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Unidade 2 – Cultura do Café Professora Ministrante: Sônia Maria Figueiredo Albertino Manaus – AM 2021 F o n te: p an o ram a.co m DISCIPLINA - FGP008 CULTURAS INDUSTRIAIS O QUE ESTUDAREMOS SOBRE A CULTURA DO CAFÉ Importância econômica Aspectos sociais da cultura Botânica Produção de mudas Preparo do substrato Sementes Condução das mudas no viveiro Irrigação de mudas Adubação de mudas Controle de plantas daninhas das mudas Implantação do cafezal Clima e solo Espaçamento, preparo da cova e plantio [...] [...] Tratos culturais Controle de plantas daninhas Cobertura morta Podas Adubação Pragas do cafeeiro Doenças do cafeeiro Colheita Beneficiamento Comercialização e alternativas IMPORTÂNCIA ECONÔMICA O Brasil é o maior produtor mundial de café abastecendo mais de 30% do mercado mundial. É o segundo maior mercado consumidor, depois dos EUA. A produção de café Arábica destaca-se nos estados de SP, MG, PR, BA. Já o Robusta é cultivado no ES, RO e PA. ASPECTOS SOCIAIS DA CULTURA A agroindústria cafeeira é uma das mais importantes na economia do Brasil. O café é a segunda cultura que mais gera empregos no campo. A agricultura familiar é predominante na cultura do café, chegando a produzir 25% do total no país. 95% dos produtores de café da região norte são agricultores familiares. F o n te: o lh ard ig ita l.co m .b r O CULTIVO DO CAFÉ As duas espécies de café mais cultivadas no Brasil são Coffea arabica (café arábica) e Coffea canephora (variedade Conilon ou Robusta). Devido a maior rusticidade do café Robusta a temperaturas mais elevadas, maior produtividade e resistência a doenças, esta tem sido a espécie mais utilizada na região norte do Brasil. Sementes de Arábica x Robusta PREPARO DO SUBSTRATO Para o sistema de produção orgânica Ricci e Neves (2006) recomendam três tipos de formulações para o preparo do substrato utilizado para produção de mudas: 70 a 80% de subsolo argiloso + 20 a 30% de vermicomposto. 50 a 70% de subsolo argiloso + 30 a 50% de esterco bovino curtido. 85 a 90% de subsolo argiloso + 10 a 15% de cama de aviário curtida. SEMENTES As sementes utilizadas para a formação das mudas devem ser provenientes de instituições oficiais, cooperativas ou produtores registrados pelos órgãos da defesa sanitária vegetal. Contudo, se as sementes forem retiradas da própria lavoura devem-se escolher as plantas mais vigorosas, com alta produtividade, sem sintomas de doenças e com baixa incidência de frutos chochos. A semeadura devem ser feita em sacolas plásticas contendo o substrato previamente preparado. CONDUÇÃO DAS MUDAS NO VIVEIRO O viveiro deve estar posicionado no sentido Leste-Oeste para o seu comprimento. Deve ser coberto com estrutura que possibilite 50% de sombreamento no início da formação das mudas. O sombreamento será reduzindo gradualmente com o desenvolvimento das mudas. A estrutura para sombreamento pode ser realizada com materiais alternativos como folhas de palmeiras, capim, ou sombrites. IRRIGAÇÃO DE MUDAS O princípio básico da irrigação é: fornecer água para as mudas. Isto deverá ser feito de acordo com os recursos disponíveis. Quando há maior disponibilidade de recursos financeiros, pode se optar pelo sistema de micro aspersão. A irrigação também pode ser realizada com mangueira de borracha colocando um “chuveiro” na ponta da mangueira para proporcionar um jato fino de água. Irrigação por aspersão ADUBAÇÃO DE MUDAS A adubação das mudas de café podem ser convencional (adubos solúveis, como uréia) ou orgânica utilizando-se estercos curtidos, vermicompostos ou preparos do tipo Bokashi. Vermicomposto Uréia Esterco bovino IRRIGAÇÃO DE MUDAS As principais pragas de viveiro de café são lesmas, paquinhas, grilos e formigas cortadeiras As principais doenças que atingem as mudas de café são rhizoctoniose e cercosporiose. A técnica de solarização do solo contribui com a eliminação de pragas e doenças do solo, reduzindo significativamente o número de pragas, doenças e plantas daninhas no substrato. F o n te: E m b rap a.co m .b r Solarizador IMPLANTAÇÃO DO CAFEZAL – CLIMA E SOLO Café Robusta adapta-se bem a temperaturas entre 22 a 26oC e com precipitações anuais entre 1500 a 1900 mm. Antes do plantio das mudas de café no solo, deve-se previamente realizar a amostragem do solo para análise química. Com os resultados das análises químicas estima-se a necessidade de calagem e a adubação do solo para o melhor desenvolvimento da cultura. A calagem em área total deve ser realizada visando à saturação por bases de 50%. Recomenda-se ainda a adição de fertilizante orgânico no solo de acordo com o teor de matéria orgânica