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IMUNOLOGIA – 05/04/2021 Vírus sofre mutação quando ele observa que o ambiente não está favorável a ele Muda a célula a ser infectada O contato da proteína viral vai ser feito através de uma PUMP Proteína viral fica “rodando” até encontrar um ponto de contato Proteínas de contato, PUMPs, ligam-se a um PRR Como o vírus não é um ser vivo, ele tem que entrar na célula para poder desempenhar suas funções Vírus na circulação vai ser destruído A célula não reconhece que é um vírus, ela apenas percebe que houve uma conexão e permite a entrada dele Entrada se dá através de um endossomo Quando o vírus entra no endossomo, ele vai alterar o pH do endossomo e passar a regular o ambiente Vírus entra e dá origem a novas partículas virais VÍRUS GASTROINTESTINAIS Pensa-se em: água e alimentos contaminados Gastroenterites: é a eliminação de fezes com consistência pastosa ou líquida Geralmente acompanhada de aumento do número de evacuações diárias ou aumento da massa fecal diária (acima de 200mg/dia) Análise de fezes: 1. Exame parasitológico (EPF) e coprocultura EPF é o exame parasitológico de fezes Deve ser feito 2x ao ano Permite saber como que está a saúde intestinal A ideia de se pedir amostras em dias alternados permite que se pegue, em algum momento, o que está acontecendo com o paciente cistos de tênia, por exemplo EPF é a visualização do que tem nas fezes Coprocultura: plaqueamento de uma amostra de fezes, para que se visualize o que tem ali (verme, helminto..) Identificação da cultura, na maioria das vezes, é para ver bactérias e fungos que não são visualizados 2. Sangue oculto nas fezes Pode ser indicativo de reposição de ferro ou uma hemorragia interna, não tem como saber É preocupante O fato de olhar e não ver, não quer dizer que está tudo bem 3. Leucócitos ou lactoferrina fecal (marcador fecal) Indicativo de um processo inflamatório Normalmente só se faz a contagem dos leucócitos, uma vez que a lactoferrina fecal é um exame mais caro para ser realizado 4. Gordura fecal Gordura é importante no organismo em momentos de anaerobiose e jejum são etapas em que estão acontecendo a gliconeogênese Qualitativa: sudan III Quantitativa (esteatócrito): dieta 100g/dia de gordura, durante coleta das fezes (3 dias) Esteatorréia: >7g/dia de gordura nas fezes aumento de gordura nas fezes 5. Peso fecal: delgado ou cólon A ingestão de alimentos verdes e folhagens faz com que se aumente, por diferença de concentração, a retirada de toxinas do organismo aumenta o volume do bolo fecal e não se absorva a gordura Ao aumentar o volume do bolo fecal, puxa-se a gordura presente na água faz com que a gordura seja eliminada nas fezes Peso fecal pode estar associado com mudança alimentar e eliminação do material 6. Análise para laxantes Utilizado para saber se o paciente está comendo algo que está causando uma eliminação exacerbada Existe uma diferença entre as fezes que estão caindo do intestino delgado ou do cólon A maioria das infecções bacterianas, pelo menos as mais comuns, são causadas por uma desregulação na microbiota, associado com salmonelose Salmonelose cresce na microbiota, causando um desequilíbrio No cólon, maior parte é causada por infecções bacterianas No intestino delgado, a maior parte é causada por infecções virais INFECÇÕES VÍRUS QUE INFECTAM O INTESTINO A infecção viral tem gastroenterite viral (GEV) Vírus associados a GEV: a. Rotavírus vírus que vai causar, especificamente, gastroenterite b. Adenovírus entéricos (40, 41, 50 e 51) vírus do sistema respiratório que também causa diarreia c. Calicivírus d. Astrovírus e. Coronavírus f. Torovírus Vírus não associados a GEV: a. Pólio b. Coxsackie A e B c. Echovírus d. Enterovírus 68-71 e. Hepatite A e B f. Adenovírus 1-39 apenas sintomas respiratórios g. Reovírus Existem vírus que infectam o intestino, mas não causam GEV (classe dos não associados) Os vírus entéricos mais comuns são: 1. Rotavírus MAIS COMUM 2. Adenovírus aparece em épocas do ano específicas 3. Astrovírus 4. Calicivírus: novovírus (Norwalk) e sapovírus GASTROENTERITES VIRAIS: segunda causa mais comum de doença, suplantada somente por infecções respiratórias Responsáveis por até ¾ de todas as diarreias de origem infecciosa GEVs geram altos índices de mortalidade, em função da desidratação Os rotavírus são responsáveis por meio milhão de mortes ao ano Transmissão fecal-oral Família: Reoviridae As proteínas do capsídeo (VP1, VP2, VP3, VP4, VP6 e