AUTORIDADES LOCAIS, pois é sempre requerida por outra potência estrangeira, além disso, nesse caso participará a cúpula do judiciário do Estado envolvido, no caso do Brasil o STF.
C.1) Denomina-se extradição o ato pelo qual um Estado entrega à justiça repressiva de outro , a pdido deste, indivíduo processado ou condenado criminalmente e lá refugiado para que possa ser julgado ou cumpri pena que já lhe foi imposta.
C.2) É justificada a extradição pelo princípio de que a ninguém é lícito subtrair-se às consequências das infrações penais que comete. A extradição só se opera em práticas de infrações penais, não tendo lugar quando da prática de ilícito civil ou administrativo, fiscal, etc. 
C.3) é meio mais antigo e tradicional da cooperação penal internacional, sendo MEIO PROCESSUAL INTERNACIONAL ADEQUADO PARA FAZER PRESENTE O INFRATOR PERANTE O JUÍZO CRIMINAL. 
C.4) FONTES. 
Tratados internacionais de extradição, bem como, na sua ausência as declarações de reciprocidade (no Brasil a lei 6815 admitia no art. 76, tendo artigo identico na nova lei de imigração que revogou o Estatuto).
As leis sobre extradição. 
Jurisprudência. 
Usus e costumes. 
C.5) Natureza jurídica da extradição. É instituto da cooperação penal internacional. É instituto de direito processual criminal internacional, visando assistência jurídica mutua. 
C.6) condições para concessão:
Processo penal em andamento.
Fato descrito como crime seja tipificado em ambas as lei. Dupla imputação. 
Não ser o crime objeto do processo crime político. 
O estado jurídico requerente deve ser possuidor de ordenamento jurídico que respeite os DFs . Ex.: estado requerente com previsão de aplicação da pena de morte. 
CASO ABADIA. Extradição 1103 STF.
STF autoriza extradição de Juan Carlos Abadia
Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Extradição (EXT) 1103 do colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, solicitada pelo governo norte-americano. Abadia tem contra si mandado de prisão, no estado de Nova Iorque, pelos crimes de empreendimento criminoso continuado, conspiração para importação e distribuição internacional de cocaína, além de conspiração para lavagem de dinheiro.
O colombiano é considerado pela Polícia Federal como um dos maiores traficantes de drogas do mundo. Ao votar no sentido de aceitar o pedido do governo norte-americano, o ministro Eros Grau lembrou que a concordância de Abadia com sua extradição, alegada por seu advogado, não deve ser levada em conta nesse julgamento. Muito menos a conveniência ou não de sua extradição. “Quem vai decidir isso é o Presidente da República”, frisou o relator.
Eros Grau disse entender que o Supremo deve aceitar o pedido do governo dos EUA. Ele salientou que os crimes estão devidamente detalhados nos autos, e que o requisito da dupla tipicidade – a existência dos crimes descritos na legislação de ambos os países, também está satisfeito.
Todos os ministros presentes à sessão acompanharam o voto do relator, que ressaltou por fim que a extradição deveria ser autorizada, com a condição de que o governo norte-americano assuma o compromisso de comutar uma eventual pena perpétua ou mesmo de morte em uma pena máxima de trinta anos, conforme prescrito no artigo 75 do Código Penal brasileiro. E, ainda, que seja descontada de eventual pena o tempo já cumprido no Brasil em relação à prisão preventiva para a extradição.
Menos de dois dias depois da assinatura da portaria que autorizava a extradição do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, o criminoso foi extraditado para os Estados Unidos na madrugada desta sexta-feira (22). Ele foi retirado do Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande e será levado uma unidade prisional nos Estados Unidos. A operação foi organizada com grande aparato policial, com equipes da Polícia Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). 
O traficante chegou às 8 horas no Aeroporto Internacional de Manaus (AM) e foi recepcionado por uma equipe do Drug Enforcement Administration (DEA) - A Agência Americana Antidrogas. O avião que leva Abadia fará um pouso técnico em Kingston, na Jamaica e ainda hoje seguirá para uma unidade prisional dos EUA. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, o destino final do traficante será NovaYork. 
Autorização 
O ministro da Justiça, Tarso Genro, assinou, nesta terça-feira (19), duas portarias que autorizam a extradição do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez-Abadia para os Estados Unidos. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (20) no Diário Oficial da União. O secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma, já havia feito um parecer favorável pela expulsão de Abadia do país. 
A medida foi tomada duas semanas depois de a Polícia Federal (PF) ter deflagrado a Operação X, em que Abadia foi acusado de formar uma quadrilha dentro do Presídio Federal de Campo Grande para a prática de extorsão mediante seqüestro. 
Segundo assessoria do Ministério da Justiça, a extradição de Abadia já está autorizada. A portaria foi assinada por Tarso Genro por delegação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
No Brasil 
Abadia foi acusado de lavagem de dinheiro, uso de documento falso, formação de quadrilha e corrupção ativa. Depois que foi detido em São Paulo, no dia 7 de agosto de 2007, o colombiano foi transferido para o Presídio Federal de Campo Grande no dia 11 daquele mês. 
Em Mato Grosso do Sul, no dia 4 de agosto de 2008, Abadia foi levado para a sede da Polícia Federal, acusado de formar quadrilha com José Reinaldo Girotti, João Paulo Barbosa e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, também detentos do estabelecimento penal. 
Segundo a investigação, eles reuniram-se para promover extorsões mediante seqüestro para facilitar a fuga de companheiros de outros presídios. Após interrogatório, de volta ao presídio federal, Abadia foi enquadrado no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), o mais rígido sistema prisional, em que o preso não tem contato com outros detentos, com banho de sol isolado e restrições em horários de visitas.

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