obtido na interpretação da análise de solo. ESPAÇAMENTO, PREPARO DA COVA E PLANTIO O espaçamento das covas entre linhas de plantio para a variedade Conilon, recomendado para a região norte, é de 3 m e entre plantas, variando de 1,5 a 3,0 m. Já para a variedade Robusta o espaçamento entre plantas e entre linhas deve ter 4 x 3 m. TRATOS CULTURAIS - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Alguns produtores realizam a aplicação de herbicida ao redor das plantas para o controle das plantas daninhas. Recomenda-se ainda a roçagem das entrelinhas. O acúmulo do resto de roçagem ao redor das plantas possui diversos fatores benéficos. Como ciclagem de nutrientes, proteção do solo e aumento de matéria orgânica. Café com capim na entrelinha: o capim produz grande quantidade de material orgânico que deve ser jogado na linha do café. PODAS Principais objetivos da poda no cafeeiro: I. Aumentar a entrada de luz na planta; II. Aumentar a área de ramos produtivos, devido ao crescimento de novos ramos; III. Renovar os ramos das plantas; IV. Eliminar o excesso de ramos; V. Reduzir a altura das plantas facilitando os tratos culturais; VI. Proporcionar maior arejamento dentro da planta, reduzindo a incidência e facilitando o controle de pragas e doenças; VII. Facilitar a colheita. ADUBAÇÃO Para a adubação de pegamento, recomenda-se aplicar 4g de N por plantas de duas a três vezes durante os primeiros seis meses apos o plantio. Do sétimo ao décimo oitavo mês após o plantio recomenda-se a aplicação de 8g de N por planta, duas a três vezes, e 4g de K por planta, duas vezes durante o período chuvoso. A adubação de produção com N, P e K, pode ser realizada com base na produtividade esperada e no teor de macronutriente foliar. ADUBAÇÃO A partir dos resultados de diferentes teores foliares de N, P e K, do quadro 11 da unidade VI (abaixo), no próximo slide será feito o cálculo de necessidade de adubação. CÁLCULO DE ADUBAÇÃO No slide anterior os teores foliares de N, P e K escolhido são: <25, 10-20 e >3,0, respectivamente e a produtividade esperada deve estar entre 60 – 70 de sacas de café ha-1, então a necessidade será 270, 60 e 80 kg ha-1 de N, P2O5 e K2O, respectivamente; E o cálculo das fontes são: Quantidade de ureia por hectare 100 kg ureia – 44 kg N x kg ureia – 270 kg N x = 100*270/44 = 614 kg ureia ha-1 100 kg SFT – 41 kg P2O5 x kg SFT – 60 kg P2O5 x = 100*60/41 = 146 kg SFT ha-1 100 kg KCl – 58 kg K2O xkg KCl – 80 kg K2O x = 100*80/58 = 138 Kg KCl ha-1 CONTROLE DE PRAGAS Dentre as principais pragas que atacam o cafeeiro estão: a broca-do-café, ácaros, lagarta, bicho-mineiro e cochonilhas As alternativas para método de controle são: calda sulfocálcica, calda bordalesa e calda viçosa, extratos de plantase agentes de biocontrole. Broca do café Colchonilha da raiz Bicho-mineiro CONTROLE DE DOENÇAS De forma geral, as doenças foliares e de frutos do café são a ferrugem, mancha- de- olho-pardo, mancha-manteigosa, requeima do cafeeiro, já as doenças de raízes e caule são: roselinose e nematóides. Ferrugem do café Os principais métodos de controle das doenças do cafeeiro são: podas de limpeza, cultivo de clones resistentes às doenças; utilização de controle químico; evitar baixadas úmidas e mal drenadas para produção de mudas, utilização de substrato livre de patógenos, fertilização do solo e adubação equilibradas; e erradicação de plantas doentes CONTROLE DE DOENÇAS COLHEITA A colheita deve ser realizada em panos ou peneiras, quando mais de 80% dos frutos estiverem maduros. Os frutos quando maduros são facilmente reconhecidos devido a sua coloração avermelhada, denominando-se frutos cereja. BENEFICIAMENTO No sistema de beneficiamento via seca, o café, depois de colhido, é levado imediatamente para o terreiro de secagem sem a remoção da polpa. Já o processo de beneficiamento via úmida utiliza descascadores mecânicos que removem as cascas dos frutos maduros, e os frutos cerejas, são separados dos frutos secos e verdes. O café cereja despolpado é então levado para a secagem. A secagem do café pode ser realizada naturalmente ao sol em terreiros ou artificialmente com secadores. F o n te: co feetrev eler.n et COMERCIALIZAÇÃO E ALTERNATIVAS Cerca de 92% dos brasileiros consomem café. A demanda mundial de café estimada no ciclo 2014/2015 foi de 147,7 milhões de sacas (USDA) e a produção estimada para 2015/2016 será de 150,7 milhões de sacas (USDA). Geralmente o café é comercializado como grão torrado, em pó ou pó solúvel. O consumo de café solúvel vem aumentando nos últimos anos. Em 2014 o Brasil exportou 120,7 milhões de sacas de 60kg de café.
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