VP7) funcionam como âncora para o rotavírus entrar na célula São PUMPs São classificados pelo sorotipo G e P Vírus com II segmentos de RNA fita dupla Demora mais para ser mutado Surto de rotavírus vai ser por um “subtipo” conhecido Para que tenha o processo de produção das proteínas virais, é necessário ativar os genes tardios Em um processo de mutação, tem que ter antigenic shift e drift Enterotoxina (NSP4) é a responsável pela modulação do cálcio intracelular Encontrado em diversas espécies Responsável por 50-80% de todos os casos de gastroenterites virais Usualmente endêmica, mas pode ser responsável por surtos ocasionais Causa doenças em todas as idades, porém é severa em neonatos e crianças jovens Até 30% de mortalidade em crianças subnutridas Assintomáticos comuns em adultos e crianças com maior idades Sintomas leves em pessoas com mais de 60 anos COMO ACONTECE A INFECÇÃO: 1. Indivíduo come um alimento infectado por rotavírus 2. VPA é a principal proteína infecciosa, ou seja, é a PUMP liga-se com o PRR e entra na célula 3. Ao entrar na célula, utiliza os desmossomos presentes são as junções comunicantes 4. Somente ao sair de uma célula que gera o comprometimento das microvilosidades MECANISMO DA DIARREIA: Osmótico: destruição de células epiteliais do topo das vilosidades que tem função digestiva e absortiva Secretor: proteína viral NSP4 diminui o Ca2+ intracelular Período de incubação: <48hrs Vômitos, febre, eliminação de fezes líquidas e abundantes causa desidratação Duração entre 5-7 dias DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Material: fezes Coleta: entre o 1º e 4º dia Pesquisa do vírus: microscopia eletrônica Pesquisa do antígeno viral: imunofluorescência, enzimaimunoensaio, aglutinação em látex, eletroforese em gel de poliacrilamida (EGPA), PCR e RT-PCR PREVENÇÃO: vacina rotarix Esquema vacinal recomendado Duas doses: 1º dose deve ser aplicada aos dois meses de idade; 2º dose deve ser aplicada aos quatro meses de idade Tomada aos 2 e 4 meses de idade Aplicado simultaneamente com as vacinas tetravalente (DTP/Hib) e sabin Intervalo mínimo entre as duas doses é 4 semanas Caso se tenha contato com o vírus, o sistema imune atua através da ativação da via MHC I, com ativação das células TCD8 e NK; bem como uma ativação da via MHC II, com a ativação de Th2 (produção de células de memória) Família: Caliciviridae Pequenos vírus RNA fita simples, com morfologia característica Associado principalmente com surtos epidêmicos Embora ocasionalmente originem casos endêmicos Os mais importantes calicivírus causadores de diarreias presentemente são os norovírus O sinal mais marcante é a indução de diarreias e vômitos Paciente tem um completo desequilíbrio do peristaltismo e desequilíbrio eletrolítico Diarreia aquosa São responsáveis por 70-80% dos surtos de infecções por norovírus no mundo Infecção causada por ingestão Frutos, vegetais e frutos do mar contaminados por esgotossão uma fonte comum de surtos Disseminação rápida em ambientes fechados Surtos em hospitais são comuns e importantes Rotavírus pode causar processos infecciosos por diferentes vias, não é específico Normalmente, atinge as células intestinais (enterócitos) VP4 interage com o PRR dos enterócitos Dentro da célula, o rotavírus chega até o núcleo e modula os genes tardios, fazendo com que se comece a sintetizar proteínas específicas do vírus Entre as proteínas sintetizadas terá a MSP4 MSP4 induz a liberação de cálcio e lise das junções comunicantes Faz com que as outras células aumentem, cada vez mais, a desestabilização do equilíbrio eletrolítico Cálcio é um segundo mensageiro, logo, ele deve ser liberado em pequenas quantidades No entanto, nesse caso, cálcio vai estar sendo liberado em grande quantidade, causando um desequilíbrio nos canais iônicos da superfície das microvilosidades Desequilíbrio nos canais iônicos causa uma desestabilização da microvilosidade do paciente: saída de água da célula, baixa retenção de nutrientes, ou seja, tem-se uma diarreia Depois da replicação, vírus sai da célula causa dano no epitélio A diarreia é causada pelo desequilíbrio causado na microvilosidade e dano no epitélio Rompimento de uma célula causa infecção de outras células vizinhas Aumento do processo infeccioso MSP4 que foi produzida vai se ligar novamente e fazer com que se tenha um aumento da liberação de cálcio Tem-se um quadro de diarreia secretora, com liberação de cálcio intracelular causando desequilíbrio eletrolítico