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Direito do trabalho 2 Aula de greve Sentença normativa - continuação Recurso ordinário – TST Regra geral: recebido sem efeito suspensivo, permitindo a produção dos efeitos da sentença normativa; Exigir-se-á o mútuo consentimento para ajuizamento da ação como requisito de admissibilidade para o conhecimento. Na falta, manda que retorne os autos à origem para que se proceda a anuência, sob pena de nulidade. Greve O termo tem origem francesa, provém do fato de trabalhadores desempregados ou descontentes com suas condições de trabalho reuniam-se em uma praça para reivindicar a situação em que se encontravam. Essa praça é na beira do Sena em Paris denominada Place de Gréve. Dessa forma, foi adotado o termo Greve. No Brasil, durante muito tempo a greve foi vista com intolerância, mas no fim do século XIX apenas as greves de ordem violenta ou que infringissem a ordem pública foram reprimidas. Contudo, com a Constituição de 1934 houve significativo avanço no que diz respeito aos direitos trabalhistas, mesmo não dispondo sobre o direito de greve. Já com o decreto-lei n° 9070 de 15/03/1946 foram definidos alguns termos ao exercício de greve, excetuando a paralisação dos serviços essenciais e do setor público. Na Constituição de 1946 foi reconhecido o direito de greve e na Constituição de 1967 foi reafirmada a legalidade e licitude do movimento. Por fim, a Constituição de 1988 consagrou o direito de greve, mas houve a necessidade da lei posterior n° 7783/1989 para regulamentar a matéria que vigora até hoje e traz previsões importantes sobre atividades essenciais e atendimento das necessidades inadiáveis da sociedade. Conceito/objetivo É a paralisação coletiva e temporária do trabalho a fim de obter, pela pressão exercida em função do movimento, as reivindicações da categoria, ou mesmo a fixação de melhores condições de trabalho. Segundo a Lei 7.783/1989 (Lei da Greve), em seu art. 2°, que define a greve como sendo a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. Visa ao atendimento de reivindicações da categoria, concedidas por meio de negociação direta com os empregadores; ou determinadas pela Justiça do Trabalho e regidas por Convenção Coletiva. Pode ser também instrumento de pressão para que o que já foi conquistado seja cumprido, em caso de inobservância. Procedimentos CF art.9 – direito de greve para todos os trabalhadores CF art. 42 – aos militares é vedado Fase Preparatória Obrigação da tentativa de negociação antes de iniciar o movimento grevista, pois a lei exige essa fase negocial para autorizar a greve; Assembleia Geral É formada pela entidade sindical, e na falta desta, constitui-se uma comissão representativa dos trabalhadores. E nesta, são definidas as reivindicações da categoria e a paralisação coletiva (art. 4°). Aviso Prévio Não é licita a greve sem que seja anunciada antecipadamente, ou seja, antecedência mínima de 48h para atividades normais e 72h para atividades essenciais; o empregador tem o direito de saber da futura paralisação. Serviços essenciais – Lei 7783/89 Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 866, de 2018) (Revogada pela Medida Provisória nº 883, de 2019) (Vigência Encerrada) X - controle de tráfego aéreo; X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 866, de 2018) X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; (Redação dada pela Lei nº 13.903, de 2019) XI compensação bancária. XII - atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social e a assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) XIII - atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico, mental, intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da integração de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, para fins de reconhecimento de direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); e (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) XIV - outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) XV - atividades portuárias. (Incluído pela Medida Provisória nº 945, de 2020). Reflexos sobre o contrato de trabalho Suspensão do contrato de trabalho O contrato de trabalho dos trabalhadores que estão participando da paralisação fica suspenso durante a greve e não há o pagamento de salários ou contabilização do tempo de serviço. Dessa forma, após o término da greve, a empresa deve cumprir com suas obrigações que tiverem sido acordadas com os empregados. Rescisão contratual No decorrer da greve, não pode haver rescisão dos contratos laborais, nem a contratação de trabalhadores substitutos. No entanto, fica assegurada a continuidade dos serviços cuja paralisação resulte em danos irreparáveis bem como aqueles de natureza essencial. Direitos dos empregados/empregadores Empregados: Livre negociação com o empregador; Livre divulgação do movimento, arrecadação de fundos, Proteção do contrato de trabalho e proteção contra substitutos, Direito de persuasão – sem impedir o comparecimento dos colegas ao trabalho Empregadores: O empregador tem o direito de saber antecipadamente da futura ocorrência de uma paralisação; Pode contar com a prestação de serviços dos trabalhadores que não aderiram à greve; Tem direito a manter a realização de serviços essenciais, assim considerados aqueles que se não executados acarretaram prejuízos irreparáveis pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como à manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando do cessação do movimento (art. 9) Caso essa situação não seja observado pelas partes, é lícito ao empregador contratar pessoal para tais funções Abuso do direito de greve A Constituição de 1988, em seu art. 9°, §2°, prevê a punição dos grevistas que abusarem do direito de greve. Entende-se por abuso do direito todo ato que seja exercitado em desacordo com a Lei, desde que não seja praticado em legítima defesa ou em exercício regular de direito. O abuso de direito é usualmente definido como o “exercício anormal ou irregular do direito, isto é, sem que assista a seu autor motivo legítimo ou interesse honesto, justificadores do ato, que, assim se verifica e se indicado como praticado cavilosamente, por maldade ou para prejuízo alheio”. São consideradas abuso do direito de greve: ● Descumprimento do aviso prévio da paralisação; ● Deflagração da greve sem Assembleia Geral; ● Realização de piquetes violentos; ● Ocupação ameaçadora do estabelecimento; ● Faltas graves e delitos trabalhistas; ● Ameaça ou agressão àqueles que não aderiram ao movimento, pois adesão tem caráter espontâneo, dentre outros. Em suma, o direito de greve jamais poderá sobrepor- se aos direito e garantias fundamentais dos indivíduos, pois, caso contrário, será considerado um abuso de direito, podendo tornar ilegal a paralisação e os paredistas responderem trabalhista, civil ou penalmente, dependendo do caso. Súmula 189, TST: “A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve”. Revisar conteúdo para av2 - contribuição sindical; - Fgts;- sentença normativa; - Aviso prévio; - negociação coletiva;
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