Pode disseminar-se diretamente quando pessoas tocam objetos ou superfície contaminadas e colocam os dedos na boca TRANSMISSÃO: pessoa infectada transmite para outra pessoa, toca na comida, contamina a água e o ambiente Através dessas coisas contaminadas, outra pessoa que não estava contaminada pode contrair a doença Pessoa infectada pode ser sintomática ou assintomática Período de incubação: pode ser de somente 12hrs Pessoas infectadas: contagiosas desde os primeiros sinais até pelo menos três dias após a recuperação Alguns podem ser contagiosos por até 2 semanas após recuperação, com disseminação “silenciosa” do vírus A maioria das pessoas tem anticorpos aos 3 anos de idade Norovírus são a causa mais comum de gastroenterites virais na Europa Causa pelo menos 10% de todas as GEVs na Europa e cerca de 23 milhões de casos nos EUA, por ano São responsáveis por mais de 85% de todas as gastroenterites não bacterianas Somente os resfriados são reportados mais comumente do que gastroenterites como causa de doença nos EUA SINTOMATOLOGIA: náusea, vômitos, diarreias e cólicas Ocasionalmente: febre baixa, calafrios, dores de cabeça e musculares Doença usualmente começa subitamente e a pessoa se sente muito doente Na maioria das pessoas, a doença é auto- limitante e dura poucos dias Crianças tem mais vômitos que adultos Não há, usualmente, complicações Desidratação é importante em climas quentes, especialmente em muitos jovens, mais velhos e em imunocomprometidos Normalmente, os sintomas duram 1 ou 2 dias O MECANISMO DE INFECÇÃO É O MESMO DO ROTAVÍRUS Período de incubação: 24-48hrs Sinais podem durar 12-60hrs PREVENÇÃO e CONTROLE: ainda não há vacina Essencialmente higiene: lavagem frequente de mãos, desinfecção de superfícies contaminadas com produtos contendo cloro, lavagem de roupas e lençóis que possam estar contaminados com água quente e detergente, secar roupa ao sol DIAGNÓSTICO: essencialmente RT-PCR e, raramente, microscopia eletrônica Vírus respiratório que tem associação com gastroenterite Vírus DNA fita dupla com simetria icosaétrica Usualmente casos de gastroenterite endêmicos em crianças jovens (até 3 anos) e neonatos Surtos ocasionais podem ocorrer Possivelmente a segunda maior causa viral de gastroenterites 7-15% de todos os casos endêmicos DOENÇA SIMILAR A CAUSADA PELO ROTAVÍRUS Paciente apresenta alguma sintomatologia respiratória que diferencia do rotavírus Maioria das pessoas tem anticorpos aos 3 anos de idade Diagnóstico usualmente por ELISA (para a detecção de antígeno), PCR ou microscopia eletrônica Família: Astroviridae Pequenos vírus de RNA fita simples e com aparência que lembra estrelas Associados a casos de gastroenterites endêmicas, usualmente em crianças jovens e neonatos Pode causar surtos ocasionais Responsáveis por até 10% dos casos de gastroenterites DOENÇA SIMILAR AO ROTAVÍRUS E ADENOVÍRUS Maioria das pessoas tem anticorpos aos 3 anos de idade Diagnóstico por microscopia eletrônica, porém difícil pelo tamanho reduzido Não há outros testes disponíveis Dois gêneros: Mamastrovírus: gatos, suínos, ovelhas... Aviastrovírus: aves Em humanos: diarreias que duram 2-4 dias Sorotipos 1-8: responsáveis por até 10% dos casos de diarreia esporádica, aguda e não bacteriana em crianças Maioria em: crianças menores de 2 anos, terceira idade e imunocomprometidos 1. Sapovírus (“Sapporo”) 2. Outros vírus denominados “pequenos vírus redondos” 3. Pequenas partículas que lembram vírus, com superfície lisa 4. Podem possivelmente ser parvovírus, enterovírus ou bacteriófagos icosaédricos Ocasionalmente vistos por microscopia eletrônica em diarreias e gastroenterites endêmicas ou epidêmicas PRINCIPAIS VIROSES a. Gripe b. Raiva c. Sarampo d. Dengue e. Febre amarela f. Varíola infecciosa g. Herpes h. H1N1 (influenza A) i. Caxumba j. Rubéola k. Hepatites l. Poliomielite m. Catapora n. Mononucleose o. AIDS p. Meningite viral A IMPORTÂNCIA DOS VÍRUS Apesar de a maioria dos vírus ser prejudicial, alguns deles podem ser usados em benefício do ser humano Existem alguns projetos chamados geneterapia, com o objetivo de curar doenças genéticas Técnica de se utilizar vírus com a finalidade de substituir genes alterados por genes normais Baseia-se no uso de vírus geneticamente modificados e que transportariam genes normais para dentro das células doentes Outra importância: produção de vacinas e medicamentos A partir de vírus para impedir as doenças virais
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